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O argumento dos “8 meses de crise”.

8 Outubro, 2010
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Um dos argumentos que tem sido avançado pela ala cavaquista do PSD (Pacheco Pereira, MFL) em favor da bizarra posição expressa, agora, precisamente por MFL (o OGE será, seguramente, mau, mas viabiliza-se já…mesmo sem o conhecer em concreto), é o seguinte: o “chumbo” do OGE significará demissão do Governo; demissão do Governo significará “crise”; a crise só poderá ser resolvida com novas eleições; por seu turno, estas só poderão realizar-se daqui  a 8 meses (mais coisa, menos coisa).

Assim sendo, não viabilizar o OGE do Plano Sócrates significará 8 meses sem governo e em crise….

Mesmo sem dicutir, agora, o que é que é mais “responsável” – passar um “cheque em branco” a um governo mau, viabilizando um OGE também ele mau ou, pura e simplesmente, tentar negociar e corrigir, a seu tempo, esse OGE (cuja proposta ainda nem sequer  existe!), tentando torná-lo menos mau – o facto é que notam-se algumas precipitações, no argumento de tal ala cavaquista:

1) porque é que o “chumbo” do PSD significa, desde já e necessariamente, “chumbar” o OGE? É certo que o “tango só se dança a dois”, mas haverá ainda a possibilidade de outras danças….

2) porque é que se dá por assente, sem discussão, que Sócrates demitir-se-á com o “chumbo” do seu OGE? Independentemente do que ele diga, ou não diga, não é certo que um “resistente” como ele (que sempre se foi aguentando, sempre a nadar no meio de  tantos “casos”) queira mesmo deixar cair o seu governo. Na realidade, governar é coisa que, mesmo agora, o governo de Sócrates já não faz!

3) além disso, se a vontade de Sócrates for mesmo deixar cair o seu governo, ele acabará por encontrar, com ou sem OGE “chumbado”, pretexto para isso. Nada impede que, mesmo com OGE, Sócrates não acabe, também, por bater com a porta!

20 comentários leave one →
  1. lucklucky permalink
    8 Outubro, 2010 02:52

    Curioso. Quando 5 mil milhões dos 15 mil milhões de Euros de aumento de Dívida anuais acabam temos crise. O Bolo da Dívida total já vai em 146 mil milhões e se esse bolo não continuar a subir a crise chega. Coisa estranha, sem dinheiro dos outros entramos em crise.

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  2. 8 Outubro, 2010 04:13

    Embora bizarra, infelizmente é uma argumentação com fundo de lógica.
    Embora, pessoalmente, não acredite na demissão de Sócrates.
    Quem os sustenta são os milhares de moços de recados nos lugares dirigentes da Administração Pública, Institutos Públicos com regime de gestor público, Empresas públicas, S.A de capitais públicos e até os milionários das golden share.
    Ver o excelente trabalho da “Sábado” sobre os Boys do PS…

    Ora a demissão do governo põe estes pobres diabos de contas bancárias cheias a tremer….com medo de perder a vida de luxo e ócio que o socratinismo lhes deu.
    E daí a tirarem o tapete a Sócrates no Partido é um instante.
    Então o malandro acabou-lhes com os luxos???
    Já mesmo no PS se percebeu isso: o Tozé Seguro criticou o governo este fim de semana; o CCésar está à espreita, Idem para o An Costa e Ferrinho da Casa Pia, o Carrilho já levou um xuto na pré temporada…O FAssis não sabe o que fazer à vida…
    ´Cair esta cambada toda que não sabe fazer mais nada na vida?
    Matam O Sócrates e Silva Pereira…..

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  3. Rita permalink
    8 Outubro, 2010 09:08

    Estou muito contente.

    Já tenho a prova provada, mesmo provadinha da silva, que este país é de atirar fora e comprar novo.

    Senão vejamos:

    É evidente que a única forma de salvar o que dele(país) resta(na opinião das politiqueirices nacionais e não na minha) é atirar fora, para a sarjeta mesmo, o Pm Sócrates antes que seja tarde demais, mas, enquanto isso não é possível, controlar o melhor que se puder, os danos.

    E, parante esta evidência, aquela senhora Manuela Leite, em nome exclusivamente dos interesses eleitorais do medonho Cavaco, vem dizer a Passos Coelho(o menino passinhos) que deve deixar passar o OGE, quando, revovo o sentimento de evidência, não o fazer é a única forma(na opinião das politiqueirices nacionais e não na minha) de evitar que o tipo faça deste ´país o maior acidente ferroviário-aéreo-rodoviário da história portuguesa, é impedir que ponha as patas, bolorentas de maluco sem remédio, no orçamento.

    Mas não, Cavaco mandou-a a mulher dizer aquela merda e ela, zás, aqui vai disto: “que passe o orçamento”.

    Por isso, repito o que já tinha deixado nestas comentarices, pedindo aos céus que se alinhem em conformidade com a decência.

    Cavaco, o Pequeno-Homem-Calculista, Sócrates, o Coitado, Passos, o Cretino.

    De entre Cavaco Silva e José Sócrates sairá o homem que mais mal fez a este pobre país na sua História recente. Sócrates é louco, ignorante e extremamente manipulável por J. Coelho e A. Santos.

    Cavaco Silva é homem pequeno e é com a sua fraca estatura que está a aumentar a tragédia que emana de Sócrates, ao não perceber que, nesta particular conjuntura, 15 dias é muito, quatro meses uma eternidade irreverssível para atalhar caminho, colocando em risco tudo pela pouca coisa da sua reeleição.

    Não há tempo para estas merdas.

    Portugal tem de se ver livre rapidamente destes dois e do rapaz Passos porque não aguenta tamanha mediocridade tanto tempo.

    E não falo dessa porra do economês, da despesa a mais e da receita a menos, que se foda isso, falo sim de mudar de paradigma, porque o problema não se resolve a crescer, resolve-se a explicar às pessoas, em palavras simples, isto:

    Quem hoje compra um mercedes, tem de se contentar com um Peugeot, quem hoje tem um LCD xpto, tem de se contentar com algo mais modesto, etc, etc.

    Ou seja, alterar mentalidades, porque o que está errado está nos alicerces e não no telhado. É explicar isto e convencer que o que é corajoso não é cortar pensões, salários, etc, porque, na verdade, ninguém precisa, de facto, de tanta merda para viver decentemente mas é corajoso acabar com a ilusão. Isso sim, é corajoso. E esta gentalha não faz outra coisa que não seja manter a ilusão, que, em suma, se reduz a isto: “vamos agora sofrer para podermos continuar a comprar LCD´s no futuro”.

    Patético.

    Portugal só se resolve quando perceber que não precisa destas merdas.

    Temo o pior. Só porque este povo já está muito deteriorado.

    Rita

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  4. PMP permalink
    8 Outubro, 2010 09:17

    Os cavaquistas do bloco central dos interesses querm manter este governo em funções custe o que custar, pois vivem encostados às PPP’s, consultadorias e outros compadrios.
    PPC deve chumbar o orçamento e propor uma redução do polovo, com fusão e extinção de entidades públicas despesistas.

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  5. GovernoDeCorruptos permalink
    8 Outubro, 2010 09:52

    Não sejam patetinhas, é fundamental que a rataria seja obrigada a assumir (cortes nos salários, etc) o que fez. Já se esqueceram do golpe da projecção de orçamento com inclusão das scut e outras malfeitorias ps, dos 6,83% do assalariado desgovernador do banco do portugal deles???? Se não se pode correr imediatamente com esses fdp, então têm de ser obrigados a assumir o que fizeram, porque se já lá não têm o “casapiano” sampaio, continuam a ter toda a comunicação social e os infiltrados no estado (já se esqueceram da sabotagem intern ano ministério da educação?) e os assalariados publicos. Isto só para não falar que entretanto controlaram a banca e uma data de grande empresas, de que a mota-engil é só o caso mais evidente, que vivem à grande do oge.
    Se não se pode correr já com eles, ao menos que sejam obrigados a assumir o que fizeram e o ppc não passa de mais um fantoche manipulado por maçons, levado ao colo para o psd (dn, etc.) para que tudo possa continuar na mesma (basta ver o guterrista nogueira leite e o tenebroso ângelo correia a andarem com o bonequinho ao colo). É preciso correr toda esta canalhada a tiro.

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  6. Euro2cent permalink
    8 Outubro, 2010 10:23

    Não sei se oito meses de intervalo na criação galopante de entidades/autoridades/avantesmas ajuda muito, mas era um começo …

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  7. henrique pereira dos santos permalink
    8 Outubro, 2010 11:16

    PMF,
    Partir do princípio de que negociar o que quer que seja com Sócrates é uma solução melhor que a de o responsabilizar pelas sua decisões parecia-me antigamente ingenuidade . Agora só pode mesmo ser cegueira.
    henrique pereira dos santos

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  8. durer permalink
    8 Outubro, 2010 11:23

    Faz algum sentido que se demore 8 ou 9 meses a preparar eleições? Para quê tanto tempo. Um mês chegava perfeitamente para imprimir boletins e gramar com a palhaçada das campanhas eleitorais (perfeitamente inúteis, aliás, numa altura destas).

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  9. 8 Outubro, 2010 11:41

    Fui apoiante incondicional da estratégia levada a cabo por MFL, mas neste momento eu chumbava o OE2011. Estamos numa fase “Tiririca”: Pior do que tá não fica.

    Não tenho medo de crise política nenhuma. Tenho medo é que nos atrasemos mais 8 meses, a juntar aos 12 que já tivemos de atraso em relação a Setembro de 2009.

    Se o governo se demitisse, o sistema democrático permitia que se arranjasse um novo sem eleições. Ou o PS arranjar outro PM e outro executivo, ou então o PR nomeia outros partidos para formar governo.

    É simples… e para mim, qualquer coisa é melhor do que o que temos…

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  10. 8 Outubro, 2010 11:58

    Estamos em fase Tiririca… chumbe-se o OE2011

    Fui apoiante incondicional da estratégia (falar verdade) levada a cabo por MFL enquanto presidente do PSD. Sabia que não era a líder perfeita, mas o país precisava de alguém competente e sério e não de alguém bem falante e com boa imagem. Mas neste momento discordo de MFL em relação ao orçamento. Eu, se estivesse no lugar de PPC chumbava o OE2011.

    Politicamente falando, Portugal está numa fase Tiririca: “Pior do que tá não fica“. Tenho consciência que a nível económico, financeiro e social as coisas ainda vão piorar, mas politicamente não podiamos estar pior. Temos um governo incapaz, incompetente, descredibilizado, pouco sério ou honesto, e que gera desconfiança no exterior.

    Não tenho, por isso, medo do fantasma da crise política. Mesmo com o argumento de só poder haver eleições daqui a 8 meses. Tenho medo é que nos atrasemos mais 8 meses !! Se o governo se demitisse, o sistema democrático que temos permitia que se arranjasse um novo sem eleições.

    Ou o PS se torna um partido responsável e arranja outro PM e outro executivo, ou então o PR deve chamar outros partidos para formar governo, sejam eles quais forem.

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  11. henrique pereira dos santos permalink
    8 Outubro, 2010 12:18

    Se o governo se demitisse. E se o governo, pressionado pela responsabilidade (como diria Sócrates sem dúvida) se não demitisse e resolvesse continuar a governar com duodécimos ao mesmo tempo que responsabilizava o PSD pela situação?
    Não consigo entender como se admitem estratégias que ficam reféns da vontade de sócrates.
    henrique pereira dos santos

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  12. PMP permalink
    8 Outubro, 2010 12:24

    HPS,
    basta o PSD apresentar um plano de cortes no desperdicio do sector publico alargado, o que é muito fácil, alternativo ao aumento de impostos.

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  13. José Silva permalink
    8 Outubro, 2010 13:06

    Sem OGE Portugal não para. Quem para é quem vive do OGE ou do seu crescimento, a economia dos bens e serviços não transaccionáveis sedeada em Lisboa. Portanto…

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  14. Castro permalink
    8 Outubro, 2010 15:10

    Impressionante!
    Continuam-se a fazer posts e comentários como se Portugal fosse plenamente soberano e não tivesse que “obedecer” a “interesses mais altos”.
    Estão então mesmo convencidos que a UE iria permitir tal coisa?!
    Ainda vivem na politiqueirice nacional?!
    Seria bom que fizessem um “aggiornamento”, pois estão muito desactualizados.
    Empresários, MFL e tantos outros são apenas os “porta-vozes” de quem realmente manda no país (pelos vistos, sem que Vossas Senhorias se apercebessem), a saber: Bruxelas/Berlim/Estrasburgo

    Será que acham mesmo que está únicamente nas mãos do Parlamento português a aprovação do documento? Assim, sem mais?
    Wake up!

    Começo a pensar que, só para nos livrar-nos destas tretas da politiqueirice caseira (asquerosa, passe o eufemismo), seria positivo a UE tornar-se, de uma vez, num Estado Federal.
    Se calhar já estivemos mais longe e, quiçá, esta crise é uma excelente oportunidade há muito esperada.

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  15. Arlindo da Costa permalink
    8 Outubro, 2010 15:25

    8 meses de Crise?
    Não é verdade que andamos em crise desde que o Sócrates foi para o poder?
    Ou será que estou bêbado?
    O Pacheco Pereira que vá cavar batas para a Marmeleira!

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  16. durer permalink
    8 Outubro, 2010 17:22

    O problema nesta terra é que é tudo muito leeeennnnttoooo. Tem sol a mais.

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  17. Joaquim Amado Lopes permalink
    8 Outubro, 2010 21:14

    Duas correcções:
    1) Não é “Orçamento Geral do Estado” mas sim “Orçamento do Estado”;
    2) José Sócrates não se pode demitir, apenas pode pedir a demissão, que pode ou não ser aceite pelo Presidente da República.

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  18. 8 Outubro, 2010 21:30

    Independentemente do que acharmos da bondade da opção defendida por Manuela Ferreira Leite, valerá a pena (re)lembrar que essa opção não tem novidade alguma. Basta ter presente o que fez Marcelo Rebelo de Sousa na época da sua liderança do PSD relativamente aos orçamentos Guterres.

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  19. Eleutério Viegas permalink
    8 Outubro, 2010 21:48

    Para a credibilidade do Passos Coelho como político e líder partidário, para poder algum dia fazer diferente deste lamaçal, é essencial votar contra o orçamentiroso. O Cavaco que se dane… Já andou 5 anos com o incrível só cretino ao colo.

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