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Re: Re: Da manipulação

26 Setembro, 2008

Meu comentário ao email recebido de Estrela Serrano:

1. O pedido de parecer à CADA deveu-se à iniciativa da ERC baseando-se na opinião de que alguns documentos continham apreciações pessoais que deveriam ser salvaguardadas, de que os depoimentos tinham sido prestados num eventual pressuposto de confidencialidade e de que tal relação de confiança seria necessária preservar para o desempenho das atribuições cometidas à ERC. O que é substancialmente diferente de se dizer que as razões do pedido de parecer seriam apenas «Precisamente porque o conteúdo de algumas das audições de jornalistas se revestia de melindre, pelas considerações de natureza pessoal que envolvia, para ser divulgado sem autorização da entidade que tem competência para o fazer».

parecer da CADA apenas dá razão, parcial e com votos de vencidos, à primeira pretensão, isto é, manda divulgar os documentos, expurgados de umas expressões que uma jornalista (e não dois como Estrela Serrano refere), teria proferido. 

2. Sobre a dilação temporal (9 meses) entre a decisão da CADA e a entrega do dossier ao Expresso, Estrela Serrano afirma que a sua justificativa se deverá «a motivos tão prosaicos que, se, e quando, forem conhecidos, criarão grande frustração nos impolutos analistas que hoje bramam contra a ERC.» Devo confessar ser uma frase assaz extraordinária. Em primeiro lugar, o que é meramente «prosaico» dificilmente se poderá entender como justificativo da sua não divulgação.  Em segundo, o que quer dizer ao certo com o «se, e quando forem conhecidos»? Parece dar-me razão quanto à manipulação, pois que a ERC arroga-se da decisão de divulgar ou não (o «se») e do «quando» sem que sejam reveladas razões para tal. Acrescenta ainda que «A seu tempo, e se a divulgação das razões do atraso vierem a revelar-se mais importantes do que outros valores que poderão ficar em causa com essa revelação, as razões do atraso serão ditas». Depreendo que se os tais «valores que poderão ficar em causa»» actualmente existentes se mantiverem relativamente «mais importantes» do que os motivos do atraso (prosaicos, recorde-se), o referido «a seu tempo» configurará um «ad eternum» ou, em alternativa, quando a ERC bem entender. E o que poderá levar a que as «razões do atraso [venham] a revelar-se mais importantes»? Pressão da opinião pública? Exigência de transparência por parte de um organismo público? Suspeição acrescida? Só a ERC pode esclarecer, esperando-se apenas que o não faça «se, e quando» bem entender.

«Neste ponto, portanto a sua dúvida justificava-se» Claro que sim. «Mas não, com certeza, a forma quase indecorosa como formou, primariamente e sem mais, a sua convicção sobre as “razões” da ERC». Vejamos, a ERC demora 9 meses a entregar à imprensa um dossier sensível politicamente, sem que seja apresentada qualquer justificativa. Mesmo agora, arroga-se na discricionaridade de decidir do «se» e «quando» divulgar de tais razões, remetendo para justificativas evasivas. Por mim, um organismo público como a ERC, com as referidas atribuições de «Assegurar o livre exercício do direito à informação e à liberdade de imprensa», estando sob suspeição das suas intenções quanto ao atraso e ao timing da divulgação de informação que era obrigada a difundir, é que está a colocar «valores em causa». 

3. Sobre o dossier em si mesmo, era já minha intenção estudá-lo a seu tempo, agradecendo no entanto o seu acrescido incentivo.  Só não entendi verdadeiramente o que pretende com a sua acusação de que «E não diga que, até agora, não tinha podido ler. É que, pelo menos, podia e devia ter perguntado.». Os documentos estão disponíveis desde o dia 24 e eu postei no dia 25 de manhã. Acresce, como me parece claro, a minha posta não era directamente sobre o dossier em si ou sobre o caso do PM, mas sim sobre a atitude da ERC, pelo que não tem sentido sugerir que se eu tivesse tido acesso à documentação, teria escrito coisa diferente. Em terceiro, a própria Estrela Serrano não divulga as razões do atraso de 9 meses na entrega da informação, facto que está em grande parte na base do que escrevi.  E «Perguntado» o quê? As razões da dilação de 9 meses? Mas se a ES me diz que não pode ser revelado…..

50 comentários leave one →
  1. Anónimo permalink
    26 Setembro, 2008 15:26

    O “melindre” dá a sensação que a autoridade entende que os jornalistas poderiam ter problemas pelo que disseram. Deveria ser cabalmente esclarecido de que melindre se trata. Considerações sobre os próprios ou sobre o PM?

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  2. 26 Setembro, 2008 15:27

    Minha Senhora, óbviamente demita-se.

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  3. 26 Setembro, 2008 15:39

    Crônicas sobre os últimos acontecimentos políticos escritas de forma leve e sarcástica.

    Mosaico de Lama:
    http://www.mosaicodelama.blosgpot.com

    Boa leitura!

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  4. helenafmatos permalink
    26 Setembro, 2008 15:40

    As declarações do José Eduardo Moniz pag 127, 128, 131, 132, 133, 138 foram expurgadas ou pelo menos amputadas duma parte das frases

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  5. Gabriel Silva permalink*
    26 Setembro, 2008 15:45

    Helena,
    Ainda não vi, mas se o foram, não foi por indicação da CADA. Esta manda apenas expurgar coisas relativas às declarações de Raquel Abecassis.

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  6. José permalink
    26 Setembro, 2008 15:53

    Gabriel:

    V. faz melhor do que isso que agora escreveu. Acerte-lhe o passo que é para isso que os blogs servem. Uma vez que os jornais já não servem. Os directores têm medo de perder o lugar. Acagaçam-se

    O director do Público, para mim, perdeu-se. Sempre pensei que tivesse mais coragem. Mas compreendo.

    Quando esta figura de opereta sair de cena do poder, vai ser de esgalhar pessegueiro.
    Não tenho a certeza. Tenho a convicção.

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  7. 26 Setembro, 2008 15:58

    Com todo, mesmo todo o respeito que tenho por povos e países (politica e organicamente perturbados) do chamado Terceiro Mundo, quando é que a porcaria destas instituições e gentes mandantes em Portugal se “equilibram”, serenam e agem conforme pessoas inteligentes, “desenvolvidas” e europeias ?
    Ou fazemos mesmo parte dum terceiro mundismo europeu com manias de grandezas e “desenvolvimento” ?

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  8. Anónima permalink
    26 Setembro, 2008 15:58

    Se tivesse um pingo de vergonha na cara, a senhora Serrano já se teria demitido.
    Mas não tem.
    E vai continuar a abichar todos os meses uns largos milhares de euros dos nossos impostos para prosseguir a sua tarefa de capacho do Governo Sócrates e pôr-se em bicos de pés no desgraçado órgão a que pertence.
    Caso para perguntar o que fazem as oposições, de direita e de esquerda, que se calam ante tal estado de coisas.

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  9. José permalink
    26 Setembro, 2008 15:59

    Em França há um tipo que não tem medo: Jean François Khan, antigo director fundador do L´Événement de Jeudi e há uns anos da Marianne.

    O Sarkozy até tremelica, quando lê o que dele se escreve na capa da revista.

    Disso, não tempos por cá.

    o Henrique Monteiro,já sabemos a que casa pertence.

    O José António Saraiva, a que pertenceu.

    O do DN, idem, mas ainda assim, sempre foi assim.

    O do COrreio da Manhã, está para as curvas das vendas.

    O do 24 Horas, lá anda à procura da verdade, verdade, verdade que mais lhe convém.
    E estamos nisto.

    Os das TV´s é como se vê, pelo comunicado do inacreditável cabeça palrante da RTP e o da SIC, é um modo de fazer de conta. O da TVI procura aguentar as contas com telenovelas.

    Falta-nos uma Manuela Moutra Guedes a mandar. E a dizer o que disse do cabeça palrante da RTP que agora dirige a informação.

    Este Portugal da informação não é um país. É uma república de bananistas.

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  10. José permalink
    26 Setembro, 2008 16:08

    Até o Batista Bastos, um dos decanos da moralidade pública em papel de jornal, foi apanhado neste escândalo das casas que já foi motivo de escândalo na Mairie de Paris pelos mesmíssimos motivos, no tempo de Chirac.

    Como é que o BB se vai defender de uma coisa destas? Vai dizer que foi uma pulhice, o que lhe fizeram porque era pobre e necessitado e tinha direito legítimo ao apartamento?

    E se disser, alguém vai perguntar-lhe se havia outros mais pobres do que ele e por isso com mais direito?
    Vai defender-se com o Cesariny? Com o Pacheco que esteve num Lar? Com outros, que nos anos oitenta ficaram a dever tudo ao Cavaco, como certos actores e actrizes?

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  11. 26 Setembro, 2008 16:11

    …Mas também é verdade que a maioria (senão todos!) os órgãos de comunicação social são igualmente pulhas, safardanas, interesseiros, desonestos, ao editarem certas notícias e ao omitirem outras.
    Também em Portugal, quem tem “boa imprensa” (que quererá isto dizer, senhores jornalistas ?), tem quase tudo e todos a seus pés; quem não a tem (e isto, o que significa, senhores jornalistas ?)…paciência !

    É igualmente verdade que alguns directores, editores, chefes de redacção e jornalistas vendem-se(!!!) por diversos “preços” ou em troca de…
    É, ou não é verdade ?

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  12. 26 Setembro, 2008 16:16

    José,

    Conheci bem Luiz Pacheco e Mário Cesariny. Dois “casos” específicos de sobrevivência. Cristalinos como poucos.

    Quanto ao Baptista Bastos, que também conheço, por certo ele esclarecerá, e bem diferente do que se concluíu. BB é dos poucos e extraordinários que restam !

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  13. José permalink
    26 Setembro, 2008 16:20

    Pois é. E por isso mesmo é que a nódoa cai no melhor pano. Espero que assim seja, porque não será por isso que fica sujo. Pelo menos na minha consideração e respeito.

    Mas era escusado.

    No entanto, mesmo aqui neste blog, o assunto foi focado numa perspectiva geral: a da corrupção generalizada que até abrangia instituições do Estado como a PGR.

    Ora, as coisas não são sempre como parecem ser e é preciso explicar bem.

    O caso de BB precisa de ser explicado, porque o António Vilela da Sábado já o relatou assim, como se tratasse de um privilégio. E pode não ser, como acho que não é.

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  14. 26 Setembro, 2008 16:22

    Não sei bem que diga. Esta merda já dura há 34 anos e se calhar o melhor é mesmo que se lixe tudo, dos mercados aos governos pode ser que alguma hecatombe passe e engolfe Portugal por tabela. Era remédio santo.

    É aviltante ver aqueles que em tempos fugiram à PIDE e urravam pela liberdade em cima de mesas nas Faculdades, agora enfiados em fatos de apparatchik a fazer de conta que não se passou nada nas suas cabeças e nos seus bolsos, a ocupar todos mas todos os lugares decisórios desde o Estado às instituições suas satélites.

    É pura e simplesmente nojento, e as Casas Pias, ERC’s e afins são tudo fatias da mesma tarte.

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  15. José permalink
    26 Setembro, 2008 16:25

    O problema com estas figuras públicas que escrevem em jornais, é que se pronunciam por vezes, acerca de coisas que não conhecem bem, nem avaliam bem.
    E alardeiam por vezes moralidades que depois lhes caem em cima como cuspo que vem do ar.

    E sendo assim, é preciso cuidado e passar por elas. Para entender como podem doer, as injustiças.

    Por mim e de mim falo. Mea culpa.

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  16. José permalink
    26 Setembro, 2008 16:29

    FMS:

    Há um ditado português que nos diz tudo sobre isso: não sirvas a quem serviu; não peças a quem pediu.
    E os brasileiros acrescentam: pede a quem herdou que não sabe o que lhe custou.

    Aqui está o retrato deste pequeno regime político que temos.

    Se formos a ver bem, são uma dúzia de indivíduos que mandam nisto, politicamente. Em 10 milhões de pessoas, com todos os media a ajudar. E a ERC também.

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  17. Winston Smith permalink
    26 Setembro, 2008 16:30

    Ó MJRB,

    ” Onde é que vc estava no 25 de Abril? ”

    ;-))

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  18. 26 Setembro, 2008 16:31

    FMS,

    Tem sido mais ou menos “isso”.
    Mas conceda sff: a culpa não é da Liberdade com 34 anos; é de quem usa e abusa do poder.

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  19. 26 Setembro, 2008 16:41

    Winston Smith,

    Muito excepcionalmente vou responder-lhe: estava em Zemba, zona a norte de Luanda, Dembos, num quartel no meio do mato.
    Mobilizado numa estúpida guerra.
    E mobilizado, por retaliação pessoal dum membro do executivo salazarista-caetanista, que não me perdoou a minha recusa em receber um prémio de âmbito nacional.

    Serve ?

    Não recebo lições de Democracia, de Liberdade, de comportamento cívico absolutamente de ninguém !
    Estou “limpo”, percebe ? E livre, muito livre de tudo e de todos para pensar e agir como entendo e quero !

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  20. Pi-Erre permalink
    26 Setembro, 2008 16:48

    Pelo que eu estou a ver, no Zimbabué passam-se coisas extraordinárias.
    Mirabolantes, mesmo.
    É disso que estão a falar, não é?

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  21. José permalink
    26 Setembro, 2008 16:54

    O “executivo salazarista-caetanista” era constituido por alguns indivíduos vingativos, castigadores e impiedosos.
    Mas as regras eram claras e já se sabia que a coisa era assim. Uma ditadura funciona assim.

    Agora, é na mesma, mas as regras não são claras. Por isso é que alguns já se atrevem a associar este indivíduo que ocupa lugar em S. Bento de ser um imitador daqueles. E imita bem, nesse aspecto caviloso.

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  22. 26 Setembro, 2008 16:54

    Pi-Erre,

    No Zimbabué mais ocidental do continente europeu, passam-se coisas de facto extraordinárias!
    Sob a governação dum PM encantado com o poder, dependente dos média, e “cagando-se” (Ferro Rodrigues dixit) para os mais desfavorecidos.

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  23. José permalink
    26 Setembro, 2008 16:56

    Par ver como funcionava o regime Salazarista-Caetanista, é interessante ler as entrevistas de Hermano José Saraiva ( ou o que dele se publicou no SOl, pelo sobrinho e que merece ser lido, porque é uma história da nossa História recente).

    Saraiva foi castigado várias vezes pelo regime que apoiava, por causa do que dizia em público.
    Castigos como, por exemplo, não ser nomeado para isto ou para aquilo como pretendia e poderia ser.

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  24. José permalink
    26 Setembro, 2008 16:58

    No tempo de Caetano, era impensável, burlesco e totalmente impossível, de suceder o que sucedeu com este inquilino daquela cadeira: telefonar ao director deum jornal para lhe dizer que se pusesse a pau, se não quisesse ser corrido.

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  25. 26 Setembro, 2008 17:03

    José,

    Sabíamos muito bem, ao tempo de Salazar e de Marcello Caetano, quais eram as “regras”…

    Eu nunca, mas mesmo nunca presumiria que as actuais “regras” político-partidárias singrassem dum executivo do PS, “socialista”.
    E o que dizem e fazem os militantes (ou descendentes) do PS da Alameda, do jornal República, do 25 de Novembro de 1975 ? Dos primórdios políticos de Mário Soares, das outras figuras como Tito de Morais, Salgado Zenha ou Vasco da Gama Fernandes ?
    Poucos militantes do PS estrebucham contra.
    A maioria “adaptou-se”. Usa e abusa do poder. Com muita fartura porque vilões.

    E a ERC está replecta de “sim, senhor PM !”

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  26. Castro Guimarães permalink
    26 Setembro, 2008 17:04

    MJRB:

    Concedo quanto ao Pacheco. Era um pedinte, por falta de juízo e vontade de trabalhar, coitado.
    Mas, quanto ao Cesariny, tenha lá paciência: ao morrer, deixou milhares de contos à Casa Pia.
    O Baptista-Bastos, jornalista, escritor, etc., precisa de morar numa casa da Câmara? E os 90 e tal por cento de cidadãos portugueses que têm rendimento mensal (em reforma, colaborações jornalísticas, direitos de autor, etc.) muito inferior ao dele?

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  27. 26 Setembro, 2008 17:06

    “Como é que o BB se vai defender de uma coisa destas? Vai dizer que foi uma pulhice, o que lhe fizeram porque era pobre e necessitado e tinha direito legítimo ao apartamento?”

    Money talks…..

    Lembro-me de fazer parte de um “projecto de uma revista” do “Jacques da Maria” há uns anos, e já na altura achei isso demasiado…..negro! A revista parece que nem teve o nº1.

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  28. 26 Setembro, 2008 17:07

    Há quem “ande na estrada”, para ganhar a vida!

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  29. Winston Smith permalink
    26 Setembro, 2008 17:10

    Caro MJRB,

    A “minha” pergunta era uma brincadeira que devia ter saído logo ao seguir ao seu comentário que conhecia o BB. Nothing else. Aliás, foi com aspas (o seu a seu dono, nesta caso ao BB) e com um smile logo a seguir.

    Nenhuma presunção de dar lições seja do que for e, aliás, nem sequer nenhum interesse na resposta (que de qq forma agradeço).

    Trust all is clear and understood.

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  30. 26 Setembro, 2008 17:11

    Obrigado José e MJRB pelas v/ respostas. Honra-me que achem a minha opinião acertada. E renovadas felicitações ao Gabriel. Só não concedo que a culpa não seja da liberdade; é que à Portuguesa, liberdade é fazer o que se quer, e não o que se deve. Logo, daqui advém que a culpa de estar no Poder quem lá está, é da própria Natureza do português. Não sabe sequer o poder que detém nas mãos quando vota, por isso esbanja essa benesse.

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  31. caramelo permalink
    26 Setembro, 2008 17:33

    “No tempo de Caetano, era impensável, burlesco e totalmente impossível, de suceder o que sucedeu com este inquilino daquela cadeira: telefonar ao director deum jornal para lhe dizer que se pusesse a pau, se não quisesse ser corrido.”

    Hahahahaha, é de mijar a rir!

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  32. 26 Setembro, 2008 17:39

    Mr. Castro Guimarães,

    Desculpe-me a correcção, mas Luíz Pacheco trabalhou ! Um trabalho intelectual. Optou por uma criatividade que neste país é muito mal paga. E que só muito esporadicamente lhe proporciounou reduzidos e logo gastos lucros. Se vivesse na América da “beat genneration”, seria adulado na Europa e…em Portugal.
    Foi um pedinte com classe, aqui. Nos USA outro modo de vida lhe proporcionariam.

    O Mário deixou, de facto, bastante à Casa Pia.

    A vida do BBastos nos anos 1970-80, foi bem diferente da actual. Sinceramente não sei o que se passa com a tal residência “da” câmara. Ele esclarecerá. Acredito na honestidade do BB.

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  33. 26 Setembro, 2008 17:45

    Mr. Winston Smith,

    Eu percebi: “onde é que vc estava no 25 de Abril ?” — BB ícone.

    Excedi-me na resposta.
    Porque apesar dos meus e felizmente muitos e vigorosos anti-corpos perante este estado e governo, sinto-me phodido e bastante zangado ao ver tanta e diversificada miséria neste país abusado despudoradamente por Sócrates e por um PS que se diz “socialista”.

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  34. 26 Setembro, 2008 17:50

    José,

    No tempo de Salazar e de MCaetano os métodos eram bem piores ! “Castrantes” de vez ! Quem fosse despedido por motivos políticos, muito dificilmente equilibraria a sua vida e dos seus num curto espaço de tempo. E muitos…acabaram bem mal !

    FMS,

    Insisto: a “culpa” não é da Liberdade; as pessoas não sabem respeitá-la e usá-la de modo civilizado e inteligente. E quando os “maus exemplos vêm de cima”…

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  35. 26 Setembro, 2008 17:55

    MJRB,

    Mas é que esses que agora estão em cima, vieram de baixo… entende o que me rói a mente? É que a mediana é medíocre e os que “sobem” são os piores, os que essa peste negra de ter que lutar pela sobrevivência não obriga a ocupações mais condignas.

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  36. 26 Setembro, 2008 18:18

    FMS,

    Sim semhor ! É bem verdade ! Muita gentinha e gentalha que “está” nas juntas, nas câmaras, nos governos civis, nas CRegionais, nas assessorias e nos gabinetes do governo –deste governo–, são indigentes, interesseiros, inaptos, servis, sem idéias próprias, etc, etc, etc.

    Admito e aceito alguém que, como vc. escreve “venha de baixo”, ascenda a lugar de destaque na administração pública. Mas pelo seu valor intelectual e verticalidade social. O que também me “mói” e “rói” é precisamente a canalhada que ocupa “à má fila” lugares que por mérito próprio deveriam ser doutros.
    E o PS está cheio dessa canalhada !!! Conheço alguns !

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  37. 26 Setembro, 2008 18:41

    a ERC e Deus nosso senhor são uma só pessoa?

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  38. 26 Setembro, 2008 20:38

    Mr. José Ferreira Da Silva,

    É, sim senhor ! Senhor que esfola antes de matar e se pudesse imporia “sedutora” e post-moderna censura…

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  39. José permalink
    26 Setembro, 2008 20:46

    Caramelo:

    Ria-se, ria-se. Só lhe faz bem.

    A ditadura não precisava de ter um primeiro-ministro a telefonar a um director de jornal, por vários motivos:

    Havia a censura e o SNI.

    Agora não há censura instituida, mas há vários SNIS. Bernardo & Damião, dizem-lhe alguma coisa?

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  40. 26 Setembro, 2008 20:53

    Semanalmente, o Expresso edita algo sobre a censura no tempo de Salazar e de Caetano.
    Alguns cortes foram verdadeiramente patéticos, básicos !

    Mas foram eficazes “no resto”….

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  41. 26 Setembro, 2008 20:57

    Mas o que sustenta a lógicas dos Karamelos é que tem mais piada.

    O acto em si só é prepotência intolerável se o regime for ditadura. Num regime democrático quem o critica é que é “facista”.

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  42. 26 Setembro, 2008 20:59

    “as”

    E são sempre exageros ou má-fés. O que dá para perguntar então em que é que criticavam os situacionistas de outros tempos.

    Nada. Não há argumento moral mas é sempre com a chicana da denúncia e do moralismo que depois se tornam reviralhos.

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  43. 26 Setembro, 2008 21:01

    É claro que, fora isso, torna-se patético porque nem boleia conseguem com tanto clubismo.

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  44. Castro Guimarães permalink
    26 Setembro, 2008 22:29

    Sr. MJRB:

    Você diz essas coisas com que conhecimento de causa?
    O Pacheco nunca trabalhou e muitas vezes lhe dei, sim, lhe DEI notas de 20 escudos que ele me pediu. Não me venha com essa do trabalho intelectual, que é conversa da treta.
    O Cesariny estava sempre à espera que se lhe pagasse um café, porque não tinha emprego e só fazia uns poemas (até certa altura, porque depois nem isso…) e “pintava” uns borrões e, afinal, tinha milhares de contos a render e, não obstante, recebia um subsídio do Ministério da Cultura, pago com os nossos – meus, seus – impostos.
    E o BB, nos anos a que V. se refere, era já um escritor e jornalista conhecido e bem empregado. Não consta que outros escritores e jornalistas, menos conhecidos e sem tão bom emprego, vivessem em casas da câmara.
    Ora, diga-me lá de sua justiça.

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  45. 26 Setembro, 2008 23:34

    Alguém disse; quem se mete com o ps …, leva!!!

    Este “sistema”, aqueles que usufruem, não querem abdicar dos privilégios que foram adquirindo ao longo do tempo, que lhes dá azo para trafulhar, em “liberdade”, sempre que os interesses pessoais, da máquina política, entrem em crise!!!
    Os “videirinhos de serviço”, esses, pelo lugarzito, promoção, etc., dobram-se até ao chão!!!

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  46. stevens permalink
    27 Setembro, 2008 06:53

    Sobre a dilação temporal (9 meses) entre a decisão da CADA e a entrega do dossier ao Expresso

    A ERC estava a ver se a coisa passava, e entretanto o irmão Henrique tratava do assunto.

    Teve azar e agora bem podem andar como galinhas doidas a fazer comunicados à vontade que não convencem ninguém sério.

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  47. 27 Setembro, 2008 23:06

    Mr. Castro Guimarães,

    Dado que vc. me interpelou no post “Guimarães, cidade de eventos”, está lá a minha resposta.

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