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Os situacionistas*

19 Fevereiro, 2010

Nos anos 60 passaram do liceu para as universidades. São do tempo em que ser senhor doutor valia alguma coisa e as famílias apostaram fortemente na sua formação, confiando que, apesar de cada ano lectivo corresponder a maior irreverência, no fim eles teriam o canudo. Para o futuro ficaram conhecidos como geração de 60. Em Portugal, a PIDE e a censura deram-lhes um enquadramento de resistência que vai para lá do que aconteceu aos seus congéneres nos países democráticos. Após 1975 cortaram o cabelo, apararam a barba e quando a tropa, já sem MFA, recolheu aos quartéis começaram a sentar-se no aparelho de Estado. Academicamente bem apetrechados e com o país a precisar de refazer-se das vagas de saneamentos, esta nova geração passou rapidamente da oposição para o poder. Alguns dos mais destacados elementos dessa geração vieram a tornar-se notáveis do PS. O que de algum modo fazia todo o sentido: tinham lutado contra o fascismo, o social-fascismo e outros ismos. Na democracia tiveram no PS o seu espaço natural e em Soares o líder que trataram como já não se tratam os reis.
Nem sempre as coisas correram bem mas havia a íntima convicção que nos grandes momentos eles escolheriam a liberdade tal como a tinham escolhido durante as crises académicas. Mas não é isso que está a acontecer. Agora estão calados. Calados como nunca estiveram com Guterres ou sequer Soares. Fazem o pino para justificar o injustificável ou passam discretos a ver se descobrem algo em que possam pegar naqueles que não estão dentro do seu círculo (ou triângulo, se se preferir o imaginário maçónico onde muitos acabaram após a fase juvenil do ateísmo).
Durante meses interroguei-me porque estaria isto a acontecer. Ainda esta semana me caiu no mail aquele PDF com o diploma da licenciatura de José Sócrates, datado de Agosto de 1996, mas de cujo papel timbrado fazem parte números de telefone que só passaram a existir no final de 1999. Quem mandava o mail perguntava: isto já é conhecido, não é? Claro que sim. Isso e tudo o que veio depois é sobejamente conhecido. Mas eles, tão ciosos das suas notas no Técnico, em Direito e em Letras, como no seu tempo se dizia, fazem agora de conta que não é nada com eles ou tornam-se peritos instantâneos em procedimentos jurídicos que levam invariavelmente a anulações e arquivamentos. Porque se calam? Não os move certamente o dinheiro, tanto mais que estão à beira de ser a última geração a gozar as  reformas douradas do estado que essa geração dizia social.
A resposta encontrei-a ao ver na televisão as notícias sobre a ronda de contactos entre o secretário-geral do PS e as estruturas partidárias. Eles, os contestatários dos anos 60, são agora a Situação. Sem Sócrates, que obviamente não é um deles, acaba-se a Situação, esta coisa que ninguém sabe o que é mas que se arrasta. Esta coisa em que se mergulha na dúvida, no boato, nos casos e em que os detentores do poder não se afirmam pelo que oficialmente fazem mas sim por conseguirem passar a mensagem de que não existe alternativa às suas pessoas.
Não são de modo algum a primeira geração a ficar refém dum tempo político. “Falhámos a vida, menino” – é uma das frases finais de “Os Maias”. Mas no caso da geração de 60 não só não parece que esteja interessada em fazer balanços do seu legado –  à excepção daquelas evocações que os transformam em heróis – como, por ironia, eles, que em jovens foram tão eficazes a combater o poder, revelam-se agora, à beira de se tornarem velhos, dispostos a quase tudo quando alguém os confronta com aquilo em que se tornaram. E note-se que eles não se tornaram poder que isso já o eram. O que Sócrates fez deles foi transformá-los na Situação.

*PÚBLICO

45 comentários leave one →
  1. Kianda permalink
    19 Fevereiro, 2010 09:58

    Essa geração de 60 é melhor representada em “As Viagens na minha Terra” do que propriamente em “Os Maias”.

    O Carlos Maia desiste de correr por uma vida que é cheia de desilusões. O Carlos de Garrett, um liberal renovador, torna-se barão e desilude em quem nele confia.

    E se a geração de 60 veio a dar em barões, o Sócrates parece ser um bom substituto de um padre Amaro, com vida dupla, muito correctinha e moral por fora, um ninho de mentiras, hipocrisias e compadrios por dentro.

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  2. Pedro permalink
    19 Fevereiro, 2010 09:59

    Excelente análise. Essa geração está agora cercada pela mediocridade de que se fizeram rodear por apreciarem a bajulação e desprezarem o mérito fora do seu círculo de conhecimentos. E o que é pior, essa cerca de mediocridade vinda das gerações mais recentes conseguiu tapar o horizonte a todos aqueles que não beneficiam de uma estatura consideravelmente elevada.

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  3. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 10:49

    Aprecio estas análises de bolso sociológico porque empíricas e com validade subjectiva. Só faltam os nomes que são essenciais.

    Por exemplo, os intelectuais: António Barreto conta para este totobola? José GIl, conta?

    Sim, porque não me vai dizer que a pinderiquice intelectual de um ALberto Martins é o alvo deste escrito…

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  4. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 10:58

    Nós somos um país de pequenitates. Desde os anos sessnta, o que é que houve de corrente geral e especial de opinião?

    Nos anos sessenta, havia os jornais diários com qualidade na área cultural, por exemplo. O Diário Popular que era exactamente isso,um jornal popular, tinha bons suplementos culturais às quintas e Sábados.
    O Primeiro de Janeiro, ao Domingo idem, incluindo suplemento de bandas desenhadas americanas de sucesso e do Kings Feature Sindycate: Príncipe Valente, Coração de Julieta, o Reizinho, etc etc.

    Quem eram e onde estavam os intelectuais desse tempo? Nos jornais. Nos suplementos. Eppure…contemporizavam com o fassismo, tirando os clandestinos comunistas que se escondiam nas fímbrias dos panfletos que ninguém lia.
    Mas os intelectuais de regime, quase todos, eram do contra. Não suficientemente para se fazerem ao ditador, mas minavam por dentro da ideologia que conduziu ao 25 de Abril: contra o conservadorismo, contra a igreja católica, contra o imperialismo, com excepção do levado a cabo pelos judeus. Em suma, quase todos jacobinos.
    E deu no que deu: uma mão cheia de nada que resultou no exemplo paradigmático da publicação Expresso e O Jornal.
    São os dois símbolos da geração que cresceu nos anos sessenta.

    Serão uma geração de ouro? Talvez, porque não vejo outra que a substituisse com mérito.

    Esta nova geração dos Martins Avillez é demasiado inodora, asséptica e inculta.

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  5. Kolchak permalink
    19 Fevereiro, 2010 10:58

    Absolutamente dec acordo consigo.
    A geração de 60 – mitificada incessantemente pelos próprios – é uma das maiores responsáveis pela situação actual do País. Ultrapassada pela História, derrotada pelos factos da vida, continua, apesar disso, a fazer parte do escol governativo da Nação a que acederam demasiado jovens em virtude uma revolução.
    Os exemplos sucedem-se. Darei apenas um: o actual ministro da Justiça. A única coisa de monta que o cavalheiro fez na vida foi, que se saiba, ter pedido a palavra numa ocasião em que o Presidente da república, Américo Thomaz, discursava na universidade de Coimbra…
    Isso valeu-lhe um emprego para a vida! Até a ministro já chegou!

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  6. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:00

    Mas há pior, bem pior: a geração destes José S. e destes Marcelinos jornalistas. A rasquice tomou o poder.

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  7. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:01

    #5:

    O ALberto Martins é o exemplo acabado do jacobino enfeudado a esquemas partidários. Mas não é um estúpido ou um rasca.

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  8. zeparafuso permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:01

    Os militares contam? Ou a carreira não conta? Há formados no quadro militar! Tanbém lutavam contra o fascismo? Ou aproveitavam-se da situação?

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  9. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:05

    Ainda por cima, decaimos imenso, em trinta anos. As publicações periódicas de então eram substancialmente melhores do que agora. O problema advém do sistema educativo que se degradou imenso, a meu ver.

    Na França ou na Itália, tal fenómeno não aconteceu. Quem lê o Nouvel Observateur ou o L´Express ou o o L´Espresso ou La Repubblica hoje em dia e compara com as edições dos anos setenta ( menos este jornal que ainda não existia mas existiam outro idênticos) repara que não baixaram a qualidade. Continuma a fazer coisas espantosas todas as semanas e a serem veículos culturais de grande relevo.

    Por cá, é uma miséria franciscana.

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  10. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:09

    #9.

    E os comunistas? Esses é que eram, não eram?

    Nos anos cinquente aplaudiram a invasão da Hungria. Nos sessenta a da Checoslováquia. Nos setenta ainda acreditavam nos amanhãs a cantar. Nos oitenta ainda achavam o muro de Berlim uma preciosidade democrática. Nos noventa, ainda jurararam que Ieltsin era um reaccionário e a revolução iria triunfar outra vez. Nos dois mil andam por aí aos caídos a ver se alguém repara na luta de classes.

    Isto é que é, não é?

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  11. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:15

    Não, não esqueci porque lia o jornal em 1972, quando nem sequer era adolescente. E guardei alguns para amostra,particularmente da Mosca e dos artigos do O´Neill.

    Mas apenas confirma o que disse: dantes os jornais eram melhores e mais bem feitos que hoje, na sunstância e ate no design.
    Foi nesse anos que vi uma foto a cores de…Fidel Castro, num dos suplementos. Ainda o tenho.

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  12. lucklucky permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:29

    Diário Popular era muito bom. Ainda tenho os suplementos Aerospaço guardados algures senão me engano vinham às terças feiras.

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  13. Alex permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:32

    ESA MANIA DE ENCONTRAR “CUPADOS”!…

    Culpada é a Geração de Afonso Henriques.
    Culpado é D. Afonso Henriques.
    .

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  14. Kolchak permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:34

    7 diz:

    «O Alberto Martins é o exemplo acabado do jacobino enfeudado a esquemas partidários. Mas não é um estúpido ou um rasca».

    Estúpida e rasca é mesmo a geração de 60!
    Como é possível ter como «leitmotif» final a coisa mais idiota que já ouvi em toda a vida: – «É proibido proibir!»

    Então «É proibido proibir» o homicídio como o marquês de Sade defendeu no século XVIII?
    ´«É proibido proibir» a violação?
    «É proibido proibir» a pedofilia?
    «É proibido proibir» o roubo ou o furto?
    «É proibido proibir» o rapto?
    «É proibido proibir» os desfalques dos banqueiros?

    Esta conversa rasca do «É probido proibir» já levou a verdadeiros atentados à dignidade da pessoa humana, como a liberalização do aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo…! Levará, mais cedo do que tarde, à legalização da eutanásia!

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  15. 19 Fevereiro, 2010 11:43

    Ei José, grande estocada nos saudosistas da URSS e dos seus grandiosos feitos por essa europa fora, inclusive por cá, mais pelo sul deste país, que por aqui, no norte, nós chegamos-lhes o fogo aos traseiros!!!

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  16. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:49

    #14:

    Dantes não havia ferreiras assim expostos. Desde pequenos levavam chapadas para terem educação. Depois disso, por causa desses intelectuais dos sessenta adeptos de William Reich e outros que tais, foram educados no sistema relativo de que tudo se equivale. Assim, os ferreiras mentecaptos e apalermados sentem-se no direito de pronúncia aberta sobre tudo o que mexe.
    Dantes tinham vergonha, ou eram envergonhados em público se não tivessem.

    Um dos males do sistema e do país foi esse: não educar os ferreiras que aos 30 julgam que os que têm mais dez anos que eles são velhos.

    Palermas? Não só. Mas também. Produto típico da geração do sessentismo. São filhos de pais assim.

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  17. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:58

    KOlchack:

    Sabe quem divulgou por cá o “é proibido proibir”?

    Caetano Veloso, numa cançoneta feita em Londres nos finais dos anos sessenta.

    Caetano Veloso, Chico Buarque, e outros foram os ideólogos populares da época e a ideologia de esquerda teve neles e noutros o veículo ideal.

    Vão perguntar hoje, ao Caetano Veloso, o que pensa disso…

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  18. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 11:59

    Havia outra ainda mais deliciosa nessa época: “Não confie em ninguém com mais de trinta anos”. Cantada, assim, até tinha piada.

    Os que o disseram têm agora mais de sessenta.

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  19. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 12:01

    A letra era esta:

    Não confio em ninguém com mais de trinta anos
    não confio em ninguém com mais de trinta cruzeiros
    O professor tem mais de trinta conselhos
    mas ele tem mais de trinta mais de trinta
    não confio em ninguém com mais de trinta ternos
    Não acredito em ninguém com mais de trinta vestidos
    o diretor quer mais de trinta minutos
    pra dirigir sua vida a sua vida sua vida sua vida
    não meço a vida nos coisas que eu faço
    e nas coisas que sonho e não faço
    eu me desloco no tempo e no espaço
    passo a passo faço mas não caço
    faço mais um passo traço a passo
    sou prisioneiro do ar poluído
    eu conheço de ouvir
    eu me desloco no tempo e no espaço
    na fumaça um mundo novo eu faço
    Faço um mundo novo na fumaça.

    Bonito! Os anos sessenta em poucos versos.

    Hoje em dia, o Rui.Pedro.Soares, tem mais de trinta anos. Quando entrou para a PT tinha 32…

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  20. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 12:03

    Ah! Esqueci de dizer que gosto dos anos sessenta. Muito. Mais que os noventa. Mas vivo com os pés assentes no chão. Mesmo nessa época já vivia. O meu pai tinha mais seis filhos e todos tivemos educação.

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  21. António Lemos Soares permalink
    19 Fevereiro, 2010 12:15

    Anónimo 20:

    Boa memória!

    Não entendo, no entanto, a sua admiração pelo facto de eu ser monárquico em democracia desde os 12 anos?
    Onde queria que eu o pudesse ser?
    Em alguma Ditadura republicana como foi «Estado Novo» Português, até 1974?
    Ou, na actualidade, na muito «democrática» república da Bielorússia?

    Parece-me estar a confundir: «forma de regime político», Monarquia/República; com «regime político»; Democracia/Ditadura.

    Não me diga a Suécia; o Canadá ou o Japão, não são Democracias… !

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  22. joão viegas permalink
    19 Fevereiro, 2010 12:24

    Como sempre, a Helena Matos não precisa de sair para ir ao cinema. E’ aproximativo, incompleto, mal pensado ? Que se lixe… A Helena Matos sabe que existe, no fundo de cada um dos seus leitores, um capuchinho vermelho que anseia pelo lobo mau. E’ so fazer-lhes o jeito. E’ facil, é barato, da milhões…

    Como ja aqui foi dito, faltam nomes a este pequeno ensaio de sociologia doméstica. De quem falamos, afinal ? De Pacheco Pereira ? De Durão Barroso ? Ou eles ficaram imunes às suas paixões juvenis tão “sixties” como as dos outros, ou foram vacinados ? E, se os ha também à direita, e se os ha criticos ferrenhos de Socrates (até nalguns orgaos da comunicação social, tanto quanto julgo saber), então de que vale a generalização apressada ?

    E alias de que vale a generalização em si ? O que pode existir de comum, de um ponto de vista sociologico, entre os “filhos de Marx e da Coca Cola” nos anos 60 em França, que eram essencialmente filhos da classe média oriundos do Baby Boom, e os jovens de boa familia pintados aqui pela HM, que subentende assim que a resistência ao fascismo foi apenas uma questão de moda hippie, porque os operarios, eles, até estavam contentes com a situação ?

    Nada. Rigorosamente nada.

    Ha apenas a mesma cantiga de sempre : quando as mulheres começam a usar calças, é que ja não ha moral e todos os nossos males resultam disso.

    Bom, ha mais uma palavrita ou duas à volta para apimentar a coisa, porque o Publico paga em função do numero de signos…

    E agora, podem cair-me em cima…

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  23. 19 Fevereiro, 2010 13:29

    Óptimo, Mrs. Helena Matos !

    Acerta na mouche de alguns inúteis (não só surgidos da leva 1960’s), que têm pu(lu)lado de lugar em lugar, sem qualificações nem conhecimentos para tal !
    É “o partido”-no-poder, este ou outro, não como ideologia, mas já unicamente como entidade empregadora !

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  24. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 14:47

    Por exemplo, onde se formou um Eduardo Pitta?

    Anda nos 50, aprendeu no fassismo e tem uma cultura literária razoável. Hoje em dia, não lhe davam a mesma educação, pela certa.

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  25. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 14:49

    Porque é que essas pessoas cospem na sopa que lhe deram a comer quando eram pequenos?

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  26. anonimo permalink
    19 Fevereiro, 2010 15:01

    “Porque é que essas pessoas cospem na sopa que lhe deram a comer quando eram pequenos?”

    que os obrigaram a comer quando eram pequenos, melhor dizendo.

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  27. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 15:04

    Mas foi por causa dessa sopa que são quem são. Hoje em dia davam-lhe knorrs. Ou maggis.

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  28. 19 Fevereiro, 2010 16:03

    há aqui um equívoco quanto ao que se presende designar por situacionismo. o que eu vejo é o oportunismo puro, são os oportunistas do regime, e, neste caso, temos muita gente incluindo o Pacheco Pereira, o Durão Barroso, que deram guinada à extrema esquerda para, em situação menos desfavorável, voltarem à direita de onde vinham socialmente, e, poderia continuar com muitos mais à direita e outros tantos à esquerda…

    tive a imensa sorte de não ter assistido a todos os tristes espectáculos do pós-25 de abril. é claro que quando voltei TODOS se tinham servido muito bem e já nem migalhas há nem para os jovens que muito se esforçam e trabalham para fazer doutoramentos sérios em universidades de prestígio internacional e que não têm a quem se encostar para trepar!…

    mas isso não aconteceu só em Portugal. aconteceu também noutros países europeus, com a geração nascida no pós-guerra e que tem hoje entre 65 e 50 anos.

    o saber não ocupa lugar,

    e, para quem não saiba, o situacionismo é isto:

    http://www.itaucultural.org.br/aplicExternas/enciclopedia_IC/index.cfm?fuseaction=termos_texto&cd_verbete=3654

    http://fr.wikipedia.org/wiki/Internationale_situationniste

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  29. piotr kropotkine permalink
    19 Fevereiro, 2010 16:17

    Fascinating…. totally baffled…… I say…. and so forth….

    existe alguma “Geração” responsável que possamos levar ao TPI? ou a coisa proceçaçe como sempre se proçeçou… uns gajos mais expeditos amanham a vidinha outros fazem a crónica da coisa e a maioria entra anónima e sai incógnita da vida ….

    já o outro dzia …. é a vida …..

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  30. 19 Fevereiro, 2010 16:18

    Bravo!

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  31. 19 Fevereiro, 2010 16:50

    Inteiramente de acordo.

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  32. 19 Fevereiro, 2010 16:56

    “havia a íntima convicção que nos grandes momentos eles escolheriam a liberdade tal como a tinham escolhido durante as crises académicas. Mas não é isso que está a acontecer. Agora estão calados.”

    Este tipo de questionamento reflexivo realizei-o logo após a tomada de posse do Sócrates como pm. Os sinais altamente preocupantes sobre uma deriva autoritária no país mostraram-se às claras nas primeiras intervenções públicas do pm e de alguns membros do anterior governo e foram ALTAMENTE aplaudidos e incentivados por pessoas por quem tinha até à data algum respeito “democrático”. Lembro-me de me ter refugiado na vizinha Espanha mais de um mês para simplesmente não ouvir, não ler, não ver nada que me fizesse lembrar a minha nacionalidade.
    Optei por não fugir* (como muitos fizeram), resistir e lutar.

    AH! … nas crises académicas “eles” não escolheram a Liberdade, por isso se calaram e estão calados.

    *fugir, no sentido de fuga para fora do país

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  33. JCL permalink
    19 Fevereiro, 2010 17:13

    É uma tragédia para a nossa sociedade que um método retrógrado e brutal como o utilizado no “antigo regime”, fosse capaz de ensinar a ler, escrever e contar (até a pensar), e que em democracia não consigamos fazer o mesmo de melhor forma. O resultado, situacionista, está à vista.

    JCL

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  34. 19 Fevereiro, 2010 17:24

    é pá, aquela gaja não consegue escrever nada sem precisar de se boldar toda?

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  35. José permalink
    19 Fevereiro, 2010 17:26

    #34:

    Fica tudo dito, não fica?

    É preciso no entanto dizer mais:nos países comunistas, que se opunham ao fassismo, os métodos ainda eram mais brutais e retrógrados. No lugar do Salazar, havia o quadro do pai dos povos e no lugar da cruz, a foice e o martelo.

    O resto, bem o resto, era a disciplina reguada.

    Isto custa reconhcer aos comunistas ou não?

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  36. anónimo permalink
    19 Fevereiro, 2010 17:30

    este quer recuperar o fascismo à custa do comunismo

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  37. Carlos permalink
    19 Fevereiro, 2010 18:19

    Para informação:

    “É proibido proibir” não é do Caetano Veloso, mas sim do Maio 68 de Paris

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  38. OBSERVATÓRIO DOS REPUBLICANOS SOCIALISTAS LAICOS E LADRÕES permalink
    19 Fevereiro, 2010 19:58

    HÁ ALGUNS DA GERAÇÃO DE 60 QUE ESTÃO NA RESISTÊNCIA AO SÓCRETINISMO GALOPANTE E À DITADURA MAÇÓNICO-SOCIALISTA.COMO SE VERÁ NO DECORRER DO PROCESSO PARA DERRUBAR ESTE REGIME NAUSEABUNDO QUE ESTÁ A DESTRUIR PORTUGAL.

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  39. Amonino permalink
    19 Fevereiro, 2010 20:00

    .
    Havia outra Geração ao mesmo tempo. A dos 3F’s: F….a pela Ditadura, F….a pela Guerra, F….a pelo PREC. A Geração Mula. A melhor de todas. A que aguentou a II e ainda está a aguentar a III Republica. Pagou tudo. Não soube assumir o Poder. Foi expulsa pela descrita por HFM em favor da aliança com o passado (ANP marcelista). Deu merda. Ou seja vai dar e da grossa. Foi o ‘erro de Descartes’ da III República.
    .

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  40. amónio permalink
    19 Fevereiro, 2010 20:34

    este blogue é meu e só comenta aqui quem eu quero

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  41. Nightwish permalink
    19 Fevereiro, 2010 22:32

    Vassourada para esta merda toda.

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  42. euro2cent permalink
    20 Fevereiro, 2010 00:34

    Por falar em situacionistas, o poeta Alegre ainda não abriu o bico ?

    Para um ferrenho da “ética republicana”, “a mim ninguem me cala” etc, que queria ser Presidente, é estranho.

    Ou agora é dos “eles comem tudo, eles comem tudo, e não deixam nada” que cantava o Zeca Afonso ?

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  43. Anónimo permalink
    20 Fevereiro, 2010 14:12

    #11 e #12
    Meus caros,de acordo
    Nesse tempo poucos ou nenhuns jornalistas eram ” licenciados ” : hoje é o que se vê. Até houve um jornalista ,nomeado adido de imprensa do M.N.E.que integrou o 1ºgoverno da primadona, que diz ter a licenciatura em Direito e dos arquivos da Faculdade nada consta….nem ele consegue fazer a minima prova, obviamente. Então, toma-se posse de lugares publicos sem fazer prova das habilitaçoeas que se diz ter ? E ninguém se incomoda a indagar ? É o simplex ao melhor estilo.Já só me falta ver os gatos falarem.

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  44. 21 Fevereiro, 2010 09:34

    Hi, There. Visit me http://cyberlampung.blogspot.com/ Ok? Thanks.

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  45. Tiago Isidro da Costa permalink
    22 Fevereiro, 2010 16:00

    Esse post deveria intitular-se “O verdadeiro Xuxialismo”

    Os meus parabéns, está brilhante!

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