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Que ao menos desmintam!

21 Abril, 2008

Ferreira Fernandes tem procurado trazer para o debate o conteúdo duma carta atribuída a Rosa Coutinho e transcrita no livro “Holocausto em Angola” de Américo Cardoso Botelho. Esta carta foi tomada por verdadeira por António Barreto que a citou na sua coluna do PÚBLICO. Nessa carta Rosa Coutinho exortaria Fidel Castro a aterrorizar os angolanos nomeadamente os brancos.
Li o livro de Cardoso Botelho e logo também a dita carta que aliás já tinha sido publicada noutros livros. Francamente não me parece que Rosa Coutinho a tenha escrito. Não porque Rosa Coutinho não tenha desenvolvido a estratégia que lá se encontra definida mas sim porque não precisava de escrever nada. A fazer fé em livros escritos sobre Cuba percebe-se que o papel de Rosa Coutinho foi muito mais odioso do que aquilo que está escrito nessa carta.
Livros como «Fidel Castro, el final del camino» de Santiago Aroca ou «Castro : subversão e terrorismo em África» de Juan Benemelis não só procuram dar conta do que foi a participação militar cubana em Angola como acabam por referir o papel nela desempenhado por alguns políticos e militares portugueses. Mais precisamente referem a passagem de informações classificadas por militares portugueses ao exército cubano para que este pudesse intervir em Angola.
Numa Angola ainda sob administração portuguesa, civis e militares portugueses passaram aos cubanos a informação necessária para que estes se instalassem e combatessem. Este comportamente tem um nome: traição.
Os livros de Santiago Arouca e de Benemelis a par de relatos sobre a Operação Carlota referem reuniões não apenas em Angola mas também em Havana e Lisboa onde portugeses teriam estado presentes para, com os seus conhecimentos militares e geográficos de Angola, ajudarem os cubanos a desempenhar a sua missão: tornar o MPLA (ou parte dele) senhor de Angola e eliminar qualquer veleidade duma independência que permitisse uma esperança de democracia e aos portugueses continuar a viver em Angola. O terror de que a carta fala era necessário mas, tal como escrevi no início, não me parece necessário que Rosa Coutinho escrevesse sobre isso a Fidel. O seu papel dispensava-o de tais missivas.
Perante a publicação desta carta e os factos revelados por Cardosos Botelho, também eu esperei, como Ferrreira Fernandes, «um sobressalto nacional para tirar a coisa a limpo.». Mas na verdade o silêncio dos partidos, dos militares e das instituições nacionais ao longo destes mais de 30 anos sobre a descolonização é ainda mais perturbante do que aquilo que se vai sabendo. Tal como Ferreira Fernandes acabo a concluir «Ou eu tenho razão (…) ou este silêncio é doentio».

105 comentários leave one →
  1. 21 Abril, 2008 09:19

    O que é doentio em Ferreira Fernandes é ele achar que a carta é falsa porque … Sim.
    O dogma da virgem Maria permite mais dúvidas que os dogmas de Ferreira Fernandes.

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  2. Anónimo permalink
    21 Abril, 2008 09:30

    Rosa Coutinho ainda é vivo?

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  3. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 09:32

    É vivo Rosa Coutinho. Está vivo o PCP. Estão vivos muitos dos militares e civis que em Angola e Lisboa, pelas funções que desempenhavam, podem dizer se isto é verdade ou mentira

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  4. Anónimo permalink
    21 Abril, 2008 09:47

    Também acho. E os jornalistas deviam insistir na pergunta.

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  5. balde-de-cal permalink
    21 Abril, 2008 09:58

    a revolução que alguns vão comemorar foi mais comunista que socialista. a entrega das colónias mais ou menos negras interessava à falecida união soviética. os actores da tragi-comédia continuam intocáveis porque mantêm o poder por interpostas pessoas

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  6. Anónimo permalink
    21 Abril, 2008 10:00

    obrigado balde de cal, mas que seca esta propaganda-lixo de spam

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  7. Portugal Sempre! permalink
    21 Abril, 2008 10:07

    O Rosa Coutinho é a prova plena da nossa cobardia e indigência intelectual. Das centenas de milhares pessoas que vieram de Angola em 1975, não houve uma (!), que fizesse alguma coisa de útil contra esse canalha sem vergonha!
    O que ele merecia sei eu!

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  8. 21 Abril, 2008 10:27

    A “exemplar descolonização” feita por um bando de inqualificáveis traidores, vai sendo esquecida pela vergonha que encerra, ao ritmo da morte dos seus responsáveis. Terão contribuído para uma das páginas mais negras da história de Portugal. Terão prejudicado gravemente milhares de compatriotas mas principalmente os povos locais entregues a regimes marxistas e ditatoriais, sem direito a serem ouvidos. Ainda hoje padecem das medidas então tomadas.

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  9. Anónimo permalink
    21 Abril, 2008 10:33

    O assunto é tabu porque afinal existem muitas cumplicidades, mesmo nos que andam por aí devidamente eleitos…
    O nosso zé povinho além de piolhosos é estúpido.E tem o que merece.
    Tem muita droga e muitos “jovens” a quem entregar as filhas…

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  10. 21 Abril, 2008 10:33

    E onde estava, Helena, essa “esperança de democracia” em Angola? Na FNLA e na UNITA? Ou no regime do Apartheid?
    É que ao ler o que a Helena escreve, fico com a impressão de que o único partido armado, à época, era o MPLA. E até parece que só havia cubanos em Angola, e não tropas regulares do exército sul-africano e mercenários de toda a sorte…

    PS. Se quer saber o que realmente foi a presença cubana em África, numa análise despida dos arquétipos da guerra fria, recomendo-lhe o documentário “Cuba, Uma Odisseia Africana”, de Jihan El Thari.

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  11. 21 Abril, 2008 10:37

    Nada de estranho. Tudo normal. É o habitual estado de alma do português, “não se fala em coisas pôdres”. Como se ao ninguém falar no “assunto”, este morresse por si!

    Aliás, o “pai do sistema”, Soares, continua a dizer que seria impossível fazer uma descolonização melhor. A “culpa foi de Salzar e Caetano”, “fizemos o melhor, no tempo mais curto”, diz o “pai da Pátria”.

    Estes “lixos” vão custar muito caro a longo prazo. Mas, no longo prazo estarão cá outros.

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  12. caramelo permalink
    21 Abril, 2008 10:42

    Tou mesmo a ver: o PCP e o Rosa Coutinho não dizem nada, porque a carta é mesmo verdadeira e eles estão demasiado envergonhados e não querem mentir dizendo que não foram eles… Helena Matos, digam eles o que disserem, o resultado será o mesmo, como se pode ver pelos comentários acima. Aliás, se falarem, só vão atiçar os ânimos. Duvida? É deixar a coisa passar. É claro que ninguém de bom senso acredita numa coisa daquelas; é demasiado absurdo. E a própria Helena sabe disso. Só espanta o Antónoo Barreto nem sequer ter colocado uma so0mbra de dúvida na veracidade daquilo. O que diz bem da sua perspicácia.
    E no entanto, está tudo à espera de um desmentido oficial…

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  13. Red Snapper permalink
    21 Abril, 2008 11:05

    Se bem me lembro a Helena Matos naquela época andava pelas ruas a berrar “nem mais um soldado para as colónias”. No fundo, a Helena Matos também foi uma traidora.

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  14. 21 Abril, 2008 11:16

    Quem esteve lá acredita na carta. Verdadeira, ou não.
    Não diz sequer o que se passou. Para brancos mas também negros que não fossem MPL?As.
    Infelizmente Rosa Coutinho não foi o único criminoso à época.
    Cumprimentos.

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  15. juju permalink
    21 Abril, 2008 11:30

    Quem não acreditar na carta, voe até à África do Sul e procure-a nos arquivos do século, isto é, senão tiverem já sido cortados à catanada; queimados ou enviados para arquivos particulares….Mas, eu até me espanto com algumas afirmações: então afinal os “mitos” dos retornados “colonialistas” e “fascistas”, afinal, são verdadeiros? Bem isto é mesmo engraçado…Meus senhores, se querem conhecer a verdade sobre a descolonização, por favor, não se limitem a ver o programa do joaquim Furtado…No outro dia, até achei piada a um dos episódios desta narrativa- a pergunta: “como era a convi^vência entre as populações brancas e as nativas” eram respondidas por membros da FRELIMO e do MPLA- só faltava fazerem-na ao Holden Roberto. Claro que as respostras foram as da praxe, das narrativas míticas animalistas destes “grandes democratas” que reduziram as suas populações à maior das misérias e a toda a espécie de barbárie- as populações a quem prometeram a liberdade…Linda liberdade! Para eles foi- vivem num luxo obsceno enquanto têm os outros acorrentados a regimes esclavagistas e ainda têm a lata de falar nas relações de convivência entre brancos e negros numa época em que toda a gente vivia bem nutrida em África…E, depois, passavam imagens de negros com profissões como enfermeiros e funcionários logo afirmando que era mentira…Mentira são o que os senhores contam: havia já elites negras, mestiças, mulatas e todos conviviam em paz e em prosperidade com as brancas…Nunca se viu a disparidade entre o luxo obsceno e a miséria atroz na época colonial como agora…Sistemas branqueados por este tipo de narrativas que não se importam nada que populações inteiras estejam sob a lei da catanada desde que a ~mão que a segura seja negra! Que grandes humanistas! Que vergonha!

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  16. caramelo permalink
    21 Abril, 2008 11:32

    “Quem esteve lá acredita na carta. Verdadeira, ou não.”

    Está a ver, Helena Matos? É uma questão de fé. Sobre questões de fé não se fazem desmentidos. Seria até um desrespeito.

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  17. atchim permalink
    21 Abril, 2008 11:39

    eu também gostaria de perguntar: onde pára o senhor Rosa Coutinho? Que tipo de empresas lidera? O senhor Jaime Fernandes não é angolano? Não é jornalista? Então, porque não foi à fonte saber se a carta foi escrita ou não ou limita-se a tecer comentários de café? A carta não é um documento oficial? Aonde pára? Ou os documentos oficiais foram pelo cano? Onde estão e quem os tem?
    porque continuam a vender-nos histórias da carochinha se o que vemos em África nada tem a ver com contos de fadas? alguém no seu perfeito juízo acreditará que as populações hoje famintas são mais felizes e livres do que quando lá estavam os portugueses? será que alguém no seu perfeito juízo ainda acredita nas balelas que oportunistas sob a égide soviética e cubana querem impor como verdades? quem se responsabiliza pelas barbáries que foram e continuam a ser cometidas?
    para além das actuais elites bem alimentadas e a viverem no luxo quem é que beneficiou com o que se passou? vão dizê-lo às mães que vêem os seus filhos a morrerem de fome e ainda se lembra da abundância do passado!
    estou cada vez mais de acordo com Franco “no lo crea, los portugueses son muy cobardes”

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  18. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 11:52

    “Quem esteve lá acredita na carta. Verdadeira, ou não.”
    «Está a ver, Helena Matos? É uma questão de fé. Sobre questões de fé não se fazem desmentidos. Seria até um desrespeito.»

    O que está escrito na carta aconteceu. O que não quer dizer que a carta seja um documento verdadeiro. A carta retrata com assinalável precisão aquela que foi uam das técnicas usadas em Angola para criar um clima de pânico entre aqueles que se achava poderiam reagir ao trespasse colonial de Angola, trespasse esse designado até hoje como descolonização

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  19. José permalink
    21 Abril, 2008 11:59

    Tecnica essa usada noutros lados, por outros indivíduos e grupos de terror. É ler o manual de guerrilha urbana do Marighella. Manual muito em voga nesses tempos.

    Há uma coisa na carta que me leva a entender a mesma como falsa: a linguagem usada, por ser demasiado explícita, prova demais. Parece escrita para isso mesmo: provar demais.

    E por isso, a dúvida é a melhor das atitudes, neste caso. Tal como Ferreira Fernandes fez.
    Aliás, já tinha lido em tempos a carta e fiquei com a mesma impressão.

    Ainda assim, se for verdadeira, configura a prova escrita de um crime de traição.

    Mas-pergunto, agora- é preciso provas escritas desse crime, em relação a certas pessoas?

    Onde páream os documentos da PIDE/DGS que Mithrokyne ( ou coisa assim) escreveu terem sido levados para Moscovo pelo PCP?

    O António Vilarigues não nos poderá esclarecer?

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  20. José permalink
    21 Abril, 2008 12:03

    A França anda por estes tempos ( L´Express desta semana) a fazer repescagens dos traidores franceses, sob a ocupação.
    Nós, por cá, temos ainda muito que saber e escrever sobre os anos 74-76 e o papel do PCP na sociedade portuguesa.

    E vai ser preciso fazê-lo, para acabar com certos mitos.

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  21. José permalink
    21 Abril, 2008 12:04

    E não espero nada, mesmo nada que seja o JPP a fazê-lo. Nem sei bem porquê, mas parece-me que quem tem fascínio pelo abismo, acaba por cair nele.

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  22. 21 Abril, 2008 12:07

    A referida crónica de António Barreto pode ser lida [aqui]. As duas de Ferreira Fernandes, a propósito dela, podem ser lidas [aqui].

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  23. atchim permalink
    21 Abril, 2008 12:08

    eu também gostaria de perguntar: quem não se lembra daquele episódio ocorrido em Lourenço Marques em que um grupo de brancos pintados de negro incitavam ao ódio contra os brancos exaltando os transeuntes à morte dos colonos? quem não acredita vá investigar e terá uma surpresa quando descobrir quem eram alguns desses brancos pintado de negro…Ironia das ironias: enquanto esses “libertadores” apelavam à morte de crianças, mulheres e homens; Homens negros, amigos e empregados leais, que estavam unidos aos “colonialistas” por laços de Amizade que o joaquim Furtado nunca entenderá, salvaram muitas vidas brancas, mestiças e negras, que estavam quase a ser decepadas à catanada ou à metralhada por militrares da FRELIMO que nem moçambicanos eram…Querem saber mais? Há muita gente que sabe- é só irem às fontes, mas não as do Joaquim Furtado…

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  24. pipi sarnento permalink
    21 Abril, 2008 12:14

    Fonte da carta do Rosa Coutinho ao Agostinho Neto: O Século de Johanesburgo, de 25/11/1975.
    Alguém tem parentes na África do Sul?

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  25. pipi sarnento permalink
    21 Abril, 2008 12:17

    Helena Matos,

    gostei de parte do seu post. a outra dispenso…Vai-me desculpar o atrevimento, mas eu mudaria o título para: “ao menos assumam as responsabilidades” antes de serem todos santificados com o beneplácito da morte anafada!

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  26. caramelo permalink
    21 Abril, 2008 12:22

    “O que está escrito na carta aconteceu. O que não quer dizer que a carta seja um documento verdadeiro.”

    Helena, o tema do post, que é o que eu estou a discutir, é a autenticidade da carta. E esta não é uma questão menor, ao contrário do que agora algusn seus leitores e até a Helena Matos nos querem fazer crer. Se fosse uma questão menor, não lhe dedicaria um post, como é óbvio.

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  27. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 12:33

    Será interessante saber se é verdade que três generais cubanos – Senén, Julio Casas Regueiro e Emidgio Báez, visitaram secretamente Lisboa em Julho de 1974. Mais em Lisboa reuniram-se ou não estes militares cubanos com Fabião, Varela Gomes e Rosa Coutinho? A ordem de trabalhos desses encontros foi ou não Angola?
    E mentem ou cubanos quando escrevem que Otelo, aquando da sua visita a Cuba, tratou da intervenção cubana em Angola com Fidel, Raúl Castro e com os generais Senén Casas, Ochoa e Francisco Cabrera?
    Quem forneceu os mapas militares aos cubanos para que eles pudessem combater mal desembarcaram em Angola, um país que não conheciam?
    Tudo isto e muito mais é dado como adquirido por vários autores cubanos quando escrevem sobre a presença militar do seu país em Angola. Em Lisboa sobre estas acusações e outras de igual e mais grave teor tem sempre imperado o tal silêncio doentio de que fala Ferreira Fernandes.

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  28. pipi sarnento permalink
    21 Abril, 2008 12:37

    silêncio doentio? mas então não estamos em silêncio desde 1974 ou sou eu que sou surdo?

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  29. 21 Abril, 2008 12:44

    “O Século de Johanesburgo, de 25/11/1975”.

    Não é este jornal, propriedade de Horácio Roque?

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  30. Anónimo permalink
    21 Abril, 2008 12:46

    Traição porquê? O partido ao lado do qual os cubanos combateram é governo desde 75.

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  31. Elcaseiimunitates permalink
    21 Abril, 2008 12:57

    Provavelmente a carta é escrita pela contra-contra-informaçao.
    Portanto falsa para poder ser verdadeira na actuação.
    Assim se descrediliza quem “acredite” nela e se deu ordens em direto.
    Estes sempre foram os metodos da KGB.

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  32. José permalink
    21 Abril, 2008 13:04

    Também acredito na falsidade apócrifa do escrito. Ou seja, alguém forjou o documento pretensamente incriminatório. Mas é apenas um feeling.

    Há um método para tentar perceber a autoria do escrito: quem aproveitava com ele, não nessa altura, mas quando foi divulgado?

    Aliás, este tipo de recomendações sanguinárias não se costumam fazer por escrito, com provas visíveis e passíveis de chantagem.
    Fazem-se directamente, em conversas de café. Ou chá, no caso.

    Terão acontecido? É esta a verdadeira interrogação para se poder fazer o retrato de um canalha se isso assim foi. Se não foi, há calúnia grave.
    Valerá a pena ampliar calúnias, sem provas mais sólidas?

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  33. pipi sarnento permalink
    21 Abril, 2008 13:14

    Ò José, por Deus, pela Razão, por Aquilo que o norteia, não nos queira põr todos a rir….é que o assunto é sério demais para tal ditanciamento humorístico…mas não sabi que um cobarde com uma arma na mão é um assassino em potência? agora coloque a frase no plurarl…mas está toda a gente desmemoriada?

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  34. J.Pereira permalink
    21 Abril, 2008 13:24

    Povo irremediàvelmente invertebrado , de uma ignorância alegremente suicida ,receptivo a todos os charlatães que lhe prometam a abundância sem esforço..

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  35. permalink
    21 Abril, 2008 13:28

    Aqui deixo algumas referências bibliográficas sobre a descolonização e assuntos associados:

    Jorge Jardim, Moçambique: Terra Queimada, Intervenção
    Outro sobre os massacres de 61 em Angola: “Sangue no Asfalto”.
    Portugal Livre, de Joe Weil.

    (conseguem-nos nos algarrabistas).

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  36. pipoca permalink
    21 Abril, 2008 13:41

    essa editora Intervenção tem livros assaz interessantes para eslarecer as dúvidas do ferreira Feranandes e da Helena Matos…..É só comprarem os que não foram destrídos pelo lápis vermelho da censura do PREC!

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  37. Anónimo permalink
    21 Abril, 2008 13:49

    Se a carta é falsa, é um ponto a favor do seu conteudo também ser uma data de mentiras. Valerá a pena nesta altura criar um clime de suspeitas, vingnças e arranjar culpados? Há eleiçoes em Angola. Se a ideia é usar politicamente o assunto dado o pcp estar a subir nas sondagens, se a carta é falsa, vai tornar o seu conteudo mesmo que verdadeiro, mentiroso. Mas isto sao bitaites mandados por quem nao faz a minima ideia do que se passou em Angola porque nem tinha idade para isso na altura dos acontecimentos.

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  38. sarkofski permalink
    21 Abril, 2008 14:16

    gostava que ao menos a motivação de certas pessoas fosse humana e não política. Parece que há um certo prazer em assacar isto ao pcp e à associação cubana (obviamente comunista). Pergunto-me se o empenho será o mesmo quando vierem os detalhes da política americana em relação a angola.

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  39. relatibo permalink
    21 Abril, 2008 14:36

    Eh, até a maior estupidez passa de boca em boca; pois se isto não é já nem o tempo do cónego melo e não faltam bocas sujas,
    então é só ver, pudera.

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  40. 21 Abril, 2008 14:51

    (desculpe-me Helena meter-me ao barulho)

    @sarkofski – que a política americana é a causa de todos os males do mundo, já todos nós sabemos. Até se diz que a queda de cabelo e a caspa de alguns cidadãos europeus é consequência da má política ambiental do satanás Bush. Seguramente que, no futuro, nenhum manual de História irá desmentir estes factos. Porém, relativamente aos actos praticados pela ex-União Soviética e respectivos acólitos, já a coisa parece ser diferente. Tudo bons rapazes e na História só se relatarão alguns gulags, quiçá imaginação do poder imperialista e capitalista do Ocidente.
    Haja paciência!

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  41. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 14:56

    A desmentir o quê? A carta ou o que aconteceu em Angola? Infelizmente apenas a carta

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  42. pipi sarnento permalink
    21 Abril, 2008 15:07

    Boa, João Espinho, dê-lhes que as comadres avermelhadas já estão em pânico- no que toca à descolonização, têm tantos podres debaixo do colhão e querem-se fazer passar por meninos de coro…É preciso muita lata- ao menos o anónimo assume a sua ignorância imberbe…Vão lá com as técnicas soviéticas de lavagem cerebral para a festa do Avante (que até se deveria chamar Marcha Atrás, se se fosse rigoroso nos termos) que, Graças a Deus, há muito boa gente que sabe do que estas mentes deturpadas foram responsáveis….Cambada de proletários invejosos que só propagaram a desgraça no mundo…e para quê? Em nome de quê? Deles e dos seus interesses privados- veja-se todos os regimes comunistas, saiba-se as atrocidades cometidas em nome da liberdade de poucos e da tragédia de milhões…É vergonhoso como querem limpar a História com as suas estorietas de bolsilho ranhoso…Sempre a falarem dos nazis para cá, nazis para lá e os seus grandes líderes cometeram exactamente as mesmas atrocidades e se formos rigorosos, em termos numéricos, despacharam muitos mais….Sempre com a palavra colonialista na boca e atgora são eles que se vão refastelar nos grandes hotéis de luxo nas ex-colónias, convivendo com as lindas elites que criaram e branqueando sistemas esclavagistas atrozes….de países cuja riqueza natural daria para todos como deu quando nós lá estávamos e não para estes sobas andarem de bombas com as suas esposas envergando a moda parisiense enquanto o povo pela liberdade da qual se dizemter batido está recolhido na maior das misérias!
    Olhe-se para o camarada do Zimbabué e veja-se como aquele anormal arrasou um país próspero em nome das suas taras e dos seus instintos libertários- os seus discursos continham as mesmas balelas comunistas de sempre: a reforma agrária, o povo unido jamais será vencido (constatou-se que o povo unido ficou mas é f…..! )

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  43. caramelo permalink
    21 Abril, 2008 15:07

    E quanto à autoria da carta, e como diria a outra, “isso agora não interessa nada”.

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  44. Leandro Covas permalink
    21 Abril, 2008 15:08

    Julgo que se enganou ao referir que a carta era referida a Fidel Castro. Esta era dirigida a Agostinho Neto, dirigente do MPLA. Caso estejamos a falar da mesma carta. Se quiser eu tenho uma cópia da carta original em PDF que lhe posso enviar para comparação. Basta que me envie um e-mail.

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  45. Lololinhazinha permalink
    21 Abril, 2008 15:12

    Mas quem é que é suficientemente estúpido para colocar por escrito afirmações daquele teor?
    Tresanda a falso.

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  46. Lololinhazinha permalink
    21 Abril, 2008 15:14

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  47. justiceiro permalink
    21 Abril, 2008 15:31

    Lolozinha,

    Não era uma questão de estupidez- se for ver, o Rosa Coutinho não foi nada estúpido, não senhor- soube fazer pela vidinha….Era uma questão de tal bandalheira e falta de escrúpulos geral que até se davam ao luxo de escrever as barbaridades que lhes passavam naquelas mentes algozes…não sabia? Olhe, o Rosa Coutinho não foi caso único…Então a descolonização não foi a bandalheira que foi e a versão oficial não é tão limpinha, cheia de floreados e desculpas esfarrapadas? Então, está tudo muito coerente…

    Anónimo,

    Não é por não se ter vivido no séc.XVIII que não se sabe o que se seguiu à REvolução Francesa- a época do Terror…Com certeza que tem bem presente o conceito de livro, não é? Aconselho-o a que não se limite aos que papagueiam a versão Joaquim Furtado- fica vcom uma percepção mais autêntica dos acontecimentos….

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  48. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 15:32

    As missivas que a 22 de Dezembro de 1974 ocupavam Rosa Coutinho eram doutra natureza. A 18 de DEzembro devia ter tido uma cimeira entre FNLA, UNITA a MPLA nos Açores. A cimeira não só não aconteceu como aquilo que de facto se viu foi Rosa Coutinho a boicotar esta conferência e a reunir separadamente com Agostinho Neto e SAvimbi, na cidade do Luso. Para que escreveria Rosa Coutinho, a 22 de Dezembro, uma carta ao homem com quem, num acto esse sim de traição, reunira 72 horas antes?

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  49. 21 Abril, 2008 15:37

    Helena Matos,

    Por favor, não quer ter a gentileza de ir verificar no arquivo do Século de Johanesburgo se a carta foi escrita ou não? É que estarmos a querer analisar logicamente os actos de mentes desviadas é a mesma coisa que interpretarmos o voo das borboletas como se de cântico gregoriano se tratasse…Não bate a bota com a perdigota e a História não se faz com frases do tipo: “Eu não creio”; “Eu não acredito”; “Eu não acho”….

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  50. Lololinhazinha permalink
    21 Abril, 2008 15:47

    “Então a descolonização não foi a bandalheira que foi e a versão oficial não é tão limpinha, cheia de floreados e desculpas esfarrapadas? Então, está tudo muito coerente…”

    caro justiceiro,

    A versão oficial da descolonização não é limpinha nem cheia de floreados. Esbarra sempre num “não foi possível fazer melhor” que se calhar até tem muito de verdadeiro.
    Pessoalmente, não julgo os intervenientes no processo de descolonização porque não consigo interiorizar o contexto que os envolvia. Sei, no entanto, que os julgamentos históricos só podem ser feitos à luz do próprio contexto em que ocorreram.

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  51. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 15:54

    Esta carta não me interessa rigorosamente nada. O que me interessa é como se transformaram três movimentos nos legítimos representantes de Angola e seguidamente como é que se excluíram dois desses movimentos.
    Rosa Coutinho desempenhou um papel importante e vistoso nesse processo. Mas está longe de ser o protagonista principal e, sobretudo, não precisava de escrever carta alguma. O mais chocante no sucedido em Angola está inscrito nas primeiras páginas dos jornais. À vista de todos.

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  52. 21 Abril, 2008 16:07

    Esta frase é obviamente uma sátira:

    «Pretendem essas forças imperialistas contrariar os nossos acordos secretos de Praga, que o camarada Cunhal assinou em nome do PCP, afim de que sob a égide do glorioso PC da URSS possamos estender o comunismo de Tânger ao Cabo e de Lisboa a Washington.»

    Discutir uma carta destas como sendo verdadeira é grotesco.

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  53. José permalink
    21 Abril, 2008 16:12

    Essa frase, é a prova de que a carta é um apócrifo.
    E, na verdade, nem seria preciso carta alguma para colocar a discussão ao nível da traição.

    O problema é que em Portugal, as frases concretas em escritos, tem mais poder do que as ideias que lhes deram corpo, mesmo virtual.

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  54. António permalink
    21 Abril, 2008 16:13

    Grotesco é não acreditar no obvio. As verdades são simples, nuas e cruas, por isso são tão difíceis de acreditar.

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  55. caramelo permalink
    21 Abril, 2008 16:29

    Helena Matos, e devemos confiar na versão da história feita por quem faz manipulações tão grosseiras como essa da carta? E devemos levar a sério quem, como o António Barreto, toma como verdadeiros certos “factos”, como esse da autoria da carta, que, no mínimo, são controversos? E será que não se deu conta de que o “Ou eu tenho razão (…) ou este silêncio é doentio».” se deve à autoria da carta, questão que você diz agora não interessar nada?

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  56. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 16:30

    A propósito do que estava à vista de todo recupero um texto que escrevi para o PÚBLICO EM 2004:
    A descolonização é o principal e quase exclusivo tópico da agenda política de Portugal nesse Verão de 1974, em que, recorde-se, o país está ainda muito longe do clima revolucionário das ocupações e nacionalizações que o há-de caracterizar meses depois. Antes pelo contrário, as greves são frequentemente apresentadas como reaccionárias pelo PCP e pelo MFA, sublinha-se mesmo que os trabalhadores portugueses são, na Europa, dos que usufruem horários mais reduzidos e mobilizam-se os trabalhadores para trabalharem um domingo, oferecendo o salário desse dia “à Nação”. A revolução podia esperar. A descolonização não. A expressão “acelerar o processo de descolonização” torna-se recorrente, após o 28 de Setembro, nas páginas dos jornais, na boca dos responsáveis, e alinhava-se, numa desconcertante harmonia, ao longo das colunas dos mesmos periódicos que garantiam semanas antes que Angola teria direito a três deputados na futura Assembleia Constituinte. Pura esquizofrenia é talvez a expressão que melhor define a forma como nesse Verão de 1974 os jornais portugueses acompanham o que acontece nas então colónias portugueses: celebra-se a sua libertação do colonialismo português e simultaneamente apresenta-se como positivo entregar os destinos desses povos e territórios a líderes não só fortemente antidemocráticos como até, em alguns casos, a movimentos recompostos na urgência da anunciada independência. A este título é exemplar o caso do MPLA que em Agosto de 1974, se reunia em Lusaca para “in extremis” conseguir apresentar um líder e sanar as profundas divergências entre Agostinho Neto, Mário de Andrade e Daniel Chipenda. Com a mesma reverência com que durante décadas reproduziram as declarações de Salazar, os jornais portugueses enchem, nesse Verão de 1974, páginas e páginas com declarações oficiais. Mas com a diferença substancial de que já não existia censura. Nesse Verão de 1974, sem sombra de lápis azul a cortar-lhes alguma observação menos adequada, os jornais portugueses transformaram-se numa espécie de imenso “Diário da Manhã” (jornal de propaganda do salazarismo). Uma das traves mestras desta imprensa de propaganda é a tese de que África estava a ser libertada e quando alguma notícia sai desta versão oficial é evidente a dificuldade da nova classe política portuguesa em lidar com jornalistas que se assumam como jornalistas e não como amigos, companheiros ou camaradas. Recorde-se, por exemplo, a entrevista que Vasco Gonçalves dá à BBC em Setembro de 1974, e em que é patente o seu desconforto pela cobertura que a BBC fizera da revolta de Lourenço Marques: “A BBC era uma fonte de informação séria no regime anterior ao 25 de Abril. (…) Ora, aquando da rebelião em Lourenço Marques, a BBC deu guarida às afirmações, mentiras e calúnias que esse grupo de mercenários e criminosos atirava para o ar através do Rádio Clube de Moçambique, que tinha ocupado.” Antes pelo contrário, da imprensa portuguesa pouco tinha Vasco Gonçalves para se queixar. De facto, fora como “mercenários e criminosos” que sumariamente foram rotulados por boa parte da imprensa portuguesa aqueles que contestaram quer os acordos de Lusaca quer todos os outros acordos que definiram as condições da independência das colónias. Nesta linha mais de propaganda do que de informação, os jornais portugueses, ao mesmo tempo que faziam títulos como “Libertar o povo de Cabo Verde das grilhetas colonialistas”, atiravam, para o final destas empolgadas notícias, umas breves e veladas referências à contestação pelos cabo-verdianos desta independência que os amarrava à Guiné. Mesmo questões simbolicamente tão importantes quanto a reabertura do campo de concentração do Tarrafal são votadas ao silêncio. Aliás, não deixa de ser significativo que ainda hoje raramente se refira que o Campo do Tarrafal foi reaberto pelas autoridades portguesas após o 25 de Abril, para aí serem internados vários cabo-verdianos que se opunham ao PAIGC. Note-se, contudo, que o destino destes presos foi apesar de tudo melhor que aquele que foi reservado aos comandos guineenses que haviam integrado o exército português: enquanto estes presos cabo-verdianos do Tarrafal vieram para Portugal, em 1975, com as últimas tropas portuguesas, o fuzilamento foi o destino de muitos dos comandos guineenses. Os portugueses não queriam ver estragada a sua festa e estavam dispostos a fechar os olhos àquilo que a conspurcasse. Inicialmente Portugal não quer ouvir falar de ponte aérea entre as antigas colónias e Lisboa. A própria ajuda internacional para os refugiados começa por ser recusada com receio de que imagem de Portugal seja prejudicada. Enquanto eles não se deitaram à espera de nada no aeroporto da Portela, enquanto não se lhes viram os filhos brancos, pretos e mulatos, enquanto não se lhes viram as mãos e o rosto marcados pelo sol de África, foi fácil estigmatizá-los na figura do grande explorador racista, de chicote na mão. E uma vez chegados a Portugal, muitos deles vão conseguir mais facilmente um subsídio ou alojamento pago pelo Estado português em hotéis de luxo do que inscrever-se num sindicato ou ter acesso a um emprego nas empresas nacionalizadas. Eles não podiam ter sido simples trabalhadores. Eles tinham tido de ser capitalistas. Há escolas em que se aprovam moções contra a admissão de professores vindos das ex-colónias dado o seu reaccionarismo. Como claramente intuiu Gabriel García Márquez nas reportagens que, em 1975, faz em Portugal: “Uma má solução em Angola obrigará ao regresso a Portugal de 600 mil colonos ressentidos, que irão reforçar as fileiras da reacção e criar conflitos económicos.” Empenhado e militante, Gabriel García Márquez sabia que esses refugiados, a que ele chama “colonos ressentidos”, serão um forte borrão de dor nesse universo festivo que ele e tantos outros jornalistas desenhavam da revolução dos cravos. Dessa revolução em que se usaram flores em vez de balas. Em que não houve vítimas… Quando eles chegaram, estragaram a festa. No desespero que traziam estampado nos olhos, os portugueses viram o reverso das utopias libertadoras. Desconheço se a imagem dos seus caixotes arrumados ao longo do Tejo terá contribuído para que algumas chefias militares e políticas que tinham fechado os olhos à catástrofe da descolonização resolvessem dar por encerrado o PREC. Mas independentemente dos motivos que tenham detonado as acções de cada um dos protagonistas, encontramos um bizarro fio teimando em ligar a agonia de Angola ao destino de Portugal: catorze dias depois de o alto-comissário português em Angola ter entregue simbolicamente o poder ao povo angolano tinha lugar, em Portugal, o 25 de Novembro. A festa acabara em Portugal. Em África, a farsa podia continuar.

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  57. 21 Abril, 2008 16:32

    antónio,

    também acho- as virgens puras estão a ficar em polvorosa…com esta propensão natural para negarem factos mais do que provados, ainad que não pela nomenklatura- acham mesmo que quem teve culpas no cartório as iria assumir assim, leve, levemente, depois de 30 e tal anos a sacudirem a água do capote e a tudo fazerem para que a sua versão essa sim grotesca porque cheia de inverdades, as suas responsabilidades que sempre renegou? o que vale é que a verdade vem sempre à tona, ainda que a História seja feita pelos vencedores. Mas aqui nem há vencedores, há vendedores, comerciantes, na mais pura acepção da palavra!

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  58. José permalink
    21 Abril, 2008 16:49

    Esse ano de 1974, principalmente a partir do 28 de Setembro, ainda precisa de muita explicação.Tenho quase todos os jornais desse período que vivi, ao vivo e a cores, e ainda assim fica muita coisa por esclarecer que não vinha nos jornais.

    Por exemplo, li no outro dia que o estimado Ferreira Fernandes, tinha sido um dos elementos mais activos dos SUV- Soldados Unidos Vencerão.

    É verdade, Ferreira Fernandes?

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  59. Tribunus permalink
    21 Abril, 2008 16:51

    E eu que tenho que ver 2 vezes, por semana este Rosa Coutinho, quando vai nadar à Inatel! a unica coisa , que me diverte, è o despreso total, que lhe è dispensado, só um exmilitar lhe dá conversa!

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  60. Pi-Erre permalink
    21 Abril, 2008 16:52

    A dita carta já é conhecida há vários anos e também já foi desmentida nessa altura.
    A D. Helena não estava cá? Só agora acordou?
    Não seria melhor vender-nos um peixe mais fresco?

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  61. José permalink
    21 Abril, 2008 16:53

    Note-se que isso não tem importância por aí além, para além da mera curiosidade.

    Aliás, onde é que estava a Helena Matos, no 28 de Setembro?

    Eu sei onde estava. E não era nem nunca foi na sede ou instalação de um qualquer partido revolucionário, tipo AOC, FEC-ml ou POUP ou mesmo UDP.Aliás, nem nesse nem em qualquer outro.
    Sempre observador. Comprometido, mas independente.

    Muitos que agoram vituperam o período de PREC, não podem dizer o mesmo…

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  62. José permalink
    21 Abril, 2008 16:57

    Mas devo confessar uma coisa importantíssima e que precisa de ser dita:

    Os jovens que em 1974 estavam destinados a incorporação militar logo que perfizessem 20 anos, não queriam ir para o Ultramar. Eu incluído e que ficara apurado para tal, nesse mesmo ano.

    Como eu, milhares de outros. Não queríamos ir para a guerra do Ultramar, essa é a verdade.
    E ficamos contentes quando o MRPP começou a pintar nas paredes “nem mais um soldado para as colónias”.

    Quem atira a primeira pedra, dizendo aqui que queria ir combater e sujeitar-se a morrer por uma causa perdida?

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  63. José permalink
    21 Abril, 2008 16:58

    A descolonização também se fez por causa disso…

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  64. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 16:59

    A dita carta já é conhecida há vários anos e também já foi desmentida nessa altura.
    A D. Helena não estava cá? Só agora acordou?
    Não seria melhor vender-nos um peixe mais fresco?»

    ISTO É TÃO TÍPICO!!
    Em 1º lugar tenta-se que o outro se comece a justificar: eu estva aqui, eu estava ali…
    Depois tenta-se gerar-lhe um vago sentimento de culpa: Só agora acordou?
    Por fim baixa-se o nível:Não seria melhor vender-nos um peixe mais fresco?

    É ESPANTOSO COMO ISTO TEM FUNCIONADO

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  65. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 17:05

    O MRPP pintou que se fartou as paredes de Portugal. Curiosamente nada daquilo que o MRPP pintou foi tomado como um ditame incontornável pela classe política a não ser o muito conveniente “nem mais um soldado para as colónias”.
    Os líderes políticos e as chefias militares entenderam por diversas e antagónicas razões que não devia ir mais um soldado para as colónias e que aqueles que lá se encontravam tal como as suas chefiams deviam regressar rapidamente e em força à metrópole.
    O MRPP não mexia uma única peça desse tabuleiro.

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  66. 21 Abril, 2008 17:27

    lolozinha,

    Guarde esse discurso da desresponsabilização para descerramentos de placas comemorativas, estátuas e outras palhaçadas!
    O que é mais engraçado é que regra geral os autores desses discursos desresponsabilizadores dos agentes envolvidos pela contextualização histórica dos acontecimentos (lembremo-nos que por mais conjunturas que existam há sempre decisões tomadas conscientemente, a não ser que estivessem todos sob o efeito de alucinogénios!)são os mesmos que gritam a todos os pulmões que o regime ditatorial salazista foi o culpado de tudo e mais alguma coisa e que todos os responsáveis e acoplados deveriam pagar. É mais ou menos o que se passa, hoje, nas ex-colónias: a culpa é sempre dos outros.
    É o mesmo tipo de raciocínio aplicado, conforme as conveniências, perante um crime qualquer: se o autor for das nossas simpatias, ai, coitado, teve uma vida muito difícil e as circunstâncias é que o levaram a cometer tal atrocidade; se o detestarmos: ai, ele é um monstro, estava-se mesmo a prever que faria isto- para o calabouço e já!
    Afinal em que é que ficamos? Ou seriam os intervenientes inimputáveis por alguma razão que desconhecemos?

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  67. justiceiro permalink
    21 Abril, 2008 17:31

    Senhor josé,

    A descolonização não se fez, deu-se, ou seja, o que se fez não se tratou de uma descolonização, mas de outra coisa bastante diferente e torpe.
    Quanto a não querer defender civis indefesos, incluindo crianças, na mira de uma catanada ou de uma rajada de metralhadora, estava no seu direito. Não venha é agora defender que devamos enviar forças militares para defenderem a vida de civis inocentes de outras paragens, senão pergunto-lhe: serão uns mais humanos que outros?

    Eu por mim, se estivesse em causa a defesa de inocentes, inscrevia-me já…

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  68. lucklucky permalink
    21 Abril, 2008 17:40

    Ainda ninguém fez o livro da descolonização e dos milhões(estou a incluir outras colónias além das portuguesas) que matou. Por exemplo quais eram os Governo Coloniais piores que Saddam?

    Quanto ao texto, já vi escritos de comunistas empedernidos(diferente de meras pessoas que têm simpatias) muito similares na amoralidade. É só ir ter com Lenine, Estaline ou Trostky.

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  69. Helena Matos permalink
    21 Abril, 2008 17:43

    A questão aqui colocada é muito importante:
    «Quanto a não querer defender civis indefesos, incluindo crianças, na mira de uma catanada ou de uma rajada de metralhadora, estava no seu direito. Não venha é agora defender que devamos enviar forças militares para defenderem a vida de civis inocentes de outras paragens»
    Independente da posição que se tiver sobre a guerra que pOrtugal travou em Angola, Moçambique e Guiné, a forma como se retiraram os militares daqueles territórios e se abandonaram os civis à sua sorte comprometeu muito a confiança e a noção que temos daquilo que são os deveres quer dos militares quer dos civis que têm as lideranças políticas.

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  70. 21 Abril, 2008 18:08

    Ponto de ordem?
    A m… desta carta anda há um par de anos a circular na Net.
    Num blogg de portugueses creio que feito no estrangeiro (Brasil?).
    Portugal Club ou algo semelhante.

    Toas as dúvidas quanto à sua autenticidade,
    pesem os acontecimentos, os interesses e os actores da época.

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  71. Caramelo permalink
    21 Abril, 2008 18:35

    Só espanta o Antónoo Barreto nem sequer ter colocado uma so0mbra de dúvida na veracidade daquilo. O que diz bem da sua perspicácia.
    Sim, porque inteligente e perspicaz só um Caramelo como eu!

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  72. Pi-Erre permalink
    21 Abril, 2008 18:57

    “ISTO É TÃO TÍPICO!!

    É ESPANTOSO COMO ISTO TEM FUNCIONADO”

    É de facto espantoso que se possa escrever um post (e fazer comentários) sobre a “nossa” descolonização sem nunca mencionar os nomes e o papel de Mário Soares e Almeida Santos. Será que esse papel não foi muito… higiénico?
    É espantoso mas começa também a ser típico!! Estes são intocáveis, não é?

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  73. Tolstoi permalink
    21 Abril, 2008 19:13

    È muito interessante que se discuta de forma aberta o tema TRAIÇÃO
    a propósito de descolonização portuguesa em Africa.
    Com que legitimidade é que militares Portugueses sobrepõem interesses estrangeiros ao de compatriotas?,
    E sobretudo quem branqueou esses senhores?
    Esta última pergunta pode e deve merecer muitos estudos.

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  74. Diz Função permalink
    21 Abril, 2008 19:26

    “Este site apresentou a verdadeira solução em forma de manual com exercícios práticos para o nosso problema sexual!”

    Há um outro site mais evoluído, que passou da solução em forma de manual para solução em forma oral.
    Funciona melhor.

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  75. José permalink
    21 Abril, 2008 19:32

    Justiceiro:

    Um rapazola de 18 anos,- qualquer rapazola de 18 anos,- não quer ir para a guerra. Conhece algum que tivesse esses ideiais fantásticos de defender civis indefesos que ainda por cima desdenhavam antes de quem os estava lá a defender e diziam que se defendiam bem sozinhos?

    Dito isto, o que escrevi nem foi sobre isso. FOi sobre a guerra no Ultramar. Em Janeiro de 1974, ainda não se colocava o problema da defesa dos civis indefesos, mas apenas o da guerra no Ultramar. Era esse o mote e a motivação. A guerra era contra o comunismo, declaradamente, porque os “turras” eram, comunistas. Assim mesmo. Os amigos do nosso PCP.

    Está a ver a diferença ou será preciso continuar?

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  76. Tolstoi permalink
    21 Abril, 2008 19:48

    Sr. Pi-Erre

    Não sei se Almeida Santos é intocável. Mas não se preocupe, que esse Sr. anda neste momento a fazer um levantamento sobre as pontes ibéricas que podem ser dinamitadas.

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  77. José permalink
    21 Abril, 2008 19:51

    Helena Matos:

    Quem defendeu em 28 de Setembro, o regime emergente e que teve apogeu em 11 de Março, ou seja o colectivismo sob variadas formas, deve fazer um exame de consciência, quando pede agora batatinhas àqueles que defendiam precisamente a mesma coisa.

    Rosa Coutinho, provavelmente e segundo li em tempos, nem era comunista. Foi sendo, tal como Vasco Gonçalves, iludidos no engodo que o PCP era “diferente” do que havia noutros lados, a leste.

    Alguns jovens de extrema-esquerda e que agora são pacatos pais e mães de família defenderam e pugnaram pela instauração em Portugal do comunismo, mesmo de uma república popular.
    18 anos, nesse tempo, já era idade suficiente para perceber alguma coisa de política essencial.
    Tenho por aqui um Jornal da Educação de 1978 em que um iluminado da época desdenhava do Maio de 68 em França, dizendo que aqui, sim é que tinha havido uma revolução a sério e com sentido que em França fora apenas folclórico. Chama-se Vítor de Sá, esse iluminado que foi professor na Fac letras do Porto e que então estava na Sorbonne.

    Quero dizer com isto que os jovens de então, em Portugal, sabiam o que queriam e alguns deles queriam exactamente o que veio a suceder no Ultramar, nas colónias portuguesas.

    Vir agora fazer o processo de intenção histórico a alguns que eram como eles, é pouco sério, se isso não for declarado.

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  78. José permalink
    21 Abril, 2008 19:58

    Pela minha parte, já declarei: não queria ir para o Ultramar, numa guerra que não me dizia nada. E fiquei contente com o slogan do MRPP. Aconteceu a mesma coisa, no fim do 7ºano do Liceu, em 1974, precisamente. De uma média de 14 valores para dispensar do exame de admissão obrigatório para a Universidade, desceu-se para 12 e dali a semanas para 10. Tal e qual. Passou tudo. E os números a dobrar obrigaram depois a fechar as faculdades durante um ano. Até hoje. Inventou-se depois o Propedêutico, o 12º ano e a coisa lá foi ficando assim.

    Isto parece que nada tem a ver, mas tem tudo. Tem a ver com ideias claras, simples, de orientação básica e de senso comum. Em 25 de Abril de 74 parece que se perdeu uma parte substancial desse sendo comum. Até nos discursos. E nas leis nem se fala.

    Porém,atenção! Não querer, aos 18 anos, é uma coisa. Outra, é ter que ser. E se tivesse que ser, ou seja, se quem mandasse, legitimamente, ordenasse e impusesse, que remédio senão ir.

    Afinal, não é assim mesmo a democracia? E nós, nessa época nem vivíamos nela…

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  79. Tolstoi permalink
    21 Abril, 2008 19:59

    Não querendo ser maniqueísta, quem é que era como Rosa Coutinho ou Vasco Gonçalves?
    Lá vem a história da responsabilidade colectiva?

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  80. sarkofski permalink
    21 Abril, 2008 20:10

    vejam do que é capaz um comunista! para vossa segurança e dos entes queridos pf. votem CDS nas próximas legislativas.

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  81. José permalink
    21 Abril, 2008 20:16

    Talvez seja melhor perguntar, neste aspecto da descolonização que o Justiceiro diz que se deu e que não se fez: quem não era como esses dois?
    Refiro-me a 74-75.

    Spínola não era. Foi afastado e quase preso em 28 de Setembro. Essa noite e o dia seguinte, foi uma purga contra os “reaccionários”, com prisões em massa dos únicos resistentes que pretendiam evitar a ascensão do colectivismo. Perderam. Eram poucos e nem sequer muito bons.

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  82. Saloio permalink
    21 Abril, 2008 20:24

    Estimada Dra. Helena Matos: não posso deixar de manifestar o meu espanto pela celeuma levantada sobre a veracidade ou não da carta atribuída ao Alm. Rosa Coutinho.

    Tal como a senhora referiu, não há nenhum português não-comunista que não reconheça infelizmente a veracidade prática do conteúdo da carta. Porém, e quanto a mim estranhamente, todos (incluindo no “5 dias”) se perdem com a pormenor da carta, como se isso tivesse alguma importância face à triste realidade que se abateu sobre Angola nos anos de 1974, 1975 e 1976 – os assassinatos dos opositores ao MPLA e o massacre da população pela intervenção de “intelectuais” como Pepetela e Luandino Vieira, com a complacência dos governantes portugueses socialisto-comunistas (e outros “distraídos”).

    Por fim, uma referência ao jornalista Ferreira Fernandes, que eu lastimo ter sido militante do MPLA: também estranhamente, jornalistas com crédito na nossa triste praça, como a senhora e mais abertamente a Dra. Fernanda Câncio, vieram a terreiro dar cobertura ao senhor. Se não houver interesses obscuros em causa, não há dúvidas que é bom ter amigos…

    Mas penso estarmos a ver a coisa ao lado. Quem é e que responsabilidade terá este Ferreira Fernandes para poder manifestar-se tão peremptoriamente sobre a carta? O que é que ele saberá que não quer divulgar, no intuito de defender quem? Os seus antigos camaradas assassinos?…Fico politicamente espantado com o seu silêncio gritante.

    Least: porquê dizer que o Dr. António Barreto “tomou a carta como verdadeira”? Ele limitou-se a reproduzir o que era referido no livro em causa – será que isso faz dele um positivo imputador? Parece-me que não.

    Digo eu…

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  83. José permalink
    21 Abril, 2008 20:25

    A responsabilidade pela descolonização é mesmo colectiva, com destaque para os líderes da época, claro.

    Mas todos nós, os que aceitamos o resultado durante estes anos, temos responsabilidades. E estou certo que esta nova geração, a dos vinte ou trinta anos, se vivessem nesse tempo, ainda fariam pior.

    Tomem e embrulhem!

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  84. justiceiro permalink
    21 Abril, 2008 21:01

    José,

    Embrulhe você- para que saiba, já muito antes de 74, em 61, am Angola, nos massacres perpetrados pelas “forças de libertação”, foram chacinados crianças, mulheres e homens brancos, negros, mulatos, muitos deles violados selvaticamente e cortados ao meio com serras eléctricas.

    Comco tal, fico espantado que Vossa Excelência mostre tanta ignorância no que toca ao envio de tropas para defesa das populações civis indefesas de todas as etnias.
    Sim, já que o pergunta, conheço muita gente que viu na guerra colonial uma causa, uma missão para defender populações (mulatas, brancas, negras, indianas, chinesas) indefesas perante a barbárie.

    Muitas populações eram obrigadas pela guerrilha a colaborar sob pena de serem chacinadas.

    Muito bem, Helena Matos, é isso mesmo- a questão é: qual a responsabilidade de chefias militares e civis no derramamento de sanngue nos ataques contra vicis indefesos e nas prisões e torturas subsequentes às independências ((não se esqueçam que em Moçambique houve campos de concentração- ou também não sabia desse pormenor, José?)

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  85. Tolstoi permalink
    21 Abril, 2008 22:14

    Já estava à espera desta resposta, “ a responsabilidade é mesmo colectiva”. O que vale neste país, é que a culpa é do sistema, e a responsabilidade é sempre colectiva.
    Não senhor, o Processo Revolucionário em Curso, a descolonização servindo os interesses estratégicos internacionais do bloco comunista tem nomes. A história mostrou o equivoco de alguns em relação á falta de liberdade nesse bloco e mostra agora por testemunhos e documentos que se vão revelando (já não incluo a referida carta) acções ao serviço dessa estratégia que foram prejudiciais ao interesse do nosso país e de muitos portugueses. Não é de uma caça ás” bruxas” que se trata, mas sim de recolocar a verdade histórica, antes que se procedam a construções fantasiosas pelos nossos conhecidos historiadores “das responsabilidades colectivas”.

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  86. Elcaseiimunitates permalink
    21 Abril, 2008 22:22

    Há aqui alguns que foram carne para canhão e outros que julgavem que iam ser.
    Não sabem pelo seu proprio estatudo nem nunca sequer chegaram a advinhar porque razão se tornaram ou se tornariam tal.
    Quem é que ainda acha que o anterior regime mandava para as colonias militares para defender civis?.
    Os militares foram lá defender a imensa mama economica que os baixos custos das materias primas permitiam, alem de algumas mas significativas riquezas minerais.
    Essa é que é a historia da guerra colonial que permitiu usar e vender o sisal o algodao, acana-de-açucar o café, o ouro, os diamantes e no final o petroleo , isto entre muitos outros.
    A história da carochinha de defender civis, como se os civis lá a defender não fossem , na sua grande maioria portugas,poucos dos quais isso sim pontas de lança dessa exploração que os militares mantiveram durante 13 anos, portugas primos tios padrinhos de outros tantos de alguidar de baixo portanto todos da mesma cepa.
    Ainda vem aqui alguns “achar” que aquilo que o botas lhes dizia era verdade?
    Nem estes trinta anos lhes tiraram as vendas? ou não as querem tirar servindo-se desse susposto argumento para as novas ideologias?

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  87. José permalink
    21 Abril, 2008 22:28

    Justiceiro:

    O embrulho é para os mais novos. Os outros já estão bem embrulhados na vergonha de não terem conseguido mudar este Estado de coisas a que chegamos.

    Quanto às tropas e ao serviço militar, como missão patriótica, pois está bem. Muito bem mesmo. Para os discursos d10 de Junho…

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  88. 21 Abril, 2008 22:32

    sou leitor compulsivo de Helena Matos há muitos anos, o que me pode desqualificar neste tipo de debate.
    Estive em Angola de junho de 1974 até 5 dias antes da independência. Teria imenso prazer em ler um relato do que então sucedeu escrito por pessoas sem compromissos politicos.
    Tudo o resto é pura fantasia.

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  89. 21 Abril, 2008 23:01

    Podem dizer que “a culpa é colectiva”, ou como o Soares, “fizemos o máximo que podíamos na altura e estamos orgulhosos disso”.

    Digam. Repitam. Voltem a repetir.

    Mas, a coisa não vai para baixo. O estômago não digere. O país não avança, por váris razões, entre as quais, a imensa indigestão que ainda persiste.

    Quanto a Angola, Moçambique, Guiné e afins, perguntem ao Soares e ao Almeida Santos (verdadeiros “assinadores de acordos”) se eles acham que a “herança” que deixaram é boa? Quantas centenas de milhar de mortos existiram até agora? Qual foi o Regime Democrático que deixaram? A verdade é muito dura. E vai continuar a ser. E Portugal emmerdece!

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  90. António permalink
    21 Abril, 2008 23:12

    MAgopi,

    Leia o livro do Cardoso Botelho e depois feche os olhos e tera uma bela visão da realidade Angolana actual e do que aconteceu depois de se ter vindo embora. Há, parece fantasia mas é verdadeira.

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  91. José permalink
    21 Abril, 2008 23:22

    J: não há ninguém que gostasse mais de atribuir culpas a A ou a B, neste caso da descolonização do que eu que detesto a mentalidade soarista e almeidasantista.

    Mas eu lembro-me de acompanhar os factos da época e tenho que reconhecer que não houve discussão aberta sobre outra hipótese de descolonização que aquela que ocorreu.

    Custa-me dizer isto, mas tenho que admitir. E principalmente, reconhecer que uma boa parte dessa responsabilidade partiu, de uma certa forma de unanimismo de esquerda, nesse aspecto particular que se estendeu a quem não era necessariamente de Esquerda, mesmo a moderada, socialista ou social-democrata.

    Não houve nenhuma posição de força política que se visse, em 1974 e 1975 que se opusesse, com um mínimo de visibilidade e sucesso, ao que aconteceu na descolonização.

    Já o mesmo não se pode dizer da resistência ao comunismo rompante, desde 11 de Março de 75 até ao 25 de Novembro desse ano.

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  92. 21 Abril, 2008 23:42

    José,

    Admito que o que diz, seja verdade. Mas, o facto é que 33 anos depois, a ferida não está cicatrizada. Pior, 33 anos depois, Portugal depende dos seus “irmãos” Europeus, que lhe limitam a independência (por exemplo, a “consolidação orçamental” é uma obsessão da UE) e Angola e afins vivem na maior das misérias, apesar dos rios de dinheiro das matérias primas.

    Claro que as cleptocracias não são tema de conversa do PS, do PCP (ainda há duas semanas, Jerónimo lá esteve) ou do BE, e também não são tema do PSD ou do CDS. Discute-se no entanto, o problema do….Tibete!

    Portugal, no seu melhor.

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  93. José permalink
    21 Abril, 2008 23:54

    Pois não está. Mas do mesmo modo que contesto que ainda hoje seja de alguma forma tabu discutir o Salazar em certos círculos ( basta ver as figuras que a Odete Santos e aquele incrível António Nobre da AMI, fizeram num programa sobre a eleição do maior português de sempre) , também contesto que não se possa discutir a guerra do Ultramar, sem ser do ponto de vista da Esquerda e ao mesmo tempo não se reconheça que a descolonização foi obra integral dessa Esquerda, com apoio expresso ou tácito de todos nós que não nos revíamos nessas forças políticas.

    É esse o problema da nossa História ainda não cicatrizada.

    E o mais engraçado é ler depois, artigos de pessoas que na época eram militantes de grupos de extrema-esquerda, a escrever agora de um ponto de vista completamente contrário…

    A isso é que eu acho piada.

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  94. Curiosamente permalink
    22 Abril, 2008 00:04

    José Diz: ” A responsabilidade pela descolonização é mesmo colectiva, com destaque para os líderes da época, claro.
    Mas todos nós os que aceitamos o resultado , temos responsabilidades. ”

    Curiosamente, tem toda a razão. A responsabilidade é colectiva. Com destaque para os lideres da época como diz e bem. Só pessoas sem noção de responsabilidade individual é que dizem que a responsabilidade não é deles TAMBÉM mas dos outros.
    Sempre os outros.

    José Diz: “E estou certo que esta nova geração, a dos vinte ou trinta anos, se vivessem nesse tempo, ainda fariam pior.
    Tomem e embrulhem! ”

    Aqui discordo e discordo por duas razões. A primeira é que esta geração, curiosamente e incrivelmente, se é pior que a anterior é culpa dos pais e mães que os educaram.

    Se os educaram pior, não culpem a geração mas quem os educou.

    A segunda razão é porque a seguir tivemos a Independência de Timor. E essa , feita por faxes e pressão de Lisboa e milhares de gente jovem, provou que pelo menos numa certa época, a geração seguinte foi melhor que a anterior.

    Curiosamente, ora tome lá e embrulhe

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  95. 22 Abril, 2008 09:14

    Vamos ser honestos. Traição é o que é. Mas desejar e incentivar massacres seria pior.

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  96. justiceiro permalink
    22 Abril, 2008 15:01

    Elcaseiimunitates,o que Vossa Excelência brada não só aos céus como aos próprios infernos, talvez a sua fonte de inspiração.

    Escreve V. Exa: “Quem é que ainda acha que o anterior regime mandava para as colonias militares para defender civis?
    Os militares foram lá defender a imensa mama economica que os baixos custos das materias primas permitiam, alem de algumas mas significativas riquezas minerais.
    Essa é que é a historia da guerra colonial que permitiu usar e vender o sisal o algodao, acana-de-açucar o café, o ouro, os diamantes e no final o petroleo , isto entre muitos outros.
    A história da carochinha de defender civis, como se os civis lá a defender não fossem , na sua grande maioria portugas,poucos dos quais isso sim pontas de lança dessa exploração que os militares mantiveram durante 13 anos, portugas primos tios padrinhos de outros tantos de alguidar de baixo portanto todos da mesma cepa.
    Ainda vem aqui alguns “achar” que aquilo que o botas lhes dizia era verdade?
    Nem estes trinta anos lhes tiraram as vendas? ou não as querem tirar servindo-se desse susposto argumento para as novas ideologias?”

    Caro amigo(a)

    1º Muitos militares houve que foram para as ex-colónias com a missão de defender os civis e de lutar por uma pátria que consideravam sua- mas tenho de lhe dar razão num ponto: muitos houve que tinham os olhos postos noutras missões, digamos, mais palpáveis, mais venais, mais lucrativas- mas esta conversa não começou com o Rosa Coutinho? Que coerência!…

    2ª Muitos dos “ex-colonos” já nem colonos se poderiam chamar, eram filhos da terra- havia famílias lá há séculos e como tal nem seriam retornados, quando muito expoliados e refugiados políticos. A propósito, todos os que nasciam ou viviam nas ex-colónias eram portugueses na altura e não sei se se lembra mas muitos nativos combateram na Guerra Colonial e até morreram torturados e fuzilados, depois das independências, pelos tão humanistas movimentos de libertação (olhe, o caso da Guiné), abandonados pelas chefias portuguesas a quem foram leais até à morte- olhe, em Timor, houve quem morresse abraçado à bandeira nacional…seria muito mais português que muitos que a pisaram em vez de a hastear!

    3º Quanto às vendas, o Botas, como lhe chama, ao menos era coerente- já as vendas e as verdades oficiais em forma de mordaça que os grandes intelectuais de esquerda impingiram ao povo português no Pós-procissão-laica, essas sim, lavaram de tal forma o cérebro de gerações inteiras que, agora, qualquer petiz quando vê o Otelo Saraiva de Carvalho ou o tal da Melena e Pá pensa que vê dois heróis de ouro, quando, se estiver com mais atenção, vê pedaços escuros a esvair-se no asfalto que lhes caem das calças, principalmente quando se lembra que o primeiro até num filme pornográfico contracenou…agora, fica a dúvida sobre qual dos filmes é a que me estou a referir!

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  97. anónimo permalink
    22 Abril, 2008 15:06

    Bom. Ja que a HH deu na sintonia ( como quando chegar cada Avril) de intentar passar ao mundo e fazer ver que só Portugal trata muito mau aos seus herois.

    Ufa ! Hoje vamos enseñarlhe e mostrarlhe como existe um outro país em que ainda os trata pior. Herois cubanos (até generais ) da guerra de Angola que terminaram ante um pelotao de fusilamento e acussados de traficar con droga.

    Verdade ou nao quando um heroi quer extralimitarse e nao conformar com seu destinho de segundao…dá no que dá.

    Mais a HH ja save. Trata-se do assunto do General Ochoa, heroi de Angola e acussado por Castro (Fidel ou Raul, que tanto dá, vai la saver) de corromper estrangeiros…

    Aquí o juicio:

    http://petrinus.com.sapo.pt/ochoa.htm

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  98. anónimo permalink
    22 Abril, 2008 15:10

    Aquí oas cenas do tribunal e as provas accusatorias (nos videos da farsa). Filmado e distribuido para tudo mundo poder olhar. Ummmmm, que gente tao lista e tao capacitada para o dominio dos meios audiovisuais nao importa em que país esto acontesca…

    http://video.google.com/videoplay?docid=-2999987900636215073&sourceid=docidfeed&hl=en

    http://video.google.com/videoplay?docid=-3910081260565603603&sourceid=docidfeed&hl=en

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  99. Lololinhazinha permalink
    22 Abril, 2008 16:22

    “E estou certo que esta nova geração, a dos vinte ou trinta anos, se vivessem nesse tempo, ainda fariam pior.”

    José

    Eu também estou certa disso e é por isso mesmo que estes julgamentos do passado me fazem muita confusão.

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  100. Elcaseiimunitates permalink
    22 Abril, 2008 17:14

    A descolonização portuguesa nao passou senão do neocolonialismo marxista sovietico trazida e apoiada pelos kgbs, quais cruzados dos tempos modernos que mataram os infieis (reaccionários de qualquer cor)
    É claro que quem mais morreu foram os proprios angolanos.
    O sol apenas brilhou no dia em que os cubanos chegaram com a artilharia e dizimaram a fnla ás portas de Luanda. Depois disso só foi a felicidade por aquelas paragens.
    Por acaso alguem já se perguntou porque é que os lideres dos paises africanos não conseguem exercer pressão sobre o Mugabe?
    São todos filhos da mesma revolução marxista iluminada todos com o rabo entalado nas chacinas proprias cada um na sua terra.
    O Mugabe é o unico que não foi hipocrita pois o que ele faz é exactamente o que todos eles desejariam continuar a fazer e que não continuaram porque a mama das kalashs se finou, faliu, kaput.

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  101. Tolstoi permalink
    22 Abril, 2008 18:15

    Finalmente um post que gera reacções viscerais e intensas, desencadeando alguma da catarse que ainda falta fazer. A noção de patriotismo é diferente para as diferentes forças politicas? O partido do governo que é europeísta estará atento a alguns dos problemas que nos vão surgir com este caminhar da união europeia, Ex: perda de soberania sobre a zona marítima económica exclusiva? Teremos centros de decisão no nosso país? Os Pinas Mouras continuarão a ter espaço para defenderem empresas
    estrangeiras concorrentes das nossas? Ou não interessa termos cá Hiberdrolas a realizar mais valias desde que tenhamos um bom serviço e energia barata?
    Seremos donos do nosso destino ou já o hipotecámos? Somos maus e o melhor é não sermos donos do nosso destino ?
    A VERDADE È QUE TEMOS COMO NAÇÃO QUASE 900.

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  102. 22 Abril, 2008 19:54

    Ora, não existe qualquer dúvida e a carta nem precisa de ser “verdadeira”, porque os acontecimentos corroboram e extravasam o que nela se pode ler. Aliás, consultem os jornais e revistas, onde aquela gente perorava durante horas a fio. São autênticos libelos de acusação contra os próprios e no entanto, alguns atingiram altíssimas posições no aparelho do Estado. mais não digo. Não quero ser processado por badameco algum.

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