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De Mal a Pior

7 Dezembro, 2009
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Nos últimos dias, a causa do aquecimento global foi abraçada de corpo e alma pelo Público, de uma forma totalmente acrítica, ignorando todo o debate à volta do tema. A capa de hoje é, a todo o tamanho, um sofrível manifesto político, cheio de certezas ‘científicas’ a roçar o ridículo e estranhamente mal escrito. A meio do manifesto, uma referência ao climagate foi inserida a martelo em meia dúzia de linhas, apenas para informar os crentes de que não aconteceu nada. Sim, houve um climagate, mas não quer dizer nada. Sim aldrabaram-nos, mas gostamos mesmo assim. Está bem, aquilo era mentira mas quero mesmo acreditar que era verdade. Como diria o Jorge, “Sim, eu sei que me enrabaram e eu gostei, mas isso não quer dizer que seja gay”.

Ontem, a causa militante abraçada tinha sido a dos minaretes. O Público é o jornal dos “Minaretes na Europa, sim, Catedrais em Lisboa, não”. Alexandra Lucas Coelho encheu páginas de acusações à Europa islamofóbica, mas não arranjou espaço para umas linhazitas de lucidez na análise. Os suíços votaram contra os minaretes por medo, por islamofobia, por ignorância. O comportamento das comunidades islâmicas ou de parte relevante dessas comunidades não cabe nesta análise. A preservação dos espaços de acordo com a tradição, gostos ou desejos das comunidades locais também não vale grande coisa e é apresentada apenas como se fosse um álibi. As opiniões extremistas de muitos líderes islâmicos na Europa e fora dela são convenientemente ignoradas como se fossem irrelevantes para o assunto. O radicalismo islâmico é um problema menor. A “extrema-direita” transformou os minaretes em mísseis, sem qualquer razão para tal, e meteu medo aos votantes. O mal está só nos europeus ignorantes.

Abraçando sem qualquer espaço para confronto de opinião todas as causas PC do momento, numa previsibilidade confrangedora, o Público está a transformar-se no novo Jugular da imprensa escrita. Muito pouco para aquele que tem sido sempre o melhor diário português.

52 comentários leave one →
  1. Anónimo permalink
    7 Dezembro, 2009 11:46

    Mas qual aldrabar ? Vocês é que querem aldrabar incautos. Os últimos comentários e vídeos colocados no post do JM são elucidativos sobre a manipulação dos negacionistas e os truques que estes usam:

    Climategate: jornalismo de causas

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  2. José permalink
    7 Dezembro, 2009 11:50

    É o reino do pensamento único na correcção política. Hoje, ao deparar com uma capa diferente no Público, antes de ler o que lá estava, pensei no que seria tal mudança. E ao ver que se referia ao clima, deu-me logo vontade de não comprar o jornal.

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  3. cromagnon permalink
    7 Dezembro, 2009 11:52

    E nao faças cartoons de maome, senão …

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  4. Anónimo permalink
    7 Dezembro, 2009 11:57

    não gostas, não compras. aquilo era para falir de qualquer maneira, facto que podem agradecer ao zé manel. bom, mesmo bom era quando aqule porra funcionava como horta do lima para plantar as nabiças do cavaco.

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  5. Romão permalink
    7 Dezembro, 2009 12:00

    Eu tenho sinceramente pena que tenha havido manipulação de dados na investigação que se tem levado a cabo, por vários motivos. Em primeiro, porque descredibiliza a ciência em geral; depois porque retira força a um excelente pretexto para apostar de vez e em força nas energias renováveis e finalmente porque não é preciso dados compilados a nível mundial para termos a certeza que somos poluidores e que estamos a pagar por isso todos os dias, sob a forma pouco simpática de doenças incuráveis, degenerativas ou genéticas.

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  6. OLP permalink
    7 Dezembro, 2009 12:01

    Mas qual aldrabar ?
    Não há nem nunca houve climagate nenhum pá!!!!
    O CRU nas mudanças não deitou fora nenhuns dados!!!E nunca se recusaram a dá-los.
    As pressões sobre as publicações científicas são tudo invenções.
    Esta-se mesmo a ver que estes negacionistas não querem é os impostos sobre cada km percorrido de carro, sobre cada kilo de carne,sobre cada coisa que se produza, sobre cada peido (lá chegaremos).
    Hereges não vêem as evidência dos iluminados protectores do planeta e da humanidade que ela própria está a destruir qual apocalipse (now?).
    Todos prá fogueira estes hereges negacionistas do novo sol na terra.
    Não querem ouvir e entender as relevações do S. João Evangelista Verde.
    Fogueira com eles.
    O reino dos céus está proximo.

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  7. Luis Castro permalink
    7 Dezembro, 2009 12:08

    Li o Público desde 1990, até ao dia do infame editorial da nova directora. Nunca mais comprei. Não li o artigo, mas não duvido que o Público tenha abraçado o “jornalismo de causas”. De caminho abandonou o jornalismo.
    O Público mudou, e eu mudei-me para outro lado. Para o i.

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  8. 7 Dezembro, 2009 12:17

    A ilha da Pàscoa é o perfeito exemplo da estupidez humana…só no fim deram conta do erro..tarde demais..e cá vai acontecer o mesmo..a economia e a loucura produtiva vai ser o nosso fim….de-nos o progresso mas em troa vai dar-nos a miséria de muitos para a glória efémera de poucos…

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  9. 7 Dezembro, 2009 12:18

    digo: deu-nos…e troca…

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  10. Anónimo permalink
    7 Dezembro, 2009 12:20

    #2 – “E ao ver que se referia ao clima, deu-me logo vontade de não comprar o jornal.”

    pois, fizeste bem, tá de chuva e aquilo ensopa, nada que um polietileno do continente não resolva com mais eficácia e certamente com muito mais asfixia democrática.

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  11. portela menos 1 permalink
    7 Dezembro, 2009 12:29

    jcd gostava era do Público de JMFernandes, um verdadeiro jornalismo sem causas…ou só das que gostamos.
    não nos façam rir!

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  12. anonimo permalink
    7 Dezembro, 2009 12:30

    ” Muito pouco para aquele que tem sido sempre o melhor diário português ”

    só se fosse a fazer fretes ao cavaco e a difamar o sócrates. agora assumem o parto-com-dor-do-zé-manel.

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  13. lucklucky permalink
    7 Dezembro, 2009 12:37

    Está aqui a vergonha do Jornalismo transformado em advocacia Política. Para que não se esqueça no Futuro.
    Estes jornais são o lobby da Esquerda na Europa:

    http://www.guardian.co.uk/commentisfree/2009/dec/06/copenhagen-editorial

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  14. campeão permalink
    7 Dezembro, 2009 12:45

    #16
    Difamar o socrates ?!

    Um individuo bem “formado” (ao domingo por fax na independente) , competente ( projectos da guarda de inegável valor),
    honesto (nunca mente) , responsável ( não pede emprestado o que não pode pagar) !

    Oh anonimo tens o apoio de todos os “bardos” ao serviço deste reino ! Os “ratos” fazem-te a “cama”.

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  15. Ricardo permalink
    7 Dezembro, 2009 12:45

    Mas desde quando é que “alterações climáticas” se trasnformou em sinónimo de “esquerda” ?

    Mete-me imensa impressão ver gente dos blogs de “direita” a exibirem uma ignorância atroz apenas porque pensam que dizer estas asneiras é bater na “esquerda”.

    JCD, faça uma coisa que é muito Americana e muito pouco Europeia : fale do que sabe e escute o que desconhece. Deixe falar de clima e de alterações climáticas quem percebe do assunto. Não finja que percebe, só para encher o blog.

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  16. 7 Dezembro, 2009 12:55

    O jcd, por mais comentários que apague, não pode evitar que eu comente, enquanto tiver a caixa aberta.
    No comentário que apagou, dizia-se que se comprar O Público ao Belmiro, já lá pode escrever o que quiser.

    Piscoiso

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  17. Outside permalink
    7 Dezembro, 2009 12:59

    Post hilariante este!

    Pelos egos ou amizades magoadas recentemente!
    Pela análise unilateral e acutilante ao P!

    Mas isto vai continuando e será ainda mais alimentado nestes próximos meses aqui pelos comentadoes do blog!

    Não gostam, não leiam!

    Porquê a critica ao P e se ignora o DN, O DE, O CM (bem mais afectos a um jornalismo “de causas” com vcs alegremente referem!!?? O i é bom, muito bom graficamente…como Jornal, ainda tem que comprovar e manter o nível de exigência e imparcialidade que lhe são devidos, a ver vamos e espero que me surpreenda e satisfaça, tanto ou mais que o P.

    JMF !!??? Hilariante !!!

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  18. Anónimo permalink
    7 Dezembro, 2009 13:01

    «« Os suíços votaram contra os minaretes por medo, por islamofobia, por ignorância. »»

    Tudo o que você escreve a seguir corrobora essa análise.

    «« O comportamento das comunidades islâmicas ou de parte relevante dessas comunidades não cabe nesta análise »»

    Em que é que o comportamento de alguns indivíduos deveria influenciar a proibição de um elemento arquitectónico a nível nacional? E que “comportamento” foi esse, e de que “parte relevante” dos muçulmanos suícos se trata?

    «« A preservação dos espaços de acordo com a tradição, gostos ou desejos das comunidades locais também não vale grande coisa e é apresentada apenas como se fosse um álibi. »»

    A preservação dos espaços é meritória, mas devia ser regulada localmente.

    «« As opiniões extremistas de muitos líderes islâmicos na Europa e fora dela são convenientemente ignoradas como se fossem irrelevantes para o assunto. O radicalismo islâmico é um problema menor. »»

    Se essas foram de facto as razões para o voto, trata-se mesmo de medo, islamofobia e ignorância. As opiniões extremistas dos líderes islâmicos são mesmo irrelevantes para o assunto. O radicalismo islâmico é um grande problema, mas não está relacionado com o direito de uma população muçulmana pacífica construir um minarete.

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  19. pablo picaço permalink
    7 Dezembro, 2009 13:06

    Páginas inteiras para HM, JMF, PP, mais a Muznik, o Lomba, o tal do comércio do Porto (devo esquecer alguns) e agora temos que gramar regularmente a Dona Isilda.
    Está a queixar de quê sr. JCD? Quer também uma coluna para defender a escravatura, o trabalho infantil e para alinhavar as suas gracinhas e o seu cinismo?

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  20. pensador atípico permalink
    7 Dezembro, 2009 13:08

    Aí está como o sufrágio universal, para algumas coisas, é a única forma de legitimação de opiniões.
    Para outras, é apenas uma maneira de dar voz às fobias.
    É melhor não ter fobias nenhumas, nem ao que não vem do sufrágio universal, nem ao resultado do dito cujo sufrágio universal.

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  21. musaraigne permalink
    7 Dezembro, 2009 13:27

    E este JCD é um falso liberal. Porque nunca um liberal poderia defender a transformação em causa nacional de uma mera questão de bairro, como muito bem explicou o CN.

    E os políticos não respeitaram essas pequenas autonomias de bairro porque esta treta dos minaretes foi exclusivamente pretexto para propaganda xenófoba

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  22. musaraigne permalink
    7 Dezembro, 2009 13:31

    Se a trampa dos minaretes é uma questão nacional, e trata-se apenas de edifícios que são apenas construídos depois de aprovados por departamentos locais ou de cidadania de bairro, porque é que a trampa da família alternativa não vai a voto?

    E outra- que era mais clara- que resultado é que imaginam que dava por cá um referendo onde se perguntasse aos portugueses se queriam que se deixasse entrar mais imigrantes?

    Têm dúvidas?

    Eu não tenho. Mas está visto que não só não referendam isso, como nem mudam as políticas de fronteiras e vão todos continuar esta palhaçada da utopia do mundo de mãos dadas à Beneton.

    Porque interessa ao neoliberalismo.

    Ponto final!

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  23. lucklucky permalink
    7 Dezembro, 2009 13:53

    “Porquê a critica ao P e se ignora o DN, O DE, O CM”

    Talvez porque o Público disse que estava farto de ser um jornal ideológico. Pelo menos foi isso que disse a nova directora…
    Como era de esperar o objectivo foi só escorraçar o director que estragava a narrativa.

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  24. henrique pereira dos santos permalink
    7 Dezembro, 2009 13:54

    Caro JCD,
    Também eu estranhei aquele editorial e o seu conteúdo excessivo ao omitir as zonas de sombra e incerteza que existem.
    Mas a decisão política faz-se com o conhecimento que se tem em cada momento e os riscos não menosprezáveis, embora incertos.
    Agora o que não compreendo de todo é esta sua frase:
    “Sim aldrabaram-nos, mas gostamos mesmo assim. Está bem, aquilo era mentira mas quero mesmo acreditar que era verdade.”
    Sabe porquê? Porque ainda não percebi onde foi buscar a ideia de que está demonstrado que houve manipulação, aldrabice e etc..
    Tenho insistentemente pedido a quem tem certezas sobre isso que me diga exactamente de que emails estão a falar que provam o que quer que seja e ou não me respondem, ou mandam-me para uns links de pessoas ou organizações que já antes disto tudo diziam o que hoje dizem e, cuidadosamente, evitam dizer em concreto onde está nos mails o fundamento do que dizem.
    A meia dúzia de frases transcritas que podem indiciar aldrabices têm sido repetidas até à exaustão mas têm sido respondidas serenamente e com fundamento claro (se está certo ou errado é outra história, mas são fundamentos verificáveis) por parte de muita gente (que inclui o economist, por exemplo).
    Mas ainda assim está em curso uma investigação.
    E no entanto para si não há nada a investigar.
    Já tem certezas de que foi enganado.
    O que é pena é que guarde para si os argumentos de substância que o levam a ter a certeza de que foi enganado.
    Eu, por mim, tenho apenas dúvidas e gostaria de as ver esclarecidas de forma séria.
    henrique pereira dos santos

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  25. 7 Dezembro, 2009 14:07

    HPS.

    “Sabe porquê? Porque ainda não percebi onde foi buscar a ideia de que está demonstrado que houve manipulação, aldrabice e etc..”

    O caro faz lembrar a Rita Rato nossa insigne deputada:

    http://fiel-inimigo.blogspot.com/2009/10/da-icenciada-em-ciencia-politica-e.html

    .

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  26. Outside permalink
    7 Dezembro, 2009 14:14

    “Porquê a critica ao P e se ignora o DN, O DE, O CM”

    Talvez porque o Público disse que estava farto de ser um jornal ideológico. Pelo menos foi isso que disse a nova directora…
    Como era de esperar o objectivo foi só escorraçar o director que estragava a narrativa.

    Não Lucky, venda essa teoria assim como a do jornalismo de causas a quem veja o mundo em dicotomia permanente.

    Talvez porque JMF (escorraçado ??? a sério ??) traz saudades a muito criador de opinião colorida.

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  27. 7 Dezembro, 2009 14:20

    podiam ter dado um colorido à capa do P com umas chamazitas do Inferno por trás e um belzebu a deitar fumo pela boca.

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  28. per caso permalink
    7 Dezembro, 2009 14:33

    Minaretes, sim, quando a paisagem tresanda de torres catedralíticas. Que é só torres de igreja, roubalheira, por este Portugal Obscuro.

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  29. Vítor permalink
    7 Dezembro, 2009 14:47

    Já deixei de comprar o público a algum tempo.

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  30. Critico permalink
    7 Dezembro, 2009 14:47

    Mas me pergunto, porque raio tem de haver sempre interesses na transmição de informação? É

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  31. Critico permalink
    7 Dezembro, 2009 14:49

    Por estas e por outras não tenho o hábito de comprar jornais mainstream,ou se compro que seja para comparar com outras visões…

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  32. Melusina permalink
    7 Dezembro, 2009 14:53

    O único problema nos donos dos jornais é fazerem de propaganda governamental.

    O resto não é problema para ninguém. A menos que agora tenham descoberto vacas sagradas e até a poluição ou o destrambelhamento a que o planeta anda a ser sujeito seja dogma de capitalismo, como novo leninismo a electricidade.

    A cena dos minaretes é mesmo isso- acompanhamento para enfiarem no mesmo local onde enfiam as “alfaces” que escrevem.

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  33. De Cronenberg permalink
    7 Dezembro, 2009 15:04

    O único problema nos donos dos jornais é fazerem de propaganda governamental.

    O resto não é problema para ninguém. A menos que agora tenham descoberto vacas sagradas e até a poluição ou o destrambelhamento a que o planeta anda a ser sujeito seja dogma de capitalismo, como novo leninismo a electricidade.

    A cena dos minaretes é mesmo isso- acompanhamento para enfiarem no mesmo local onde enfiam as “alfaces” que escrevem.

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  34. Pis permalink
    7 Dezembro, 2009 15:42

    Parece que o único problema dos jornais é escreverem coisas de que não gostamos.

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  35. Antonio P. Castro permalink
    7 Dezembro, 2009 15:42

    Público: “estranhamente mal escrito”.

    Estranhamente?

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  36. Pcoiso permalink
    7 Dezembro, 2009 15:55

    O que eles querem é destruir o blogue liberal.

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  37. 7 Dezembro, 2009 16:14

    À atenção dos crentes:

    Mais do mesmo, em maior quantidade“. Este podia ser – é – a máxima de José S. Mesmo que a evidência empírica a venha invalidando de uma forma crescente e, em breve, assim o creio infelizmente, de modo avassalador. Mas é de política que falamos.

    Quando falamos de ciência, aquele mote não tem aplicação. Em ciência, basta que uma pessoa (cientista) esteja certa, num mar de pessoas erradas (outros cientistas), para que a ciência avançe, para que ciença se faça. Basta uma. Por muito que fundamentalistas de novas religiosidades lancem os seus anátemas e fatwas na protecção dos seus kernels. Ciência não é religião. É a sua antítese.

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  38. amónimo permalink
    7 Dezembro, 2009 16:18

    ainda não vi a helena a criticar o público, porque será?

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  39. Jorge Silva permalink
    7 Dezembro, 2009 16:18

    Longe vão os tempos em que os editoriais do (jornalista?) J.M.Fernandes faziam as delícias deste blog!

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  40. Outside permalink
    7 Dezembro, 2009 16:40

    A propósito do Público, uma excelente crónica de MEC (inclusivé com elogios a um texto de JMF que confesso não ter lido mas com uma inegável exposição da por vezes ridícula dicotomia esuqerda/direita).

    «O sábio texto de José Manuel Fernandes sobre Sarah Palin no P2 de anteontem fez-me corar. Nunca tinha pensado nisso, mas é verdade: quando se é conservador, tem-se vergonha de toda a gente que se diz conservadora ou, pior ainda, de direita. Há gente muito rasca; muitos abusadores que se dizem de direita só porque são gulosos e forretas e grunhos e lhes convém. Como se alguma vez tivessem pensado politicamente no assunto.

    A distinção entre direita e esquerda confunde a distinção mais importante entre egoísmo e altruísmo. Oportunismos à parte, há quase tantos esquerdistas egoístas como há direitistas que não são. Se os conservadores têm vergonha da companhia (Sarah Palin é má, mas há pior), os esquerdistas desconfiam do esquerdismo uns dos outros. Ambas as atitudes são snobs e pretensiosas. Tanto uns como outros acham que são poucos e é assim que está bem.

    Pior do que isso, são a direita e a esquerda veementes. Aqueles que se orgulham de ser de direita ou de esquerda. Aqueles que se vangloriam do “percurso” que foi preciso e da clarividência racional que tiveram.

    E pior do que os convertidos que mudaram da direita para a esquerda ou vice-versa são aqueles que se orgulham de terem sido “sempre” de direita ou de esquerda. Como se fosse um milagre. Ou um dom.

    Bem fazemos em ter vergonha da veemência e das vaidades uns dos outros. Mais ganharíamos em respeitar os rótulos mas não nos sentirmos especiais por sermos como somos – ou termos a mania de ser.» [Público]

    Por Miguel Esteves Cardoso.

    EXCELENTE CRÓNICA para todos os de Esquerda e à Direita!

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  41. 7 Dezembro, 2009 16:50

    lá termos imprensa temos… mas jornalismo não acredito!… e jornalismo verdadeiro o de investigação sei que não há!…

    os nossos jornais e jornalistas andam todos a reboque de agendas, vendas e temas politicamente correctos… ou políticamente vendáveis!

    não comprava o público com o JMF e continuo a não comprar o público nem os outros… e como diz um provérbio egípcio: “notícia paga hoje é de borla amanhã”!…

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  42. per caso permalink
    7 Dezembro, 2009 17:09

    A Palin pode ser burra, mas nos EUA vende, ainda o livro de memórias se anunciava atrás dos escaparates.

    Que me fez pensar, há dias, lendo “A Ilustre Casa de Ramires”, meu deus, caramba, americano que fosse, este Queirós era o maior escritor da América!

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  43. 7 Dezembro, 2009 18:07

    Volta (ponha aqui o nome de um antigo director do Público) que estás perdoado.

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  44. Marcus Aurelius permalink
    7 Dezembro, 2009 18:13

    Público devia perguntar de onde vem o papel aonde são imprimidas as suas notícias. Parem de escrever e vão plantar árvores. LoL

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  45. hulk2 permalink
    8 Dezembro, 2009 13:40

    Luis Castro disse
    7 Dezembro, 2009 às 12:08 pm

    Li o Público desde 1990, até ao dia do infame editorial da nova directora. Nunca mais comprei. Não li o artigo, mas não duvido que o Público tenha abraçado o “jornalismo de causas”. De caminho abandonou o jornalismo.
    O Público mudou, e eu mudei-me para outro lado. Para o i.

    Eu deixei de comprar o Publico quando ele saiu com a manchete ” Sampaio ganhou debate a Cavaco ” já lá vão uns anos ..
    Manjei-os na mesma hora !

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  46. Euroliberal permalink
    8 Dezembro, 2009 15:15

    O Público ganhou juizo. Que mil minaretes floresçam na Europa relativista, decadente e impotente…

    Limitações só para todas as religiões (exº: os templos religiosos não podem exceder os 50 metros de altura). Senão são inconstituicionais, mesmo que constem da constituição. Era o caso da norma da constituição de 1976 que assegurava irreversivelmente que Portugal era uma República socialista…

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  47. Tribunus permalink
    8 Dezembro, 2009 17:17

    Mineretes na terra dos mulçumanos!só quando eles deixarem construir uma igreja católica, evangelista, protestante ou outra coisa parecida.
    A burra que se coloca a chamar nome oas suiços que vá dar uma volra ao blihar a ver se alguem a apanha por ´trás………..
    Comtemplativos co alá porque? eles tem complacencia com o ser humano? como tratam as mulheres? deixemos de preocupações com a xenofobia, só não è xenofabo, quem não percebeu que afinal não somos tão iguais como isso!

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  48. 8 Dezembro, 2009 17:18

    Bem dito, Tribunus,

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  49. Euroliberal permalink
    8 Dezembro, 2009 22:24

    Já visitei nais de 15 países islâmicos. Em todos vi numerosas igrejas. Em alguns (Líbano, Egipto, Marrocos, Turquia) mesmo numerosíssimas igrejas. Que estiveram abertas ao longo dos 1400 anos de islamismo. SEM INTERRUPÇÕES. SÂO FACTOS. Quem dá lições de moral e de tolerância a quem ?

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  50. Euroliberal permalink
    10 Dezembro, 2009 13:16

    O Arrastão adere à censura estalinista – o camarada Daniel decidiu

    O Arrastão arrasta-se definitivamente pelas ruas da amargura e da censura unilateral mais abjecta contra anti-sionistas com um QI que destoe da mediania. Os meus últimos comentários NÃO TINHAM qualquer “insulto”.

    Mesmo assim foram apagados. A pretensão de “elevar o debate” é mera pretensão hipócrita de quem não se libertou dos seus demónios estalinistas. CENSURA social-fascista é o que é.

    Aqui não há debate sério e intelectualmente estimulante. Há uma sucessão de monólogos que alternam entre a islamofobia ignorante neocon, e a islamofobia soft de ateus esquerdistas. Os insultos abundam desde que dirigidos ao lado certo, é claro.

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