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Subprime II

4 Abril, 2008

Uma das alegações mais comuns sobre o subprime é que a culpa é dos bancos. Como se as bolhas imobiliárias  não fossem uma consequência inevitável do crédito barato gerado pelos bancos centrais. Culpar os bancos por cederem crédito de alto risco num ambiente de crédito barato é como culpar os comerciantes que sobem os preços num ambiente inflacionista. A inflação é uma consequência da emissão monetária, não é uma consequência da decisão dos comerciantes em subir os preços. Bancos e comerciantes reagem a incentivos. Muita da análise que se faz sobre o subprime faz lembrar a atitude de Robert Mugabe ou Hugo Chavez em relação aos comerciantes que sobem os preços em resposta a políticas económicas e monetárias absurdas. Culpam o sintoma e ignoram a origem do problema. Quer a inflação quer o crédito de alto risco resultam de problemas sistémicos com origem nos bancos centrais, não são um problema de comportamento individual dos agentes. Aliás, nenhum sistema económico pode depender da bondade dos seus agentes. Qualquer sistema que dependa da bondade de comerciantes, banqueiros ou reguladores está condenado.

111 comentários leave one →
  1. 4 Abril, 2008 09:18

    Parece que faz sentido. Mas fará?
    Cumprimentos.

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  2. Leandro Azevedo permalink
    4 Abril, 2008 09:32

    Nao sei porque continuas a insistir num assunto que notoriamente nao dominas…

    Esse texto pauta-se por uma falta de rigor economico gritante.

    Se nao dominas assuntos economicos porque continuas a escrever sobre eles? Ha que saber ser-se humilde e escrever de acordo com os nossos conhecimentos…

    Sera que sabes o que sao ciclos economicos? Sabes o que gera inflacao?

    Sinceramente, este sera o meu ultimo comentario a artigos teus.

    cumprimentos

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  3. google permalink
    4 Abril, 2008 09:32

    nao havendo bondade, moral ou sequer ética, faz toda a lógica haver uma regulação que dê um sentido humano à economia.

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  4. 4 Abril, 2008 09:35

    Muito bem JM.

    Lembrar que os Bancos Centrais apareceram para nacionalizar o ouro da população e cartelizar a banca ajudando-a a conceder crédito por criação de dinheiro (principalmente o próprio Estado e os seus déficits) e não por captação de poupança.

    E depois, quando existem depressões e “crises de liquidez”, inevitáveis, dado o investimento não suportado em poupança…

    … o BC “injecta” mais dinheiro para suportar os grandes bancos e os grandes credores.

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  5. 4 Abril, 2008 09:37

    Leandro Azevedo “Sera que sabes o que sao ciclos economicos? Sabes o que gera inflacao?”

    Você parece uma daquelas pessoas que pensa que sabe muita coisa e se encontra completamente ao lado da realidade. “The truth wil set you free.”… um dia.

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  6. 4 Abril, 2008 09:41

    A culpa não é dos bancos porque não eram os bancos a darem o crédito. Os bancos compravam obrigações dadas como AAA pelas agências de rating, ou seja, melhores ainda que obrigações do tesouro portuguesas. Só por isto é que o crédito era barato, não porque os bancos centrais insistiram em taxas baixas. Se o rating das obrigações fosse aquilo que deveria ser(com o centro da normal corrido da conjuntura), então o crédito era caro porque a taxa a pagar pelas obrigações teria que ser alta e, consequentemente, também o era o “funding” dos créditos.
    Em resumo, o que teria que ajustar a taxa seria o spread de risco dos títulos e não os 1 ou 2% nas taxas directoras.

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  7. jjoyce permalink
    4 Abril, 2008 09:47

    Nao sei porque continua a insistir num assunto que notoriamente nao domina, revelando o seu lado mais imbecil e mentecapto.
    néscia e santa ignorancia.
    Podia escrever sobre a obesidade, pois coerentemente, é coisa que notoriamente nao domina…gordo mentecapto

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  8. 4 Abril, 2008 09:49

    JM,

    Para não repetir outro comentador, que o aconselha a tirar uma Pós-Graduação em Finanças, vou-lhe apenas contar uma pequena história sobre os fundamentos da “crise do sub-prime”.

    Nos EUA, o crédito chegou a ser concedido pelas Imobiliárias, com a anuência da banca, mas sem a sua avaliação de risco.

    Isto é, o crédito à compra de imobiliário era concedido independentemente da avaliação da capacidade de endividamento do futuro devedor.

    Naturalmente, que qualquer entidade, com ou sem fins lucrativos, pode financiar quem quiser, mesmo sem nenhuma garantia associada ao financiamento.

    Mas, será que os Accionistas, os outros Clientes, as Agências de Rating, as Autoridades Reguladoras, aceitam que a banca se torne num actor sem regras?

    Dito de outra forma, eu como cliente não gosto que me sejam exigidos determinados requisitos para a obtenção de crédito, quando verifico que a outros clientes nada é exigido.

    Nos EUA, existiu o Sub-Prime concedido à classe média-baixa. No BCP, parece que existiu o Jardim (filho), o Fino e outros que tiveram créditos em “condições particulares”.

    Liberal ma non troppo. Até porque isto nada de tem de Liberal….

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  9. JoãoMiranda permalink
    4 Abril, 2008 09:49

    ««Nao sei porque continua a insistir num assunto que notoriamente nao domina, revelando o seu lado mais imbecil e mentecapto.
    néscia e santa ignorancia.
    Podia escrever sobre a obesidade, pois coerentemente, é coisa que notoriamente nao domina…gordo mentecapto»»

    São excelentes os seus argumentos. Quase que fiquei convencido.

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  10. JoãoMiranda permalink
    4 Abril, 2008 09:55

    ««Para não repetir outro comentador, que o aconselha a tirar uma Pós-Graduação em Finanças, vou-lhe apenas contar uma pequena história sobre os fundamentos da “crise do sub-prime”.»»

    A sua historinha é muito engraçada, mas não responde ao problema levantado no post. A não ser que acredite que os bancos se tenham adquirido subitamente tendências suicidas, a sua historinha não explica porque é que os bancos aceitaram todos riscos mais elevados. E a razão para esse comportamento é a explicada no post. Num ambiente de crédito barato os bancos que nao aceitam mais riscos agem irracionalmente. Não lhe adianta mandar-me fazer pós-graduações etc porque o que conta aqui são os argumentos e não os títulos acadamédicos. Os seus argumentos ainda nem sequer se dirigiram ao que eu escrevi e limitam-se a repetir aquilo que critiquei no post.

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  11. rxc permalink
    4 Abril, 2008 09:58

    Jjoyce, elevar os padrõezinhos da argumentação ok?

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  12. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 10:04

    “Culpar os bancos por cederem crédito de alto risco num ambiente de crédito barato é como culpar os comerciantes que sobem os preços num ambiente inflacionista.” JM

    Comparação muito forçada, convenhamos. Se os comerciantes não subirem os preços em ambiente inflacionista vão à falência. Já os bancos se não cederem crédito de alto risco num ambiente de crédito barato, NÃO vão à falência. Pelo contrário, só se cederem esse crédito é que vão.

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  13. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 10:07

    Comparar o crédito de alto risco com inflação é um artificio inteligente. Mas um artificio.

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  14. JoãoMiranda permalink
    4 Abril, 2008 10:11

    ««Já os bancos se não cederem crédito de alto risco num ambiente de crédito barato, NÃO vão à falência. »»

    Podem não ir à falência, mas perdem valor relativo em relação à concorrência nos períodos de boom.

    ««Pelo contrário, só se cederem esse crédito é que vão.»»

    Não está a perceber o fenómeno que eu identifico no post. Se o crédito é barato para todos, não aproveitar esse crédito nos períodos de boom é uma irracionalidade. Quem não o fizer perde valor, perde accionistas e arrisca-se a ser opado. Os problemas só surgem nos períodos de contracção de crédito, e não é possível a priori saber qual é o risco que um banco correrá no príodo de contracção de crédito. Uma coisa é certa, a priori não há nenhuma raão para se pensar que os bancos que não aproveitam o boom ficam melhor que os que não aproveitam. Análises a posteriori deste problema são análises da treta. Se os bancos conhecessem com absoluta precisão o futuro teriam risco zero.

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  15. JoãoMiranda permalink
    4 Abril, 2008 10:12

    ««Comparar o crédito de alto risco com inflação é um artificio inteligente. Mas um artificio.»»

    O fenómeno é essencialmente o mesmo e tem a mesma origem. Emnissão monetária cria incentivos para subir os preços e para arriscar mais.

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  16. 4 Abril, 2008 10:12

    JM,

    Quando refiro “Pós-Graduação”, não me refiro ao título académico, mas antes, à aquisição de conhecimento.

    A gestão (management) rege-se por fundamentações racionais e não por meras conjecturas ou “wishful thinking”.

    Um fenómeno que se passou na banca portuguesa, até há uns meses, e com contornos identicos ao “sub-prime”, foi o seguinte: os Gestores de Conta/ Responsáveis de balcão tinham objectivos a cumprir de concessão de crédito. Normalmente estes objectivos são sempre crescentes, e os Gestores de Conta terminavam sempre por conceder o 8º, o 9º, o 10º crédito à mesma pessoa, mesmo sabendo que esta já estava estrangulada com os créditos anteriores e que já não geravam recursos para garantir os pagamentso em curso. Mas, a receita ia sempre no mesmo sentido: concedia-se um novo crédito, nem que fosse para pagar juros…..de outros créditos.

    A seu favor, posso dizer, que os clientes em causa, assinavam os contratos de crédito de livre vontade.

    Se a banca tem 1.000 clientes em incumprimento, está tudo bem. Mas, se passar a ter 100.000, a bolha rebenta. Foi isto que aconteceu…..

    Chama-se “risk management”.

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  17. rxc permalink
    4 Abril, 2008 10:14

    O JM parece partir do princípio que os bancos são entidades com vida própria e capacidade de raciocínio. Esquece-se que por detrás dos bancos, estão pessoas que querem enriquecer o mais possível, dentro do mais curto espaço de tempo. Isto é um interesse legítimo, mas que deve ser contrariado pelo interesse, igualmente legítimo e que afecta muito mais gente, do público em que haja transparência e regras claras e iguais para todos.
    Como não havia regras (por pressão dos próprios agentes a quem essas regras se deveriam aplicar) era um fartar vilanagem. Acha mesmo que os administradores do BS se preocupam em que o banco vá à falência ou não? É que eles, sabendo da situação, atribuíram-se bónus de centenas de milhões de dólares no fim de 2007 (devem-nos ter merecido sem dúvida, pela habilidade com que enganaram tanta gente).

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  18. JoãoMiranda permalink
    4 Abril, 2008 10:23

    ««Quando refiro “Pós-Graduação”, não me refiro ao título académico, mas antes, à aquisição de conhecimento.»»

    Pois, mas eu recomendo-lhe que antes de me mandar aprender ao que quer que seja se dê ao trabalho de, por um lado perceber o post, e por outro argumentar contra o que lá está escrito. Eu faço uma análise sistémica do problema e critico as análises conjunturais que nada explicam. O J responde-me com uma análise conjuntural que ingora totalmente os problemas sistémicas. Argumente contra o post. Antes de debitar mais uma análise conjuntural, mostre que o sistema funciona bem e que as bolhas e o risco corrigo pelos agentes nada têm a ver com a emissão monetária.

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  19. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 10:24

    “Podem não ir à falência, mas perdem valor relativo em relação à concorrência nos períodos de boom.” ”
    “Se o crédito é barato para todos, não aproveitar esse crédito nos períodos de boom é uma irracionalidade.”

    Admito que para os banqueiros seja uma situação muito dificil de gerir. Se não forem na onda podem ser engolidos. Mas
    se forem também o podem. Portanto o que é racional é prudência. Os bancos que o não foram são culpados, caro João Miranda. Tem que ser responsabilizados pelos seus actos.

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  20. 4 Abril, 2008 10:25

    Meus caro

    A única coisa que os Bancos fazem é responder aos incentivos criados pelo Banco Central que lhes possibilita conceder crédito artificialmente mais barato, dado que têm a capacidade legal (eu diria, filosóficamente ilegal) de conceder crédito por criação monetária e não por captação de poupança. E dado que os BC facilitam o aumento de reservas a preço (taxa de juro) baixo, os Bancos limitam-se a multiplicar o crédito na proporção da exigência de reservas.

    Também existem considerações regulatórias (excesso, não de falta dele) principalmente nos EUA, como leis que proibem a discriminação que vã tão longe que impede os bancos por exemplo de recusar crédito (ou em termos de pricing) por zonas, etc, fazendo da concessão quase uma “blind date”.

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  21. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:26

    ««Admito que para os banqueiros seja uma situação muito dificil de gerir. Se não forem na onda podem ser engolidos. Mas
    se forem também o podem. Portanto o que é racional é prudência.»»

    A prudência leva à OPA. Tão simples como isso. Os banqueiros são forçados a jogar o jogo.

    ««Os bancos que o não foram são culpados, caro João Miranda. Tem que ser responsabilizados pelos seus actos.»»

    A responsabilidade pelos actos num mercado financeiro paga-se com a falência. Não se pode estar à espera de outro tipo de responsabilzação.

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  22. 4 Abril, 2008 10:29

    “Acha mesmo que os administradores do BS se preocupam em que o banco vá à falência ou não?”

    Pior. O CEO e o CFO do BS, quando rebentaram 3 hedge funds, em Agosto, estavam entretidos, respectivamente num jogo de golf e num campeonato de bridge!!!

    A Gestão tem destas coisas, às vezes a confiança excessiva, torna-se em arrogância e laxismo. Os Accionistas e Clientes normalmente confiam…..

    Ontem, viu-se o Comité do Senado a “fritar” todos os players. A FED ficou muito mal vista……pois acudiu depois da casa estar assaltada…..

    Mas, estes fenómenos são habituais. Depois da tempestade, vem…..o aperto!

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  23. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:30

    ««Esquece-se que por detrás dos bancos, estão pessoas que querem enriquecer o mais possível, dentro do mais curto espaço de tempo. Isto é um interesse legítimo, mas que deve ser contrariado pelo interesse, igualmente legítimo e que afecta muito mais gente, do público em que haja transparência e regras claras e iguais para todos.»»

    Mas sistema é absolutamente transparente. Os bancos concedem crédito de acordo com as circunstâncias que resultam essencialmente da acção dos bancos centrais. Podem conceder crédito de alto risco. Quando não concedem os socialistas reclamam que o crédito é só para os ricos. Mais tansparente que isto não é possível. O que eu acho interessante é que depois se defenda mais regulação cuja principal consequência é obfuscar o sistema mantendo o mesmo risco ou maior de colapso.

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  24. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 10:31

    “A responsabilidade pelos actos num mercado financeiro paga-se com a falência. Não se pode estar à espera de outro tipo de responsabilzação.”

    De acordo, nem eu estava a pensar noutra coisa. Só que não sei o se deveria fazer com os aforradores desses bancos. Também serão eles culpados?

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  25. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 10:34

    “A prudência leva à OPA. Tão simples como isso. Os banqueiros são forçados a jogar o jogo.”

    Não acredito que seja assim. Postas as coisas nestes termos parece uma loucura.

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  26. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:35

    Caro J,

    Continua a discutir conjuntura quando o problema é sistémico. Um bom sistema financeiro deve punir fenómenos conjunturais com falência. Discussão terminada. Só que o fenómeno é sistémico e tem origem na emissão monetária e não nos bancos. Os actual sistema financeiro não pune as más decisões, excepto quando o banco central é forçado a crtar o crédito por causa do risco inflacionista. É esse problema que deve ser resolvido e não cada um dos erros conjunturais que os agentes cometem. Os agentes cometerão sempre erros conjunturais. A única cura para isso é a falência. Não há regulação que o possa impedir sem ao mesmo tempo matar o sistema financeiro.

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  27. 4 Abril, 2008 10:35

    Miranda,

    Continuas a insistir na questão das taxas directoras baixas como causa do crédito de alto risco. Eu gostava de perceber com base em quê fazes tal afirmação e podes pegar nos bancos portugueses, por exemplo, que têm boa parte do “funding” a taxa zero por via dos depósitos à ordem. Acho que estás a misturar dois fenómenos que o que têm em comum é serem contemporâneos.

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  28. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 10:35

    Já agora, ao que julgo saber nesta história do subprime foi vendido muito gato por lebre, como diz tonibler. A este propósito o João Miranda ainda não disse nada!

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  29. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:36

    ««Não acredito que seja assim. Postas as coisas nestes termos parece uma loucura.»»

    O ponto é que qualquer sistema que se baseie na emissão de crédito que não resulta da poupança conduz à loucura. É um esquema Ponzi.

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  30. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:37

    ««Já agora, ao que julgo saber nesta história do subprime foi vendido muito gato por lebre, como diz tonibler. A este propósito o João Miranda ainda não disse nada!»»

    Só há venda de gato por lebre quando os compradores têm o crédito tão facilitado que não se preocupam em verificar a qualidade dos títulos que compram.

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  31. Winston Smith permalink
    4 Abril, 2008 10:38

    O JM responde a todos os comentários “de treta” mas não foi capaz de replicar ao Tonibler (9:41am) que foi quem aqui deixou o comentário mais inteligente.

    O problema tem muito mais que ver com (má) avaliação de risco e spreads do que com as taxas baixas do FED.

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  32. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:40

    ««Continuas a insistir na questão das taxas directoras baixas como causa do crédito de alto risco. Eu gostava de perceber com base em quê fazes tal afirmação»»

    Baseio-me na teoria económica básica. Crédito barato e ilimitado faz com que todos os agentes sejam forçados e tenham incentivos para arriscar mais. Se um período de crédito barato for seguido de um período de contracção brusca, o sistema rebenta. É isso que está a acontecer. Qualquer explicação que se baseie na acção individual é conjuntural e não explica de facto o problema.

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  33. 4 Abril, 2008 10:41

    ” não se preocupam em verificar a qualidade dos títulos que compram”

    Ah, mas o mercado verificou. Aquilo que ainda hoje é assumido pelo mercado como “qualidade dos títulos” estava perfeita e claramente verificado. Não é por aí, Miranda. Há questões de regulação que levavam à compra destes títulos, mas ao nível dos fundos, não ao nível da emissão de moeda ou na definição de taxas directoras.

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  34. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:42

    ««O problema tem muito mais que ver com (má) avaliação de risco e spreads do que com as taxas baixas do FED.»»

    Continuamos a insistir no mesmo. Porque é que os agentes fazem más avaliações? Porque ficaram subitamente todos com tendências suicidas? Isso é credível? Num mercado funcional, as más avaliações de uns são compensadas pelas boas de outros. O que aconteceu não se explica por más avaliações. Explica-se por um problema sistémico.

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  35. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:43

    ««Ah, mas o mercado verificou. Aquilo que ainda hoje é assumido pelo mercado como “qualidade dos títulos” estava perfeita e claramente verificado. Não é por aí, Miranda. Há questões de regulação que levavam à compra destes títulos, mas ao nível dos fundos, não ao nível da emissão de moeda ou na definição de taxas directoras.»»

    O tonibler vai ter que explicar de onde vêem essa subita má avaliação sistemática.

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  36. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:44

    As regras de regulação não mudaram. Logo, a falta de regulação não explica nada.

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  37. 4 Abril, 2008 10:50

    “Crédito barato e ilimitado”, a Caixa Geral de Depósitos tem biliões a taxa zero, assim como a esmagadora maioria dos bancos espanhóis e alemães que são caixas económicas. Isso não gera crédito de alto risco. E como já te repeti vezes sem conta, o subprime não era para os bancos alto risco, pelo contrário.

    Aquilo que acontece, e por aí talvez, é que com taxas directoras baixas e a emissão de moeda, a poupança passa a ter um valor negativo e os agentes põem o dinheiro na rua, mas não os agentes do mercado financeiro. Esses trabalham no spread, é irrelevante o nível das taxas na cedência de crédito. Aliás, o ataque que as poupanças têm, afastam os agentes menos informados e muito do funding barato que é dado por estes.

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  38. 4 Abril, 2008 10:50

    Curioso é que ninguém fala da enorme quantidade de pessoas que obteve crédito mais barato do que que seria normal.

    Aliás a esquerda tem problemas em criticar demasiado o assunto por que isso é criticar o acesso a crédito de muitas pessas desfavorecidas, o que os obrigaria depois a dizer:

    – vocês têm de ser mais discriminatórios…

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  39. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:54

    ««“Crédito barato e ilimitado”, a Caixa Geral de Depósitos tem biliões a taxa zero,»»

    A taxa zero, é como quem diz. As taxas dos depósitos são uma taxa de mercado que por sua vez resultam das taxas directoras. Quando as taxas directoras sobem, as taxas dos depósitos também sobem.

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  40. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 10:56

    ««Esses trabalham no spread, é irrelevante o nível das taxas na cedência de crédito. »»

    Para a procura de crédito não é irrelevante. A quantidade de crédito concedido por um banco depende do valor absoluto da taxa. Logo, quanto mais baixas forem as taxas maior o risco em que o banco tenderá a incorrer porque tem que ir buscar os clientes com mais risco.

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  41. 4 Abril, 2008 10:56

    “O tonibler vai ter que explicar de onde vêem essa subita má avaliação sistemática.”

    Mercado. Só. Pelo mesmo risco vou buscar a rentabilidades melhores, como o mesma rendibilidade vou buscar a de risco menor. Como o mercado aceita a S&P, a Moody’s, etc… como fontes de avaliação credíveis, se estas me davam as MBS como AAA então vou buscá-las e não vou buscar as OT’s portuguesas. Onde é que vês um problema de regulação ou de níveis de taxas aqui não entendo. Isto é válido com as taxas a 2%, como a 10%; em crise de liquidez ou em bolha.

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  42. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 11:09

    ««Mercado. Só.»»

    Mas explique lá o que é que mudou. Houve alguma desregulamentação recente?

    ««Pelo mesmo risco vou buscar a rentabilidades melhores, como o mesma rendibilidade vou buscar a de risco menor.»»

    Isso já era possível há 10 anos.

    «« Como o mercado aceita a S&P, a Moody’s, etc… como fontes de avaliação credíveis»»

    Isso já era assim há 10 anos.

    ««Onde é que vês um problema de regulação ou de níveis de taxas aqui não entendo. »»

    Não há problema de regulação nenhum. Há um desenvontro entre a poupança e o crédito que leva a uma bolha. Isso tem origem na forma como o crédito é criado. Avaliadores pouco fiáveis, bancos que incorrem riscos et são fenómenos que podem ocorrer em qualquer altura. A forma como o crédito é criado é que impede que esses erros dos agentes sejam imediatamente punidos pelo mercado.

    ««Isto é válido com as taxas a 2%, como a 10%; em crise de liquidez ou em bolha.»»

    Obviamente que não é. Se a taxa de juro estiver artificialmente baixa o mercado deixa de ter mecanismos de auto-correcção.

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  43. 4 Abril, 2008 11:09

    “as taxas dos depósitos também sobem”. Nos mercados líquidos e informados, sim. Nos depósitos à ordem há biliões que não seguem necessariamente as taxas. Então num mercado em semi-cartel como o português em que os bancos não remuneram depósitos à ordem médios e pequenos, não há dinheiro mais barato.

    “quantidade de crédito concedido por um banco depende do valor absoluto da taxa”
    Ui, já estás a mexer nas correlações minúsculas. A quantidade de crédito concedido por um banco depende apenas da capacidade que ele tem de captar fundos e, por exigência regulamentar, do seu capital. Se o banco der 10% ao mês para captar fundos, capta. Se baixo as taxas directoras e ponho dinheiro na rua, aumento a inflacção e o banco tem que subir as taxas para captar fundos. Isso não é, nem líquido, nem claro.

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  44. Pay Day permalink
    4 Abril, 2008 11:11

    Por que será que as postas do João Miranda sobre Economia me fazem sempre lembrar os Jogos Olímpicos para paraplégicos?

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  45. Alberto Mendes permalink
    4 Abril, 2008 11:18

    eu não apanho bolha disto mas vejo Euribor a subir e a remuneração das minhas contas à ordem a descer. Não entendo…

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  46. 4 Abril, 2008 11:19

    Tonibler

    “quantidade de crédito concedido por um banco depende apenas da capacidade que ele tem de captar fundos e, por exigência regulamentar, do seu capital.”

    Você deve viver noutro planeta. OS Bancos concedem crédito também por criação monetária. Assim.

    Eu vou ao Banco e peço crédito e o Banco faz o seguinte movimento mágico:

    Activo: Novo Crédito
    Passivo: Novo DO

    Como vê, o meu novo depósito/dinheiro permitiu financiar-me a mim mesmo! Genial!

    Como é que isto não poderá deixar de correr mal?

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  47. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 11:20

    ««Por que será que as postas do João Miranda sobre Economia me fazem sempre lembrar os Jogos Olímpicos para paraplégicos?»»

    Obrigado pelo comentário, mas pelos vistos nem sequer conseguiu arranjar um argumento que seja para responder ao meu post.

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  48. 4 Abril, 2008 11:22

    “Obviamente que não é. Se a taxa de juro estiver artificialmente baixa o mercado deixa de ter mecanismos de auto-correcção.”
    Desculpa????? Que taxa de juro??? A directora? Só tem efeitos temporários, o mercado corrige logo de seguida porque ninguém empresta a ninguém abaixo da inflação. Onde é que foste buscar esta agora é que não entendo, para mais estás a contrariar tudo o que já disseste.

    O que houve novo? A formação de uma confiança e um fenómeno estatisticamente improvável. Como te venho a repetir.

    Há 10 anos também as taxas estavam elevadas e já havia MBS’s, quer dizer que o teu argumento é completamente errado?

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  49. 4 Abril, 2008 11:23

    Jasus! Um novo mínimo, João Miranda. Parabéns.

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  50. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 11:24

    ««Ui, já estás a mexer nas correlações minúsculas.»»

    Curiosamente, é essa correlação minuscula que faz aparecer o subprime. O subprime só se torna num mercado interessante no momento em que as taxas estão baixas e todos os outros clientes com risco menor estão satisfeitos.

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  51. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 11:24

    ««Jasus! Um novo mínimo, João Miranda. Parabéns.»»

    Caro RuiMCB,

    Agradecia que apresentasse os seus argumentos.

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  52. 4 Abril, 2008 11:25

    “ninguém empresta a ninguém abaixo da inflação” ex-post ou ex-ante?

    E então veja as taxas (yeilds) da divida publica EUA bem abaixo da taxa de inflação.

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  53. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 11:29

    ««Desculpa????? Que taxa de juro??? A directora? Só tem efeitos temporários,»»

    De vários anos.

    «« o mercado corrige logo de seguida porque ninguém empresta a ninguém abaixo da inflação.»»

    Uma taxa acima da inflação pode continuar artificialmente baixa. A taxa de juro deve resultar do equilíbrio entre a poupança e a procura de crédito.

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  54. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 11:31

    ““as taxas dos depósitos também sobem”. Nos mercados líquidos e informados, sim. Nos depósitos à ordem há biliões que não seguem necessariamente as taxas. Então num mercado em semi-cartel como o português em que os bancos não remuneram depósitos à ordem médios e pequenos, não há dinheiro mais barato”

    Os depositos à ordem representam menos de 30% do total de depositos na banca portuguesa.

    “eu não apanho bolha disto mas vejo Euribor a subir e a remuneração das minhas contas à ordem a descer. Não entendo…”

    Eu vejo a Euribor a subir e a remuneração das minhas aplicações a prazo a crescer. Recebo telefonemas constantes de vários bancos a propor novas aplicações com taxas cada vez mais elevadas. É tudo uma questão de procurar…

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  55. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 11:33

    “as taxas dos depósitos também sobem”. Nos mercados líquidos e informados, sim. Nos depósitos à ordem há biliões que não seguem necessariamente as taxas. Então num mercado em semi-cartel como o português em que os bancos não remuneram depósitos à ordem médios e pequenos, não há dinheiro mais barato”

    “Obviamente que não é. Se a taxa de juro estiver artificialmente baixa o mercado deixa de ter mecanismos de auto-correcção.”
    Desculpa????? Que taxa de juro??? A directora? Só tem efeitos temporários, o mercado corrige logo de seguida porque ninguém empresta a ninguém abaixo da inflação. Onde é que foste buscar esta agora é que não entendo, para mais estás a contrariar tudo o que já disseste.”

    Mas afinal há ou não quem empreste a taxas abaixo da inflação? Ou os depósitos à ordem não são empréstimos aos bancos?

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  56. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 11:35

    Já gora, se as taxas directoras não tivessem efeitos reais significativos o FED não teria capacidade para estimular a economia, influenciar as bolsas e fazer baixar o desemprego.

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  57. 4 Abril, 2008 11:38

    “Ou os depósitos à ordem não são empréstimos aos bancos?”

    Infelizmente são. A DECO no minimo devia perseguir os Bancos por mau “labelling”. Mas não deviam ser. Um Depósito à ordem é (deveira ser) um depósito civil. E foi assim que os bancos nasceram, mas descobriram que podiam inventar notas sobre depósitos de moedas que não existiam, iniciando o milagre da multiplicação da moeda para conceder crédito.

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  58. 4 Abril, 2008 11:39

    “o FED não teria capacidade para estimular a economia, influenciar as bolsas e fazer baixar o desemprego.”

    Momentâneamente…depois vem a recessão por isso mesmo.

    A recessão é a cura e não a doença.

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  59. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 11:45

    “…quanto mais baixas forem as taxas maior o risco em que o banco tenderá a incorrer porque tem que ir buscar os clientes com mais risco.” JM

    Este argumento seria muito forte se fosse certeiro. Vejamos. Independentemente de a taxa ser 5% ou 2% os bancos só cedem crédito a clientes que as possam suportar. No 1º caso a banco vai descobrir que cedeu crédito a quem só poderia suportar 4 ou mesmo 3%. No 2º caso descobrirá que o cedeu a quem apenas suporta 1% ou zero. O risco de incumprimento é o mesmo.

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  60. 4 Abril, 2008 11:51

    Vamos então dizer assim:

    Quanto mais baixas forem as taxas (influenciadas pelo banco central), mais é provável que a economia entre num ciclo de expansão artificial que fornece os sinais errados, fazendo crer aos bancos e aos credores que os investimentos assim financiados vão ser rentáveis, quando na verdade não são sustentáveis.

    E assim, o que parece suportável não o é, porque o crédito ao investimento é efectuado em parte por criação monetária e não por captação de poupança real.

    E é tudo.

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  61. JoaoMiranda permalink*
    4 Abril, 2008 11:55

    ««Este argumento seria muito forte se fosse certeiro. Vejamos. Independentemente de a taxa ser 5% ou 2% os bancos só cedem crédito a clientes que as possam suportar. No 1º caso a banco vai descobrir que cedeu crédito a quem só poderia suportar 4 ou mesmo 3%. No 2º caso descobrirá que o cedeu a quem apenas suporta 1% ou zero. O risco de incumprimento é o mesmo.»»

    O problema é o seguinte: se durante o ciclo económicos, as taxas descerem a 2% o banco emprestará a quem consegui suportar 2%. Se descerem apenas a 5%, o banco emprestará apenas a quem consegue suportar 5%. Para alem disso, se durante o ciclo económico as taxas chegarem a taxas baixas como 2% dá-se um colapso informativo. O preço dos activos inflaciona e os bancos os agentes económicos deixam de conseguir avaliar correctamente o preço dos activos que suportam os empréstimos. O risco de erros sistematicos colectivos aumenta.

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  62. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 12:02

    “Vamos então dizer assim:

    Quanto mais baixas forem as taxas (influenciadas pelo banco central), mais é provável que a economia entre num ciclo de expansão artificial que fornece os sinais errados, fazendo crer aos bancos e aos credores que os investimentos assim financiados vão ser rentáveis, quando na verdade não são sustentáveis.

    E assim, o que parece suportável não o é, porque o crédito ao investimento é efectuado em parte por criação monetária e não por captação de poupança real.

    E é tudo.”

    Agravado pelo facto do Greenspan se ter “esquecido” de ter em conta a evolução de mercados não puramente financeiros, não tendo aumentado as taxas de juro a tempo e permitindo a criação de uma bolha especulativa no imobiliário.

    Há um livro fantástico sobre estes assuntos (Manias, Panics and Crashes, de Kindleberger). Altamente recomendável, mas que provavelmente não será devidamente apreciado por austriacos 😉

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  63. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 12:07

    Na europa se o valor das casas desvalorizar as respectivas perdas ficam a cargo de quem contraiu o empréstimo. Na América não: são os bancos que entram pelo cano. Isso faz toda a diferença.

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  64. 4 Abril, 2008 12:08

    “Greenspan se ter “esquecido””

    Não, pelo contrário. O FED e ele explicitamente declararam que não era o papel deles em seguir os preços de activos (financeiros e não financeiros).

    Acho que aos poucos começam a mudar de ideias, e como já disse o JM, se o fizerem, bem , mesmo bem, será o equivalente a termos padrão ouro, ou um política monetária quantitativa e não de preços.

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  65. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 12:18

    “Acho que aos poucos começam a mudar de ideias, e como já disse o JM, se o fizerem, bem , mesmo bem, será o equivalente a termos padrão ouro, ou um política monetária quantitativa e não de preços”

    Que me recorde, desde os tempos de Volcker que a politica do FED se baseia em money-targeting.

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  66. 4 Abril, 2008 12:26

    Não, “nos” (e não “desde”) tempos de Volcker.

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  67. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 12:31

    Concordo que principalmente nos ultimos tempos de Greenspan houve alguma inversão, mas em grande parte dos seus mandatos, a politica era também de money-targeting. Já agora, qual a sua opinião sobre Bernanke?

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  68. 4 Abril, 2008 12:35

    Bernanke-throwing-money-from-helicopters?

    Bernanke-compra-30-bilioes-de-“activos”-de-um-banco-de-investimento-com-dinheiro-criado-eassegura-financiamento-a-jpmorgan?

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  69. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 12:52

    Não é que tenha muito a ver com o assunto (talvez até tenha), mas há uns largos anos (deve ter sido em 93 ou 94) participei num curso sobre Global Financial Management com a participação do então presidente do Buba (o Tietmeyer), o Norbert Walter, gente da GS, etc, e andava tudo em extâse com as tendências de securitização. Já não me lembro de muita coisa, mas acho que a palavra que mais ouvi foi “decoupling” dos mercados financeiros vs. economia real. O futuro ia ser brilhante, as ABS iam transformar a análise de risco, etc, etc. Bons tempos…

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  70. lucklucky permalink
    4 Abril, 2008 12:52

    O “microcrédito” a pobres sem historial económico foi elogiado por todos e até deu direito a Nobel. Aregulação que certos anti-mercado querem, vai tirar a possíbilidade de crescer a muita gente, essencialmente pobre. Para os Bancos até é mais seguro e assim nem precisam de entrar em competição(embora o possam vir a fazer por outros meios como ofertas). Faz parte da economia haver falências.

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  71. 4 Abril, 2008 13:08

    A securitização é um desenvolvimento óptimo e permite financiamentos mais eficientes de activos que não tinham acesso e certo tipo de investidores.

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  72. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 13:08

    É evidente que a regulação não conseguirá evitar que novas situações semelhantes voltem a ocorrer. O que já não é tão evidente é que a auto-regulação económica através do mercado possa resolver alguma coisa. Bem pelo contrário, só serviria para potenciar conflitos e um aumentar as desigualdades e a pobreza. Foi justamemente a fé nessa auto-regulação que fez com que nos anos 20 e 30 emergissem regimes totalitários em nome da defesa dos interesses colectivos.

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  73. Nuspirit permalink
    4 Abril, 2008 13:14

    Por outro lado nada nos garante que taxa de juro estabelida no equilíbrio entre a poupança e a procura de crédito não seja ela também muito baixa. Lá teriamos outra vez o crédito de alto risco e todos os problemas subsquentes.

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  74. Luís Lavoura permalink
    4 Abril, 2008 13:16

    “Como se as bolhas imobiliárias não fossem uma consequência inevitável do crédito barato gerado pelos bancos centrais”

    O facto de o crédito ser barato não implica que ele seja concedido a seja quem fôr.

    O problema do subprime não consiste em os juros do crédito hipotecário terem sido demasiado baixos. O probema do subprime consiste, sim, em ter sido concedido crédito a quem não o podia pagar de volta.

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  75. JoãoMiranda permalink
    4 Abril, 2008 13:21

    ««O facto de o crédito ser barato não implica que ele seja concedido a seja quem fôr.»»

    Já respondi isso na discussão. Crédito barato implica competição para aproveitar o crédito barato e riscos maiores.

    ««O problema do subprime não consiste em os juros do crédito hipotecário terem sido demasiado baixos. O probema do subprime consiste, sim, em ter sido concedido crédito a quem não o podia pagar de volta.»»

    Análises a posteriori do mercado de crédito valem o que valem e não explicam nada.

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  76. El Terrible permalink
    4 Abril, 2008 13:39

    liga-se a tv e o jornalista diz que a crise do sub-prime nos eua esta a criar uma crise tremenda na europa. abre-se a net e um dos blogs preferidos fala da crise do sub-prime…..
    alguem me sabe dizer por favor que percentagem o sub-prime representa da totalidade do credito imobiliario nos eua?

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  77. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 13:53

    “alguem me sabe dizer por favor que percentagem o sub-prime representa da totalidade do credito imobiliario nos eua?”

    13% (do total do crédito imobiliário para o mercado residencial)

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  78. 4 Abril, 2008 14:24

    “Os depositos à ordem representam menos de 30% do total de depositos na banca portuguesa”

    Então podes dizer que os bancos portugueses pagam os fundos a 70% da taxa directora.

    “E então veja as taxas (yeilds) da divida publica EUA bem abaixo da taxa de inflação”

    As taxas directoras são definidas contando que o cliente é um banco. O estado onde esse banco “vive” tem um risco inferior ao dos bancos e, por isso, o spread implícito é negativo.

    “Já gora, se as taxas directoras não tivessem efeitos reais significativos o FED não teria capacidade para estimular a economia, influenciar as bolsas e fazer baixar o desemprego.”

    Têm, mas não aquelas que dizes.

    “Mas afinal há ou não quem empreste a taxas abaixo da inflação? Ou os depósitos à ordem não são empréstimos aos bancos?”

    São, mas não dos bancos. E as taxas de juro no mercado são definidas pelas transacções entre os bancos.

    “Análises a posteriori do mercado de crédito valem o que valem e não explicam nada.”

    Ora aí está a defesa da regulação irracional (sem qualquer juízo de valor associado). De acordo com aquilo que se conhecia há um ano, a obrigações baseadas em crédito, ou incluindo, subprime eram fabulosas e sem risco. Pela simples razão que foram assumidos pressupostos com base no conhecimento da altura que não incluia a queda dos preços do imobiliário. Logo, do ponto de vista racional, os spreads e o valor dos colaterais mais que compensavam as distribuições conhecidas de incumprimento. De outra maneira, matematicamente não havia hipóteses de perda com base nos parâmetros de entrada.

    Quando a regulação é irracional, ignora tudo isto e estabelece patamares absurdos ou sem qualquer aderência à realidade conhecida (que aliás defendias no caso das acções do BCP, se bem me lembro) mas que se adaptam melhor à realidade imprevista. No fundo, Miranda, és um comuna..;)

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  79. 4 Abril, 2008 14:37

    tonibler

    Ainda não fez um esforço para perceber o argumento principal sobre como aparece o erro económicos cometido por todos os agentes, quer quem concede o crédito e quer quem pede o crédito.

    Imagine uma quantidade de moeda fixa. O mercado estabeleceria uma taxa de juro totalmente livre (de curto prazo incluindo). Vamos chamar que essa seria a taxa de juro natural, que equilibra a preferência de aforradores e investidores, tipo 3%.

    Agora, imagine uma intervenção estatal que diz. Não vamos, ficar a taxa a 2% e quem pedir crédito, faremos a criação de dinheiro necessária para o efeito.

    Esse sinal de 2% provocaria uma expansão económica durante um certo tempo, que conduziria ao tal boom num ou mais actividades e que enganaria credores e investidores nas suas expectativas e decisões, ente outra razões poquie torna rentáveis investimentos a 2% e porque dá a sensação a todos que a economia está em crescimento benigno (quando não está).

    E depois… depois vem a recessão.

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  80. 4 Abril, 2008 14:38

    “que diz: vamos, fixar a taxa a 2%”

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  81. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 14:43

    ““Os depositos à ordem representam menos de 30% do total de depositos na banca portuguesa”

    Então podes dizer que os bancos portugueses pagam os fundos a 70% da taxa directora.”

    Por acaso, não. Os depósitos totais do sector não monetário representam cerca de 53% do total dos passivos bancários. Os passivos face a outras instituições financeiras não são necessariamente remuneradas à taxa directora e os passivos face ao Banco Central representam só 0,52% do passivo total.

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  82. JEM permalink
    4 Abril, 2008 14:44

    A explicação do JM tem muito de verdade, mas é parcial.

    Há 2 fenómenos novos centrais a esta crise.

    1. Crescimento enorme do novo mercado de titularização de dívida de particulares – o incentivo a avaliar a qualidade do crédito diminui brutalmente por parte de quem o concede, porque não vai ficar no seu balanço. E o mercado ainda não tinha a capacidade para avaliar correctamente a qualidade dos activos titularizados (sub-estimando o seu risco e, consequentemente, sobre-avaliando o seu valor).

    2. Emergência do mercado de consolidação de créditos em activos imobiliários. Os bancos e emissores de crédito passaram a funcionar com base num “wishful thinking” de que os imóveis seriam um colateral sem risco. Todos os créditos (incluisivamente ao consumo e de cartão de crédito) passaram a ser colaterizáveis contra um imóvel.
    A verdade é que, estando o imobiliário numa bolha especulativa (é verdade, em parte criada por excesso de liquidez artificial), o rebentar da bolha imobiliária teve um impacto no mercado financeiro.

    Estes fenómenos são novos na economia americana: 1. fim do incentivo à responsabilização criado pela titularização e falta de transparência nos activos transaccionados e 2. excessiva dependência do colateral imobiliário. Se não tivessem surgido, o mais provável seria o crédito artificialmente barato ter apenas gerado inflação.

    As economias e os agentes sabem reagir e vão aprender com estes erros, que certamente não se repetirão tão cedo. E talvez o FED ganhe juízo e deixe de estar permenentemente a tentar dar “empurrões” à economia.

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  83. 4 Abril, 2008 14:54

    JEM

    E para que serve mesmo um banco central? para tornar possível a concessão de crédito sem captação de poupança, causa da Grande Depressão, e quem sabe de uma nova.

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  84. 4 Abril, 2008 15:05

    “Então podes dizer que os bancos portugueses pagam os fundos a 70% da taxa directora.”

    Muito longe disso. Primeiro porque grande parte dos depósitos à ordem são remunerados. Depois porque a gestão dos passivos dos bancos têm um custo administrativo elevado. Nos anos em que trabalhei no sector, o custo total da gestão da carteira de passivos andava entre 1,7% a 2% ao ano do total da carteira.

    O que os bancos tentam fazer na sua pool de financiamentos é apostar sempre na fracção que tem custos mais baixos. Se fosse verdade que um banco tinha 30% do seu funding grátis através de depósitos e 70% à taxa directora, como é óbvio este banco estaria disposto a pagar muito mais para angariar novos depositantes e a pagar-lhes marginalmente até ao custo do funding externo.

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  85. 4 Abril, 2008 15:14

    Caros

    O BC injecta reservas (pela compra de DP ou operações com colateral) e os Bancos multiplicam a quantidade de moeda concedendo crédito criando depósitos (até ao limite do multiplicador monetário)

    Parece-me que ignoram o principal, causa do erro sistemático de que o JM fala.

    O Luis Lavoura diz que mesmo assim, não são obrigados e conceder crédito, mas como já se disse, num ciclo de expansão económica todos são enganados quanto à verdadeiras saúde da economia.

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  86. 4 Abril, 2008 15:17

    Boa Contabilista! Explicas isso agora aos outros todos??? Afinal estamos a falar de 0,52% do total dos fundos??..;)

    CN , já entendi o argumento há muito tempo e estou careca de dizer que estão a pesar na cauda da curva e não no meio. Andaram a ler os tratados do pós-guerra, de certeza. 3% para 2% é importante em investimentos com um spread de risco miserável. Investimentos tipo obrigações AAA. Certo??? O mal em tudo isto foi que aquilo não era AAA. Só. Pegaram em lixo e fizeram ouro.

    Já agora, para me ajudares a compreender, a taxa na europa, está alta ou está baixa???…..;)

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  87. 4 Abril, 2008 15:20

    jcd,

    Isso é óbvio. Eu só puxei essa questão para mostrar que as DO’s também configuram uma situação de dinheiro barato e não é por isso que geram crédito de alto risco.

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  88. 4 Abril, 2008 15:44

    “Isso é óbvio. Eu só puxei essa questão para mostrar que as DO’s também configuram uma situação de dinheiro barato e não é por isso que geram crédito de alto risco.”

    O meu comentário é para mostrar que não são. Os custos do DO devem ser iguais às alternativas. Se forem mais baratos, os bancos puxam pelo DO até serem iguais.

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  89. 4 Abril, 2008 16:29

    jcd,

    não em mercados ilíquidos ou em semi-cartel, como em Portugal, que até têm taxa zero ou muito próximo disso. O facto de terem custos internos é irrelevante no caso, também todos os outros passivos têm.

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  90. 4 Abril, 2008 16:42

    jcd,

    não em mercados ilíquidos ou em semi-cartel, como em Portugal, que até têm taxa zero ou muito próximo disso. O facto de terem custos internos é irrelevante no caso, também todos os outros passivos têm.

    1. Agora, em Portugal, parece que tudo é um cartel. Ainda hoje recebi um e-mail propondo-me uma aplicação a 3 meses com uma Taxa Efectiva de 4,2%. Os bancos lutam pelos clientes de uma maneira que não se vêm em quase nenhum outro sector, gastam milhões em publicidade e mesmo assim chama-se a isto cartel…

    2. O custo interno ou administrativo de ir buscar dinheiro a depositantes é incomparavelmente maior do que ir buscar o mesmo dinheiro ao banco central ou ao mercado interbancário. Num banco bem gerido, o custo marginal de todos os financiamentos está equilibrado.

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  91. 4 Abril, 2008 17:15

    jcd,

    Mas que banco mal gerido. Deviam ter mandado o mail para o BCE!….:)

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  92. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 17:20

    “jcd,

    não em mercados ilíquidos ou em semi-cartel, como em Portugal, que até têm taxa zero ou muito próximo disso. O facto de terem custos internos é irrelevante no caso, também todos os outros passivos têm.

    1. Agora, em Portugal, parece que tudo é um cartel. Ainda hoje recebi um e-mail propondo-me uma aplicação a 3 meses com uma Taxa Efectiva de 4,2%. Os bancos lutam pelos clientes de uma maneira que não se vêm em quase nenhum outro sector, gastam milhões em publicidade e mesmo assim chama-se a isto cartel…

    Evolução das Taxas de Juro de Saldos de Depósitos de Particulares (Responsabilidades À VISTA):

    Dez-05: 0,15%
    Dez-06: 0,18%
    Dez-07: 0,20%
    Jan-08: 0,22%

    Quem tenha algum capital disponivel pode confirmar totalmente o que o JCD diz: a agressividade na captação de recursos de particulares é crescente. Entre outras, recordo que o Barclays em Nov ou Dez estava a pagar 8% TANB em aplicacoes até 100.000 até 15/Jan. Neste momento há quem proponha 4,95% TAEL.

    E porquê?:

    Porque “O meu comentário é para mostrar que não são. Os custos do DO devem ser iguais às alternativas. Se forem mais baratos, os bancos puxam pelo DO até serem iguais.”, substituindo onde está DO por DP… O que aumentou brutalmente foi o custo do funding externo. Há uns gráficos interessantes na apresentação do BES na Morgan Stanley Banks Conference sobre este aspecto.

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  93. Contabilista permalink
    4 Abril, 2008 17:22

    “The cost of funding of the financial sector significantly increased since the beginning of the crisis,
    in the summer of 2007 (increase of about 145 bp in Portugal, which is equivalent to a 14x increase in
    the cost of funding).
    • Greater risk aversion led to strong reduction in the issuance of credit-backed bonds,
    considerably raising the number of emissions retained in balance or used as collateral with the ECB.”

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  94. jose manuel santos ferreira permalink
    4 Abril, 2008 17:27

    Ó Miranda
    Não te sentes aliviado por viveres em Portugal ??

    Explica-me como se eu tivesse 61 anos

    Com as falência
    Com as baixas catastróficas na W Street
    Explica-me o que está a acontecer aos fundos de pensões ?????

    Será que se vivesses nos eeuu estavas relaxado da vida a pensar que tinhas a tua reforma garantida ????

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  95. 4 Abril, 2008 18:13

    Meus senhores, aproveitem para aprender mais um pouco sobre este tema, com quem realmente sabe. Há muito que aqui em Portugal se tinha identificado e avisado para esta crise, que não se refere só ao subprime, mas sim a uma tomada excessiva de dívida a nível global:

    A Bolha Invisível – http://www.thinkfn.com/content/view/246/
    O Poder dos Incentivos – http://www.thinkfn.com/content/view/259/
    O Modelo de Originação – http://www.thinkfn.com/content/view/267/

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  96. 4 Abril, 2008 20:52

    Pedro Gomes

    Segundo percebo o autor não culpa a expansão monetária em si. Estes economistas como bons socialistas monetários que são o que acham é que a pessoa certa não está à frente da máquina de fazer moeda.

    Não existe forma de saber qual a taxa de juro certa da mesma que não existe forma de saber qual o preço certo do pão.

    A taxa de juro representa um rácio entre consumo imediato e o seu adiamento. O investimento concorre com esta preferência. Mas para uma taxa de juro correcta se formar a moeda deve ter a qualidade principal pelo qual uma moeda é escolhida:

    – a estabilidade da sua quantidade total (por isso o ouro será sempre a moeda escolhida se existir liberdade monetária). Na verdade qualquer quantidade de moeda é suficiente (afirmação balsfémica para o maistream económico). Tem é de ser estável.

    As bolhas seguidas de correcção existirão sempre nestas condições. Umas vezes vão para as acções “internet”, outras para o imobiliário, outras para as tulipas, outras para os caminhos de ferro. Uma teoria sobre bolhas tem necessariamente de incidir sobre o fenómeno de desequilíbrio entre o investimento e a poupança.

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  97. 4 Abril, 2008 20:54

    “Tem é de ser estável.” – no sentido da sua quantidade total, não de uma média estatística como a taxa de inflação.

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  98. JoãoMiranda permalink
    4 Abril, 2008 21:07

    ««Umas vezes vão para as acções “internet”, outras para o imobiliário, outras para as tulipas, outras para os caminhos de ferro. »»

    E é por não se saber onde vai ser a próxima que a regulação não serve para nada. O que é que se deve regular para evitar a próxima bolha? Ninguém sabe.

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  99. 5 Abril, 2008 02:12

    CN,

    Não me diga que apelidou o Incognitus de Socialista… é a pessoa mais liberal (no sentido total do termo) que eu até agora vi por aí. Aliás basta ver as suas intervenções no Think Finance 🙂

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  100. Minhoto permalink
    5 Abril, 2008 16:26

    “Qualquer sistema que dependa da bondade de comerciantes, banqueiros ou reguladores está condenado” by João Adam Miranda Smith

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  101. Anónimo permalink
    5 Abril, 2008 17:34

    JoãoMiranda Diz:
    ««E é por não se saber onde vai ser a próxima que a regulação não serve para nada. O que é que se deve regular para evitar a próxima bolha? »»

    Curiosamente, será que JMiranda defende que não se deve fazer nada ? Ou que não se deve fazer nada do que se tem dito por aqui (na genaralidade)?
    Curiosamente, para o JMiranda e todos , eis a pergunta: o que se deve ou devia fazer ?

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  102. Anónimo permalink
    5 Abril, 2008 17:39

    “Nao sei porque continua a insistir num assunto que notoriamente nao domina, revelando o seu lado mais imbecil e mentecapto.
    néscia e santa ignorancia.
    Podia escrever sobre a obesidade, ”

    Curiosamente estas partes não foam cortadas (censuradas) apesar de serem alegadamente crime de difamação

    “Tadinho do JMiranda. Pobrezinho”

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  103. 5 Abril, 2008 23:29

    “Curiosamente estas partes não foam cortadas (censuradas) apesar de serem alegadamente crime de difamação”

    Claro que não. Estas coisas só se cortam quando são verdade. Aqui apenas servem para caracterizar o autor dos insultos: http://idioticesavaler.blogspot.com/

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  104. 6 Abril, 2008 00:01

    ” O que é que se deve regular para evitar a próxima bolha? Ninguém sabe.”

    Não é preciso saber. Sobem-se os níveis de segurança de forma irracional para cobrir este desconhecimento.

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  105. JoãoMiranda permalink
    6 Abril, 2008 00:07

    ««Não é preciso saber. Sobem-se os níveis de segurança de forma irracional para cobrir este desconhecimento.»»

    Claro que se subirem os níveis de segurança de forma irracional (e irracional é a palavra certa) em vez crises periodicas fica-se permanentemente em crise.

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  106. 6 Abril, 2008 10:38

    “Claro que se subirem os níveis de segurança de forma irracional (e irracional é a palavra certa) em vez crises periodicas fica-se permanentemente em crise”

    Não exactamente. Fica-se com um custo de funcionamento maior. Até os reguladores sabem adaptar-se ao “seu” mercado, pelo que não vão matar a sua galinha de ovos de’ouro. Um pouco como tu defendias que os bons accionistas já incorporavam o risco do Jardim Gonçalves emprestar dinheiro ao filho, os “bons” reguladores impõe provisionamento para aquilo que sabem e para o que não sabem.

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  107. JoãoMiranda permalink
    6 Abril, 2008 17:04

    ««Um pouco como tu defendias que os bons accionistas já incorporavam o risco do Jardim Gonçalves emprestar dinheiro ao filho, os “bons” reguladores impõe provisionamento para aquilo que sabem e para o que não sabem.»»

    Claro que isso implica que a performance do sistema será tão boa como a de um sistema comunista com gestão central. Que não evitará crises períodicas à mesma porque a partir daí passará haver um único com decisor deixando de haver dispersão de risco. Acho que antes de andarem a pedir soluções milagrosas para o mercado de capitais valeria a pena responder à questão seguinte: porque é que a União Soviética não tinha bolsa de valores?

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  108. 6 Abril, 2008 18:42

    “Claro que isso implica que a performance do sistema será tão boa como a de um sistema comunista com gestão central.”

    Não, não implica. E aqui cai o grande erro dos teus posts, a vida não é a preto e branco. Há níveis de cinzento onde a regulação pode ser feita protegendo o mercado das singularidades catastróficas e garantindo que existe mercado.
    O mercado de capitais é um bom exemplo, a Euronext, por exemplo, exige um tal montante de margem nos participantes que nem todos os intermediários lá vão. É uma forma de regulação do próprio mercado. Os mercados de futuros funcionam todos assim, e por aí fora. Muita da regulação é imposta pelos próprios agentes, mesmo a irracional. Na irracional só tens que garantir que consegues cobrir as singularidades menos catastróficas que as catástrofes sem controlo.

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