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O argumento saudita

15 Julho, 2010

Vasco Campilho defende a proibição da burqa na base de uma alegada «indecência». Ora, no reino da família saudita, a imposição da burqa é igualmente justificada com o mesmo argumento. Por lá alega-se que a exposição do corpo da mulher é indecente. Pretende-se protegê-la e à sua dignidade, libertando-a da opressão da lascívia masculina. Com efeito,a proibição da burqa ou a imposição da sua obrigatoriedade são em tudo semelhantes, baseiam-se nos mesmos princípios e na mesma forma de encarar e aceitar a intervenção do estado sobre as liberdades individuais.

Ao estado não cabe fazer suposições sobre os actos dos cidadãos. A intencionalidade e/ou a simbologia, quando exista, do vestir, é do foro de cada um e fica dentro da sua autonomia da livre expressão. Ao estado deve caber apenas o papel de assegurar que o posso fazer e de sancionar quando seja impedido ou forçado.

Não cabe ao estado definir que determinada peça de roupa «simboliza» o quer quer que seja. Ou de pressupor «opressões». Tais pressupostos, esses sim, traduzem numa imposição de valores simbólicos, em detrimento da escolha e de simbologia (se a houver) individual, a qual deve ser livre.

Nem pode pressupor que quem usa burqa está a ser obrigado. Pode agir quando se prove que tal suceda, independentemente da peça de roupa.

A aceitar-se tais proibições/imposições, o que garante que outras formas de expressão (de indumentária ou não), não sejam entendidas pelo estado como «simbolizando» ou pressupondo como sendo sinais de outras quaisquer  ameaças ou opressões?

59 comentários leave one →
  1. Pi-Erre permalink
    15 Julho, 2010 11:13

    Os políticos são obrigados a usar gravata e fato escuro mesmo no pino do verão.

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  2. Pi-Erre permalink
    15 Julho, 2010 11:14

    Salazar obrigava todos os ministros a usar chapéu.

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  3. 15 Julho, 2010 11:18

    Não há nada que agrade tanto aos políticos como intervir nos costumes e condicionar comportamentos.

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  4. Porreiro pá permalink
    15 Julho, 2010 11:27

    “Nem pode pressupor que quem usa burqa está a ser obrigado. ”

    O “costume” e a “tradição” não obrigam, não coagem? Se calhar são lapidadas se puserem em causa a “tradição”… Por menos outras o foram (rapariga de 14 anos que foi lapidada e enterrada ainda viva, algures na Turquia curda, por “falar com rapazes”). http://psicanalises.blogspot.com/

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  5. Conde Venceslau Joaquim Fernandes permalink
    15 Julho, 2010 11:31

    Eu gostava de poder andar nu na rua sem que ninguém me chateasse.Agora com o calor do verão os meus tintins agradeciam !!!
    Se as muçulmanas podem andar mascaradas de saco de batatas porque é que eu não hei-de poder andar nu ?

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  6. 15 Julho, 2010 11:36

    Os costumes ligam-se a tradições. As ocidentais são umas. As do Médio Oriente são outras. As africanas outras. E as dos índios americanos outras, como as dos papuas dos nossos antípodas.

    As nossas, particularmente as relacionadas com o vestuário e o anglicista “dress code” todos as conhecem: calças para os homens e saia ou vestido para as mulheres até aos anos cinquente do séc. que passou.~
    Com a música popular e a cultura popular de massas apareceram costureiros que apresentaram modas que se tornaram fascinantes e passaram a usos comuns. A mini-saia apareceu nos anos sessenta. Lembram-se da reacção da época ( lida ou vista em filme por quem a não viveu)? O cabelo em séculos passados era comprido para os homens. Depois começou a ser aparado e cortado. Nos anos sessenta, por força do mesmo fenómeno começou a crescer outra vez e passados uns anos encurtou novamente.
    São modas? Talvez, mas traduzem costumes novos ou retomados.

    A burka não é uma moda mas uma tradição de vestir dos islâmicos? Pois então, o único modo de lhe resistir é isso mesmo: resistir através de proibições. Para se ver qual a força dessa tradição e se porventura os reaccionários vencem.
    Geralmente perdem, mas com o tempo, apenas.

    Eu considero-me conservador, mas a partir do momento em que algo revolucionário se torna tradicional, passo a sê-lo, em coerência.

    Para mim é assim que o mundo evolui, pelo que se a burka tiver força para se impor, nada haverá então a fazer senão aderir, segundo o velho ditado do ” se não podes vencê-los, junta-te a eles.” A elas, no caso.

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  7. 15 Julho, 2010 11:58

    Isto agora, só com comentadores profissionais, é que está bom.
    Todos amiguinhos e muito responsáveis. Quem quer discordar que vá para outro blog.

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  8. Porreiro pá permalink
    15 Julho, 2010 12:15

    “Para mim é assim que o mundo evolui, pelo que se a burka tiver força para se impor, nada haverá então a fazer senão aderir, segundo o velho ditado do ” se não podes vencê-los, junta-te a eles.” ”

    Não. Não vai pegar porque nem elas o querem ainda que digam que gostam muito (são na prática obrigadas senão serão apedrejadas quando voltarem para os seus países) nem nós o permitiremos, porque não faz, nem fará, parte nem das nossas modas nem da nossa cultura.

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  9. Porreiro pá permalink
    15 Julho, 2010 12:16

    Para mim esta discussão nem sequer tem sentido.

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  10. Porreiro pá permalink
    15 Julho, 2010 12:20

    Já agora: acho que nos casos de violência doméstica com assassinato deveria ser reactivada excepcionalmente a pena capital.

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  11. Porreiro pá permalink
    15 Julho, 2010 12:22

    Disse bárbara? A pena capital é bárbara? Bárbaro é permitir-se a esses tarados andarem a assassinar metodica e sistematicamente as “ex-companheiras”. Fará isto algum sentido para além de mostrar o grau de taradice e aberração a que este país chegou?

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  12. Outside permalink
    15 Julho, 2010 12:35

    Bom post Gabriel.

    Coisas simples.

    Óbviamente que não concordo com a opressão islâmica (não confundir com tradição apesar de se encontrarem estes dois termos umbilicalmente ligados) às mulheres. O pensar de Campilho representa o reverso da medalha no que à intolerância, controlo e desrespeito se passa por cá..by the West.

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  13. Alves permalink
    15 Julho, 2010 12:44

    Tirando a questão do frio/ calor, qual é a diferença entre andar nua ou de burka?

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  14. 15 Julho, 2010 12:50

    Do ponto de vista teórico não tenho nada a apontar.

    Mas por vezes a solução teórica justa traz problemas de ordem prática – neste caso, e tendo em conta a sociedade em que vivemos (e foi esta que, apesar de tudo, estes muçulmanos escolheram),e a interpretação do cidadão médio e tolerante, justifica-se o impedimento.

    Devemos ser tolerantes, mas não podemos fazer de conta que não vivemos na sociedade em que vivemos – podemos ser excessivos nalguns casos, mas fazêmo-lo porque sabemos que se não o fizermos estaremos a ser coniventes com casos de violência (psicológica) sobre as mulheres. Caso contrário também estaremos a ser tolerantes com a intolerância – e é neste ponto que nos distinguimos como sociedade. Dá para os 2 lados, é certo, mas é precisamente por isso que temos de ver a questão de um ponto de vista utilitarista e não kantiano – sem consciencia da envolvente não conseguiremos dar uma resposta adequada.

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  15. Sepol permalink
    15 Julho, 2010 12:52

    Acho que não estão bem a ver a coisa, quem quer saber que usem burka ou saco de batatas pela cabeça abaixo? o que está em causa é que fanáticos do islão, querem impôr a burka ás ocidentais, basta atentar no que se passa em França, Inglaterra e Holanda, só para citar onde existem os maiores problemas, onde as originárias desses países não podem passar nos bairros onde vivem esses fanáticos, porque fora da terra deles, das terras do islão, ficam todos fanáticos e agridem as mulheres desses países, pretendendo impôr os costumes das terras deles nos países dos outros, isso é absolutamente condenável, execrável, se querem seguir os seus costumes á risca voltem para donde vieram, fora!

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  16. Porreiro pá permalink
    15 Julho, 2010 13:04

    http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI1589909-EI308,00.html

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  17. 15 Julho, 2010 13:13

    “A aceitar-se tais proibições/imposições, o que garante que outras formas de expressão (de indumentária ou não), não sejam entendidas pelo estado como «simbolizando» ou pressupondo como sendo sinais de outras quaisquer ameaças ou opressões?”

    É o entendimento do cidadão médio. Como dizia outro comentador, por que não podemos andar nús? Podemos andar encapuzados (ou com uma meia enfiada na cabeça) na rua sem ser incomodados pela polícia? As crianças podem ir descalças para a escola? Isto é opressão?

    Para mim a questão é muito simples – por questões de segurança pública ninguém pode andar encapuzado, burkado, etc, na rua. Na sua casa, cada um anda como quiser – pois é aí que o Estado não tem direito a nada. Mas na rua, os direitos individuais são muito bonitos, mas não podemos esquecer que, apesar de tudo, vivemos em sociedade.

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  18. Porreiro pá permalink
    15 Julho, 2010 13:33

    18 –

    esse argumento é o agumento do cinzentinho politicamente correcto.

    A burka não será permitida na Europa porque é um simbolo e um instrumento de opressão e porque os europeus não querem a transposição para a Europa de hábitos culturais que consideram aberrantes e atrozes.

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  19. Porreiro pá permalink
    15 Julho, 2010 13:34

    18 –

    o argumento securitista é o argumento do cinzentinho politicamente correcto.

    A burka não será permitida na Europa porque é um simbolo e um instrumento de opressão e porque os europeus não querem a transposição para a Europa de hábitos culturais que consideram aberrantes e atrozes.

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  20. Pois é... permalink
    15 Julho, 2010 14:16

    Por acaso os bancos não fazem recomendações de como os seus (suas) funcionários (as) devem vestir e daquilo que devem evitar?

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  21. 15 Julho, 2010 14:19

    Odeio burqas. Odeio a ideia de uma mulher ser obrigada a tapar o corpo dela. E odeio o motivo por que o faz: por causa da lascívia masculina?! Então o problema é dos homens (mmuçulmanos) e a mulher é que tem de se tapar toda? Não sei o que acham mas quanto a mim isto é das maiores idiotices que já vi. Se os homens (desses supostos “países”) não se controlam então que sejam lapidados e enterrados vivos. Que bela discriminação não haja dúvida. Por estas e outras razões sou a favor da abulição por completo das burqas e quaisquer elementos religiosos na indumentária (e sim, retirem-se os crucifixos das escolas também!).
    É por isso que cada vez mais acho que quando se mistura religião com as liberdades das pessoas só dá merda. E sim, sou ateu. E muito feliz por ser livre destas completas lavagens cerebrais.

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  22. 15 Julho, 2010 14:38

    Este é um daqueles assuntos em que cada vez tenho menos certezas.

    O meu lado liberal diz-me que devo concordar com o Gabriel, mas depois…

    1. Se está em causa apenas a liberdade individual, tanto vale andar de burka como andar nu. Andar nu deve ser permitido fora das praias de nudistas?
    2. Se ninguém tem nada a ver com a liberdade religiosa e com a ostentação de símbolos religiosos e a prática de crenças, então, podemos vestir uma burkha para frequentar um exame numa escola pública?
    3. Um banco pode impedir-me de entrar nas suas instalações com capacete. E com burka?

    Os nossos conceitos de liberdade estão ancorados numa tradição e nos usos e costumes de cada sociedade. O mínimo que se pode exigir a quem quer ser acolhido numa comunidade é o respeito público pelas tradições criadas ao longo dos séculos pelos que agora os aceitam e integram. Gosto bastante do ‘Em Roma, sê romano’.

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  23. 15 Julho, 2010 14:55

    Nem pode pressupor que quem usa burqa está a ser obrigado. Pode agir quando se prove que tal suceda, independentemente da peça de roupa.

    **************************
    PORTANTO, PARA CAMPILHO, DA MULHER QUE USE CUEQUINHA NÃO SE PODE INFERIR QUE É O NAMORADO QUE TAL LHE IMPÕE…
    (TÁ DITO)

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  24. 15 Julho, 2010 15:04

    1. Não tenho qualquer problema em ver alguém andar nu pelas ruas. Sinceramente. Agora obrigar as mulheres a vestirem-se de certa maneira só para não morrerem, isso é para mim é o cúmulo. Consigo passar indiferente por alguém nú na rua, agora por uma mulher ostracizada e completemente alienada dos seus direitos é que não.

    2. Uma vez mais, não concordo em nada com o uso de burkhas. Para mim é um elemento de indumentária que está a passar uma mensagem muito clara, do género: “Ei vejam todos! Eu estou a ser discriminada! Tenho de me tapar toda só para não ir contra a lei muçulmana e não ser assassinada!”. Esta obrigação revolta-me e dá-me vontade de queimar as burkhas todas e de quem teve essa ideia. E tenho a certeza (e corrijam-me se estou enganado) que nenhuma mulher do mundo inteiro quer usar burkha por vontade própria, porque fica bem com a cor dos olhos, ou porque é “fixe meu!”. É uma completa parvalheira tapar as mulheres, até parece que elas fizeram alguma coisa de errado e estão envergonhadas disso. Respondendo à pergunta, a menos que essa mulher queira muito usar a burkha por algum motivo especial que não seja uma imposição religiosa e tenha a plena consciência de que é isso mesmo que quer fazer, a burkha para mim era para ser banida de vez.

    3. Para começar, é suspeito entrar num banco de capacete como todos sabemos. Quem diz banco diz padaria, correios, sapataria, fnac, etc. etc. A não ser que tenha acabado de estacionar a mota e se tenha esquecido de tirar o capacete da cabeça, quem é que vai entrar num banco de capacete? Ou é assaltante e quer levar um balázio, ou é distraído. Só vai a um banco quem quer e infelizmente quem dita as regras é o banco em causa. Se o banco não quer que alguém entre de capacete tem toda a legitimidade para obrigar essa pessoa a tirar o capacete. Com a burkha é igual. Mas é como disse, só vai a um banco quem quer e sujeita-se às regras deles.

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  25. 15 Julho, 2010 15:33

    “Se o banco não quer que alguém entre de capacete tem toda a legitimidade para obrigar essa pessoa a tirar o capacete. Com a burkha é igual. Mas é como disse, só vai a um banco quem quer e sujeita-se às regras deles.”

    Pois, mas o passo seguinte é impedir os bancos de proibir clientes de burka, por “corresponder a um comportamento de intolerância religiosa” dos bancos.

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  26. 15 Julho, 2010 15:57

    Pessoalmente não vejo a acção de proibir a burkha como um comportamento de intolerância religiosa. Para mim é um comportamento de libertação da mulher de um instrumento de discriminação social e atentatória da sua própria liberdade. Pessoalmente preferia que nunca existisse burkha ou qualquer objecto/forma de atentado da liberdade de escolha seja de quem for.

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  27. AZIA - TICO permalink
    15 Julho, 2010 16:18

    Não tenho qualquer preconceito em relação ao uso da burkha desde que usada nos países onde a impõem.
    É evidente que nos países ocidentais, o seu uso poderá ser mais problemático, já que ninguém poderá andar com o rosto escondido , devido ás leis em vigor.
    Seria como andarmos todos mascarados, pois como sabemos é completamente proibido.

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  28. DesconfiandoSempre permalink
    15 Julho, 2010 16:24

    7.Jose disse
    15 Julho, 2010 às 11:58 am
    Isto agora, só com comentadores profissionais, é que está bom.
    Todos amiguinhos e muito responsáveis. Quem quer discordar que vá para outro blog.

    Tens razão José, a burca também aqui foi proibida, ou não!

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  29. 15 Julho, 2010 16:39

    Uma mulher ocidental, quando vai a um país árabe não pode andar de mini saia ou calcões. Porque raio elas hão de poder andar à maneira delas?

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  30. joao permalink
    15 Julho, 2010 18:31

    Recordo-me de ver pessoas com parte de cara tapada por uma máscara, por causa da poluição ou da gripe.
    Por isso, o argumento do rosto tapado não serve.

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  31. 15 Julho, 2010 18:32

    Eu concordo com esta medida, fundamentalmente e sem fundamentalismos, por quatro razões:

    1. Fácil se tornará qualquer bandido, utilizar este disfarce, para assaltar o que lhe apetecer.
    2. Pela mesma razão, que não posso beber uma cervejola, numa esplanada qualquer num desses países dos ai-a-tolas, ÁS CLARAS.
    3. Porque isto não é tradição, mas provocação… basta verificar que nem em todos os países muçulmanos existe a imposição das mulheres utilizarem Burka.
    4. Porque quem não está bem, tem bom remédio… muda-se.

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  32. 15 Julho, 2010 18:39

    E já agora, porque ainda não vi nenhum desses gajos que usam vuvuzelas na «gaita», o fazerem na via pública por estas bandas europeias.

    E de certeza que também terão os seus representantes espalhados por esta Europa de… rastos.

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  33. 15 Julho, 2010 18:59

    Parece o Daniel Oliveira a falar.
    A lei infelizmente aprovada porque os tugas nâo podem votar em França é simplesmente para evitar que nos lugares públicos as pessoas andem de cara tapada tipo assaltante de banco.
    Em casa e em clubes privados podem continuar a tapar a cara.
    Onde é que está o problema?

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  34. 15 Julho, 2010 19:03

    # 15 Sepol – «o que está em causa é que fanáticos do islão, querem impôr a burka ás ocidentais, basta atentar no que se passa em França, Inglaterra e Holanda»

    Patetices.
    Concerteza todos aqui já viram Africanas no Rossio com Dashiki. Já viram freiras com véus (que não cobrem o rosto), já viram algum Judeu com a kipá, já viram as ciganas (e os ciganos mais ortodoxos) completamente trajados de negro, inclusive a mulher que até tem um véu negro. Também já viram turbantes (de todos os tipos), já viram os sari das Indianas….

    A questão fulcral é; o niqab. E pelas razões óbvias… não é uma questão de argumentos, é uma questão de senso. Ninguém anda na via pública ou num espaço público com o rosto tapado. Tal como as Africanas não andam de peito ao léu.

    A outra questão é até onde se pode usar os “típicos” trajes. Neste caso na escola ou no trabalho que por sinal tem um dress code. E aí é como tudo na vida. Se quer, sujeita-se.

    R.

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  35. Miguel Paiva permalink
    15 Julho, 2010 19:33

    Pessoalmente concordo com a proibição do uso de burka apenas e exclusivamente por questões de segurança. O facto de impedir a identificação da pessoa que a usa é motivo mais do que suficiente para, nos tempos actuais, impor a sua proibição.

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  36. piscoiso permalink
    15 Julho, 2010 19:34

    Como produzi dois comentários após o meio-dia, que ainda aguardam moderação, é suposto que grande parte dos comentários aparecidos foram feitos antes do post.
    Ou então há nicks com livre-trânsito, só para amigos.

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  37. piscoiso permalink
    15 Julho, 2010 19:38

    A minha opinião, vertida nos comentários em espera (ou censurados), sou pela liberdade das peças com que se cobrem o corpo.

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  38. Antonio M. permalink
    15 Julho, 2010 19:39

    a burka simboliza o estatuto de inferioridade da mulher muçulmana ( no ocidente a mulher tem os mesmos direitos que o homem ) e simboliza uma forma de intimidação e coacção sobre o homem que não é parente da mulher muçulmana. Eu posso ser preso e chicoteado ou condenado à prisão por falar na rua a uma muçulmana. Na Europa da liberdade a burka é uma afronta aos europeus.Logo deve ser banida. Tal como a mutilação genital e a poligamia. Tudo o resto é conversa de intelectuais de treta que são capazes de berrar por causa de um ninho de passarinhos ao lado de uma auto estrada , mas incapazes de defender a liberdade da mulher, em nome do politicamente correcto.

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  39. piscoiso permalink
    15 Julho, 2010 19:47

    #40.
    Eu sou pela liberdade da mulher para se vestir como entender.
    Se alguém impõe à mulher uma determinada indumentária, seja farda ou burqa, são outros quinhentos, como sói dizer-se.

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  40. 15 Julho, 2010 20:01

    # 38 António M. «a burka simboliza o estatuto de inferioridade da mulher muçulmana ( no ocidente a mulher tem os mesmos direitos que o homem»

    A Cruz Cristã simboliza muita coisa. A Cruz Ortodoxa simboliza muita coisa. A Cruz de David simboliza muita coisa. A Tora advoga ao “agiotismo” e não me revejo nesse aspecto. Quer isso dizer que devo proibir a kipa?

    Não é uma questão simbólica. Nem de cultura ou do que seja. A Burka integral é ilegal. O véu sem niqab é legal. Tal como o fato de macaco é legal, tal como o calçãozinho brasileiro, tal como o fio dental.

    Não é uma questão cultural. Porque não fala da comunidade cigana? As mulheres também andam trajadas de negro, e a filha casa com o “sobrinho” e não pode estudar.

    R.

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  41. Euroliberal permalink
    15 Julho, 2010 20:28

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  42. Euroliberal permalink
    15 Julho, 2010 20:42

    O VÉU ISLÂMICO E A EUROPA.
    A regra nesta questão deve ser a da liberdade e tolerância. Não deve ser proibido o uso do véu ou o seu não uso. Os muçulmanos europeus defendem que o crucifixo não seja retirado de escolas e hospitais. E não exigem que a Sr.ª Sarkozy seja proibida de se despir publicamente e de pregar a promiscuidade. Respeitam a religião dos outros.

    Nunca demoliram igrejas e sinagogas nos seus países em 14 séculos. Construiram as suas mesquitas ao lado. Enquanto no ocidente depois do brilhante Al Andaluz foi o que se viu com mouriscos e marranos… No Líbano, 14 séculos depois da conquista árabe ainda há 33% de cristãos, no Egipto 10%. Não houve Inquisição nem conversões forçadas, que para o islão não teriam qualquer valor.

    Em Jerusalém, conquistada em 632, só seis séculos depois é que a população se tornou maioritáriamente muçulmana. Quando os cruzados a conquistaram em 1099 e massacraram toda a população durante três dias, esta era ainda era maioritáriamente cristã (ortodoxa). Como também saqueram a cristã ortodoxa Constantinopla em 1204.

    Em matéria de tolerância devemos aprender com os muçulmanos e não tentar dar ridiculamente lições de valores que sempre ignoramos e continuamos a ignorar. Vejam-se as cruzadas assassinas que desde 1948, os ocidentais têm conduzido no Médio Oriente e que vitimaram 4 milhões de muçulmanos…Perseguir o Islão só o reforçará, tal como os romanos reforçaram o cristianismo lançando os cristãos para as catacumbas e os leões, e acabando por a ele se converterem em 312…O pensamento neo-conservador é anti-europeu e anti-cristão.

    http://jilliancyork.com/2010/07/13/on-the-burqa-ban/

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  43. Euroliberal permalink
    15 Julho, 2010 20:56

    Vasco Campilho adopta cautelosamente uma terminologia fracturante e fashionable e decreta que o niquab é opressão de género ! Esse argumento cai pela base quando são mulheres cultas, universitárias e independentes (sem maridos nem noivos que lhes dêem directivas) que livremente tomam essa opção (e dispensam paternalismos de quem se arroga o direito de decretar o que lhes convém) e a justificam como sendo a que melhor defende a dignidade e a liberdade da mulher, degradada pela moral decadentista do ocidente…

    Por outro lado, falar de indecência em relação ao niquab (não é burqa) é desconhecer a tendência crescente para a sua utilização no mundo islâmico, como sinal de libertação e afirmação identitária, por mulheres livres, solteiras ou não, cultas, não sujeitas a qualquer tipo de coação ou opressão. Contra a vontade da família mesmo. Em França metade dos niqabs são usados por francesas convertidas. É um fenómeno de massa que será potenciado pela nova lei. Indecência é o fundamentalismo ateu e jacobino, o relativismo moral, a apologia do deboche e da promiscuidade, o colapso dos valores familiares e do crescimento demográfico. Façam turismo no Dubai, Egipto ou Quénia e compreenderão logo que o discurso eurocêntrico está out of touch. Aliás, a lei será certamente declarada inconstitucional. A França não é a Arábia Saudita….

    Com que autoridade, um estado de direito impede essas mulheres de usarem na via pública o véu ? A liberdade de expressão religiosa é uma das principais liberdades públicas, cuja violação só poderá reforçar o seu uso e provocar sérios conflitos comunitários. Ne touchez pas à nos soeurs, avisam os muçulmanos… E olhem que é um bom conselho…

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  44. 15 Julho, 2010 20:57

    # 42 Euroliberal «Nunca demoliram igrejas e sinagogas nos seus países em 14 séculos. Construiram as suas mesquitas ao lado (…) Não houve Inquisição nem conversões forçadas, que para o islão não teriam qualquer valor.»

    Euroliberal. A minoria Bahai no Irão. Os Alevitas, os Assírio-Caldeus, os animistas, os Cristãos… etc..etc…

    Além disso a Jizya, e o estatuto de não Muçulmano na Idade média, que quem não o fosse não podia mover acções contra Muçulmanos.

    Euroliberal, não é uma questão cultural!! Nem religiosa.

    R.

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  45. Euroliberal permalink
    15 Julho, 2010 21:23

    Rogério, não percebo o que quer dizer ao falar de Bahai, alauitas, caldeus (cristãos)… Existem essas seitas e religiões e muitas mais. Nunca foram proibidas…O estatuto de dihimi ? Sim, não tinham alguns direitos, mas não eram convertidos à força, roubados, expulsos ou queimados. Na Idade Média isso era revolucionário. Os cristãos coptas no Egípto sempre pertenceram à classe media alta. Buthros Gali é copta, por exemplo e foi MNE e secretáro-geral da ONU. Judeus eram vizires ou médicos dos sultões, como Maimonides em relação a Saladino. Il n’y a pas photo…

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  46. 15 Julho, 2010 21:54

    Quis dizer com isso que a questão não é religiosa, nem cultural, nem tradicional….

    Carambada…

    Só no niqab está em questão.

    O Estado não deve de meter o bedelho na indumentária, com excepção na sua administração central.

    E os privados são livres e impôr um dress code..

    Agora se a mulher usa um lenço na cabeça (sem tapar o rosto) ou se usa uma sarapilheir a cobrir o corpo….

    O que tem isso de religioso?

    R.

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  47. Euroliberal permalink
    15 Julho, 2010 22:03

    Aquelas que usam o niquab, que para elas é uma identificação com o islão, querem continuar a usá-lo e ninguém tem o direito de as impedir. Não é um tema sujeito a votos. É um direito natural. Ponto. E a diversidade cultural adorna uma sociedade liberal forte. Eu não gostaria de ser impedido de ver estas belezas veladas:

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  48. 15 Julho, 2010 22:08

    Euroliberal #17

    Auando uma pessoa escolhe uma indumentária imediatamene está transmitindo um sinal. (há uns que se equipam à FCPorto, à SLBenfica, …)
    A religião muçulmana está explicitamente fazendo uma guerra de género: a submissão da mulher (das mulheres ) ao marido.
    Por outro lado não me venha com a istória da tolerância Muçulmana e a intolerância Cristã: acontece precisamente o contrário pois são eles que arrogantemente nos crismam de INFIÉIS, agoa no séc. XXI.
    Por outro lado não é dispiciendo a questão Segurança: Porque raio de razão um europeu na Europa ter de estar sujeito a vigilancia/identificação por filme e as estrangeiras-muçulmanas de burka ficarem de tal isentas?

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  49. pencudo sionista permalink
    15 Julho, 2010 22:47

    É difícil professar uma religião a sério.
    É mais dificil não professar nenhuma.
    Baptismo, comunhão,profissão de fé, casamento , festas , Fátima e enterro não é religião, é folclore. E fácil
    Felizmente, ainda ninguem se lembrou de proibir o quipá.

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  50. artur mendes permalink
    15 Julho, 2010 22:55

    Deixo aqui uma pergunta aos puristas dos direitinhos das pessoas:

    – Tenho visto em vários canais TV -temáticos, uma tribo que existe na Polinésia e Amazonia, onde os homens andam nús com um canudo enfiado no ´pénis ( tipo vuvuzela), ora se esses “camaradas”resolvessem emigrar cá para o burgo, deixariamos que se passeassem no Rossio (etc)… naquele propósito?

    Fica a pergunta…

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  51. JVP permalink
    16 Julho, 2010 03:51

    .
    “Al menos siete mujeres y tres hombres esperan a ser lapidados en Irán
    La campaña para la liberación de Sakineh Mohammadi Ashtiani a través de freesakineh.org supera ya las 89.000 firmas”
    .
    http://www.elpais.com/articulo/internacional/mujeres/hombres/esperan/ser/lapidados/Iran/elpepuint/20100714elpepuint_16/Tes
    .
    Ao proibirem ou mesmo criminalizando as mulheres estrangeiras por usarem o seu vestuário habitual provocam, estimulam mesmo, má vontade para atitude idêntica quanto ao uso da ‘burka’ nos países não-islâmicos. Surge irrealista que queiram impôr aos outros aquilo que proibem.
    .

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  52. 16 Julho, 2010 11:26

    Não se trata do estado opinar sobre roupa. Trata-se de ocultar ou não o rosto.

    Sendo o rosto o identificador do individuo, faz todo o sentido que este seja exposto sempre em público. Já sobre roupa não aceito que o estado opine. Ou seja: andar nu – OK (desde que face exposta); andar com qualquer roupa étnica/tradicional – OK (desde que face exposta).

    Assim, podem usar burka. Desde que abram o buraco que permite ver a face completa.

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  53. Euroliberal permalink
    16 Julho, 2010 12:21

    As razões de segurança (identificação pela face) por imperativos constitucionais da proporcionalidade não podem implicar que todos os cidadãos sejam sistematicamente suspeitos. Quando haja suspeitas concretas, as muçulmanas que o usam tem declarado que aceitam retirar o véu para efeitos de identificação. Todos os cidadãos devem ser identificáveis e por isso ter com eles um documento de identificação, para ser exibido quando as autoridades o exijam. Mas não tem de andar com ele permanentemente na testa ou ao peito…

    No Dubai e não só as necessidades de segurança são idênticas e isso não impede as nacionais de usarem niquabs. Como só as muçulmanas é que usam hijabs e niquabs, as leis que os proibem, sob a capa de uma aparente generalização, são facilmente qualificáveis como discriminatórias, e como tal, inconstitucionais. É o que acontecerá em França com o Conseil d’État…

    Em termos práticos, a proibição terá efeitos perversos: fará multiplicar os niquabs, por crispação identitária e provocação à islamofobia primária ou não. Tipo “proud to be a muslim” ou “j’emmerde tous les islamophobes”… Eh oui…

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  54. Euroliberal permalink
    16 Julho, 2010 12:22

    O jacobinos franceses andam a arranjar lenha para se queimarem. Vão incendiar as cités…Querem impor de facto um fundamentalismo ateu, mas com os muçulmanos vai-lhes sair o tiro pela culatra. Eles são a ponta de lança contra a intolerância religiosa dos jacobinos. Os cristãos já não têm força para reagir ao totalitarismo ateu, infelizmente. Bem mais razoáveis e sábios são neste particular os anglo-saxões que deixam véus, turbantes, kippas e crucifixos circularem livremente. Há polícias de turbante sikh ou professoras de hijab em Inglaterra.

    Há leis que pacificam as sociedades e outras não… Esta lei francesa é apenas uma provocação numa situação já muito crispada. Há 6 milhões de franceses muçulmanos e as mulheres que usam o niquab querem-no mesmo usar. Aliás a maoiria são convertidas e cultas. E se a mulher de Sarkozy pode despir-se para as revistas e internet, por que razão não poderão as muçulmanas usar véu por fé religiosa ?

    Pela mesma lei, as freiras não podem ser professoras ou enfermeiras a não ser que se dispam…Remeter as religiões para a clandestinidade, expulsando-as do espaço público é instalar a discórdia na sociedade. Afinal os ateus são menos de 10%…

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  55. Euroliberal permalink
    16 Julho, 2010 12:23

    A questão é mais complexa e deve ser vista no contexto. A proibição só favorece o partido da guerra de civilizações. Não a paz.

    De facto, hoje na Europa, a fractura fundamental é entre os que desejam uma guerra de civilizações armageddónica e apocalíptica contra a mundo islãmico para salvar a colónia sionista e controlar o petróleo (um Reich “judeo-cristão” que teria o mesmo fim inglório que o III Reich) e os que lutam pela aliança de civilizações, que …não é mais que a extrapolação mundial da solução europeia de raiz kantiana que pôs um termo definitivo à milenar guerra civil europeia no pós-guerra. De novo patriotas europeus contra os novos “collabos” do novo nazismo, o nazionismo-neocon… É um remake lamentável…

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  56. Euroliberal permalink
    17 Julho, 2010 00:25

    Pela liberdade das mulheres se vestirem como querem, de acordo com as suas culturas e crenças… sem proibições hipócritas impostas pelo fundamentalismo jacobino e ateu

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