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Princípios

9 Agosto, 2008

Entre o princípio da autodeterminação das comunidades e o princípio da preservação da integridade do território de um estado, a qual dar preferência quando entram em conflito? Áquele que assegura mais liberdade: o da autodeterminação.

28 comentários leave one →
  1. 9 Agosto, 2008 21:52

    Seguindo esta ideia que não é correcta,( a autodeterminação de um território não conduz directamente há democracia com liberdade pode enveredar por uma ditadura). A Federação Russa deveria partir-se em dezenas de Países independentes, têm culturas, linguas e história diferente da mãe rússia.

    As ex: Repúblicas socialistas soviéicas ( 15 )deram origem a 15 paises.

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  2. 9 Agosto, 2008 22:05

    “A Federação Russa deveria partir-se em dezenas de Países independentes, têm culturas, linguas e história diferente da mãe rússia.”

    Deveria, não. Poderia (se fosse essa a vontade desses povos – aparentemente, só um, os chechenos, parece interessado nisso).

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  3. Gabriela permalink
    9 Agosto, 2008 22:18

    Falta um enorme pormenor no imbróglio: um país chamado Rússia.

    O mais interessante seria se a comunidade que quer liberdade andasse a semear bombas, em vez de ser assistida com armamento pesado. Se calhar não se falaria de auto-determinação, mas terrorismo.

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  4. 9 Agosto, 2008 22:21

    “Deveria, não. Poderia (se fosse essa a vontade desses povos – aparentemente, só um, os chechenos, parece interessado nisso)”.

    O Poderio militar russo de modo algum deixaria alguma das regiões “libertar-se”, não sabemos do interesse de muitas regiões. E a logística e o armamento? Quem fornece as bombas aos ossetas são os russos. Imagine-se os EUA ou a China a financiar esses povos? Novas chechenias nasceriam.

    O mesmo raciocínio aplicar-se-ia ás regiões chinesas ou aos democratas chineses. Então os 1,3 mil milhões não se revoltam contra o regime? É por gostam da ditadura. Não, é porque uma revolução em larga escala por exemplo na China, nunca seria apenas uma questão de vontade, mas ter as condições mínimas.

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  5. 9 Agosto, 2008 22:22

    Muito Bom seu Blog! O debate é sempre salutar!

    abraços

    http://www.kiminda.wordpress.com

    Nilnews

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  6. lucklucky permalink
    9 Agosto, 2008 23:00

    Sim. A autodeterminção é o que faz falta. Mas também é preciso que a possibilidade da autodeterminação da autodeterminação exista. Isto é a autodeterminação vai até ao indivíduo.

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  7. Pi-Erre permalink
    9 Agosto, 2008 23:13

    Já que estão com a mão na massa, não se esqueçam de falar da Catalunha, do País Basco, da Valónia, da Irlanda do Norte, da Córsega, etc, etc, etc.
    E também dos Açores, está claro!
    E Olivença.
    E a Madeira.
    E muito mais…

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  8. Dicionário de Português permalink
    9 Agosto, 2008 23:31

    Não se escreve

    “Áquele que assegura mais liberdade”

    mas sim

    “Àquele que assegura mais liberdade”.

    (Note o acento que é diferente num e noutro caso.)

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  9. 9 Agosto, 2008 23:44

    —> É preciso dizer NÃO à (cada vez mais poderosa) Inquisição Mestiça!

    —»»» Pelo Direito à diferença:
    TODOS DIFERENTES!!! TODOS IGUAIS!!!
    — Isto é, TODOS os Povos Nativos do Planeta Terra:
    -> INCLUSIVE os de ‘baixo rendimento demográfico’ (reprodutivo)!!!…
    -> INCLUSIVE os economicamente pouco rentáveis!!!…
    devem possuir o Direito de ter o SEU espaço no Planeta!!!

    -> A ÚNICA forma de salvaguardar determinados Valores (um exemplo: o Direito dos Povos Nativos se defenderem da (cada vez mais poderosa) Inquisição Mestiça)… é, antes que seja tarde demais, reivindicar o LEGÍTIMO Direito ao Separatismo.

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  10. Gabriel Silva permalink*
    10 Agosto, 2008 00:02

    «Isto é a autodeterminação vai até ao indivíduo.»

    exactamente.

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  11. 10 Agosto, 2008 00:05

    As coisas não são assim tão simples. A verdade é que a independência da Ossétia do Sul, a bem da liberdade dos que a pretendem, pode colidir com os interesses dos outros georgianos. Para mim a coisa resolvia-se com uma facilidade muito maior: os que querem pertencer à Rússia vão para a Rússia e deixam a Ossétia da Sul como está.

    Tudo isto teria sido evitado não fosse a porcaria do Kosovo.

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  12. maverick47 permalink
    10 Agosto, 2008 00:07

    “Entre o princípio da autodeterminação das comunidades e o princípio da preservação da integridade do território de um estado, a qual dar preferência quando entram em conflito? Áquele que assegura mais liberdade: o da autodeterminação.”

    A questão tem sempre mais variáveis do que essas, e o caso concreto em apreço não é excepção (p. ex., há o elemento externo [Rússia] que pretende conquistar um protectorado de facto [se calhar mesmo de direito] e não meramente salvaguardar a autodeterminação de quem quer que seja).

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  13. 10 Agosto, 2008 00:16

    A política de oferecer um “estado” a cada “nação” está falida, é uma herdeira da Primavera dos Povos de 1848 e parte de um princípio perigoso – o de que se eu estiver integrado num estado cuja cultura não é idêntica à minha, estou em risco.

    É impossível criar um estado soberano para cada agrupamento de pessoas que dispõe de elementos culturais distintos dos dominantes dentro daquele estado. Basta olhar para a ex-Jugoslávia, onde passados quase 20 anos e três guerras, ainda não foi possível reconciliar toda a população e ainda há bastante pessoas a sofrer com os desvarios nacionalistas.

    O parágrafo que constitui este post talvez seja adequado quando tratamos de países democráticos e de estados de direito, mas não tem em conta que, quando a Rússia entra em campo, fica tudo desequilibrado.

    Aquando da independência do Kosovo, a Rússia afirmava que “se os tchetchenos e os kosovares devem ter um estado próprio, porque não os abecazes e os ossetes?” Para quem desconhece a situação, isto até teria a sua lógica, mas vinda de quem, desde 1991, apoia activamente separatistas na Transnístria [Moldávia], na Abecázia, na Ossétia do Sul e, eventualmente, no enclave de Nagorno-Karabakh [Azerbaijão], é simplesmente ridícula.

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  14. Gabriel Silva permalink*
    10 Agosto, 2008 01:18

    «A política de oferecer um “estado” a cada “nação” está falida,»

    exacto, as comunidades é que devem assumir por si a sua autodeterminação.

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  15. 10 Agosto, 2008 01:21

    Corrijam-me lá estiver enganado, mas estamos a falar de 2008 ou de 1918?

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  16. Gabriel Silva permalink*
    10 Agosto, 2008 01:22

    «e parte de um princípio perigoso – o de que se eu estiver integrado num estado cuja cultura não é idêntica à minha, estou em risco.»

    não, parte do principio de que uma comunidade deve ser livre de decidir o seu destino, ainda que não exista risco nenhum, mas porque simplesmente seja do seu interesse.

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  17. 10 Agosto, 2008 01:36

    Assim sendo, é positivo aceitar a formação de estados soberanos mesmo que estes não tenham condições nem infraestruturas necessárias para existir enquanto tal, apenas para acalmar sentimentos nacionalistas?

    Os Tamil do Sri Lanka querem ser independentes, mas um estado soberano na península de Jaffna teria alguma viabilidade?

    Banda Aceh e Irian Jaya [e muitas outras na Indonésia] também desejam a independência – têm legitimidade e condições para tal? Quando no início dos anos 70, a Índia apoiou o separatismo do Paquistão Oriental [actual Bangladesh], fizeram-no por motivos de autodeterminação da população bangali ou com o propósito de prejudicar a coesão do Paquistão? E o Tibete, quem o deseja ver independente, faz alguma ideia de como seria um estado sem condições e sem as infraestruturas necessárias a uma vida minimamente estável?

    É preciso ter muito cuidado quando se trata da autodeterminação dos povos e de legitimar desejos de independência – cada caso é um caso e o que se aplica num cenário pode não se aplicar noutro. Antes de avançar para a independência, é mais prudente avaliar o que pode ser feito dentro do possível – só quando não existe nenhuma vontade dos lados envolvidos em criar uma relação construtiva é que a independência se torna moralmente aceitável.

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  18. 10 Agosto, 2008 01:49

    E aquele condado no extremo ocidental do Reino de Leão, que condições tinha para ser independente?

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  19. 10 Agosto, 2008 01:56

    E se o estado que domina o território os mandar autodeterminarem-se dali para fora? Ou se a comunidade se autodeterminar para cima do território dos outros? Por exemplo, se os madeirenses têm o direito à autodeterminação, desde que se autodeterminem fora do território nacional.
    Vês como tudo se resolve dentro dos princípios?…

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  20. Mr. Hyde permalink
    10 Agosto, 2008 02:25

    Nas entrelinhas do texto:

    – o Porto a Nação;
    – o Gabriel a Presidente.

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  21. Anónimo permalink
    10 Agosto, 2008 04:30

    Dizem que se deita sempre a culpa aos states de todo o mal. Mas parece que lá vao conseguir essa coisa extraordinária de ter novamente a Russia e a UE de costas voltadas e lá vao vender o escudo dos misseis. Negociantes de armas é oque dá. Ia lá a Georgia atacar a Ossetia à bomba sem o consentimento de George. Nao ia.

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  22. Anónimo permalink
    10 Agosto, 2008 04:50

    .. e os russos nao tinham o direito de responder como responderam. Bombardearam cidades, mataram civis. Que tragédia. Parece que também querem a guerra.

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  23. lucklucky permalink
    10 Agosto, 2008 08:39

    “É impossível criar um estado soberano para cada agrupamento de pessoas que dispõe de elementos culturais distintos dos dominantes dentro daquele estado. Basta olhar para a ex-Jugoslávia, onde passados quase 20 anos e três guerras, ainda não foi possível reconciliar toda a população e ainda há bastante pessoas a sofrer com os desvarios nacionalistas.”

    Como raio consegue pensar assim?! Se há alguma coisa que prove os DESVARIOS INTERNACIONALISTAS é precisamente a Jugoslávia. E claro depois de tentar colar o incolável á força e com dezenas a centenas de milhar de mortos após Segunda Guerra Mundial os internacionalistas agora culpam os nacionalistas… Foi o Estado Central nas mãos dos Sérvios a recusar a autodeterminação.

    Os Checos e os Eslovacos não foram menos nacionalistas e escolheram seguir cada um o seu caminho pacificamente.

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  24. OLP permalink
    10 Agosto, 2008 09:39

    Cabinda antes da neo-colonização angolana seria inviável?
    Banda Ache também? e Timor não?
    Caxemira?
    Será que os separatistas da ossétia e abecásia o seriam sem ordens do KGB? ou foi só por lhes darem o passaporte russo?
    Será que algum dia vão contar o numero de Kalashs espalhadas por esse mundo?

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  25. Português Velho permalink
    10 Agosto, 2008 10:07

    Não me parece que autodeterminação signifique “de per se” mais liberdade. Depende das circunstâncias de cada população: por vezes, pode representar até menos, muito menos, liberdade.
    Outra boa questão é saber o que significa liberdade! Se perguntássemos aos pais moçambicanos, chacinados pelos próprios filhos por se recusarem a tratá-los por «Camaradas» durante os anos 70; talvez fosse possível saber alguma coisa.

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  26. 10 Agosto, 2008 12:09

    No caso da Madeira, a situação é o oposto do habitual nas relações colonizador/colonizado:

    Aposto o que quiserem que, se houvesse um referendo, o povo do continente votava a favor e o do arquipélago votava contra…

    A solução ideal seria, porventura, uma «independência temporária», ou «à experiência»…
    .

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  27. 10 Agosto, 2008 13:28

    “…a autodeterminação vai até ao imdivíduo.” Sim, mas estejam atentos aos chips que nos preparam.

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  28. OLP permalink
    10 Agosto, 2008 17:20

    E eu aposto que se os espanhois dessem um passaporte aos madeirenses o Alberto Joao se demitia e ia gozar a sua reforma feliz.
    Quem aposta comigo nessa autodeterminação?

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