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Tudo o que espoliámos à “geração sem remuneração”*

4 Fevereiro, 2011
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Quando o FMI chegou pela segunda vez a Portugal, em 1983, eu tinha 26 anos. Num daqueles dias de ambiente pesado, quando havia bandeiras pretas hasteadas nos portões das fábricas da periferia de Lisboa, quando nos admirávamos com ser possível continuar a viver e a trabalhar com meses e meses de salários em atraso, almocei com um incorrigível optimista no Martinho da Arcada. Nunca mais me esqueci de uma sua observação singela: “Já reparaste como, apesar de todos os actuais problemas, a nossa geração vive melhor do que as dos nossos pais? Tenta lembrar-te de como era quando eras miúdo…”

Era verdade: a minha geração viveu e vive muito melhor do que a dos seus pais. E eles já viveram melhor do que os pais deles. Mas quando olho para a geração dos meus filhos, e dos que são mais novos do que eles, sinto, sei, que já não vai ser assim. E não vai ser assim porque nós estragámos tudo – ou ajudámos a estragar tudo. Talvez aqueles que são um bocadinho mais velhos do que eu, os verdadeiros herdeiros da “geração de 60”, os que ocuparam o grosso dos lugares do poder nas últimas três décadas, tenham um bocado mais de responsabilidade. Mas ninguém duvide que o futuro que estamos a deixar aos mais novos é muito pouco apetecível. E que o seu presente já é, em muitos aspectos, insuportável.

Começámos por lhes chamar a “geração 500 euros”, pois eram licenciados e muitos não conseguiam empregos senão no limiar do salário mínimo. Agora é ainda pior. Quase um em cada quatro pura e simplesmente não encontram emprego (mais de 30 por cento se tiverem um curso superior). Dos que encontram, muitos estão em “call centers”, em caixas de supermercados, ao volante de táxis, até com uma esfregona e um balde nas mãos apesar de terem andado pela Universidade e terem um “canudo”. Pagam-lhes contra recibos verdes e, agora, o Estado ainda lhes vai aplicar uma taxa maior sobre esse muito pouco que recebem. Vão ficando por casa dos pais, adiando vidas, saltitando por aqui e por ali com medo de compromissos.

Há 30 anos, quando Rui Veloso fixou um estereótipo da minha geração em “A rapariguinha do Shopping”, a letra do Carlos Tê glosava a vaidade de gente humilde em ascensão social, fosse lá isso o que fosse: “Bem vestida e petulante/Desce pela escada rolante/Com uma revista de bordados/Com um olhar rutilante/E os sovacos perfumados/…/Nos lábios um bom batom/Sempre muito bem penteada/Cheia de rimel e crayon…”

Hoje, quando os Deolinda entusiasmam os Coliseus de Lisboa e do Porto, o registo não podia ser mais diferente: “Sou da geração sem remuneração/E não me incomoda esta condição/Que parva que eu sou/Porque isto está mal e vai continuar/Já é uma sorte eu poder estagiar…” Exacto: “Já é uma sorte eu poder estagiar”, ou mesmo trabalhar só pelo subsídio de refeição, ou tentar a bolsa para o pós-doc depois de ter tido bolsa para o doutoramento e para o mestrado e nenhuma hipótese de emprego. Sim, “Que mundo tão parvo/Onde para ser escravo é preciso estudar…”

É a geração espoliada. A geração que espoliámos.

Sem pieguices, sejamos honestos: na loucura revolucionária do pós-25 de Abril, primeiro, depois na euforia da adesão à CEE, por fim na corrida suicida ao consumo desencadeada pela adesão à moeda única e pelos juros baixos, desbaratámos numa geração o rendimento de duas gerações. Talvez mais. As nossas dívidas, a pública e a privada, já correspondem a três vezes o produto nacional – e não vamos ser nós a pagá-las, vamos deixá-las de herança.

Quisemos tudo: bons salários, sempre a subir, e segurança no emprego; casa própria e casa de férias; um automóvel para todos os membros da família; o telemóvel e o plasma; menos horas de trabalho e a reforma o mais cedo possível. Pensámos que tudo isso era possível e, quando nos avisaram que não era, fizemos como as lapas numa rocha batida pelas ondas: enquistámos nas posições que tínhamos alcançado. Começámos a falar de “direitos adquiridos”. Exigimos cada vez mais o impossível sem muita disposição para darmos qualquer contrapartida. Eram as “conquistas de Abril”.

Veja-se agora o país que deixamos aos mais novos. Se quiserem casa, têm de comprá-la, pois passaram-se décadas sem sermos capazes de ter uma lei das rendas decente: continuamos com os centros das cidades cheios de velhos e atiramos os mais novos para as periferias. Se quiserem emprego, mesmo quando são mais capazes, mesmo quando têm muito mais formação, ficam à porta porque há demasiada gente instalada em empregos que tomaram para a vida. Andaram pelas Universidades mas sabem que, nelas, os quadros estão praticamente fechados. Quando têm oportunidade num instituto de investigação, dão logo nas vistas, mas são poucas as oportunidades para tanta procura. Pensaram ser professores mas foram traídos pela dinâmica demográfica e pela diminuição do número de alunos. Sonharam com um carreira na advocacia, mas agora até a sua Ordem se lhes fecha. Que lhes sobra? As noites de sexta-feira e pensarem que amanhã é outro dia…

E observe-se como lhes roubámos as pensões a que, teoricamente, um dia teriam direito: a reforma Vieira da Silva manteve com poucas alterações o valor das reformas para os que estão quase a reformar-se ao mesmo tempo que estabelecia fórmulas de cálculo que darão aos jovens de hoje reformas que corresponderão, na melhor das hipóteses, a metade daquelas a que a geração mais velha ainda tem direito. Eles nem deram por isso. Afinal como poderia a “geração ‘casinha dos pais’” pensar hoje no que lhe acontecerá daqui a 30 ou 40 anos?

Esta geração nunca se revoltará, como a geração de 60, por estar “aborrecida”, ou “entediada”, com o progresso “burguês”. Esta geração também não se mobilizará porque… “talvez foder”. Mas esta geração, que foi perdendo as ilusões no Estado protector – ela sabe muito bem como está desprotegida no desemprego, por exemplo… –, habituou-se também a mudar, a testar, a arriscar e, sobretudo, a desconfiar dos “instalados”.

Esta geração talvez já tenha percebido que não terá uma vida melhor do que a dos seus pais, pelo menos na escala que eles tiveram relativamente aos seus avós. Por isso esta geração não segue discursos políticos gastos, nem se deixa encantar com retóricas repetitivas, nem acredita nos que há muito prometem o paraíso.

Por isso esta geração pode ser mobilizada para o gigantesco processo de mudança por que Portugal tem de passar – mais do que um processo de mudança, um processo de reinvenção. Portugal tem de deixar de ser uma sociedade fechada e espartilhada por interesses e capelinhas, tem de se abrir aos seus e, entre estes, aos que têm mais ambição, mais imaginação e mais vontade. E esses são os da geração “qualquer coisa” que só quer ser “alguma coisa”. Até porque parvoíce verdadeira é não mudar, e isso eles também já perceberam…

*Público, 4 Fevereiro 2011

99 comentários leave one →
  1. Arlindo da Costa permalink
    4 Fevereiro, 2011 21:18

    A geração mais nova que participou no 25 de Abril e que tomou o poder na década de 80 e na década de 90, deram cabo deste país e puseram a presente geração a «pão e água».
    Legislaram para si benefícios generosos; reformaram-se com poucos anos de serviço; ocuparam e saquearam serviços e empresas públicas; empaviaram os subsídios da CEE; entraram para partidos corruptos, e hoje o país encontra-se à beira da bancarrota depois de duas ou três décadas de orgias de gastos públicos e de gestão propositadamente danosa.
    Goste-se ou não do actual PM, José Sócrates, ele já anda desde 2005 a cortar nos «privilégios nobiliárquicos» duma classe politica corrupta e dos «direitos adquiridos» duma geração que fugiu à guerra e que pichou o país de lés a lés, e mesmo assim está dificil chegar ao fim.
    Quando Sócrates quer cortar nos privilégios e na chulança pública, logo aparecem os representantes das corporações com vendettas ao Sócrates.
    Uma das coisas que Sócrates devia fazer era revogar todas as reformas douradas, politicas e de favor que estão em vigor.
    Em seguida , tentar reaver junto dos accionistas e juntos dos que saquearam o banco nacional dos pulhas, todo o cêntimo que foi surripiado.
    Só assim poderemos ascender ao nível das nações decentes e civilizadas!
    Não mais «coelhadas»!

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  2. balde-de-cal permalink
    4 Fevereiro, 2011 21:37

    foi uma pena não trer havido abortos para os famigerados idiotas da geração de ‘6o’ que ‘fuderam’ o rectângulo.vou fazer 80. na geração anterior à minha havia muita gente sensata da oposição que como eu queria uma transição pacífica.
    no séc.XX com 3 revoluções : falhou a 1ª; a 3ª acabou com o país. devolvam-no à Espanhja se ela aceitar devoluções em mau estado de conservação.
    portugal acabou. nunca mais se vai erguer. era necessário mudar a mentalidade.
    estudei e trabalhei em Milão e Paris. passei anos da minha reforma em Viena. regressei à pocilga fascista por imposição familiar.

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  3. Bulimunda permalink
    4 Fevereiro, 2011 21:38

    Vendeta ao Sócrates? Pois o homem é santo…até o Vaticano o persegue..tenha tino homem…

    HENRI CARTOON…A REDUCÃO DOS DEPUTADOS…THE FINAL SOLUTION..

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  4. Bulimunda permalink
    4 Fevereiro, 2011 21:39

    Leia…o mal de muitos de nós é pensar que se sabe…não ver a realidade…passar apenas pela superfície..Heil Sócrates

    É Possível Estarmos Todos Errados?….

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  5. anti-comuna permalink
    4 Fevereiro, 2011 21:42

    “Esta geração nunca se revoltará, como a geração de 60, por estar “aborrecida”, ou “entediada”, com o progresso “burguês”. Esta geração também não se mobilizará porque… “talvez foder”. Mas esta geração, que foi perdendo as ilusões no Estado protector – ela sabe muito bem como está desprotegida no desemprego, por exemplo… –, habituou-se também a mudar, a testar, a arriscar e, sobretudo, a desconfiar dos “instalados”.”
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    Eu duvido que não se revoltará. Por enquanto ela abraça o socialismo rasca, tipo Berlosque de Esquerda. Mas quando se aperceber que não tem presente nem sequer futuro, há-de chegar um dia que se vai revoltar a sério.
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    Por enquanto, bastantes, vão emigrando. E fazem-no bem. Mas muitos deviam tentar criar empresas, já que arriscam também quando se vão embora. Mas num país que trata os empresários e criadores de riqueza abaixo de cão. Aliás, qual o prestigio social dos nossos pequenos e médios empresários? POor exemplo, quantas vezes vemos um PME a ser entrevistado nas TVs, para sabermos como pensa, o que perspectiva nas suas actividades, que oportunidades e ameaças vê no seu futuro, etc.?
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    Durante anos tivemos também a atracção pelo jornalismo. Era chique. Tivemos a atracção pela advocacia, professorado, etc. Mas a generalidade desses estão agora tramados. Mas nunca houve uma verdadeira promoção do investimento empresarial. A sociedade desconfia dos nossos empresários. Até os despreza, critica, etc. O que torna ainda mais caricata a situação.
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    É evidente que nem tudo está perdido. Há gente a mexer-se, a investir e a trabahar no duro para tentar subir na vida. No Norte vê-se ainda muito essa vontade de aprender e acumular para montar o seu negóciozinho ou até a sua fabriqueta. No resto do país… Querem ser actores de TV, jogadores da bola ou funcionários públicos. lolololololol
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    Mas esta gente tem que se revoltar. Mas revoltar-se com quem? Com os comunas? Se eles não são a solução? lololololololol

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  6. Bulimunda permalink
    4 Fevereiro, 2011 21:45

    Esta geração recebe o que recebe porque nada fez para que recebesse outra coisa..é mole flácida não tem ideias A NÃO SER A CARTEIRA ..E LAMBE QUALQUER BOTA PARA GANHAR MIGALHAS..TEM POIS O QUE MERECE TER…mas tem a quem sair…porque a geração dos pais do Fernandes e mesmo o Fernandes nada fizeram para mudar nada…em 48 anos sentaram-se debaixo da almofada…e esperaram que o regime caísse de podre…
    Conformar-se é submeter-se e vencer é conformar-se, ser vencido. Pessoa

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  7. Fredo permalink
    4 Fevereiro, 2011 21:48

    Estarei a ler bem?
    O jmf atreve-se a escrever um post que não fala das escolas com contrato de associação?
    Haverá no país mais algum problema que não o das escolas com contrato de associação?

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  8. 4 Fevereiro, 2011 21:55

    Este texto devia ser lido em todas as escolas e universidades. A minha geração e a anterior foderam a vida dos filhos e netos. Uma verdadeira geração rasca. Destruíram o futuro dos filhos numa orgia de despesismo e esbanjamento. Casaram, voltaram a casar, abandonaram os filhos, trocaram os filhos pelos filhos delas e deles, endividaram-se sabendo que sobraria dívida para os filhos dos filhos deles e delas, exigiram reformar-se aos 50 anos de idade, muitos descontaram ao longo da curta vida profissional0 80 mil euros para a CGA ou Segurança Social para receberem do Estado um prémio de 1 milhão de euros, pagos em dívida deixada aos filhos e aos netos. Uma orgia de irresponsabilidade, malandrice e malícia. E por aí andarão, entediados, a roçar os cus pelas esplanadas e cafés, a matar o tempo nas Universidades de Terceira Idade…até aos 80 anos. Uma eternidade na malandrice e boa vida.

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  9. 4 Fevereiro, 2011 21:56

    JMF, não embarque na análise simplista de que são os excessos da geração que fez a mudança que estão a tramar as gerações seguintes.
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    Quem pagou as reformas (muitas vezes baixas) daqueles que a elas passaram a ter direito sem nunca terem descontado?
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    Quem sustentou com o seu trabalho e os seus impostos (e com o apoio da CEE/UE) a criação das infra- estruturas de modernização do País?
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    Quem pagou o alargamento escolar que permitiu níveis de escolaridade elevados e, durante muito tempo, praticamente gratuitos?
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    Quem está a apoiar (alimentar, dar casa, vestir) a geração dos sem/sem, que já não estudam mas também ainda não trabalham?
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    Esta ideia de culpar todo uma geração pelo oportunismo de alguns, é dislexia grave e simplificação grosseira, mas tem feito o seu caminho incensada por um liberalismo ultra, que promete irresponsabilidade idêntica à do socialismo ilusionista que nos arruina.

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  10. 4 Fevereiro, 2011 22:16

    “E por aí andarão, entediados, a roçar os cus pelas esplanadas e cafés, a matar o tempo nas Universidades de Terceira Idade…até aos 80 anos. Uma eternidade na malandrice e boa vida”.

    Esta gente droga-se- Agora deu-lhes para a hipocrisia de uma falsa auto-crítica quando são os próprios que vivem muito bem das duas coisas- de tudo isto e de venderem o contrário.

    ahjahahahahahaah

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  11. 4 Fevereiro, 2011 22:53

    Grande texto.

    Com uma diferença, pertenço á geração 60 em todo o seu explendor e não me sinto nada culpado com o legado que deixo.

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  12. scriabin permalink
    4 Fevereiro, 2011 22:55

    Jmf, a “geração espoliada”? Não, é a geração que tem o que tu queres que eles tenham. Ou querias tu que eles tivessem estado social, protecção no emprego, contratos de trabalho mais estáveis, etc? Estavas agora a chamar-lhes “geração mimada”.

    Ramiro, a tua geração é uma orgia completa. Que é que andas a fazer?! Mas quantos anos tens, afinal? Não percebi.

    Não percebo este ódio todo à geração de 60. O curioso é que muitos dos que a manifestam pertencem mesmo a essa geração. Muitos até lutaram, em tempos, pelos mesmos ideais, tentaram, mal ou bem, que este fosse um mundo melhor. Muitos, fizeram de facto um país muito melhor. E, não se esqueçam: os jovens, com todas as dificuldades, vivem agora melhor do que viviam os jovens nos anos 60. A memória é tramada.

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  13. nela permalink
    4 Fevereiro, 2011 23:21

    Ramiro Marques estará, “pró-activamente”, a apoiar o governo num novo aumento da idade para a reforma?
    Vão ter de assumir que não há dinheiro para as pagar (que não existem empregos para novos e velhos, já todos sabemos).

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  14. João Santos permalink
    4 Fevereiro, 2011 23:23

    As gerações sucedem-se na história dos povos sem os caricatos episódios desse filme ridículo das mea-culpas e das besteiradas acima expostas. É claro que a rasqueirada de hoje já vem de trás, Portugal bateu no fundo porque as suas elites (gerações consecutivas de elites) jamais deram a este país uma visão estruturada, uma noção enraizada de desenvolvimento. Tarefeiros da história, traficantes de bens e pessoas, mercadores compulsivos e avessos às rotinas industriosas, essas elites legaram a cultura do euromilhões: a fortuna numa só viagem, o sebastianismo das patacas. O povo, sacaneado há séculos por essa chusma e seus lacaios, de há muito que lhes facilita a vida … saindo daqui. Não há gerações melhores nem piores. Ressalve-se talvez a Ínclita, quiçá pela maternidade britânica, que proporcionou a Portugal a organização e a posta em marcha das Descobertas. O resto é uma desgastada carta de navegação pelo território da Manigância…

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  15. scriabin permalink
    4 Fevereiro, 2011 23:34

    Os que estão no poder há três décadas, aqueles de que fala o jmf, deram-vos escolas, hospitais, infra-estruturas, estradas, segurança social, tudo. Talvez se recuarem mais de trinta anos, se dêem conta da diferença. Talvez se recuassem para os anos 60, ou aos anos 70. Talvez se consultarem o site da Pordata consigam descobrir o que têm. Vocês, sim, os da geração do jmf, são mimados. Não os da geração de 60, nem os da geração actual. Esta, a geração actual, está a descobrir as maravilhas do mercado de trabalho liberal, aquilo por que vocês lutam: os recibos verdes, os contratos a prazo, os estágios não remunerados. Não queriam acabar com o estado social, essa coisa horrível que a geração de 60 criou? Pois o processo está em curso. Não se preocupem, que a demolição do que resta do estado social não deve tardar, para vosso gáudio, quando se acabarem os trastes da geração de 60, os malandros, os que não fazem, nem nunca fizeram nada. Vocês vão fazer depois todos coro com os Deolinda.

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  16. Rafael Ortega permalink
    4 Fevereiro, 2011 23:35

    Há sempre a Europa mesmo aqui ao lado.
    Não pensem que fico para pagar as asneiras de todos os políticos inúteis que tiveram a governar o país desde os tempos do Marquês de Pombal.
    Tenho 21 anos e um objectivo claro, acabar o curso e ir embora. Conheço muita gente da minha geração que pensa fazer o mesmo.

    O último a sair que desligue a luz e feche a porta.

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  17. PMP permalink
    4 Fevereiro, 2011 23:52

    Uma das causas do problema do desemprego e sub-emprego em Portugal é o diagnóstico errado das suas causas.
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    É quase impossivel resolver um problema quando não se entendem as causas primeiras de ele existir.
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    A causa principal do desemprego e sub-emprego é o deficit externo, não é o deficit publico.
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    Enquanto não se interiorizar este facto é dificil avançar.
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    Como reduzir o deficit externo é a questão fundamental para a geração sem remuneração, à qual os politicos mais velhos e muitos dos mais novos não sabem , nem querem saber responder, muitas das vezes, desviando as atenções para outras questões.

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  18. oberon permalink
    5 Fevereiro, 2011 00:02

    ainda não perceberam que se não estão na casa dos pais estão debaixo da ponte?

    Ou seja, só se aguentam precisamente com uma parte mais ou menos generosa da reforma dos pais…

    De qualquer modo, o meu filho que nasceu há um mês vai apanhar a pirâmide a começar a inverter. Sorte a dele!

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  19. Portela Menos 1 permalink
    5 Fevereiro, 2011 00:12

    espero que jmf já tenha engolido o recado que lhe é dirigido:
    (…) Vocês, sim, os da geração do jmf, são mimados. Não os da geração de 60, nem os da geração actual. Esta, a geração actual, está a descobrir as maravilhas do mercado de trabalho liberal, aquilo por que vocês lutam: os recibos verdes, os contratos a prazo, os estágios não remunerados. Não queriam acabar com o estado social, essa coisa horrível que a geração de 60 criou? Pois o processo está em curso (…)
    .
    Continuo, no entanto, sem perceber este ódio de estimação à “geração de 60” por parte de jmf, ele que “gosta” tanto de Sócrates e são os dois da mesma idade …

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  20. Portela Menos 1 permalink
    5 Fevereiro, 2011 00:18

    se jmf tivesse memória – e já nem lhe se pede que nos lembre os seus tempos do PREC em conjunto com a geração de 60 – escrevia sobre os milhares de homens que interromperam as suas vidas devido à guerra colonial, em vez desta tentativa infantil de querer colar a geração de 60 aos 35 de administração desastrosa ROSA-LARANJA!

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  21. PMP permalink
    5 Fevereiro, 2011 00:35

    A geração que está no poder em Portugal não tem competência para sequer perceber as causas da estagnação económica dos ultimos 10 anos.
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    Essa geração apostou tudo na adesão à União Europeia e depois ao Euro sem perceber as consequências a longo prazo dessas decisões.
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    É uma geração que não percebeu o fracasso do sistema de ensino, o fracasso que foi a destruição da agricultura e de parte da industria, uma geração que vive das palavras pomposas e ocas.
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    É uma geração viajada e doutorada, mas que não percebe o fundo das razões do sucesso das nações por isso é incapaz de aplicar em Portugal aquilo que vê e estuda lá fora.

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  22. fsantabarbara permalink
    5 Fevereiro, 2011 01:38

    Eu nem ia comentar nada porque este tema enjoa-me.
    Enjoa-me porque eu sou mais um dos tantos da “Geração sem remuneração”, no entanto, com o devido respeito – porque não vivi aquilo que a maior parte dos “comentadores” viveu (ou diz que viveu) – muitos de vocês só podem estar a gozar e eu, burro que nem uma porta, não estou a atingir…

    Como em tudo na vida, generalizar é sempre mau… Alguns sentir-se-ão sempre ofendidos, claro está! Mas… “Esta geração recebe o que recebe porque nada fez para que recebesse outra coisa..é mole flácida não tem ideias A NÃO SER A CARTEIRA ..E LAMBE QUALQUER BOTA PARA GANHAR MIGALHAS..TEM POIS O QUE MERECE TER…” ?????????

    Nem sei se ria, se chore… É triste ver como os mais velhos, aqueles que foram meus professores, aqueles que deviam ser o meu exemplo, a falar desta maneira.
    Não estou aqui a falar porque gostava de ser da “Geração mimada”, faz falta (e sempre fez) trabalho para ter recompensas… Ninguém põe isso em causa!

    Mas meu caro Blimundo/a… Gente mole e flácida!?
    Peço imensa desculpa se trabalho mais de 8h por dia e recebo 250€ ao fim do mês.
    Peço imensa desculpa se me esforcei ao longo de todos estes anos, criei coisas, fui dirigente associativo, fiz voluntariado e tantas outras coisas e não vejo recompensa nenhuma se não aquela que é boa para “aquecer a alma” que, atenção, me satisfaz…

    Resta-me o quê? Pedir desculpa por ter nascido? É só o que falta!!!
    Meu caro, quer o quê? Uma revolução? O que sugere para que sejamos “duros”? Um Maio de 68?

    Não percebo, a sério que não percebo, porque é que tantos “treinadores de bancada” opinam e não tomam rédias nas coisas… Não serão vocês os moles e flácidos?

    Mas afinal tanto discurso para quê? Não passo apenas de mais um estupor mole e flácido que só tem aquilo que merece…
    Que naif…

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  23. Arlindo da Costa permalink
    5 Fevereiro, 2011 01:47

    Os sacanas que agora estão com sessenta anos (mais coisa , menos coisa) rebentaram com o país e vão deixar de herança aos seus filhos e netos, dívidas, miséria e fome.
    Hoje esses pimpões revolucionários da treta estão bem gordos com brutas reformas, passeando nos calçadões e dormindo até ao meio dia.
    O Sócrates devia pôr o olho nessa cambada e começar a cortar nesses privilégios tipo corte de Versaillhes.

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  24. António Ferreira permalink
    5 Fevereiro, 2011 02:41

    Acho sinceramente que, a culpa é de todos, incluíndo da minha geração (nascida em 80). Acho que nos maravilhamos com a Democracia, desde o 25 de Abril e em vez de aproveitarmos as oportunidades da abertura à Europa e ao mundo, só absorvemos as más. Exemplos:
    – Fim do ensino técnico-profissional (não podemos nem devemos ser todos médicos ou Engenheiros);
    -Falta de uma aposta clara no ensino (facilitismos não levam a nada…);

    -Incentivar a iniciativa privada, o empreendedorismo e especialização e formação contínua dos quadros;
    -Acabar progressivamente com os monopólios estatais e a favor das empresas do regime;
    -Mudar o paradigma cultural da população de que tudo é dado, não há custos e que podemos trabalhar sem organização, sem inovação e sem visão;
    Portugal e os portugueses têm valor, vê-se na nossa diáspora espalhada pelo mundo que muitas vezes chegou a países sem saber falar a língua e nessa mesma geração alguns triunfaram na vida. Para terminar, acho que um futuro melhor só com muito menos Estado, acabar com os entraves à criação de negócios, mudar para uma legislação laboral igual para todos (isso sim é justiça!), privatizar os serviços do Estado que podem ser privatizados (serviços prestados pelas câmaras, Energia, Telecomunicações, Transportes, etc) e trabalharmos todos muito mais e em conjunto para um futuro melhor para todos.

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  25. A Silva permalink
    5 Fevereiro, 2011 02:54

    Fala por ti!…

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  26. 5 Fevereiro, 2011 03:32

    Bom, a geração anterior à do jmf, aguentou a guerra, pagou as reformas dos seus pais, instalou a democracia e cedeu à geração seguinte, a do jmf, um país muito melhor do que o que tinham recebido.
    Como é? O jmf queria mais? Então vai é trabalhar, malandro…

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  27. Patrício permalink
    5 Fevereiro, 2011 04:31

    Artigos como este devem fazer o encanto de Sócrates e de Guterres, os principais responsáveis pelo actual descalabro orçamental do país, fruto do consumo criminoso dos nossos impostos em despesas inúteis para a nação mas muito convenientes para uma legião de oportunistas da seita política a que pertencem e para os empresários e banqueiros de que são cúmplices.
    Qual geração de 60, ou de 90, ou do raio que parta o José Manuel Fernandes e todos quantos vêm lançar culpas para a generalidade dos portugueses, com isso inocentando os verdadeiros responsáveis pela situação a que o país chegou.
    Se Sócrates fosse o socialista que diz ser, não lançaria o sacrifício da recuperação orçamental para cima dos indefesos, retirando o abono de família aos mais pobres e reduzindo salários aos funcionários públicos, ao mesmo tempo que permite aumentos de preço de bens e serviços prestados por empresas cujos accionistas, coitadinhos, não podem suportar uma quebra nos seus dividendos.

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  28. 5 Fevereiro, 2011 07:49

    Como Reagan dizia, há que tremer face às 9 mortais palavras:
    “Somos do estado e estamos aqui para ajudar”.

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  29. Tiradentes permalink
    5 Fevereiro, 2011 09:49

    Tem bastante de verdade que chega a ofender quem dela beneficia. Engraçado ver como reagem insultando dizendo-os mimados (mimados por quem?) depois de bem instalados espoliarem os vindouros….. ainda os “mimaram”.
    Outra caricatura aqui postada é a da Arlinda Moura Guedes que apela ao coveiro que corte nas reformas. Deverá ser para colocar os Pedros Soares da vida nas PT e Tagus Park, os Varas nos Bancos e o Coelhos nas empreitadas,
    Pedir ao maior responsável pelo buraco imenso financeiro em que Portugal ainda vai mergulhar, é o mesmo que pedir a um amputado das duas pernas que corra.

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  30. tina permalink
    5 Fevereiro, 2011 10:33

    Tem toda a razão. Nós só vivemos bem à custa de dinheiro emprestado. Agora vai ser como MFL avisou recentemente: O que acontecerá quenado não houver mais receitas extraordinárias para tapar o défice? Cada vez mais impostos e menos crescimento económico.
    .
    Se o FMI viesse agora, ainda haveria esperança, porque seriamos mesmo obrigados a baixar a despesa. Agora, estamos só a enganar a fome e vamo-nos a afundando devagarinho.

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  31. 5 Fevereiro, 2011 10:41

    Tina:

    “Agora, estamos só a enganar a fome e vamo-nos a afundando devagarinho.”

    É a história daquele gajo que se lamentava de lhe ter morrido o cavalo que estava a treinar para não precisar de comer. Tinha morrido, veja-se a ‘infeliz’ coincidência, justamente quando tinha acabado de se desabituar de comer.

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  32. Bulimunda permalink
    5 Fevereiro, 2011 10:55

    O verdadeiro culpado e único foi o D.Afonso Henriques ou melhor o seu pais francês e a sua mãe castelhana…fossem estéreis e nada disto tinha acontecido..ou tivessem abortado..pois que nós nem a porra de alguém de cá fabricamos para nos libertarmos do suposto jugo castelhano..

    Onde Está a Sinceridade ?..Em lugar algum….

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  33. JP Ribeiro permalink
    5 Fevereiro, 2011 11:11

    Concordo com o Patricio. E estou cansado de ouvir dizer mal das gerações passadas. Todas as gerações tem uma multidão de gente rasca. Há tanta gente rasca hoje como havia na geração do 25/4 e posteriores. O país vive em democracia, e na democracia não governam os melhores, mas os mais malandros. A única coisa que os portugueses tem que os diferencia dos demais povos europeus, é o acreditar (ainda) que o Estado é a solução, que o Estado faz, que o Estado isto e aquilo. O discurso da geração rasca só faz é desculpabilizar os malandros, e atirar a culpa para cima de todos.

    Isto só muda quando a maioria dos portugueses entender que o Estado não faz nada. Que o Estado apenas rouba (porque tem armas) a uns, para dar aos amigos que sustentam o poder. E quando quando os segundos já são a maioria, como acontece agora, então é sinal que a festa acabou.

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  34. A C da Silveira permalink
    5 Fevereiro, 2011 11:23

    Na minha terra os mais velhos, e por isso mais sabios, costumam dizer: ” quem come o chibo, não pode comer o bode”. É o que se passou em Portugal, andamos anos alegremente a comer o chibinho, e agora deixamos os ossos para os nossos filhos e netos roerem. É uma vergonha andar tanta gente a usufruir do que não merece, a reclamar porque tem que ganhar menos. O empobrecimento dos portugueses é irreversivel para as proximas decadas.

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  35. Francisco Colaço permalink
    5 Fevereiro, 2011 11:57

    Bulimunda,
    .
    Se o Dom Afonso Henriques tivesse sido o primeiro rei de Portugal, dar-lhe-ia razão. Não foi, Portugal seria sempre independente. Já o tentara ser no passado, por pelo menos duas vezes.
    .
    Nunca seríamos espanhós. Era impossível. A independência foi sempre um projecto do povo, não das elites.

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  36. votoembranco permalink
    5 Fevereiro, 2011 12:20

    Aprecio a capacidade da nomenclatura que nos desgoverna e que vive bem neste sistema, de dar a volta ao texto e de hipocritamente passar as culpas para uma geração inteira.
    A culpa na verdade é única e exclusiva dum sistema político que pôs o Estado ao serviço de uma suposta elite que, para se governar economicamente, desgovernou este país.
    A tríade banqueiros, empresas de construção civil e grandes escritórios de advogados, corromperam os políticos para olharem para o lado enquanto saqueavam os impostos dos contribuintes e as remessas da CEE.
    Este dinheiro fácil levou aos investimentos sem risco na compra das EDPs, Galps, PTs, Brisas, e a investimentos desnecessários para encher os bolsos a algumas Mota Engil deste país.
    Naturalmente que os investimentos com algum risco, como por exemplo, a renovação da indústria textil, do calçado, na metalomecânica, nos moldes, nos componentes electrónicos e na transformação de matéria prima nacional ficaram na gaveta ou foram feitos por quem não tinha capacidade financeira para os potenciar.
    E mesmo que tenham sucesso nestes empreendimentos, como não têm o suporte da banca e dos grandes lobies dos partidos do alterne, são obrigados a suportar impostos de caixão à cova, para produzirem têm de pagar à EDP balúrdios pela energia de má qualidade, para exportarem os produtos que fabricam têm de pagar os combustíveis a preços nas nuvens e circular e transportá-los em auto estradas com custos de luxo.
    Pois são estes investimentos que geram o maior número de empregos e o maior número de exportações!
    Pode, por exemplo, o Berardo ser acusado de não investir na indústria de produção dos chamados “bens transacionáveis” se ganha milhões na especulação bolsista sem qualquer risco?
    Quem foram os responsáveis pela implementação desta política que destruiu o tecido produtivo português e que não permite a sua reconstrução impedindo o crescimento económico deste país e a criação de empregos de qualidade e com salários mais justos?
    Foi toda uma geração ou foram só alguns como o Mário Soares, Cavaco Silva e a sua quadrilha de futuros malfeitores, Durão Barroso, Vitor Constâncio, José Sócrates e o seu bando de abutres, António Guterres, Pina Moura, Durão Barroso, Teixeira dos Santos, etc.?
    E com isto não pretendo ilibar “Este povo não presta” de Luís Manuel Cunha, que votou nesta escumalha, pois foi enganado por uma comunicação social e pelos fazedores de opinião bem conhecidos que vivem nesta lama como o peixe na água.

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  37. votoembranco permalink
    5 Fevereiro, 2011 12:21

    Ena pá … só agora é que reparei, … que grande texto!
    O Blasfémias não paga nada por este esforço?

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  38. Adriano Volframista permalink
    5 Fevereiro, 2011 12:26

    JMF
    Como uma vez me disse um colaborador na casa dos vinte: os pais devem tratar bem os filhos porque, são eles que escolhem o asilo para onde (aqueles) vão.
    Espere e verá, cá se fazem, cá se pagam..
    Adriano

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  39. 5 Fevereiro, 2011 12:27

    Desse Abril conquistado
    por tamanhas afoitezas
    fica um povo atado
    entre tantas incertezas.

    Após décadas perdidas
    entre milhões emplumados,
    ficam vontades vendidas
    sem retornos confirmados…

    São milhares de diplomados
    despojados de um futuro
    deixando sonhos bem firmados
    em toneladas de monturo…

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  40. lucklucky permalink
    5 Fevereiro, 2011 12:39

    É a geração de Soares a Sócrates que destruiu o País com o endividamento.
    É a geração de Soares a Sócrates que destruiu a redundância de uma sociedade.
    O País devido ao Sociallismo de esquerda e direita foi obrigado a apostar tudo numa carta.
    Por exemplo só pode haver um ensino como é mau logo todos ficaram mal ensinados.
    Não há redundância.
    Não há escolha, logo temos uma Sociedade de Casino Sociallista. De aposta única.
    O País está dependente da Inteligência d Chefes Iluminados em vez da Inteligência de milhões de Portugueses.
    .
    A Elite quer-se sempre pendurar seja na Europa, Espanha, agora já quem avente o Brasil ou até Angola como próximos desígnios!
    Esta Elite não nasce do nada, vem do Povo que tem os mesmos hábitos, o Povo quer-se pendurar sempre no Estado. O Estado para o Povo é tirar ao vizinho para ficar mim.
    .
    O Povo e a Elite merecem o que lhes está a acontecer.
    .
    Numa altura em que o Mundo e os seus Pobres enriquecem como nunca desde que abandonaram o Sociallismo.

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  41. 5 Fevereiro, 2011 12:48

    Quando vêm malhar numa geração, seja ela qual for, serão certamente os velhos… do Restelo, diria Camões.
    Velhos de espírito, entenda-se.

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  42. 5 Fevereiro, 2011 13:11

    Convido os pimpões da geração de 60 e da geração de 70 a visitarem o Entroncamento a partir das 11:00. Só se vê pimpões da idade deles a coçarem o cu nas esplanadas e cafés. Tudo gente com idades entre os 50 e os 60 anos, com belas reformas, sem saberem o que fazer. Fiz as contas: esses pimpões descontaram menos de 80 mil euros para a Segurança Social ou para a CGA e, como vão viver até aos 80 anos, com pensões em muitos casos superiores a 2 mil euros, sacam do Estado cerca de 1 milhão de euros. Sacanagem que destruiu e anda a destruir o país.

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  43. scriabin permalink
    5 Fevereiro, 2011 13:15

    E se fossem todos trabalhar? Cambada de mimados ingratos. A geração de 60, aquela do meu pai, deu-vos tudo o que têm agora: deu-vos democracia, tudo. Falta muita coisa? Façam por isso. Trabalhem para um país melhor. Abram empresas, dêem emprego a esses jovens por quem choram lágrimas de crocodilo. Se não fossem os seus pais e avós, as gerações anteriores, aqueles que podem ter agora reformas razoáveis com que os podem ajudar, eles estavam bem pior. Querem dar-lhes mais? Trabalhem! Dêem-lhes empregos estáveis, paguem-lhes bem, que é a única coisa que eles pedem, se é que ainda não perceberam. É incrível a quantidade de lixo, de ressentimento, de ódio pela geração do 25 de Abril, que os posts do jmf atraem. Cai aqui o lixo todo dos saudosistas e dos ressentidos da pátria. Bem pode limpar as mãos à parede. Mereciam todos uma viagem de ida sem volta para os tempos de há três gerações.

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  44. Nuno permalink
    5 Fevereiro, 2011 13:27

    Eu só não percebo o problema de viver em casa dos pais ou estar a trabalhar para aquilo que se licenciou exactamente logo quando se sai do curso. Eu estou a estudar, no 2º ano, e neste momento, vejo a saida do meu curso muito complicada. Mas não tenciono ficar sentado no sofá a ver a televisão à espera que me caia um emprego do céu. Dobrar camisolas, servir às mesas ou passar artigos na caixa do supermercado não devia ser vergonha para ninguém. É um trabalho como outro qualquer que nos dá mais que o subsídio de desemprego. É que depois os mais “liberais” admiram-se com os pretos e brasileiros (com todo o respeito que tenho por eles) que “nos andam a roubar os empregos e nao sei que”. Pois, meus caros. Eles vêm para cá trabalhar, ganhar dinheiro, aquilo que é fundamental hoje em dia. E se for preciso viver em casa dos pais até aos 40, seja. Hoje há que ponderar muito o que se gasta. Ter casa e carro próprio é bom, mas se eu vir que não posso sustentar a moradia na Quinta da Marinha (passo a ironia), não me vou endividar para a comprar… Não vale a pena! Alugar-se um T1 num lado qualquer é suficiente. É um tecto. Quando se tiver mais algum, compra-se outra casa. É vergonhoso? Não acho, é dignificante. Porque depois pode-se dizer que se fez por merecer o que se tem.
    De facto,a situação financeira não é a melhor, mas numa altura destas, é preciso saber-se gerir o que há. O que temos… Não nos sobre-enterrarmos, não querermos ser os maiores. Saber conformar-mo-nos um pouco ao que temos. Ambicionar sempre com mais, mas agradecer a Deus o que temos hoje, que já é bom.
    Acho que não vai haver muita gente a ler este comment, mas agradecia que pessoas atentas e sapientes me respondessem.
    Saudações!

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  45. Bulimunda permalink
    5 Fevereiro, 2011 13:42

    Ramiro tem uma boa solução acabem com aqueles que vivem à conta de pacós nos politécnicos onde se ensina como cozer botões de albarda ou metam-nos em fornos crematórios ou eutanásia com eles…
    ivemos mesquinhamente, quais formigas, ainda que a fábula nos relate que há muito tempo atrás fomos transformados em homens; como os pigmeus lutamos com gruas; e é erro sobre erro, remendo sobre remendo, e a nossa melhor virtude decorre de uma miséria supérflua e evitável. A nossa vida é estilhaçada pelo pormenor.
    Um homem honesto dificilmente precisa de contar para além dos seus dez dedos das mãos, acrescentando, em caso extremo, os seus dez dedos dos pés, e o resto que se amontoe. Simplicidade, simplicidade, simplicidade! Digo: ocupai-vos de dois ou três afazeres, e não de cem ou mil; contai meia dúzia em vez de um milhão e tomai nota das receitas e despesas na ponta do polegar. A meio do agitado mar da vida civilizada, tantas são as nuvens, as tempestades, as areias movediças, tantos são os mil e um imprevistos a ser levados em conta, que para não se afundar, para não ir a pique antes de chegar ao porto, um homem tem de ser um grande calculista para lograr êxito.
    Simplificar, simplificar, simplificar. Em vez de três refeições por dia, se preciso for, comer apenas uma; em vez de cem pratos, cinco; e reduzir proporcionalmente as outras coisas. A nossa vida é como uma Confederação Germânica, composta de insignificantes Estados e com as fronteiras sempre a flutuar, de modo que nem uma alemão sabe, em dado momento, dizer quais são.

    Henry David Thoreau,

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  46. 5 Fevereiro, 2011 13:48

    Thoreau!
    Meu aplauso.

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  47. 5 Fevereiro, 2011 16:38

    O Henry Thourau foi um tonto anarquista que abominava o progresso científico e tecnológico. Se as ideias dele se generalizassem, voltaríamos à Idade Média.

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  48. 5 Fevereiro, 2011 16:52

    Com o liberalismo blasfémico e de sitios correlativos, já voltamos ao século XVII. É só andar mais um pouco às arrecuas…

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  49. J. Alves permalink
    5 Fevereiro, 2011 16:55

    Os “pimpões” de que fala Ramiro não se atribuíram a si próprios essas benesses. Foram-lhes concedidas pelos Governos. Governos eleitos pela minoria de eleitores e ainda menor minoria de cidadãos. Mais: nem todos os dessa geração são “pimpões”, muitos estão do lado de lá, do lado que tem sustentado os “pimpões”, fora da teta do Estado. As gerações actuais têm a culpa de em muitos casos ainda embarcarem nas tretas ideológicas que nos trouxeram até aqui e têm a culpa de, por acção ou omisão, ajudarem a manter no poder os fautores dessa governação que os depenou.

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  50. Tiradentes permalink
    5 Fevereiro, 2011 18:04

    Estes que invocam Thourou são os mesmos que aplaudem quem se veste de Armani e tem apartamento em condomínio de luxo? ahahaha
    Da simplicidade devem apenas saber aquela que as suas limitadas e velhas mentes já lhes fazia confusão escrever diferente da pronunciação.
    Nasceram caducos, velhos caducos e não precisam ser do Restelo.

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  51. lucklucky permalink
    5 Fevereiro, 2011 19:33

    “E se fossem todos trabalhar?”
    .
    Para te pagar?
    No dia em que houver limites ao que o Estado pode fazer à propriedade das pessoas, ao seu trabalho – limites aos impostos -. A única evolução possível para o Ocidente recuperar.

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  52. Arlindo da Costa permalink
    5 Fevereiro, 2011 19:56

    A geração a que JMF pertence deu cabo do país.
    Não é uma geração falhada, porque roubou tudo o que havia para roubar para além de terem fugido à tropa.
    É a geralão do «make love not war». PUTA QUE OS PARIU, como diria o Pacheco!

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  53. 5 Fevereiro, 2011 21:38

    Abomino a Mentira e ela governa. A História pode mudar.

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  54. permalink
    5 Fevereiro, 2011 23:21

    Eu sou a geração 500 euros a quem pedem que faça Pequenas ou médias empresas, para poderem espoliar melhor o que possa amealhar, eu sou a geração a rasca sem um canudo onde só se pode trabalhar até aos 30 anos, ou ser chulada até aos 40, a geração que com canudo é apelidada sobre qualificada para muitos trabalhos, eu sou a geração que ainda anda a procura dos 2 anos de experiência já que todos a pedem e ninguém a faculta, uma geração que se pasma no quanto dividida mais e mais é a própria geração e quanto zombificada foi, a geração que fica a espera que os pais trabalhem eternamente além dos 65 não abrindo vagas para eles, uma geração sem poder alugar casa, uma geração que é sempre silenciada pois somos os bibelots, bonitos de ver mas não ouvir mas de quem sempre esperam a solução dos problemas, a geração que tem de batalhar além simplexs e blabúrdicas papeladas burocráticas e contratos de chulo-puta abaixo… faz-se a merda vocês que se arranjem pouco, faltou aos ex presidentes deste lobby familiar feito república acrescentarem mais.

    Eu sou a geração a quem foi oferecido todo o comodismo de uma infância mas a quem nunca contaram que o preço seria o futuro rasurado aos 30 anos, é tão lindo falar teóricamente quando não se tem a percepção da catástrofe humana que se pode instalar eminente.

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  55. 5 Fevereiro, 2011 23:28

    Uma geração? Não creio…antes uma clique…

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  56. PMP permalink
    5 Fevereiro, 2011 23:31

    Nem a geração dos que têm 60 nem a dos 50 (as que têm o poder) consegue perceber o gravissimo problema que é o desemprego e o sub-emprego.
    .
    Vejam que mesmo com um aumento de divida acima dos 15 mil milhões em 2010 foi possivel criar emprego.
    .
    O que está então errado ?

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  57. scriabin permalink
    6 Fevereiro, 2011 00:44

    E os que têm 90, e os que têm 80, e os de 70? E os que entretanto já fizeram 100? Ainda não percebi esta treta da responsabilidade geracional. Entretanto, pasme-se, há quem ache que os anos 60 foram um flower power, em Portugal. Andam a ver muitos filmes.
    Caro Pó, eu trabalhei até há um ano num call center numa empresa de telecomunicações a ganhar trezentos euros por mês, mais comissões de m. , a recibo verde. Pouco mais ganho agora, a fazer a mesma coisa. Sabias que há muitos trabalhadores, sobretudo os de recibo verde, que sonham ganhar 500 euros? Há quem ganhe 200 (duzentos) a fazer isso, licenciados e não licenciados, que para mim é a mesma coisa. Sabias? Como imaginas, se não fossem as reformas dos meus pais, a minha familia passava mal. Nunca culpei os meus pais, nem os da sua idade, pela minha situação precária. Culpo sim, os sacanas que me exploram. Aqueles que têm um lucro imenso com a minha precaridade e baixo rendimento, muitos mais novos do que eu. Já agora, quanto as velhotes trabalharem para além dos 65, não te dando o lugar, é curioso que digas isso. Olha que a acusação mais frequente é que há muita gente que se reforma logo aos 50 anos :). O que esta malta quer mesmo é que os velhos trabalhem até morrer. Pá, quem dera aos velhos que o lugar fosse já teu amanhã!

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  58. teresa permalink
    6 Fevereiro, 2011 01:26

    A questão parece- a título pessoal – mais complexa do que uma mera divisão em bom/mau. Os tempos são outros, o estado providência já era, a falência do sistema social e o envelhecimento das populações são dados e não especulação… Também há quem acrescente ao restante descalabro financeiro que, em muitos países, o dinheiro posto de parte para as reformas serviam única e exclusivamente para elas e, cá pelo burgo, foi aplicado em muitas outras coisas … Os sociólogos nacionais referem como únicas profissões protegidas a de médico (será? ) e a de piloto de aviação… Chega o desconforto após leitura do texto de J.M.Fernandes no Público embora as afirmações que contém se afigurem algo deterministas ou mesmo taxativas, sabe-se lá se a actual geração, a dos licenciados agarrada ao telefone em centros de atendimento ou a distribuir pizzas acabará ou não por se revoltar? Quando se passa a vista por jornais de países mais prósperos que o nosso fica-se apreensivo… E pensa-se que se por lá o Estado reduz postos de trabalho, o que dizer de «nós por cá»? Generalizações encerram perigos e certamente nem todos os que hoje têm filhos de 25-30 anos em casa andaram, durante parte da vida activa, a fazer «coisa nenhuma», a passar tardes no café, ou fingiram que trabalhavam… É que a realidade não é dicotómica ou a preto e branco e torna-se cómodo encontrar uma simples explicação para tudo (o tal bode ‘respiratório’, para citar um treinador de futebol), sem se olhar para a complexidade (serve o eufemismo para não descambar) da actual economia, sendo impossível não lembrar gastos aforismos como «quando o mar bate na rocha…» ou «em casa onde não há pão»… Situações nunca se repetem, o que explica (também e entre outros factores) a impossibilidade de um novo Maio de 68, quem sabe se um dia não seremos surpreendidos. De momento, só pela negativa e pelo desânimo… Mesmo sem opção, a geração canguru (a manter-se, até aos 30 na bolsa marsupial) já o era por questões culturais no nosso país. Antes desta situação gritante para os jovens, poucos eram aqueles que, mesmo com emprego estável e razoavelmente remunerado, tinham por hábito viver em casa própria, só o fazendo a partir do momento em que constituíam a sua própria família (alguns mesmo assim dificilmente cortavam o cordão umbilical).

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  59. Mariamoreira permalink
    6 Fevereiro, 2011 03:17

    Após ter lido o artigo do sr. Arlindo da Costa, pensei duas vezes se deveria sequer dar-lhe importância a ponto de comentar. Não resisti porém a referir que, o mundo está cheio de homens que, vendo, são mais cegos que os cegos. Seja feliz. Tem o país que merece. Já agora , eu vivi o 25 de Abril, com o maior dos orgulhose,faço parte da tal geração da qual muito me orgulho..

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  60. AAA permalink
    6 Fevereiro, 2011 10:50

    AB e Scriabin:
    Ainda não perceberam que a geração de 60 não deu nada disso que apregoam? Não perceberam ainda que esse estado social ainda não foi pago por ninguém? Está ininterruptamente em sucessivos défices de estado desde 1976 e que ainda ninguém pagou. E que a conta está a ser apresentada agora?

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  61. Tiradentes permalink
    6 Fevereiro, 2011 11:43

    É claro que não perceberam e duvido que alguma vez o venham a fazer. É a “coltura” do imediato do presente sem passado, as causas são apenas as directas, qualquer razão mais complexa não lhes entra na cachimónia…enfim…cultura de acordos ortográficos e novas oportunidades.

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  62. Bulimunda permalink
    6 Fevereiro, 2011 11:50

    Mas meus amigos o liberalismo e o neoliberalismo não nos incute essa cultura do imediato do pressé…live fast die fast?

    Song of the Universal by Walt Whitman …

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  63. scriabin permalink
    6 Fevereiro, 2011 12:24

    AAA, não gostas de estado social? É que o estado social tem custos. Tens a certeza de que não gostas do estado social? não gostas do que o estado nestes quarenta anos colocou à tua disposição? É incrivel a quantidade de pessoas que agora dizem que não gostam do estado social, que custa demais, etc. Gostaria de saber, coisa que nunca vou saber, se usufruem ou não secretamente com gosto do estado social de que dizem cobras e lagartos, saúde, educação, segurança social, infra-estruturas, regulamentação, etc. A maior parte, tenho a certeza, mais e melhor do que eu.

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  64. 6 Fevereiro, 2011 12:49

    Quem tem formaçao superior tem sempre uma boa soluçao, fazer as malas e emigrar. Ha procura e continuara a haver procura de mao de obra qualificada na europa. Enviem o cv, cada pais disponibiliza por internet uma banca de ofertas de emprego, o salario justifica, passam do limiar da sobrevivencia para 2500-3500 euros.

    Portugal enfim nao é de todo um pais europeu

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  65. permalink
    6 Fevereiro, 2011 14:58

    Ó scriabin, não ataco gerações, o desprezismo, a ladroice é algo cultural por aqui, o estado social é útil sim, se fosse obrigatóriamente policiado de forma a não haver a malandrice que nele se perpétua, mas o caso é mais bicudo, o caso é que na destruição da pouca indústia e na fuga para o sector terciário de serviços e na constante evolução tecnológica o sector de serviços não vai absorver o desemprego, é suposto um quarto da população andar sem comer para pagar o que os outros fizeram sem pensar por décadas, vão dar o berro e voltar a terriola ao campo a ver se têm por onde comer, este país precisa de rever a lei laboral, acabar com as empresas em estado agonizante de vez, rever as leis de rendas, aumentar de vez o salário mínimo, criar policiamento ético nestas contas, precisamos de gente de fora para rever o funcionamento da lei não é arrastar casos mediáticos por décadas ao custo do contribuinte, mas é suposto engolir-se a patacoada ou apelidada “informação” das televisões? Este país está uma merda meus senhores, e não pensem por um único momento que pode haver cura milagrosa, vai levar o seu tempo entretanto o povo burro estúpido e corno, vai seguir a dar votos aos mesmos lobbies que vão entretanto vendendo os tesouros nacionais aos chineses.

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  66. PMP permalink
    6 Fevereiro, 2011 15:35

    A situação é grave, mas não é totalmente desesperada. O Pó tem razão em muito do que diz.
    O que é preciso é atacar os problemas internos e resolvê-los um a um implacávelmente.
    .
    Educação->quais as melhores escolas ? Quem as gere ? São esses que devem gerir, em vez de uma escola passam a gerir 4 escolas.
    Justiça->quais os tribunais com menos atrasos ? Quem está lá ? São esses que devem gerir 4 tribunais.
    Saúde->quais os melhores hospitais ? quem os gere? alargar para 4 hospitais
    .
    Reduzir em 35% o numero de chefias no sector público. Colocar essas chefias excedentárias a trabalhar na primeira linha.
    .
    Universidade Públicas->Qual a empregabilidade de cada curso ? Reduzir o numero de cursos em 30%. Quantos alunos por professor ? Aumentar 30% o numero de alunos por professor e colocar os catedráticos a dar aulas.
    .

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  67. 6 Fevereiro, 2011 17:00

    O estado social é um dado a abater: com a voracidade dos que não enxergam além do próprio umbigo, dos que chafurdam no egoismo, dos que estão atascados de inveja até ao tutano, dos que não passam de individualistas militantes, dos que não têm uma gota de civismo e de responsabilidade social, dos que apenas socializam no âmbito familiar. Portugal tem tudo para cascar no estado social: é o império dos desconfiados, dos invejosos e dos egoistas. Mas experimentem retirar-lhes o estado social e vão ver como arreganham as dentuças!

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  68. scriabin permalink
    6 Fevereiro, 2011 20:35

    PMP, diz 4, 35% ou 30%, como quem diz outros números quaisquer. Vivemos num paíos de comentadores de cálculos de cabeça. O Pó, diz que estamos no abismo. Que este país é uma merda e que somos todos estúpidos (com a excepção dele e de mais meia dúzia, sendo que os inteligentes são, fatalmente, aquele que dizem que o país é uma merda). Ora, eu, para além das dificuldades por que passo no dia a dia, ainda me chateiam os que passam a vida a dizer que somos uma merda e que somos todos burros. Meus caros, por mais que vos doa, vivem muito melhor do que viviam os vossos avós.

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  69. AAA permalink
    6 Fevereiro, 2011 21:02

    Scriabin,
    Se gosto do estado social? Claro que gosto, acho apenas que deve ser adaptado às nossas possibilidades. É tão dificil perceber que não podemos ter aquilo que não podemos pagar? Os teus pais ainda não te explicaram isso? Se não, agora é tarde. Só vais aprender com a vida.
    Tenho o sonho de fazer um cruzeiro, sabes porque nunca o fiz? Não tenho dinheiro para isso. Ou seja, não me posso dar a luxos que não posso pagar.

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  70. Portela Menos 1 permalink
    6 Fevereiro, 2011 21:54

    E os nossos ultra-liberais, pró-ensino privado com dinheiropúblico e anti-estado social em geral…já alguma vez pensaram em emigrar para um país em que o Estado não proteja os seus cidadãos? Seria uma solução para o vosso ódio a um abono de família, a uma escola pública, a uma pensão de reforma digna..
    Quando lá chegarem não se esqueçam de dar notícias desse país!

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  71. permalink
    6 Fevereiro, 2011 21:59

    Scriabin, eu não compro o que sei não poder pagar, não gasto dinheiro que não seja meu, gostava que essa mentalidade fosse mais comum, “Que este país é uma merda e que somos todos estúpidos (com a excepção dele e de mais meia dúzia, sendo que os inteligentes são, fatalmente, aquele que dizem que o país é uma merda).” eu nunca disse ser inteligente e não estúpido fui muito e por demasiado tempo, uma coisa é a sua interpretação do que eu disse outra é o que eu disse, não somos todos estúpidos mas estamos longe de ser brilhantes, e de facto está uma merda o primeiro que temos de fazer é largar o chauvinismo nacionalista e chamar as coisas pelos nomes, reconhecer os males e como alguém disse e de forma implacável apagá-los, viverá melhor que os seus avôs, depende dos avôs meu caro e do que estima como qualidade de vida, por mim digo-lhe as probabilidades apontam que não viverá melhor que a vasta maioria da geração apelidada seus pais.

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  72. scriabin permalink
    6 Fevereiro, 2011 23:11

    Pó, com todas as dificuldades que passamos, sobretudo os jovens, vivemos em média muito melhor do que viviamos há quarenta, cinquenta anos. Dizes “depende dos avós”? Claro, havia muitos avós que viviam muito bem em 1960, e existem muitos avós que vivem agora mal. Eu falo do país, não falo em casos particulares. Tu não fazes ideia do que era o passado e não o fazendo, não sabes avaliar o presente. Estou um bocado cansado de frases feitas sobre custos, por exemplo. Vamos falar de coisas concretas? Sim, custou muito levar o saneamento e a água potável a muitas aldeias neste país. Claro, custou dinheiro acabar com doenças crónicas e infecciosas de que sofriam muitas crianças neste país, descer a mortalidade infantil para níveis que nunca teve. Custou muito criar uma rede de escolas, de universidades e ensino politécnico que, apesar de tudo, deu oportunidade a muitos jovens pobres de criarem riqueza. Pensas que os idosos do sistemas não contributivo têm reformas baixas? Nem te digo o que era ser velho e viver só da caridade dos outros, ou das enxovias onde metiam os velhos quando estes já não serviam à sociedade. Conheci eu asilos que fazem o pior lar de idosos actual parecer o hotel de seis estrelas do Dubai. Isto foi o estado social que se criou. O AAA vem-me falar de “cruzeiros” e diz que devo pedir conselhos aos meus pais, enfim. Há muito desperdício, claro que há, muito dinheiro mal gasto, muitas derrapagens, há muita gente a ganhar demais. É por isso que este país é uma merda? A maior merda que há neste país, volto a dizer, é a gente gananciosa, muitos deles mais jovens do que eu, que não têm qualquer sentido de humanidade pelos outros e que os exploram. Isso sim, é uma merda.

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  73. PMP permalink
    6 Fevereiro, 2011 23:25

    O Scriabin diz que vivemos melhor que há 20 anos atrás, o que é uma verdade de La Palice.
    .
    O problema é que desde há 15 anos estamos a patinar, a divida publica triplicou, o desemprego aumentou, os jovens não conseguem empregos, a imigração disparou.
    .
    Sem cortar no desperdicio do sector publico, reduzindo o tamanho do governo e reduzindo o numero de entidades públicas pelo menos em 35%, temos de cortar nos abonos , congelar as pensões mais baixas, piorar a qualidade do ensino e da saude.
    .
    E isso inclui as Universidades Públicas, que gastam demasiado para o que produzem.

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  74. scriabin permalink
    7 Fevereiro, 2011 00:24

    PMP, por acaso, não falei em 20 anos, falei em 40 e 50. Quando a ser uma verdade de la palice, olhe que não, olhe que não… ; andamos aqui precisamente a dar porrada na herança da maldita geração de 60, ou lá o que é. Isto nos últimos trinta anos, trinta e cinco, foi uma desgraça, parece.
    Há muito por onde cortar, é claro. Muito desperdício, muita porcaria. Eu não sei é como chegou aos 35%. Nem 33% nem 37%? Provavelmente até é mais, não sei. Bom, o Passos Coelho, que é da geração de 80, um rapaz novo, sério, que de hippie cabeludo não tem nada, nem nunca fugiu à tropa, é que vai pôr isto nos eixos e vai cortar para aí 72,5 % ;).

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  75. permalink
    7 Fevereiro, 2011 02:21

    “Tu não fazes ideia do que era o passado e não o fazendo, não sabes avaliar o presente” sim conhece-me perfeitamente para dizer o que sei ou não sei e se por acaso vier de uma família das que foi atacada pela febre espanhola, das que era festa haver carne na mesa, das que se lembra do valor de uma laranja, mas sei também que era uma minoria, que a maioria não sofreu assim, subimos a custo aonde estamos num pais sem mobilidade social onde a meritocracia foi abandonada há muito.

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  76. manuel fonseca permalink
    7 Fevereiro, 2011 10:30

    Espanta-me que os jovens ainda não tenham criado movimento(s) autónomo,da sociedade civil,para denunciar esta espoliação.

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  77. Miguel permalink
    7 Fevereiro, 2011 10:33

    “O último a sair que desligue a luz e feche a porta.”

    O ultimo já não terá luz, é preciso pagar, e portas já não haverá, foram para as lareiras…

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  78. scriabin permalink
    7 Fevereiro, 2011 10:37

    Pó, avalio o que dizes, não o que és. Dizes que era uma minoria os que só tinham carne na mesa nos dias de festa, ou os que eram dizimados por doenças, e que a maioria não sofreu assim? Então, se eu te acabei de dizer que a mortalidade infantil, por exemplo, era grande! Que os cuidados primários de saúde eram praticamente inexistentes, e tu vens-me falar em “minoria”? Qual foi a parte que eu disse que tu não percebeste? Pensas que era very tipical ir buscar a água à fonte com um cântaro, ou tirar água de poços para beber, o que provocava de vez em quando surtos de cólera? Ou andar quilómetros por caminhos de cabra para ir ao medico à vila mais próxima, com um filho ao colo, ou de burro? Sabes como viviam as pessoas nas “ilhas” do Porto ou dos bairros de Lisboa? A única coisa que conheces desses bairros são os filmes do Vasco Santana. Valha-te Deus. E dizes que a “meritocracia” foi abandonada? Então, mas se tinhamos um analfabetismo enorme e carências graves de tudo, que o desleixo e a prepotência das autoridades era geral, e falas-me em meritocracia de antigamente? És também daqueles que pensam que antigamente não se entrava por cunha e não havia subornos ou corrupção? E mobilidade social, antigamente? Ó meu caro, eu tenho origem numa aldeia onde as únicas pessoas, em várias gerações, que arranjavam um canudo, eram os filhos daqueles que já os tinham, que por sua vez eram também os que já eram os donos das terras. Os filhos de uns, nasciam para servir os filhos dos outros, não para subir na vida. Mas tu pensas que o Portugal de agora tem alguma coisa a ver com o Portugal de antigamente? Os mais jovens não têm desculpa para não saberem, com a quantidade de informação que têm ao seus dispor. E depois queres que te leva a sério.

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  79. berto permalink
    7 Fevereiro, 2011 10:37

    Culpado, eu? Sou da geração de 60, apanhei com Salazar, Caetano, e com a guerra nos cornos, exultei com 25 de Abril, solidarizei-me, participei, manifestei, aderi, protestei. Depois adormeci. Outros valores surgiram, trabalho, familia, responsabilidades. Vivi o que vivi, com altos e baixos, e não devo nada a ninguém. Tive possibilidades de ter uma casa nova, e tive-a, como um carro novo, ou até, porque não, um plasma. Se os tenho é porque ganhei direito a tê-los, não os roubei, paguei tudo com o dinheiro do meu salário, e até recorrendo ao crédito. É provável que os meus filhos amanhã tenham mais dificuldades que eu. Mas os valores que lhes tento transmitir são a honestidade, a verticalidade moral e a justiça. Precisamente o que tem faltado aos políticos, economistas, financeiros, e advogados que governam o país há mais de 30 anos. Não culpo as gerações deles porque foram de diferentes gerações, isso não faz qualquer sentido. Mas uma sociedade que se rege apenas e só pelo lucro fácil, na qual os liberais da treta usam e abusam de todos os argumentos para a justificarem, uma sociedade assim permite todo o tipo de preversões.
    Não lutei por essa sociedade, nunca a quis nem a quero, e espero que os meus filhos consigam fazer algo para a mudar. É essa a herança que lhes pretendo deixar. Culpado, eu?

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  80. Miguel permalink
    7 Fevereiro, 2011 10:54

    “António Ferreira
    Posted 5 Fevereiro, 2011 at 02:41 | Permalink
    Acho sinceramente que, a culpa é de todos, incluíndo da minha geração (nascida em 80).”

    Uma geração que tem os seus primeiros “trintinhos/as” é culpada de que? Pode/ deve/ tem de ser parte importante na mudança, mas não vejo como lhe atribuir culpas.

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  81. Miguel permalink
    7 Fevereiro, 2011 11:07

    “O Raio
    Posted 5 Fevereiro, 2011 at 03:32 | Permalink
    Bom, a geração anterior à do jmf, aguentou a guerra, pagou as reformas dos seus pais, instalou a democracia e cedeu à geração seguinte…”

    Pagou reformas mais baixas e em muito menos quantidade como deve saber.
    A parte “instalou a democracia e cedeu à geração seguinte…” faz me pensar em monarquias e herdeiros. É que realmente instalaram se e foram cedendo, ducados aqui, principados acolá. É que são muitos os Infantes… ficando os bastardos com o pouco de sobra…

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  82. Dublin permalink
    7 Fevereiro, 2011 11:31

    Porra, o muro das lamentações não devia estar em Jerusalém! Portugal não é o único país do mundo com dívida (por acaso até está dentro da média), mas é seguramente o país mais infeliz e acabrunhado que existe. Os únicos escritos que têm relevo são os do desânimo. Já nascemos cansados, deprimidos. É a nossa condiçao natural. Pelo menos é o que expressamos publicamente e nos inquéritos. Depois vem a outra face da moeda, como somos um país muito triste toca de compensar na festa, na movida, nas férias e fins de semana prolongados. Nos restaurantes e carros novos, etc.. Qualquer estudante de erasmus que aqui chega imediatamente se rende à boa vida que aqui se vive, que nunca sonhou existir, até deixar a sua terra natal.

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  83. campos de minas permalink
    7 Fevereiro, 2011 11:36

    «Qualquer estudante de erasmus que aqui chega imediatamente se rende à boa vida que aqui se vive, que nunca sonhou existir, até deixar a sua terra natal.»
    essa é que é essa! boa análise, sim senhor!

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  84. permalink
    7 Fevereiro, 2011 12:08

    Scriabin óbviamente nunca vagueou pelas mesmíssimas ruas que retrata HOJE, vai ver que o tempo é um conceito que só abrange as ruas certas, ainda hoje se vai buscar água a fonte sabia? Sim em Portugal ainda há sitios sem electrecidade mesmo dentro da capital e não é por não se poder pagar a luz, digamos que é devido as competentes instalações que se fizeram, e as competentíssimas licenças para construção de fogos em massa, posso-lhe dizer que meritocracia e mobilidade nunca houve muita mas havia um pouco mais de ética. Dito isto se for a Suiça viver um pouco secalhar foge de volta para cá, é que ambos os extremos não são lá muito saudáveis, Portugal para mim está numa situação má mas ainda tem charme para mudar, por isso envês de lamuriar, já se fazia era algo.

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  85. Tomas permalink
    7 Fevereiro, 2011 12:13

    JMF – Brilhante texto que representa bem a sensação de uma geração inteira que olha para a frente e só vê a conta para pagar.

    No country for young men…

    Quem tanto discorda com este texto não percebe que é a cultura do direito a que o estado me pague tudo, casa, emprego garantido para sempre, progressão automática, subsidio de tudo e mais alguma coisa que vão lixar que cá ficar dos mais jovens…

    Conquistou-se a liberdade e esse poder serviu para criar desigualdades enormes, e endividar o futuro para uns ganharem um pouco mais. A culpa é sim das gerações mais velhas que deixaram cair nas ilusões demagogas de que não se precisa de trabalhar para melhorar a vida…

    E ficarão as SCUTS pelo país fora, os empregos no estado, e as mordomias de quem para elas nunca trabalhou.

    E os jovens? Esses vão na nova onda migratória… Lá fora não nos passam a conta deste modo…

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  86. scriabin permalink
    7 Fevereiro, 2011 12:44

    Ó Pó, pá, tu estás a gozar comigo? ;). Olha lá, ainda há quem vá buscar água à fonte, sim senhor, e ainda há alguns locais sem elecricidade. Mas não se compara com o que existia antigamente. Qual é a parte disto que não entendes? Qual e a tua dificuldade? Ó meu, tu já ouviste falar em percentagens, taxas de cobertura, coisas assim? E queres comparar a miséria de antigamente nas grandes cidades, ou nos meios rurais, com a que existe agora? Mas alguém diz que a pobreza desapareceu? Ó cum catano… Fónix, tu desculpa, mas és dificil. Quantos anos tens tu, afinal? Quanto a lamúrias, mas tu é que andas aqui a dizer que somos um país de merda e somos todos ou quase todos burros. Olha, eu já dei para este peditório, xauzinho.

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  87. Samuel permalink
    7 Fevereiro, 2011 13:24

    É tudo uma grande espoliação, efectivamente!
    Por exemplo, ao autor deste texto, espoliaram o cérebro… :-)))

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  88. 7 Fevereiro, 2011 18:08

    Até subscrevo (e no início dos 80s eu ainda andava a aprender esta língua e tinha aterrado aqui perplexa com o bandeirame negro de cujo significado não tinha noção e até sou dessa desgraçada geração que não sabe se vai ter reforma vai trabalhar até mais tarde e cuja esperança de vida vai diminuir face ao cenário actual) mas… pagamos um preço pela massificação, as hordas de licenciados que só tiveram na Universidade a única hipótese de adiar a entrada no mundo do trabalho, de adiar a saída do cómodo do lar parental. Sim, se callar até subscrevo na íntegra, os responsáveis por estas massificações são, afinal, quem ainda está ao leme da contemporaneidade e vai deixar de estar dentro em pouco recolhido às gaiolas douradas que souberam fazer para si. Que sorte a dos baby boomers afinal…

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  89. 7 Fevereiro, 2011 18:55

    “andamos aqui precisamente a dar porrada na herança da maldita geração de 60, ou lá o que é. ”
    Grande idiota.

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  90. 8 Fevereiro, 2011 18:38

    Tiro o Chapéu ao texto… mesmo nao concordando com algumas das coisas que nao poderia aqui dissecar, mas que o fiz com um texto no meu blog:
    http://brigadascinzacoelho.blogspot.com/2011/02/nao-ha-como-escapar-ao-tema-musica-dos.html

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  91. 10 Fevereiro, 2011 13:21

    Após ter lido o artigo do sr. Arlindo da Costa, pensei duas vezes se deveria sequer dar-lhe importância a ponto de comentar. Não resisti porém a referir que, o mundo está cheio de homens que, vendo, são mais cegos que os cegos. Seja feliz. Tem o país que merece. Já agora , eu vivi o 25 de Abril, com o maior dos orgulhose,faço parte da tal geração da qual muito me orgulho..

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