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Rankings e o fracasso do Estado Social

20 Outubro, 2009

Os rankings escolares têm um efeito desorientador nos defensores do Estado Social. Como as escolas privadas ocupam o topo dos rankings, os defensores do Estado Social têm que arranjar uma forma de os desvalorizar. E a solução que encontraram foi o “contexto sócio-económico”. O “contexto sócio-económico” explica porque é que aparecem escolas privadas no topo dos rankings em vez de aparecerem públicas.

O mesmo é dizer que 40 anos de transferências dos ricos para os pobres, 50% do PIB em serviços e transferências, rendimento mínimo, salário mínimo, habitação social, saúde grátis e escola grátis não mudaram o “contexto sócio-económico”. A desculpa do “contexto sócio-económico” é também um reconhecimento de que a escola pública não tem qualquer efeito relevante nos alunos. O que é determinante para o sucesso escolar é o “contexto sócio-económico”.

40 anos de Estado Social não mudaram a posição relativa de ricos e pobres. Porquê? Talvez porque o Estado Social se limita a institucionalizar as posições relativas entre grupos sociais, reduzindo as oportunidades e perpetuando a pobreza.

76 comentários leave one →
  1. Outside permalink
    20 Outubro, 2009 11:08

    Caro JM
    …desta vez um post mais interessante sem dúvida (apesar de não concordar em essência com o nele intuído)

    Chamemos-lhes classes nest pas?

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  2. anónimo permalink
    20 Outubro, 2009 11:12

    o miranda gostava de viver sem pobres. e depois quem é que lhe despejava o lixo?

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  3. 20 Outubro, 2009 11:14

    Não me parece que seja assim tão linear. A ideia de que o contexto sócio-económico é uma das variáveis mais importantes para o resultado escolar é compatível com a ideia de que o acesso à escola pública é outra variável importante.

    Ou seja, é possível dizer que o contexto sócio-económico faz com que os alunos das escolas privadas tenham melhores notas e, ao mesmo tempo, dizer que os alunos que acedem à escola pública teriam muito piores resultados se esta não existisse. A escola pública não elimina as diferenças mas atenua-as.

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  4. tina permalink
    20 Outubro, 2009 11:15

    “Talvez porque o Estado Social se limita a institucionalizar as posições relativas entre grupos sociais, reduzindo as oportunidades e perpetuando a pobreza”

    Muito verdadeiro. É o que acontece com bairros sociais para pobres, escolas para pobres… Se o Estado quisesse mesmo ajudar, pensaria em maneiras mais eficazes de combater o problema. Se não o quer fazer, então dê mais iniciativa aos privados para o tentar fazer.

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  5. 20 Outubro, 2009 11:19

    João Miranda, não vale muito a pena estar com grandes esforços. Tu és cientista pelo que sabes perfeitamente o que está em causa. Para uma experiência ser válida, para se poder falar de causalidade, ou se controla estatisticamente para todos os outyros factores relevantes, ou então a amostra tem de ser selecionada aleatoriamente.
    Neste caso, e isto é demasiado óbvio para estares a desconversar, há um problema de autoselecção. Ainda por cima este problema é duplo, porque se aplica aos colégios privados que selecionam os alunos e aplica-se aos pais que selecionam os colégios privados. Desculpa estar a dizer-te o óbvio.

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  6. caramelo permalink
    20 Outubro, 2009 11:24

    A “desculpa do “contexto sócio-económico”? Ó João Miranda, são os próprios responsáveis das escolas que o admitem, tanto os das privadas, como os da pública. Para além do caso dos jesuitas, ali em baixo referido por outro comentador, tem, por exemplo, a directora do Infanta Dona Maria, em Coimbra, secundária que tem estado quase sempre no topo do ranking, a admitir que os seus elevados indices têm em grande parta a ver com o facto de se inserir num meio socio-económico elevado. Obviamente, isto é extensível a todas as escolas. Eu fico sinceramente espantado com o facto de o João Miranda não perceber isto. Estou como o LA-C. Ou o João Miranda anda a gozar, ou não sabe mesmo, e esta última hipótese é demasiado ridicula…
    Quanto ao resto, não entendi: quer dizer que o Estado Social, o grande papão, afinal não existe? Vocês andam a lutar contra moinhos de vento? Mas a verdade é que existe mesmo: apesar de todas as falhas, as crianças, sem o Estado Social, estariam bem pior. Nem sequer existiriam rankings, se não houvesse escola pública e apoios para as crianças as frequentarem, porque simplesmente essas crianças estariam for a do sistema. Ninguém pretende que o sistema seja perfeito (nunca ninguém disse isso), mas é muito melhor do que não haver.

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  7. h5n1 permalink
    20 Outubro, 2009 11:27

    É evidente, ao fim destes 35 anos de educação bourdalesa, que a escola pública tem servido para acentuar as desigualdades, ao mesmo tempo que tem mantido a ilusão de que as combate.

    É para isso que serve esta escola: fechar o círculo da exploração, ao mesmo tempo que ajuda a manter anestesiados os jovens que por ela vão passando, espalhando a ilusão da “igualdade de oportunidades” para todo os cidadãos.

    Missão cumprida!

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  8. JoaoMiranda permalink*
    20 Outubro, 2009 11:32

    Caro LA-C,

    Onde é que no post eu digo que não há um problema de selecção?

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  9. 20 Outubro, 2009 11:32

    Quando o João for rei, acaba com o ensino público e vai a maltosa toda para o privado.
    Como o privado não vai admitir a dita maltosa, esta maltosa toda vai formar uns gangs para assaltar as escolas… privadas.

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  10. 20 Outubro, 2009 11:38

    1. Não sou de Esquerda. Acredito veementemente na necessidade de promover a igualdade de oportunidades, a igualdade de condições de partida, a possibilidade de ascensão social (sem receio do termo) acessível a todos. Acredito nisso e não na igualdade “decretada” artificialmente mas raramente atingida.
    2. Não alinho no slogan da “defesa da escola pública (ponto final)”, que em si mesmo não significa nada. Parece que basta ser pública para ser fantástica, o que claramente não é verdade, seja por haver más escolas públicas, seja por haver excelentes escolas privadas que muito poderiam ensinar às públicas.
    3. Dito isto, há que reconhecer que o contexto conta. Fui uma vez ao agora famoso Bairro do Aleixo por causa de um trabalho para a Universidade. Vi crianças que passavam o dia na rua, com o pai e/ou a mãe na cadeia, “criados” por uma avó ou tia, sujeitos a violência… enfim, o cenário negro que nos habituámos a ler (mas que todos os portugueses deveriam também ver, para entenderem verdadeiramente a realidade social do nosso país). Basta dizer que não tinham em casa um único local onde estudar, sossegado, silencioso, onde se pudessem concentrar. Nem tinham, de certeza absoluta, pais ou responsáveis de educação que encorajassem o estudo (em muitos casos eram inclusive os campeões do desencorajamento).
    4. Obviamente, nem todas as crianças que frequentam escolas públicas estão nessa situação. Mas do extremo das condições péssimas acima descrito ao extremo das condições óptimas (de estudo, concentração, meios adicionais de aprendizagem como explicadores, etc.), a maioria das crianças que frequentam as escolas públicas estão do centro para o extremo péssimo e a maioria das que frequentam as escolas privadas do centro para o extremo “óptimo”.
    5. Finalmente, não concordo nada que estes 40 anos não tenham tido qualquer impacto positivo. O aumento da escolaridade média é notório. As crianças que nasciam há 40 anos tinham claramente menos oportunidades. E hoje têm-nas em maior nº em grande parte devido às escolas públicas. Quantos casos não conheço (não conhecemos?) também de sucesso vindo das escolas públicas. Mais: que sem essas escolas públicas teriam entrado no mercado de trabalho bem mais cedo e, portanto, com menores qualificações.

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  11. Rxc permalink
    20 Outubro, 2009 11:45

    A piscoisada faria melhor figura se tentasse perceber o que foi dito em #7 pelo H5N1. A esquerdalhada, com o afã cego de acudir aos “pobrezinhos” de forma voluntariosa e emocional, só tem agravado o problema das ditas “classes”, ao tratar as de menos recursos económicos como mentecaptos, incapazes de tomarem conta de si próprios ou de serem desafiadas para darem o melhor de si.
    Se o sistema de ensino não fosse tão “inclusivo”, o filhinho bronco e cábula do empresário que ganhou uns cobres e pensa que é gente dificilmente poderia competir com o filho trabalhador e estudioso do operário da fábrica…Assim ficamos todos contentes, que são todos muito inteligentes. E como são todos inteligentes e passam todos de ano, com distinção, continua-se a ter em conta outros factores, que tão bem servem os melhor instalados na vida.

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  12. Le Piffe permalink
    20 Outubro, 2009 11:45

    Ó João essa argumentação é manhosa e eu não quero acreditar que você só valha isso!

    Qualquer pessoa que tenha visto alguma coisa do mundo sabe que a estimulação nos mais tenros aninhos é fundamental. Foi o Bush que pagou um dos últimos estudos sobre a matéria e as conclusões foram claras: os alunos que tinham sido incorporados nos programas de apoio pré-escolar, o qual entretanto fora descontinuado durante vários anos, tinham percursos com maior sucesso muitos anos depois. Isto levou a que se retomassem políticas de apoio social nos USA e à famosa campanha do “no children left behind”. Se lá teve de ser o estado a fazê-lo …

    Note também que o estado social, em termos de creches, jardins de infância e pré-escolar só muito recentmente começou a exercer alguma função em Portugal. E a situação é neste momento francamente deficitária.

    O que valia a pena discutir com seriedade é se entregar as crianças à escola desde a mais tenra idade é a melhor manira e as estimular, ou se o mercado laboral se deveria reestruturar de forma a permitir que as crianças possam estar em comunidade com os adultos (e não apenas a família).

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  13. 20 Outubro, 2009 11:46

    Bravo, Fernando.

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  14. h5n1 permalink
    20 Outubro, 2009 11:52

    O último e desesperado argumento é o de que “sem a política que domina esta escola pública, mesmo com todos os erros, estaríamos bem pior”.

    Pior do que quê? Em comparação com quem? Certamente com o caos, que é a única comparação em que a escola portuguesa sai um pouco melhor.

    O impacto “positivo”, em termos sociais e económicos, traduz-se principalmente em “qualificações” para as estatísticas.

    O país descola do resto da Europa, não existe emprego adequado para os licenciados, estes são na sua maioria analfabetos, os desqualificados proliferam por todo o lado.

    Grande país de oportunidades para as mafias.

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  15. Le Piffe permalink
    20 Outubro, 2009 11:54

    E é claro que não se pode confundir o desmando e cabotinismo do sistema educativo português com políticas de esquerda. Nem de resto os rankings têm a menor validade científica. Para ser mais exacta há que dizer que o ME pura e simplesmente não tem staff para tratar os números nem tem números credíveis neste momento. Além de que tem uma enorme gulodice pela demagogia estatística, que é uma coisa que se distribui às carradas no ISCTE. Aliás o Sr. Miranda já não a primeira vez que procura demonstrar que faria carreira nessa escola.

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  16. tina permalink
    20 Outubro, 2009 11:55

    O H5n1 disse tudo. Basta ir a uma escola de bairro social para perceber a palhaçada de cursos CEF, CIF, etc que há com o objectivo de dar uma preparação mais prática aos alunos mas que no fundo não os prepara para nada.

    Se fosse o Estado quisesse fazer um trabalho sério, daria cursos práticos sérios a estas crianças. Não as deixaria ali a perder tempo, a repetir ano após ano, e a perturbar as outras crianças que querem estudar.

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  17. 20 Outubro, 2009 11:56

    #11.
    Agradeço a sua preocupação com a minha figura.
    É comovente.
    Mas, se me é dado escolher, prefiro o que foi escrito em #10.
    Bravo Fernando.

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  18. Pausinha permalink
    20 Outubro, 2009 11:57

    Caro João Miranda, Meu amor,
    Este teu post contém uma concentração de disparates que até para ti é impressionante. É verdade que costumas escrever grandes anormalidades, mas desta vez excedeste-te. Deves ter batido um recorde. Ou então basteste com a cabeça. De qualquer forma, a ti o Estado social não te pode valer: és burro com ou sem ele. Mas estás no teu direito, e até agradeço que escrevas as alarvidades que escreves porque, para uma mulher como eu, em plena menopausa e cheia das inseguranças que a meia-idade traz, é muito reconfortante saber que há por aí pessoas que, como tu, não temem o ridículo. Diz-me lá: estás comprometido?
    Não pares João Miranda. Obrigado João Miranda. Viva o João Miranda.
    A tua,
    Pausinha

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  19. Paulo Nunes permalink
    20 Outubro, 2009 12:04

    Para haver sucesso escolar real, tem que haver uma cultura de disciplina, esforço e trabalho.
    O Estado Social, nos moldes em que está hoje, fomenta a falta de disciplina, o facilitismo o laxismo em praticamente todas as áreas da sociedade.
    Ensinando desde o berço que não vale a pena o esforço porque o estado ‘dá’, é impossível haver sucesso escolar real nas escolas públicas.
    Nas escolas privadas, por outro lado, e pela associação que têm aos ‘ricos’, o estado social não entra. Não entrando, não trás consigo os seus valores perniciosos. Logo, há uma qualidade de ensino maior porque há uma exigência maior.

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  20. caramelo permalink
    20 Outubro, 2009 12:13

    Meus caros, na minha opinião, o que deve discutir-se é o que está mal na escola pública e obviamente há muita coisa a melhorar, assim como o estado social pode ser melhorado: melhor canalização de recursos, etc. Esta é discussão dentro do sistema, que eu sou modesto nas propostas. Querem sair do sistema, arranjar outro? Proponham. O contexto socio económico é uma desculpa? Ignore-se o contexto sócio-económico e acaba-se com a desculpa. Melhor: o contexto socio económico, a existir tal coisa, é um conceito colectivista, socialista, etc, que colide com a responsabilidade individual. Melhor mesmo é arranjar uma forma de o abolir. Vamos lá, que isto não é só mandar bocas.

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  21. Le Piffe permalink
    20 Outubro, 2009 12:16

    Peguem nos vossos tamanquinhos e vão investigar quanto é que o estado social paga em contratos de patrocínio e quejandos a essas escolas “particulares”.

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  22. ASL permalink
    20 Outubro, 2009 12:24

    Nem mais Le Piffe!

    É ver os ditos “neo-liberais” a pedir a mãozinha do Estado e o patrocínio arroz carolino, para colocar os filhinhos em escolas de elite.

    Sobre os rankings e o falhanço do Estado Social, mais uma vez volta-se a falar de coisas “macro” ao invés dos problemas “micro”. Continua a doença de se falar em coisas aereas sem saber realmente do que se fala. Emitem-se confissões de estados de alma, e não se procurar racionalizar com estudo a sério do problema. Volta-se sempre a questionar o ensino sob a forma de organização, quando o real problema é de processo.

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  23. 20 Outubro, 2009 12:34

    Se as escolas privadas não fossem melhores que as públicas, porque motivo alguém iria para uma escola privada?

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  24. 20 Outubro, 2009 12:37

    “A escola pública não elimina as diferenças mas atenua-as.”

    Como conclui isso? A escolaridade obrigatória é que atenua as diferenças.

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  25. tina permalink
    20 Outubro, 2009 12:39

    “Volta-se sempre a questionar o ensino sob a forma de organização, quando o real problema é de processo.”

    Então, porque não faz o Estado alguma coisa sobre o “processo”? Por que se limita ano após ano a repetir os maus resultados e a não preparar devidamente as crianças? Porque é uma máquina demasiado grande e ineficiente, como sempre acontece com quase tudo que é do Estado. Com 5000 euros por criança como o Estado gasta há muitas possibilidades alternativas que deveriam ser testadas.

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  26. 20 Outubro, 2009 12:39

    LA-C

    “Neste caso, e isto é demasiado óbvio para estares a desconversar, há um problema de autoselecção.Ainda por cima este problema é duplo, porque se aplica aos colégios privados que selecionam os alunos e aplica-se aos pais que selecionam os colégios privados.”

    É verdade. Mas a auto-selecção não é por si um problema. O grave é que as crianças pobres, tenham potencial ou não, são excluídas da auto-selecção por falta de meios. É aí, na igualdade de oportunidades, que o estado tem falhado redondamente.

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  27. jorge paulo permalink
    20 Outubro, 2009 12:51

    Passados 35 anos do 25/4/74 o debate que devia estar a ser feito em Portugal, com seriedade, e vontade de procurar soluções, é saber o que é que falhou; porque é que com todas as ajudas que tivemos após a adesão à Europa, continuamos em praticamente todos os indicadores nos ultimos lugares, e atrás de alguns que partiram muito depois de nós. Em vez disso, o que nós vemos todos os dias nos media, são louvaminhas ao governo, como se Portugal estivesse na crista da onda, na senda do progresso, o que é falso, como nós sabemos; infelizmente. Os paises europeus que são o nosso modelo de desenvolvimento, e cujo bem estar invejamos, antes de poderem construir os estados sociais que nós conhecemos, tiveram que exigir muitos sacrificios aos seus cidadãos, e o pós 2ª guerra mundial, foi terrivel para várias gerações de europeus; aquilo não caiu do céu: foi preciso criar riqueza antes para se poder distribuir depois. Foi o que se passou em Portugal? penso que não. Continuamos a ter deficiencias em muitos sectores, e apenas fingimos que as melhoramos. Um pequeno País como o nosso que tem quase metade da população dependente do Estado, incluindo algumas das maiores empresas, pode continuar nesta vida? não pode; este é o caminho directo para a pobreza. Portugal, com o que deve hoje ao estrangeiro, e o que vai ficar a dever nos proximos anos, se forem avante os planos megalomanos deste governo, só poderá fazer face a esses encargos, entre 2012 e 2030, pelo menos, se crescer a uma média anual próxima dos 5%, e nos ultimos 10 anos tivemos em média um crescimento de 0,8%/ano; como é possivel inverter esta situação continuando com os mesmos métodos dos ultimos 35 anos? E não vejo ninguém a tentar sequer discutir estes assuntos. Não vi o programa todo, mas o pouco que vi dos prós e contras de ontem, foi confrangedor.

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  28. h5n1 permalink
    20 Outubro, 2009 12:57

    #29

    Os portugueses, parece, nunca conheceram nada de diferente.

    Por isso os neurónios já estão programados para a assistência social, a começar logo no papel atribuído à escola.

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  29. 20 Outubro, 2009 12:59

    “porque o Estado Social se limita a institucionalizar as posições relativas entre grupos sociais, reduzindo as oportunidades e perpetuando a pobreza” que premissa mais errada! O Estado Social reduz oportunidades e perpetua a pobreza?

    Não admites que o capitalismo sem regras conduziria a uma exploração sem limites? Não admites que é a natureza humana? A natureza humana destruiu a URSS e essa natureza ao serviço de um capitalismo sem regras esmagaria muita gente.

    A cegueira ideológica cega mesmo!

    Queres uma aposta que o colégio privado no Cerco não fazia melhor?

    Nos rankings do ano passado (ainda não vi a lista toda deste ano) não havia uns colégios privados em bairros mais problemáticos que estavam mal classificados?

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  30. Não gozes permalink
    20 Outubro, 2009 13:05

    Caro João Miranda,

    Com certas coisas não se brinca.
    Não percebe que menino que de vida tranquila, que não leva no focinho por ter chegado atrasado com o vinho que o pai tinha mandado comprar tem melhores notas que o outro?
    Claro que percebe. Mas hoje deu-lhe para o humor negro.

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  31. ASL permalink
    20 Outubro, 2009 13:07

    Tina, não tem que ser o Estado a fazer. Irra que sempre que se fala de Educação, vem sempre alguem a dizer tem que ser o Estado a meter o bedelho! É aqui que sou neo-liberal: cada escola pode ( e deve) seguir o seu caminho no que respeita ao processo educativo. Mais, tem que ser mesmo os professores dentro de uma escola a pensarem e a investigarem sobre o assunto. Só porque uma sopa precisa de sal, não é necessário que seja a mesma quantidade de sal para cada pessoa, não é?
    E não venha com a história dos 5000 euros que eu lhe mostro com uma Análise de Custos Industriais aplicada a uma escola ( eu já fiz isso na minha vida académica no passado) que , se se quisesse ter uma escola à lá Colégio de São Brito em Coimbra, com uma população escolar que seguisse a curva de Gauss do nível socio-cultural dos alunos em Portugal, teria que ser mais dos que esses 5000 que fala.

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  32. ASL permalink
    20 Outubro, 2009 13:10

    Sobre quem falou sobre o Proós e Contras de ontem, eu digo…ainda alguém se digna a ver aquilo??? Falam sempre do mesmo, com os mesmos argumentos auto-fágicos. Aquilo é um verdadeiro tratado do síndroma de Estocolmo aplicado às (pseudo)elites portuguesas. Já para não falar da propagandistica apresentadora que só não se veste de cor de rosa todas as semanas, porque senão a ILGA tratava de lhe por um processo em cima…

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  33. José Barros permalink
    20 Outubro, 2009 13:48

    Dizer-se que as melhores escolas dos rankings (sejam elas públicas ou privadas) seleccionam os alunos nada diz relativamente à bondade ou falta dela de um sistema de ensino privado em que os pais cujos alunos precisem recebam cheques-ensino para poder frequentar a escola. E é isso que importa discutir. O que se sabe até agora é que quarenta anos de escola pública mantiveram ou acentuaram a mediocridade do ensino, os maus resultados dos alunos portugueses e as baixas qualificações dos portugueses. É por isso que se discute um modelo alternativo.

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  34. Critico permalink
    20 Outubro, 2009 14:04

    O problema desta politique toda é que incute-se á não produção,ao não trabalho, subsídios dados sem critérios, bónus do Estado mas não a quem realmente precisa e depois temos uma grande parte da população a não “fazer um corno da vida”.
    Temos uma grande parte da riqueza a ir directamente para o ralo do esgoto, não há produção o dinheiro é perdido uma vez que não tem retorno.

    Os que realmente vivem na pobreza,esses são os “crucificados”,não tem tantas ajudas como outros,vêm os filhos a ir para os estabelecimentos que tem de se sujeitar e dai fazer a difícil escalada.

    Há que diferenciar concretamente entre pobres e falsos pobres (parasitas).
    Ora é inconcebível como um pai que queira a melhor educação para o seu filho a veja impossibilitada pelas suas poucas posses,isto num Estado social que muita “borrada” tem feito em torno de ideais idênticos sem nunca os visar.

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  35. Anonima33 permalink
    20 Outubro, 2009 14:06

    A mãe é espancada dia sim, dia não. A casa está suja. O cheiro é nauseabundo. A mãe não faz nada, não quer saber. O pai esteve preso. É alcoólico e vive de expediente. A segurança social garante-lhes a sobrevivência. Não precisam preocupar-se em aprender a pescar.
    O miúdo leva “pancada” de um e outro todos os dias. Deixa de ir à escola porque tem de tomar conta do irmão. A mãe não pode. Está de cama. Como sempre.
    A família vive num bairro social, lado a lado com tantos outros exemplos idênticos. A droga circula, o pequeno furto é fácil e do grande, toda a gente sabe, mas ninguém quer falar. Odeia-se a polícia, a autoridade no geral, uma regra que se aprende logo de pequenino.
    O miúdo lá vai à escola. Não tem auto-estima e muito menos espera alguma coisa da vida. Dela, já só conhece o desencanto. Para quê estudar? Nunca vai ser sr. Dr.! Portanto, aprender não lhe interessa e, para ocultar a sua impossibilidade de compreensão das matérias leccionadas, pelo muito que falta à escola, recorre ao mau comportamento em sala de aula.
    Corresponde ao que se espera dele: é problemático, irrascível. O mais provável é ter atrasos de desenvolvimento. Ninguém sabe o que fazer dele. É mandá-lo para casa suspenso. Para aprender. Chamar a família sem competências para o ajudar e apelar à disciplina. A família não vai. Está farta que a chamem só para falar mal do tal miúdo. Ou vai: o pai, que logo ali na frente da professora, dá-lhe “uma tareia” e apelida-o com uns quantos péssimos adjectivos.
    O miúdo é doce, mas ninguém se deu ao trabalho de o descobrir. Não há tempo. Em sala de aula há 30 alunos e muitos são como ele.
    É mau a Português, mas no entanto, é dar-lhe uma frase e vê-lo, logo ali, produzir hip-hop de qualidade.
    A culpa não é do professor. Nem do miúdo. Ele tem só 12 anos. É de todo um esquema de ensino que não o devia suspender, mas obrigá-lo a estar na escola e usar, por exemplo, o gosto pelo hip-hop para lhe incutir o gosto pela língua-mãe.
    Ainda diminuem a importância do contexto sócio-económico? Não sou de esquerda ou de direita. E o que penso da política, não se pode escrever em post. Mas como open mind que sou, à procura das razões-base dos problemas, gosto de pensar que assumir a diferença é compreender o percurso de um desenvolvimento de cada um e de todos para, então sim, democratizar o ensino! Nessa altura, o contexto não será desculpa para ninguém.

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  36. ASL permalink
    20 Outubro, 2009 14:09

    Discordo José.Mais uma vez vc cai no erro primário. Pensa em organização de escola ao invés do processo. Acha que o ensino ministrado pelos professores é muito diferente do privado para o público. Desengane-se. Por experiência própria da minha prole, tenho 1 no lado e outro no outro e até acho que os professores do público são bem melhores. Para al+em de que um bocado de economia ( lei da oferta-procura) lhe indicará logo que os preços do privado iriam crescer enormemente. A não ser que vc seja uma parte interessada no negócio e assim já o compreendo.
    A diferença é relativamente ao tipo de alunos , a envolvência escolar e a questão da disciplina. E para além do processo de ensino que é mais eficaz no privado porque o nº de alunos por turma é inferior, o acompanhamento parental é superior, a possibilidade ter um acompanhamento tutorial extra é mais fácil, etc.
    O problema do ensino em Portugal resume-se a estas 3 coisas : curriculos e programas, disciplina dentro e fora da sala de aula e a mentalidade tacanha de muitas familias que desprezam a educação, a qual tem que ser mudada. Tratai destes problemas e vamos a ver se daqui a 10 ou 15 anos, o nível não melhora logo substancialmente.

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  37. 20 Outubro, 2009 14:18

    A propósito da excelência das escolas privadas lembro-me até de uma que formou recentemente uma personalidade pública, escola famosa pelo seu inglês técnico.

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  38. 20 Outubro, 2009 14:53

    Privado pesa 13,5%

    Um dado curioso é que o ensino privado pesa mais em Portugal do que na média da OCDE em
    todos os graus de ensino. + No primeiro ciclo do ensino básico, o privado representa 8,5
    por cento (2,9 por cento na OCDE). No terceiro ciclo, o peso do privado baixa para os 5,5
    por cento (3 por cento na OCDE), voltando a subir no secundário para os 13,5 por cento
    (5,3 por cento na OCDE). Só no México e no Japão, e nalguns graus de ensino nos Estados
    Unidos, é que o sector privado tem mais peso do que em Portugal.
    http://www.ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1399604&idCanal=58

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  39. 20 Outubro, 2009 15:13

    @40

    creio que o link correcto é este

    http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1399604

    (a mim, o última hora estava a dar erro)

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  40. 20 Outubro, 2009 15:13

    Seria interessante sabermos qual o universo do chamado ensino privado dos ensinos básico e secundário em Portugal. Ou seja, quais as escolas integralmente isentas de apoios directos ou indirectos dos fundos públicos, do orçamento do Estado (…)

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  41. 20 Outubro, 2009 15:33

    Quero afirmar que a dicotomia público-privado em Portugal é falsa na medida que aquilo a que se designa de sector privado e cooperativo do SNE, em rigor, não o é.

    A frequência do chamado sector privado do SNE tem a total liberdade de seleccionar todos os seus alunos – características intelectuais, culturais e comportamentais. É contratualizado entre direcção da escola-famílias um conjunto de regras claras que não sendo observadas levam à “recisão” dos contratos (uma escola privada tem os meios coercivos de coagir as famílias no cumprimento do contrato previamente acordado). Digamos que também aqui não é assim tão linear mas (…) O corpo docente regra geral é fixo, prefere não “andar de cas às costas”, obedece à estratégia do colégio (está provado que a rotação de professores é muito importante no desenvolvimento dos jovens …).
    Tem verbas próprias que pode gerir como entender e pode gerar as suplementares que lhe aprover. Tem subsídios mais ou menos avultados directos e indirectos do Estado.

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  42. 20 Outubro, 2009 15:48

    JMiranda,

    Como é que explica que exista tamanha disparidade nos lugares dos tais rankings entre os três colégios dos Jesuítas em Portugal? O controle de (outras) variáveis que não o contexto sócio-económico e cultural está assegurado. Certo?

    «Jesuítas. Os três colégios são idênticos, as notas dos alunos nem por isso.
    Os professores ensinam segundo o mesmo método, mas os alunos de Lisboa, Coimbra e Santo Tirso têm notas bastante díspares. Conheça a explicação.
    http://www.ionline.pt/conteudo/27777-jesuitas-os-tres-colegios-sao-identicos-as-notas-dos-alunos-nem-isso

    E já agora. Como é que explica que escolas públicas se intrometam entre os rankings dos “privados” com tudo oposto ao que descrevi em # 46 ?

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  43. 20 Outubro, 2009 15:53

    “Dizer-se que as melhores escolas dos rankings (sejam elas públicas ou privadas) seleccionam os alunos nada diz relativamente à bondade ou falta dela de um sistema de ensino privado em que os pais cujos alunos precisem recebam cheques-ensino para poder frequentar a escola.” — José Barros

    Nada diz a esse respeito, de facto. Mas diz que os rankings, como estão feitos, valem zero. E dado que não obedecem as regras mínimas não devem ser usados como base para uma discussão política. Usem os argumentos que quiserem para defenderem o que vos apetecer. Não usem os rankings como se fosse um facto, porque não são, o único facto é que são mal feitos e não têm validade nenhuma.

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  44. 20 Outubro, 2009 16:08

    Estudo de professor da Universidade de Londres prova que o novo ECD e
    o modelo de avaliação de desempenho prejudicam o desempenho dos alunos
    e inflaccionam as notas

    É um estudo académico realizado por um professor de Economia Aplicada
    da School of Business and Management da Universidade de Londres. O
    estudo tem o título de Individual Teacher Incentives, Student
    Achievement and Grade Inflaction. O autor é português: Prof. Pedro
    Martins. Para além de ser professor na Universidade de Londres, Pedro
    Martins é “fellow researcher” no Instituto Superior Técnico e no
    Institute of the Study of Labour, em Bona.
    O estudo investigou o impacto das reformas educativas, realizadas, em
    Portugal, nos últimos 3 anos, no desempenho dos alunos do ensino
    secundário. O novo ECD, imposto pelo decreto-lei 15/2007, foi incluído
    no leque de reformas educativas. O estudo baseia-se na informação
    individual dos resultados dos exames em todas as escolas secundárias
    portuguesas desde o ano lectivo 2001-02 até ao último ano lectivo
    completo (2007-08). Utiliza informação disponibilizada pelo Júri
    Nacional de Exames e que tem sido utilizada para a construção de
    rankings (por exemplo, aqui e aqui).
    Em termos específicos, compara a evolução dos resultados internos e
    externos (exames nacionais) nas escolas públicas do continente com as
    escolas privadas e também com as escolas públicas das regiões
    autónomas. A motivação para esta escolha está no facto de os dois
    últimos tipos de escolas não terem sido afectadas – pelo menos não com
    a mesma intensidade – pelas várias alterações introduzidas no estatuto
    da carreira docente e avaliação de desempenho dos professores. Nessa
    medida, tanto as escolas privadas como as escolas públicas das regiões
    autónomas podem servir como contrafactual ou grupo de controlo.
    Os resultados indicam uma deterioração relativa de cerca de 5% em
    termos dos resultados dos alunos das escolas públicas do continente em
    relação tanto às escolas públicas da Madeira e Açores como às escolas
    privadas. A explicação dada pelo autor do estudo para este resultado
    prende-se com os efeitos negativos em termos da colaboração entre
    professores a partir do momento em que a avaliação de desempenho
    surgiu associada aos resultados escolares dos alunos (taxas de
    insucesso e de abandono). Ou seja, os professores começaram a
    colaborar menos uns com os outros e a partilharem menos os materiais e
    os conhecimentos. Por outro lado, o aumento da carga burocrática
    associada à avaliação também poderá ter tido custos em termos da
    qualidade da preparação das aulas.
    Por outro lado, o estudo conclui que a variação em termos dos
    resultados internos destes mesmos alunos é menor, embora também
    negativa – cerca de 2% (em contraponto a 5% nos exames nacionais). A
    diferença entre os dois resultados, que sugere aumento da inflacção
    das notas, pode explicar-se pela ênfase colocada pelo ECD (decreto-lei
    15/2007) e pelo modelo de avaliação de desempenho (decreto
    regulamentar 2/2008), pelo menos na sua primeira versão (antes da
    avaliação simplificada) – nos resultados dos alunos (taxas de
    insucesso e de abandono) como item a ser considerado na avaliação dos
    professores.
    Este estudo é de enorme importância. As conclusões arrasam o novo ECD,
    o novo modelo de avaliação de desempenho de professores e as restantes
    reformas educativas introduzidas no ensino secundário. Espero que os
    jornais e as televisões peguem nos resultados deste estudo. Está tudo
    neste post, incluindo a versão completa do estudo do Prof. Pedro
    Martins.
    Para saber mais:

    O estudo “Individual Teacher Incentives, Student Achievement and Grade
    Inflaction” versão completa

    O estudo – versão abreviada (resumo)

    http://www.profblog.org/2009/03/estudo-de-professor-da-universidade-de.html

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  45. Falcão Peregrino permalink
    20 Outubro, 2009 16:24

    Tal como no regime maoista existiu a campanha da produção do “aço” o actual regime por cá anda numa campanha de importação de “novos portugueses”
    Como as escolas não são SEF e criancinhas todo o mundo gosta(uns mais do que outros)vá de deixar matricular todo o turista que se apresente.Sem perguntas.E começar logo a pagar.
    Todos os 6 anos agora sai uma nova fornada de “portugueses” bronzeados.A que se tem que providenciar casa perto do centro, espaçosa, a preço irrisório e contar mesmo que a renda não seja paga como muito bem sabe a Gebalis.Mas dizer sempre que isso é uma riqueza.Para animadores culturais,para educadores de casas de reeducação,para os polícias, para os tribunais e para o sistema prisional que até foi modernizado para acabar com o “balde” coisa que como se sabe na floresta tropical nunca existiu…

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  46. Eduardo F. permalink
    20 Outubro, 2009 16:26

    Segundo ASL,

    «Volta-se sempre a questionar o ensino sob a forma de organização, quando o real problema é de processo». Aqui está uma bom exemplo de “eduquês” que só confunde e nada esclarece. Assim como acontece em tudo na vida, felizmente, há pessoas burras (menos dotadas numa expressão politicamente correcta), medianos, inteligentes e génios e há professores maus, medíocres, suficientes, bons, muito bons ou excelentes. O mesmo acontece em todas as profissões, em todas as longitudes e latitudes.

    O vício da oposição público vs privado apenas esconde a verdadeira e útil oposição; a possibilidade de escolha ou ausência dela. É isto que se deve discutir e incentivar. No limite, nacionalizem todas as escolas privadas mas, em simultâneo, criem mecanismos para que as escolas públicas concorram entre si indirectamente através da escolha que delas façam os pais dos alunos. Não é assim que funcionam, ainda que imperfeitamente, os jardins de infância?

    «Os rankings não valem nada, valem zero». Ou seja, levada à letra, decorre desta afirmação que não faz mal nenhum publicar os rankings já que são inócuos. Mas se são inócuos porquê a agitação esquerdalha à sua volta?

    Compreendo que certas corporações fujam como o diabo da cruz da noção de “concorrência” e continuem a fazer o discurso da falta crónica de meios mas convençam-se de uma coisa: a escola é para os alunos aprenderem. Não tem outra finalidade.

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  47. lucklucky permalink
    20 Outubro, 2009 16:39

    Os rankings valem alguma coisa, mas são apenas uma tentativa tímida de permitir construir uma reputação num Mar Socialista, logo indiferenciado.
    Um Mercado da Educação teria muito mais informação, facilitaria a construção de reputação e como consequência teríamos competição.

    OT Cameron para o Eduardo F. http://news.bbc.co.uk/2/hi/uk_news/politics/8314322.stm

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  48. ASL permalink
    20 Outubro, 2009 16:59

    Qual eduquês Eduardo? Vc não compreendeu nada. Não leu o que eu disse sobre os problemas reais? PRove-me lá que tratar da indisciplina e dos curriculos é falar “eduquês”.

    Eu nem sequer sou professor, aliás só fui do ens.superior num passado mais ou menos distante.E em engenharias, por isso bem longe da parafernália justificativa que encontrou para reconhecer a sua leve ignorÂncia.

    Sobre o seu post em particular, está outra vez enganado.
    Continua a pensar no ensino como uma fábrica em que melhora a produtividade com um chicote em cima de um operário. Vamos lá explicar-lhe melhor. Na empresa onde trabalho, eu posso contratar ou despedir ou não promover um operário a outra categoria salarial, se ele não efectuar o seu trabalho. Que pode ser de uma simples tarefa de manuseamento de uma máquina. MAs se a máquina estiver mal dimensionada ou mal optimizada, nada vale ter lá o melhor operário do mundo, pois as peças não saem na especificação pretendida.
    Passando para o ensino, e como eu não sou professor mas sei que o ensino não é uma tarefa simples homem-máquina (pois há vários intervenientes, a definição das tarefas é bastante complexa), não é tratando os professores como culpados e mudando a organização da escola ( mudar o seu paradigma ou estilo ou financiamento etc), é que irá mudar alguma coisa. É verdade, há bons e maus professores, como em todas as profissões, mas também há professores que se tornam maus por ter alunos maus e vice-versa. Isto porque os alunos fazem parte do processo. Não são máquinas, são (supostamente) activos na sua aprendizagem, e nunca o ensino é um processo unidireccional. PAra além das famílias, esse grupo tão pouco mencionado, mas crucial no sucesso dos alunos.
    A questão da escolha é estranha. Não faltarão é exemplos de pais que possam colocar os seus filhos nas escolas de preferência (no público). E eu que lido todos os dias com a concorrência no meu trabalho, sinceramente acho uma idiotice considerar a “concorrência” entre escolas, o objectivo-mor da educação em Portugal.

    Se for a escolha privado/público, eu coloco o problema neste prisma: se todos quiserem escolher a mesma escola, essa escola deixaria de requerer o mesmo tipo de contrato actual ou um mais reluzente para as suas contas bancárias? CErtamente iria aumentar as suas mensalidades, de acordo com a sua capacidade. E então os que não poderiam entrar nessa escola? Iriam os pais pedir outra escola igual? Será que com os mesmos professores, a mesma envolvência social? Duvido.

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  49. Eduardo F. permalink
    20 Outubro, 2009 17:08

    ASL,

    Não me proponho salvar o mundo. Só pretendo encontrar formas de melhorar o miserável estado do nosso ensino, se possível recorrendo a experiências vividas por outros com significado expressivo (caso das charter schools, por exemplo).

    Também já não sou professor (já o fui há mais de 20 anos) e trabalho numa empresa tal como acontece consigo com supervisão directa de dezenas de pessoas. E apesar de viver numa empresa que produz bens “não-transaccionáveis”, não vejo que isso me obste de subscrever que, também na empresa, como na vida, a questão é de escolha. Excepto, claro, naqueles países totalitários onde as escolhas são feitas por si.

    Já ouviu falar de “custos de oportunidade”?

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  50. ASL permalink
    20 Outubro, 2009 17:33

    CAro Eduardo, na minha empresa a produção é de transaccionáveis. Dai a minha constante referência minuciosa ao processo. Se a empresa onde sou sócio e onde trabalho consegue sobreviver, é porque o processo é posto em causa com rigor por mim e pelos meus colaboradores e dai se consegue melhorar a qualidade dos produtos. Não é com técnicas de gestão à paposeco, tão usuais nos licenciados das nossas escolas de gestão de bens ( que só se lembram de quantificar o que não é passível de o ser e vice-versa).

    Sobre a sua pergunta sim já. Mas então eu respondo com outra pergunta, onde é que um custo de oportunidade entra na equação relativamente a uma escola?

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  51. Miguel Neto permalink
    20 Outubro, 2009 17:41

    Eis um “post” que coloca questões muito interessantes. Antes de mais devo dizer que concordo com muito do que dizem o próprio João Miranda, a Tina, o Fernando Bravo, o H5n1 e o PMS entre outros.

    Os meus filhos, por opção minha e da minha mulher, estudaram em escolas públicas. São os únicos da família. Todos os primos estudam em colégios privados.

    Nas escolas públicas onde eles estudaram e estudam, sem serem as mais problemáticas (D. Pedro V em Lisboa por exemplo), há alunos com problemas como os relatados pela “Anónima33”, no comentário #37. Soube de vários casos do género, com vários miúdos nas várias escolas, na primária e no secundário. Estas sim são situações em que não sei como o Estado pode tolerar sem intrevir sem as resolver capazmente.

    Devo dizer que não estou arrependido pela opção que tomámos. Os meus filhos desde sempre tiveram que viver no “país real” e, ao contrário dos primos, cedo mostraram uma melhor capacidade de compreensão, de adptação e de aceitação do mundo e da sociedade, tal como ela é. Tiveram sempre amigos de várias origens e classes sociais e para eles nunca foi importante a capacidade de compra que os pais de cada um tinha ou tem, o que para mim é salutar.

    Dos professores tenho a dizer que testemunhei muitos casos de grande qualidade, entrega e amor à profissão. Da grande maioria dos professores não tenho nada a dizer senão bem. Dos professores dos meus filhos, apenas de uma pequena minoria acho que deveriam procurarar outra forma de ganhar a vida.

    Comparando as realidades diferentes entre ensino público e privado, devo dizer que tenho a noção de que eu preciso de fazer um acompanhamento bastante mais atento e próximo da vida escolar dos meus filhos do que aquele que têm que fazer os meus irmãos e cunhados.

    Para mim alguns dos problemas do ensino público seriam ultrapassados com algumas medidas de (apenas) vontade política e de iniciativa legislativa, a serem aplicadas em simultaneo:

    1 – dar total liberdade ao país / encarregados de eucação para escolher a escola dos filhos (acabar com a questão do local de residência ou emprego);
    2 – a Escola passar a desempenhar o papel apenas de Escola. Outros problemas que hoje são exigidos à Escola que resolva terão que passar a ser resolvidos por outras entidades com mais competências para o fazer;
    3 – dar autoridade ao Professor dentro da sala de aula. Perde-se muito tempo com a indisciplina e o mau comportamento. Uma parte muito significativa do tempo de aula é desperdiçado com estes problemas. Resultado, a matéria ou não é dada ou é dada a correr e mal explicada. Mesmo os alunos interessados muitas vezes não conseguem ouvir e perceber o que o professor está a tentar explicar. Na escola privada o tempo que um professor perde com problemas deste é muito inferior;
    4 – dar autoridade à Escola até, em casos graves o suficiente expulsar definitivamente o aluno. Este é um poder importante para uma escola privada: um menino provoca demasiados problemas, os pais são chamados e convidados a inscrever o menino numa escola mais apropriada à sua maneira de ser, onde o menino se possa sentir melhor;
    5 – responsabilizar os pais / encarregados de educação pelos meninos. Quando começassem a descontar no ordenado ou no RSI dos pais os estragos ou o tempo excessivo de interrupção de aulas que o menino causasse; ou a descontar o tempo que um professor esteve à espera de um pai que não apareceu depois de convocado; a punir com penas de prisão efectiva qualquer agressão de um pai a um professor (as agressões dos pais aos filhos são um dos casos do meu ponto 2), boa parte dos problemas tenderiam desaparecer da sala de aulas e da Escola.

    Por último uma medida que acho que poderia ser importante mas talvez não determinante seria uma do tipo cheque ensino: o Estado pagar a cada escola (pública ou privada) um valor mensal por cada aluno matriculado e que a frequentasse. Este pagamento deveria ser feito directamente pelo Estado à escola e não entregue aos pais.

    Eu acredito na Liberdade com responsabilidade. Acredito que muita irresponsabilidade resulta da falta exigência de responsabilidade. Acredito tanbém que as obrigações têm que ser as mesmas para todos. Por que é que há de haver alguns que têm obrigações a menos? Se a responsabilidade e a exigência pelo cumprimento de obrigações são formas de distinguir o “grau” de cidadania, o facto do Estado e a Sociedade não exigirem iguais responsabilidades e obrigações a alguns dos seus membros não é logo aí marginalizá-los? Menorizá-los? Do código da estrada à Constituição, as leis não são iguais e exigem o mesmo de todos? Não é também essa exigência que nos torna iguais perante a lei?

    Parece que, também no que diz respeito à Educação, o Estado parece que destingue várias classes de cidadãos. A uns exige que cumpram as suas obrigaçãoes e a outros incentiva a não cumprir.

    P.S. – o meu filho mais velho teve média de acesso ao ensimo superior para entrar para o curso que quis, na universidade onde a média era mais alta (A Univ. Nova, onde a média era superior 17 valores). O meu filho mais novo tem tido até agora um aproveitamento superior ao do irmão mais velho: se continuar assim, também vai conseguir entrar para o curso que quiser onde quiser.

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  52. 20 Outubro, 2009 17:48

    “Neste caso, e isto é demasiado óbvio para estares a desconversar, há um problema de autoselecção.”

    Estou genericamente de acordo e até vou mais longe. As melhores escolas públicas estão situadas em zonas de bom “contexto socio-economico” , o que em português quer dizer , zonas de pessoas da classe média e média alta.
    E essas escolas estão melhor no ranking, porque os alunos são melhores. E os alunos são melhores, porque são filhos de gente em média mais capaz. É por serem mais capazes que têm mais sucesso e podem morar ali.

    Basicamente as Leis de Mendel explicam o caso.

    Há tempos nos EUA, um estudo apontava para maior sucesso escolar dos alunos em cujas casas havia muitos livros.
    Os defensores do “social”, tiveram uma epifania…havia que colocar livros nas casas, para que todos fossem bem sucedidos.
    Na sua fúria social não foram capazes de ver o óbvio: as casas onde há livros, são habitadas por pessoas que lêm livros, que gostam de livros, que têm dinheiro e tempo para isso. Pessoas de classes mais altas.
    E os filhos têm mais sucesso,não porque os livros lhe entrem por osmose, mas porque herdaram os genes dos pais.

    É tão simples….

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  53. mile permalink
    20 Outubro, 2009 19:17

    Conta-se e não foi boato
    Dá para rir e é caricato
    Na ânsia de bons resultados
    No dia do exame dos avaliados
    Colocou a professora os resultados
    No quadro escarrapachados
    As repostas às questões múltiplas
    Só que no stress do momento
    Numa alínea enganou-se a professora
    E toda a escola errou essa alínea por arrastamento
    Os inspectores ficaram desconfiados
    Mas ficaram mudos e resmungam calados
    È esta a explicação para os bons resultados de muitos colégios privados

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  54. José Barros permalink
    20 Outubro, 2009 20:01

    Nada diz a esse respeito, de facto. Mas diz que os rankings, como estão feitos, valem zero. E dado que não obedecem as regras mínimas não devem ser usados como base para uma discussão política. – LA-C

    Caro LA-C

    Não concordo inteiramente.

    Os rankings dizem-nos que as escolas que seleccionam os alunos têm melhores resultados. E isso favorece, à primeira vista, um sistema em que as escolas possam seleccionar os alunos e em que estes (mais rigorosamente, os seus pais) possam seleccionar as escolas.

    À partida, e de direito, num tal sistema, a liberdade de escolha de escolas e alunos será total. De facto, e passado algum tempo, a liberdade existirá tendencialmente em maior grau para as boas escolas e os bons alunos.

    Mas isso não constituirá discriminação, a menos que se considere que o mérito é um factor de discriminação, caso em que qualquer sistema – mesmo o melhor – será discriminatório.

    Resta que o actual sistema é, de longe, mais discriminatório: desde logo, porque o Estado impôe a frequência da escola do lugar de residência ou do local de trabalho, factor de discriminação bem mais injustificável, convenhamos, que o mérito.

    Desde logo, porque impede o bom aluno do bairro do Aleixo e cujos pais trabalhem no bairro S. João de Deus, de frequentar uma boa escola, obrigando-o a estudar nas escolas locais, sitas em bairros sociais mal frequentados e em que a sua margem de progressão ficará irremediavelmente prejudicada.

    Em suma, os rankings não nos dizem nada, porque nos recusamos, à partida, de os ver, não como um método de avaliar escolas, mas como um método de avaliar sistemas de ensino. Para esta última finalidade, os rankings – todos e quantos mais, melhor – são muito úteis.

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  55. LA-C permalink
    20 Outubro, 2009 20:52

    “Os rankings dizem-nos que as escolas que seleccionam os alunos têm melhores resultados.”

    Nada disso meu caro, os rankings dizem-nos que os alunos das escolas que escolhem os alunos têm melhores notas. A isto há que acrescentar que são alunos que têm pais suficientemente interessados para se darem ao trabalho de escolher e sacrificarem-se para pagar por uma escola.
    Dado a tua formação académico, percebo que não percebas como o problema da auto-selecção retira totalmente a validade a rankings feitos assim às três pancadas. No outro post do João Miranda explico um pouco melhor porquê.

    Queres um exemplo do que é uma avaliação séria de Escolas? Podes ver este links:
    http://www.tbf.org/UnderstandingBoston/PortalListingDetails.aspx?sec=Education_Education_Reports_Reports_1&id=9488&parentId=0

    Click to access InformingTheDebate_Final.pdf

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  56. 20 Outubro, 2009 20:55

    “dar total liberdade ao país / encarregados de eucação para escolher a escola dos filhos (acabar com a questão do local de residência ou emprego) – Miguel Neto

    Soube que existem sistemas de ensino europeus que funcionam nessa base – os pais escolhem a escola dos filhos. Ou seja, inscrevem os filhos por prioridades de escolas. O que acontece é que alguns pais têm a possibilidade de matricular os filhos na escola que preferem mas outros não – quando uma determinada escola atinge o limite da possibilidade de frequência por razões de limitação das instalações, entra-se nas prioridades 2ª/3ª/4ª de escolas (…)

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  57. 20 Outubro, 2009 21:31

    Uma determinada nota disciplinar pouco ou nada diz de um aluno se não for devidamente enquadrada no seu percurso académico e pessoal.

    Uma escola pode estar muito bem colocada em rankings e ser uma “má” escola.
    Uma escola pode ter fama de ser uma boa escola e ser, afinal, uma escola problemática. E vive versa.

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  58. Eduardo F. permalink
    20 Outubro, 2009 22:19

    Caro ASL,

    Permita-me congratulá-lo por fazer parte do desgraçadamente diminuto grupo de empresas que produz bens transaccionáveis. Endereço-lhe, sem ironia, as maiores felicidades no seu negócio.

    Quanto à relevância do conceito de “custo de oportunidade” relativamente a “uma escola”, volto a remeter para aquela que é, a meu ver, a questão essencial: a possibilidade de escolher. Com isto em mente, é fácil responder ao seu desafio: é aquele que resulta da aplicação do tempo de transporte entre Sintra e Oeiras duas vezes por dia, simplesmente porque o pai da criança acha que a escola de Oeiras é melhor que qualquer das escolas de Sintra.

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  59. 20 Outubro, 2009 23:49

    Quantos anos tem de estado social países como a Suécia, Dinamarca e Alemanha?

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  60. 21 Outubro, 2009 00:00

    Com quatro/cinco anos de políticas neoliberais (selvagens) seria de esperar exactamente O QUÊ?

    O fracasso do Estado Social ou o fracasso dessas políticas neoliberais?

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  61. Eduardo F. permalink
    21 Outubro, 2009 00:06

    João,

    «quatro/cinco anos de políticas neoliberais»???

    Será que vive no mesmo país que eu (Portugal)?

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  62. 21 Outubro, 2009 00:14

    boa noite, este “era” o Jornal Nacional de Sexta-Feira.

    Jamaica, Gana, Trinidad and Tobago, Uruguai, Costa Rica e o Mali utrapassaram Portugal.
    Portugal foi dos países que sofreram uma queda mais abrupta: de 16.º lugar para 30.º lugar.
    O ranking é dos Repórteres sem Fronteiras e avalia a liberdade de imprensa no mundo.
    http://www.31daarmada.blogs.sapo.pt/3346437.html

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  63. 21 Outubro, 2009 00:26

    Processo contra João Miguel Tavares
    José Sócrates volta a perder em tribunal

    Primeiro-ministro queria levar a julgamento colunista do DN, mas juiz de instrução criminal de Lisboa arquivou, pela segunda vez, o caso

    Depois de ter perdido à primeira, com o arquivamento pelo Ministério Público, José Sócrates voltou a carregar sobre João Miguel Tavares, colunista do DN. Mas não teve sorte. Um juiz do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa (TIC) considerou que o artigo “José Sócrates, o Cristo da política portuguesa”, apesar de ser uma crítica negativa, traduziu uma “manifestação legítima de uma opinião”. Considerando o processo como arquivado.

    Recorde-se que, no artigo em causa, publicado na edição de 3 de Março do DN, João Miguel Tavares, entre outras considerações, escreveu ser “uma vergonha da democracia portuguesa por ter à frente dos seus destinos um homem [José Sócrates] sem o menor respeito por aquilo que são os pilares essenciais de um regime democrático”, falando também da “licenciatura manhosa” do primeiro-ministro e dos “projectos duvidosos de engenharia na Guarda”.

    Ora, José Sócrates queixou-se. Dizendo que o texto era “calunioso e ofensivo” e punha em causa a sua “integridade moral”. Por sua vez, João Miguel Tavares explicou no processo que o seu artigo surgiu na sequência da intervenção de Sócrates no Congresso do PS, onde o primeiro-ministro zurziu sobre alguns órgãos de comunicação social.

    Para o juiz, é “exactamente nesse ponto que a liberdade de expressão se exerce, na possibilidade de poder questionar as acções e opções políticas de um político, designadamente as que podem colidir com os princípios da democracia”. E, na linha do Tribunal Europeu dos Direitos dos Homem, o magistrado judicial explica: “E é também neste tipo de situações que o direito à honra tem de ceder em prol da liberdade de expressão.”

    Para quem tenha dúvidas sobre o que é o debate no espaço público, o juiz de instrução criminal explica no acórdão: “Impedir que se comente a posição assumida por um político, em exercício de funções, relativamente aos comportamentos de determinados órgãos de comunicação social, bem como impedir que se possa considerar tal posição pouco democrática, é efectivamente impedir o livre debate de ideias.”

    Conclusão, “Sócrates, o Cristo da política portuguesa” é um texto que “se encontra plenamente inserido no exercício da liberdade de expressão”.

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  64. Crizz permalink
    21 Outubro, 2009 01:00

    “Para o juiz, é “exactamente nesse ponto que a liberdade de expressão se exerce, na possibilidade de poder questionar as acções e opções políticas de um político, designadamente as que podem colidir com os princípios da democracia”. E, na linha do Tribunal Europeu dos Direitos dos Homem, o magistrado judicial explica: “E é também neste tipo de situações que o direito à honra tem de ceder em prol da liberdade de expressão.”

    Que acontecerá ao coitado do juiz?

    Que vai ser de nós?…

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  65. José Barros permalink
    21 Outubro, 2009 01:27

    Nada disso meu caro, os rankings dizem-nos que os alunos das escolas que escolhem os alunos têm melhores notas – LA-C

    Qual é a diferença? Não são os alunos das escolas que têm melhores resultados escolhidos por estas? Parece-me que isto se está a transformar numa discussão semântica da qual não sobra qualquer substância.

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  66. 21 Outubro, 2009 07:16

    José Barros, se não entendea a diferença então realmente torna-se difícil ter esta conversa contigo.

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  67. Miguel Neto permalink
    21 Outubro, 2009 10:21

    #61
    Caro Anónimo, claro que isso iria acontecer. Umm dos resultados disso seria que as escolas menos procuradas provavelmente iriam ter cada vez menos alunos inscritos o que significaria (de acordo com o que eu defendi) uma redução das verbas a receber pelo Estado. Isso no mínimo iria provocar uma reflexão séria por parte dos responsáveis por essas escolas para inverter a situação.

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  68. 21 Outubro, 2009 11:28

    “Qual é a diferença? Não são os alunos das escolas que têm melhores resultados escolhidos por estas?”

    Se as escolas podem escolher os alunos, então o ranking apenas nos diz qual a capacidade que a escola tem em detectar potenciais bons alunos. Mas nada nos diz sobre a capacidade de formar bons alunos. Quanto muito, uma escola de topo é uma escola que não desperdiça a vantagem inicial.

    O ranking, na forma actual, é melhor para nos dizer que escolas escolhem melhores alunos do que quais as escolas que melhor formam alunos.

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  69. 22 Outubro, 2009 01:26

    # 72

    Nas escolas públicas as questões que coloca decorrem quase e unicamente da cultura específica de cada escola decorrente da inserção num determinado meio.

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  70. Miguel Neto permalink
    22 Outubro, 2009 13:05

    Anónimo #74

    Exactamente. E assim é que deveria ser. Cada escola deve ter em conta o meio em que está inserida. Uma escola deve poder estabelecer “programas especifícos” com o objectivo de aumentar o nível de conhecimentos dos alunos, para que estes podessem acompanhar, sem favores e objectivamente, o nível nacional de exigência (estabelecido pelo ME – e que devia ser mais exigente do que é hoje) requerido para cada ciclo educativo.

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