Saltar para o conteúdo

Debates (continuação)

11 Dezembro, 2010
by

Caro Gabriel,

Entendes que não é importante apurar, ou sequer referir, quais as intenções da Wikileaks e de Julian Assange. Discordo. Como discordo quando se ignoram as intenções das fontes de tantas outras notícias, mesmo que essas sejam bem menos relevantes. E repara que conhecer as intenções não implica decidir em função dessas intenções – isto é, noticiar ou não noticiar em função de gostarmos ou não das intenções. Implica apenas aplicar ao jornalismo as mesmas regras de transparência que o jornalismo exige aos outros poderes formais das nossas sociedades. Não me parece nada demais.

Para mim, por exemplo, é útil saber que Assange pretende “destruir o governo invisível” da “conspiração computacional”. É importante saber, a meu ver, que para a Wikileaks…

“It is not our goal to achieve a more transparent society; it’s our goal to achieve a more just society.”

…até porque já tenho a minha dose de messianismos em nome de sociedades “mais justas”. Mais: se ignorar as intenções de Assange posso cair facilmente neste tipo de demências.

Por outro lado, e este ponto é importante, defendo que devem existir segredos – todos nós necessitamos de ter segredos – e que o Estado deve proteger certos segredos. Isso não me impede de defender também que, quando um jornalista descobre um segredo de interesse público pode e deve ajuizar se é de interesse público divulgá-lo. Isso é válido tanto para o nosso segredo de Justiça como para o segredo diplomático da senhora Clinton.

Dito isto acrescento que, tendo tido acesso ao material da Wikileaks, teria feito o que fez o director do New York Times: publicá-lo-ia confrontando com as informações o Departamento de Estado (foi por contactar o Departamento de Estado que o NYT deixou de ter direito a acesso directo aos documentos da Wikileaks, tendo-os recebido através do Guardian).

Há, porém, um ponto que não pode nem deve ser ignorado: ao dizer-se que os EUA tinham era de guardar melhor os seus segredos está-se a pedir para estes aumentarem os mecanismos de controlo da circulação da informação sensível em toda a Internet o que pode não afectar a liberdade da Internet mas fará diminuir a eficiência do Governo dos Estados Unidos. Isto é, permitir-se-á que Assanje atinja os seus objectivos políticos.

De resto, com toda a franqueza, não vejo onde é que “os meios usados contra” a Wikileaks “violam e destroem a sociedade em que queremos viver”. Refere-se à prisão de Assange? Não estive nas camas em que ele se meteu na Suécia, mas não vejo motivos para não achar que os tribunais ingleses e suecos são capazes de julgar o caso com equilíbrio no quadro das respectivas legislações. Assange não é mais nem menos do que um político ou um actor metido no mesmo tipo de trapalhadas, pelo que não vejo razão para pôr-me já a acusar os juízes daqueles países. Veremos. Ou refere-se ao facto de a Wikileaks ter visto várias instituições negarem-lhe colaboração? Acho que essas organizações, da Amazon à MasterCard, têm esse direito, sobretudo se correrem o risco de ser processadas. Não duvido que foram pressionadas, mas o objecto dessas organizações, ao contrário da lógica das organizações jornalísticas, é o seu negócio, não a liberdade de informação. Porque, quanto a esta, e quanto às organizações jornalísticas, noto que têm actuado como deviam, sem cederem a pressões e tratando de uma forma genericamente correcta os documentos libertados pela Wikileaks. Ou será que se refere aos ataques informáticos aos sites da organização? Aí é capaz de ter razão, mas acho pouco para falarmos de “sociedade em risco”.

Quanto aos inimigos da liberdade faço parte dos que acham que devem ter toda a liberdade – e nós toda a liberdade para denunciar os seus objectivos.

Abraço.

41 comentários leave one →
  1. Gol(pada) permalink
    11 Dezembro, 2010 20:37

    É claramente o mundo ao contrário.
    De outros tentarem matar o mensageiro não me surpreende, mas JMF deixa cair a máscara .

    Gostar

  2. Nina permalink
    11 Dezembro, 2010 20:39

    Parece-me que a grande confusão, que faz com que grande parte das pessoas defenda este paranoico do Assange é não perceber o paradoxo do Jornalismo, que é revelar os segredos do mundo sem nuna poder revelar os seus próprios segredos, ou seja, as suas fontes. É claro que o jornalismo precisa de fontes, e que estas fontes são muitas vezes traidores de várias ordens, mas isso é algo que deve estar na sombra, não tem como não estar na sombra. O que a Wikileaks propõe é escancarar as fontes, o que em limite é a destruição do próprio jornalismo

    Gostar

  3. 11 Dezembro, 2010 21:51

    Agora podes falar de onde quizeres usando qualquer tipo de movel sem precissar de ter acesso na internet ,e paga muito menos do que na skype Por cauza disso a economia Americana ja recebeu un grande Golpe uns ate dissem que foi como un Tsunami para eles leia mais para saber o que fazer no sentido de beneficiar dessa oportunidade http://www.specialconsult.com/skype.html

    Gostar

  4. Fredo permalink
    11 Dezembro, 2010 22:31

    Estou-me cagando para os segredos do Assange.
    Estou-me cagando para os segredos do Assange.

    Gostar

  5. Analfabeto informático permalink
    11 Dezembro, 2010 22:38

    A Amazon pode ter sido pressionada, mas nos termos de utilização diz claramente que deve-se ser o proprietário da info lá alojada. O que claramente não é o caso. Se estiveram alojados algum tempo, já foi bónus.

    Gostar

  6. Tiago permalink
    11 Dezembro, 2010 22:39

    Pode-se discordar do que a Wiki Leaks fez, mas agora discordar do direito de o fazer?!

    A única coisa que interessa saber é se a informação é verdadeira ou não. O que interessa é a mensagem e não o mensageiro.

    E as pessoas ainda discutem deontologia jornalística. Ninguém é perseguido ou preso por ser mau jornalista… Põem-se a discutir a forma em vez do conteúdo!

    E acha-se normal a pressão política sobre empresas privadas por causa de alguém que nem sequer foi julgado? Nem sequer foi determinado se cometeu um crime! E nem falo da lei idiota sueca. Mas passando tanto tempo os EUA ainda não o conseguiram acusar de nada. E porquê? Não roubou, não mentiu, apenas disponibilizou informação. E os EUA, apesar de tudo, têm uma forte defesa constitucional do direito de expressão, por isso tenho quase a certeza que não vão avançar com qualquer acusação formal contra Assange… E entretanto, não se discute a informação disponibilizada que mostra mentiras, interesses não claros, associações entre empresas privadas e governos etc, tudo acções de políticos com dinheiros dos contribuintes, sobre o manto da diplomacia…

    Gostar

  7. 11 Dezembro, 2010 22:48

    tenho uma informação nova (sujeita a confirmação): amanhã vai estar de chuva.

    Gostar

  8. 11 Dezembro, 2010 22:53

    A informação é propriedade de alguém?

    Gostar

  9. por outra permalink
    11 Dezembro, 2010 22:57

    E no entanto, eu sei, é a mesma voz do dono em que nasci e morrer espero.
    “Os mesmos que ontem criticaram ferozmente a China por ter desligado o Google, exigem agora que se “assassine” (sic) Julian Assange. Aliás, a Casa Branca proibiu os funcionários públicos de consultar o Wikileaks, ou seja, seguindo o mesmo método censório chinês que desativou o site logo em 2007. “

    Gostar

  10. 11 Dezembro, 2010 23:12

    as intenções dos jornalistas também me parecem claras. um grupo de amadores fez-lhes morder o pó. é chato perder poder , não é? mas quem é que vai querer comprar jornais com dono e agenda se a malta arranja informação grátis de pessoas que nasceram sem sentido de poder , que as há. espero que seja o caso do assange , que deteste Poder , tanto na forma de exercer como de exercido.

    Gostar

  11. Analfabeto informático permalink
    11 Dezembro, 2010 23:33

    A informação propriedade de alguém? Nã. É tudo nosso. Tudo “open”. Tudo do povo. A terra a quem a trabalha. O dinheiro do povo para o povo. A informação a quem a rouba.

    Gostar

  12. Karocha permalink
    12 Dezembro, 2010 00:53

    Caro JMF
    Não estou de acordo com o que escreveu.
    Mas como estamos em democracia…
    Os meus melhores cumprimentos
    Manuela Diaz-Bérrio

    PS: quando quiser falar comigo é so mandar outro mail, como bem sabe aliás!

    Gostar

  13. 12 Dezembro, 2010 01:25

    Fiquei a saber que o Fernandes não esteve na cama com o Assange.

    Gostar

  14. Nuno permalink
    12 Dezembro, 2010 02:39

    Podem explicar a quem e porquê interessa esta chachada?

    Gostar

  15. 12 Dezembro, 2010 04:58

    Espantoso!
    Defender e exigir que as sociedades abertas não devem ter segredos…
    mas defender ou “esquecer” que os regimes totalitários e policiais não têm que estar sujeitos a escrutínio da Wikileaks é defender a barbárie.
    e isso lê-se por aqui (não admira noutros cantos da blogosfera, dos “media” e da política)
    Então, os iranianos e o mundo não DEVEM saber quantos e quais os presos políticos e de consciência do Irão?
    E de que são acusados?
    Quantos seres humanos inocentes foram mortos à pedrada no mundo islâmico?
    http://mentesdespertas.blogspot.com/2008/03/tolerncia-islmica-ii-vdeo-de-lapidao.html
    Qual a influência concreta da China e da Rússia no programa nuclear da Coreia do NOrte e do Irão?
    Quem apoia o genocídio racista islâmico no DARFUR?
    Quais os países que abrigam o Omar Beshir (nome tão pouco falado e escrito, mas “digno” das chefias nazis…), com mandato de captura do TPI?
    Quem fornece armas ao Sudão e às milícias Al Sabbah (aqueles que mataram 70 pessoas por verem o Mundial na TV…)?
    Quais as relaões das FARC com o Chávez, Cuba com o tráfico de droga e os partidos comunistas por esse mundo fora?
    Como vai o genocídio do Cáucaso?
    Etc…etc…etc.
    A wikileaks justifica-se muito mais para os regimes totalitários.
    Porque é que o assange não se mete com eles?
    Claro: covardia!!!
    Isto é tão evidente que nem se acredita que pessoas decentes não o realcem.

    Gostar

  16. JCA permalink
    12 Dezembro, 2010 05:43

    .
    -WikiLeaks cables: Vatican refused to engage with child sex abuse inquiry
    Leaked cable lays bare how Irish government was forced to grant Vatican officials immunity from testifying to Murphy commission
    http://www.guardian.co.uk/world/2010/dec/10/wikileaks-vatican-child-sex-abuse-investigation
    .
    -WikiLeaks cables: Pope wanted Muslim Turkey kept out of EU
    Vatican diplomats also lobbied against Venezuela’s Hugo Chávez and wanted ‘Christian roots’ enshrined in EU constitution
    http://www.guardian.co.uk/world/2010/dec/10/wikileaks-pope-turkey-eu-muslim
    .
    -A Talmud Ace Tackles Thorny Issue of Net Neutrality
    http://www.forward.com/articles/133806/#ixzz17raBT3Od
    .
    Most important, the 250000 cables are not “top secret” as we might have thought. Between two and three million US Government employees are cleared to see this level of “secret” document, and some 500,000 people around the world have access to the Secret Internet Protocol Network (SIPRnet) where the cables were stored. Siprnet is not recommended for distribution of top-secret information. Only 6% or 15,000 pages of the documents have been classified as even secret, a level below top-secret. Another 40% were the lowest level, “confidential”, while the rest were unclassified. In brief, it was not all that secret.

    Gostar

  17. JUSTIÇA DE FAFE permalink
    12 Dezembro, 2010 06:11

    O sátiro.
    É caso para perguntar:
    o que anda a fazer o Sampaio com o tacho pomposo de Alto Representante da ONU para o diálogo das Civilizações?
    Caladinho que nem um rato sobre essas atrocidades islâmicas.
    Preocupado com a proibição da burqa na UE..
    Mas nada diz sobre perseguições, roubos, violações, assassinatos, lapidações no mundo islâmico
    Falta de carácter e de coluna vertebral.

    Gostar

  18. Pinto permalink
    12 Dezembro, 2010 10:04

    jmf1947, parabéns. Parabenizo-o por três razões. A primeira pelo texto que escreveu, com destaque para alguns excertos: (…) Não estive nas camas em que ele se meteu na Suécia, mas não vejo motivos para não achar que os tribunais ingleses e suecos são capazes de julgar o caso com equilíbrio no quadro das respectivas legislações (…) Não duvido que foram pressionadas, mas o objecto dessas organizações, ao contrário da lógica das organizações jornalísticas, é o seu negócio, não a liberdade de informação (…).

    A segunda razão, por me ter posto a par de algumas notícias que o jornalismo português se esquece de divulgar: (foi por contactar o Departamento de Estado que o NYT deixou de ter direito a acesso directo aos documentos da Wikileaks, tendo-os recebido através do Guardian).
    Qual o problema do Assange em que os jornalistas confrontem as informações divulgadas com os visados?

    A terceira razão, por ser o único neste blogue que tem a tenacidade e a firmeza de ir contra as ideias do João Miranda. Gosto de ler o que se escreve neste blogue mas uma coisa que detesto é a aparente falta de personalidade em enfrentar as ideias – a maior parte das vezes pertinentes mas por vezes absurdas – do João Miranda. Dou o exemplo do caso do BES de Campolide: embora tenha a plena convicção que alguns tenham discordado da sua posição, ninguém na altura foi capaz de o chamar à razão e de lhe ter explicado melhor o conceito de “legítima defesa”.

    Compreendo que, numa concepção mais liberal, se defenda um Estado menos interventivo do ponto de vista económico e social, mas já acho demasiado extravagante, para não dizer insensato, defender-se que o Estado dispa a sua faculdade reguladora, ou no seu máximo, a inexistência de Estados. Digo isto porque não é possível a existência de um Estado regulador, por muito pouco que regule, sem qualquer tipo de segredos; essa ideia é imatura.

    Mais uma vez, parabéns pelo texto.

    Gostar

  19. lucklucky permalink
    12 Dezembro, 2010 10:36

    Um atentado terrorista falhado na Suécia…

    Gostar

  20. JCA permalink
    12 Dezembro, 2010 11:07

    .
    Intrigante,
    .
    “The 250,000 pages end up at the desk of Julian Assange, the 39-year-old Australian founder of a supposedly anti-establishment website with the cute name Wikileaks. Assange decides to selectively choose some news media to exclusively handle the leaking job for him as he seems to be on the run from Interpol, not for leaking classified information, but for allegedly having consensual sex with two Swedish women who later decided it was rape.
    .
    Assange claims he had no time to sift through so many pages so handed them to those trusted editors of the establishment media for them to decide what should be released. Very “anti-establishment” that. The New York Times even assigned one of its top people, David E. Sanger, to control the release of the Wikileaks material. Sanger sits as a member of the elite Council on Foreign Relations as well as the Aspen Institute Strategy Group” .
    .
    É verdade ?
    .

    Gostar

  21. Bloody Mary permalink
    12 Dezembro, 2010 12:06

    Grande artigo do JMF! É notável a forma como escalpeliza o modus operandi da Wikileaks: evidentemente que esta organização não está para revelar “segredos” que a façam incorrer numa fatwa ou lhe ponham um carro armadilhado à porta sem aviso prévio. Eles sabem a quem as fazem. Nada melhor do que fazer cócegas ao voyeur que há em todos nós, relatando intrigas, o que fulano disse de beltrano e, já agora, os alvos estratégicos em solo americano e outras coisinhas despretensiosas. Mas também nada melhor do que ver quem apoia estes fulanos, quem apela ao boicote às entidades que deixaram de canalizar contributos e donativos para os “leakers”… É tudo malta que, como eles, também tem como objectivo “uma sociedade mais justa”. A consecução deste objectivo passa tb pela divulgação selectiva de “segredos” de determinados governos e diplomacias – os maus da fita para os leakers. Os “bons” estão a salvo. Isto é mais do mesmo. Vou-lhes telefonar a dizer que já vi este filme.

    Gostar

  22. Fredo permalink
    12 Dezembro, 2010 14:54

    “É caso para perguntar: o que anda a fazer o Sampaio com o tacho pomposo de Alto Representante da ONU para o diálogo das Civilizações?”
    Jé deveria ter despedido os chefes daquela gente toda, a não ser que esteja de acordo com a férrica afirmação: “Estou-me cagando para os segredos do Assange! Estou-me cagando para os segredos do Assange!”

    Gostar

  23. ping pong permalink
    12 Dezembro, 2010 15:25

    a decadência autofágica do ocidente manifesta-se de vários modos
    este é mais um exemplo: http://sppiblog.org/news/the-abdication-of-the-west

    Gostar

  24. Joaquim Vieira permalink
    12 Dezembro, 2010 16:03

    O comentário do Tiago repõe as coisas nos termos certos (no que respeita à defesa dos valores mais importantes) e diz tudo o que há a dizer sobre este assunto. Mais palavras para quê?

    Gostar

  25. Pinto permalink
    12 Dezembro, 2010 16:44

    Tiago
    Mas passando tanto tempo os EUA ainda não o conseguiram acusar de nada. E porquê?

    Porque não têm um Código Penal como o português que criminaliza expressamente esta conduta.

    Gostar

  26. Pinto permalink
    12 Dezembro, 2010 16:50

    Alberto Gonçalves mais uma vez fantástico:

    Nas palavras do seu fundador, o WikiLeaks justifica-se pelo interesse público. Faltava esclarecer de que público fala o sr. Lassange. Esta semana, ficámos esclarecidos. Algumas das recentes revelações do site versam os pontos do globo estratégicos para a América, desde uma mina de cobalto no Congo até à maior petrolífera da Arábia Saudita, passando por laboratórios farmacêuticos europeus. O único público interessado nestas minudências são os sujeitos entre os 25 e os 40 anos, de classe média ou média-alta, com instrução superior, convicção muçulmana e destreza no manuseamento de explosivos. Obviamente, o público do WikiLeaks são os terroristas.
    As revelações anteriores, sobretudo alusivas à pequena ou média intriga internacional, sempre fingiam alimentar a transparência exigida pelos cidadãos de uma democracia, ainda que na prática ameaçassem a função diplomática, a qual, como lembrou José Cutileiro, é a alternativa à guerra.
    A menos que a cidadania também se exerça através do rebentamento sacrificial, as revelações presentes não fingem nada nem constituem alternativa nenhuma: trata-se de um manual de instruções para bombistas, que ameaça inocentes sem lhes trazer uma só vantagem perceptível. Isto não é liberdade de expressão ou sequer irresponsabilidade, mas um crime deliberado.
    Certa imprensa teima em perguntar quem é e o que quer o sr. Lassange, questão que frequentemente precede um perfil hagiográfico e babado. Lirismos de lado, a primeira parte da pergunta fica agora respondida: o sr. Lassange é um instigador de atentados contra os EUA. A segunda parte está dependente das suas motivações. Não se sabe se ele age por dinheiro, ideologia ou, na melhor das hipóteses, pura demência. Sabe-se que, face às sucessivas proibições que o Wikileaks compreensivelmente sofre, o Bloco de Esquerda apressou-se a reproduzir o site.
    Eis o essencial: o que o sr. Lassange quer é o mesmo que quer o Bloco. E não se imagina definição mais elucidativa e mais assustadora da criatura e do respectivo empenho na fuga seleccionada de informações, embora actualmente a criatura talvez preferisse fugir da cadeia.

    http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1732996&seccao=Alberto+Gon%u00e7alves&tag=Opini%u00e3o+-+Em+Foco

    Gostar

  27. Filo wiki permalink
    12 Dezembro, 2010 17:20

    «Our goal is to bring important news and information to the public. We provide an innovative, secure and anonymous way for sources to leak information to our journalists (our electronic drop box). One of our most important activities is to publish original source material alongside our news stories so readers and historians alike can see evidence of the truth.» O blasfémias fez a citação errada? Com que objectivo?

    Gostar

  28. Portela Menos 1 permalink
    12 Dezembro, 2010 19:48

    Alberto Gonçalves mais uma vez fanático:
    (…) Eis o essencial: o que o sr. Lassange quer é o mesmo que quer o Bloco. E não se imagina definição mais elucidativa e mais assustadora da criatura e do respectivo empenho na fuga seleccionada de informações, embora actualmente a criatura talvez preferisse fugir da cadeia. (…)

    Gostar

  29. será permalink
    12 Dezembro, 2010 20:13

    realmente esse alberto gonçalves…já o tinha topado na Sábado…mas agora o DN dar-lhe espaço,é demais!!!

    Gostar

  30. Nascimento permalink
    13 Dezembro, 2010 01:08

    Ai ai, esta Bloody é um espanto ….quando a ignorancia se junta à estupidez não há nada a fazer.Quanto ao sr Zé, a sua argumentação é só rir . Bom mesmo, era dar-lhe uma pá e por o sujeito no Iraque, em busca das ármas de destruição em massa……e já agora levava a Bloody.
    PS. pode ser o Pacheco da Marmeleira, no caso da rapariga estar enjoada….

    Gostar

  31. JUSTIÇA DE FAFE permalink
    13 Dezembro, 2010 01:13

    O Alberto Gonçalves diz aquilo que é verdade…mas que o pedantismo, o cinismo, covardia do politicamente correcto dominante na “cultura” europeia, sujeita aos lobbies Gay-lesbos; maçonaria, Corrupção, detestam.
    Só se perdem as que caem no chão…

    Gostar

  32. revolta popular permalink
    13 Dezembro, 2010 01:17

    Nascimento, seu tótó.
    Naquelas regiões, as pás são utilizadas para cavar buracos onde se enterram as mulheres até à cintura, todas enroladas em panos, para os gajos da pedra lascada como tu lhes atirarem pedradas à cabeça.
    Queres experimentar com alguma mulher da tua família….para arejares esses miolos de caca de galinha?

    Gostar

  33. Nina permalink
    13 Dezembro, 2010 01:24

    Começa a ser, infelizmente, um acto de coragem assumir uma posição sábia e de bom senso, quando a generalidade das pessoas mostra orgulhosamente a sua atrevida e perigosa ignorância/demência. É o triunfo dos porcos em todo o seu esplendor. Só me tranquiliza saber que ainda há MST, JMF, Teresas de Sousa e Albertos Fernandes, ou então estávamos todos condenados à lama. Assim só lá permanece quem não sabe pensar. E desses tenho medo mas não tenho pena.

    Gostar

  34. Nascimento permalink
    13 Dezembro, 2010 10:46

    Suponho que a” Revolta Popular” tem a ver com alguns resquicios Maoistas do pós 25 de Abril…
    São marcas que ficam, daquelas tão caras ao “camarada” JMF”, e outros “sábios”,Corajosos”,e de “bom senso”….ui, tão em voga o (bom-senso!)Julgo mesmo, que é o que existe por estas bandas, quando deixa de ser pessoal, e se tenta atingir a familia.
    Quando, efectivamente os Porcos e Porcas tentam vençer,fingindo-se de inocentinhos de cruz ao peito, beatos e lacrimejantes…..quando, eles sim, se julgam acima dos outros.Os tais que, adoram os segredinhos de estado ,para depois poderem especular no cafézinho .São eles , a famosa “Élite”.
    Todos mui paineleiros , plenos de acção de sofá.
    ps. No Iraque quantos apredejamentos houve ? Que tipo de Estado era e é ainda hoje? Quem é que aprova tais actos? Onde é que está escrito ? Pois é ,quando a “ignorância se junta á estupidez não há volta a dar”….olhe, nem tente bater com a cabeça contra a pedra, sabe …é que nem merda saía dessa tola!

    Gostar

  35. Renato permalink
    13 Dezembro, 2010 11:06

    O que eu aqui aprendi: para o JMF e o Alberto Gonçalves, a liberdade de expressão só deve servir a pessoas e ideias com quem eles concordam. Esfumou-se de repente aquela coisa do “posso não concordar com o que defendes, mas defenderei até à morte..” e coiso e tal, com que esta malta anda sempre na boca. Do Alberto Gonçalves, um sociólogo diletante, não espero nada, mas do JMF, um jornalista, acho fantástico. Não me parece que volte a comprar qualquer jornal por ele dirigido. Aquele medinho de ser processado, o respeitinho pelas instituições… A instituição anglo-saxónica da separação entre a imprensa e do poder, que eles endeusam, afinal, é ujma coisa muito, muito, relativa, afinal…

    Gostar

  36. Outside permalink
    13 Dezembro, 2010 17:00

    Este texto é ficção pura.
    Este texto é dicotomático e parcial, excelentemente parcial e incoerente para quem tem acompanhado o seu percurso jornalístico.
    A sua defesa e compreensão pelo Bushiano, baseado em quê? com a consulta do contraditório onde? revelaram a sua essência Jmf.
    ” Isso não me impede de defender também que, quando um jornalista descobre um segredo de interesse público pode e deve ajuizar se é de interesse público divulgá-lo. Isso é válido tanto para o nosso segredo de Justiça como para o segredo diplomático da senhora Clinton.”
    Bonito este seu parágrafo mas como dizia o “outro”- Faz o que eu digo, não olhes para o que eu faço.
    Jmf, sem rancor mas com memória clara, lhe digo que V. não agiu deste modo quando em funções como Director do P. (e não lhe retiro razões no “debate” que teve com a administração).
    O PÚBLICO SOB SUA GESTÃO FEZ A PUBLICIDADE/DEFESA MAIS ABJECTA PRÓ-BUSHIANA (AÇÉFALA).
    As armas e os méritos da invasão do Juniór ainda se “encontram por encontrar” mas talvez V. encontre um dia tempo para dedicar uma coluna de opinião a explicar o inexplicável…para mim que nada sei sobre tanta coisa mas, não obstante, não rumino em rebanhos nem amo cajados sem têmpera.

    Gostar

  37. Outside permalink
    13 Dezembro, 2010 17:03

    …e é por demais óbvio que a sociedade onde pretende viver, não é a a mesma da minha.
    Felizmente não a encontrará na sua existÊncia.
    Infelizmente nem eu a encontrarei na minha existência.

    Gostar

  38. campos de minas permalink
    14 Dezembro, 2010 14:43

    não percebi a posição do pedro arroja…em hipertexto linka para aqui…

    Gostar

Trackbacks

  1. Os impenetráveis segredos de Estado de José Manuel Fernandes – Em que é que ficamos? | cinco dias

Indigne-se aqui.