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Carta a um filho sobre estes dias que correm

22 Outubro, 2011
by

Escrevo-te no final de um estranho mês de Outubro. Depois de um Verão triste, tivemos sol e calor. Na praia e o mar estava estranhamente calmo. Teriam sido semanas descontraídas e alegres se não fossemos lendo as notícias. Sabíamos que elas, quando chegassem, seriam más – mas não estávamos à espera de notícias tão más.

Não sou funcionário público e ainda nem falei com o teu avô, que perderá, nos próximos anos, os subsídios de férias e de Natal. Mas sei que os funcionários públicos e os pensionistas estão atordoados. É natural. Não estavam à espera. Ninguém estava à espera. Mesmo eu, que há muito defendia a necessidade de diminuir os gastos com a função pública, não imaginava que fosse assim.

No entanto tenho a percepção da fatalidade. Julgo que muita gente a tem. O dinheiro acabou. O nosso e até o que nos emprestam. Não posso nem quero imaginar que fosse através de mais impostos que se resolvessem as aflições do próximo Orçamento, como parece sugerir o Presidente da República. Não posso nem quero imaginar que o governo deste país continuasse a fazer como os governos do passado, a fingir que cumpria as metas disfarçando as dívidas.

É por isso que não posso deixar de pensar: o que foi que nos trouxe até aqui? O que foi que nos meteu neste poço a que só agora vemos as paredes escuras, negras?

Também te escrevo envergonhado. Porque escrevo para te dizer, por exemplo, que quando tiveres a minha idade, se ainda andares por este país, continuarás a pagar centenas e centenas de quilómetros de auto-estradas que se degradarão antes de chegarem a ter movimento que se veja. Ou para te alertar que bem antes de chegares à idade da reforma o sistema de pensões terá entrado em colapso (dizem-me que ainda haverá dinheiro para os da minha idade, mas não acredito).

Escrevo-te sobretudo para te contar como desperdiçámos a melhor oportunidade de um século de história. Ou mesmo dos últimos dois séculos.

Sei que muitos andam por aí a culpar “os políticos”. Têm razão: houve muita irresponsabilidade política, houve dolo e houve corrupção. Há alguns figurões a que nunca perdoarei, e espero que o país não perdoe. Mas eu não culpo só “os políticos”. Ou só “os banqueiros”, apesar de estes também terem contribuído para a irresponsabilidade do festim. Eu culpo também uma nação que se embebedou com a ilusão da riqueza fácil, do sonho de “ser como os outros europeus” no espaço de uma década.

No outro dia pus-me a olhar para o meu carro. Seria necessário ter um modelo tão bom? Não. Mas tudo estava feito para que o tivesse. Em poucos anos, Portugal encheu-se de automóveis. Na Europa só os italianos têm proporcionalmente mais carros do que os portugueses. O parque automóvel de Lisboa é imensamente mais rico do que o de Copenhaga ou Estocolmo. Mas não só. Somos o povo com mais telemóveis. E o que mais casas próprias comprou. Até casas de segunda habitação.

Muitos da minha geração fizeram tudo para proporcionar aos filhos os bens de consumo a que eles próprios não haviam tido acesso, mas não fizeram o suficiente para que muitos da tua geração saíssem mais cede de casa dos pais. Há quem diga que é assim porque ainda acreditamos nos valores familiares, mas eu desconfio. Afinal com que família sonhamos se, ao mesmo tempo, somos um dos países da Europa onde nascem menos crianças?

 

Não te vou contar a história de todas as oportunidades falhadas. Ou de todas as políticas criminosas. Ou de todos os roubos, que também os houve. Prefiro tentar, mais humildemente, explicar como te expropriámos o futuro.

Nasceste, como eu nasci, num país de cultura atávica. Num país onde se prefere a protecção do nepotismo ao risco da emancipação. Um país habituado à segurança, mesmo que na pobreza relativa. A revolução não nos mudou, apenas transformou tudo em direitos. Os empregos tinham de ser para a vida, de preferência empregos no Estado. Ninguém pôde tocar nas rendas antigas, pelo que a minha geração teve de ir á procura de casa própria e a tua… nem isso. Os despedimentos são tabu. Houve até quem assumisse “direitos” como a reforma aos 55 ou 56 anos.

Neste país não há profissões: há posições. Quem as ocupa chama-lhes suas, e barra os caminho a todos os competidores. Neste país não há feriados: há “pontes” e fins-de-semana alargados. Neste país detesta-se a avaliação: somos todos “bons” ou “muito bons”. Neste país fala-se muito dos jovens, mas não há oportunidades nem bons olhos para os mais novos.

Enquanto a economia foi crescendo, enquanto o dinheiro (primeiro o dos emigrantes, depois o da Europa) foi chegando, parecia que corria tudo bem. Mas isso tinha de acabar, e acabou. Foi nessa altura que o desemprego dos da tua idade começou a disparar. Antes de disparar todo o desemprego.

Ninguém que, nessa época, chamasse a atenção para a insustentabilidade da nossa economia era ouvido. Gozava-se com o Medina Carreira. Diziam que todos os que chamavam a atenção para o risco de nos embebedarmos com os juros baixos eram apenas “velhos do Restelo”. Na nossa vida privada, compravamos mais um plasma. No Estado, contratava-se mais uma PPP para outra auto-estrada.

 

Quando penso no que nos aconteceu como país, e no que aconteceu ao Estado, lembro-me das campanhas da Cofidis e outras empresas de crédito fácil. Para muitos, esse dinheiro ao virar da esquina e a ilusão de que os ordenados aumentariam todos os anos, levou-os a comprar hoje o que julgavam poder pagar amanhã. Até que começaram a ver o salário penhorado por dívidas e, mesmo sem perderem os empregos, perderam os rendimentos.

O país todo portou-se da mesma forma. Desde 1995 que consumimos, em média, mais dez por cento do que produzimos. Sempre a crédito. Sempre com dívidas maiores. Sempre sem sermos capazes de nos emendarmos a tempo.

O que se passou no Estado – por via de vários governos centrais, dos governos regionais e das autarquias – foi muito pior. Inventaram-se expedientes para continuar a gastar sem pagar. Já deves ter ouvido falar das PPP’s, mas são só uma parte do problema. Há empresas públicas fictícias que, para financiar o Estado, lhe compram os imóveis e, depois, lhos alugam. Outras que fazem as obras para as quais não há (nem havia) dinheiro, como nas escolas. Outras, como as de transportes, que são veículos de endividamento. Se na Madeira se construiu uma marina que nunca teve barcos, em Lisboa há outra marina na Expo que nunca serviu para nada e em Beja um aeroporto vazio. O Alqueva já consumiu milhões e ainda não rega um hectare. E por aí adiante. A lista é infindável e o espantoso é que os autores dos desmandos andam por aí a rir e a atirar setas aos que, agora, tentam concertar a casa em ruínas.

Vivemos de mentiras – votámos mesmo em mentiras apesar de vários alertas – e na ilusão de que o dinheiro chegaria sempre. Não chegou. A factura que estamos a pagar é imensa. A que te vamos deixar, além de imensa, é imoral.

 

Chegámos a uma altura em que um governo nos veio dizer que temos de empobrecer. Admiro-lhe a frontalidade (gostei muito de ver, por exemplo, a franqueza com que o ministro das Finanças se explicou na televisão). Gosto da lufada de ar fresco que representa esta sinceridade.

A ti isso pouco te importa. O que conta é saber se saímos inteiros do embate deste “martelo-pilão”, como lhe chama o Pacheco Pereira. Acho que sim. Podemos ter um Orçamento que é como “um Houdini algemado dentro de uma camisa-de-forças fechado num aquário de água salgada”, uma imagem do Pedro Guerreiro, mas tal como o Houdini não temos alternativa senão safarmo-nos.

Talvez tenhas ouvido dizer que assim se acrescenta recessão à recessão. É verdade, mas só num primeiro momento. Depois, a única esperança que a minha geração pode devolver à tua é quebrar o ciclo da dívida e permitir que, sem loucuras, os bancos possam voltar a financiar a economia. Prosseguir o caminho que vinha detrás é alimentar a ilusão de que, continuando o Estado a gastar dinheiro, ou a estimular o consumo que nos levou ao endividamento, a economia recupera. Não acredites: afunda-se ainda mais. E passará aos da tua idade um passivo ainda maior.

O dever dos que têm a minha idade, sobretudo dos que, melhor ou pior, viveram os anos do bem-bom e estão razoavelmente instalados, não é declarem-se “indignados” por perderem alguns direitos – é aceitarem que algum ajustamento nos seus hábitos, mesmo um ajustamento doloroso e duro, é necessário para libertar recursos para os que têm realmente razões para se indignarem. Os da tua idade.

A minha geração passou a vida a reivindicar direitos pagos pelo dinheiro de todos. Ainda hoje continuo a ouvir por todo lado gente a pedir que se use o Estado para “apostar” na economia, o que quase sempre significa apostar nas empresas amigas. Possa a tua geração fazer em Portugal o que tantos de vocês fizeram emigrando: correr riscos, inovar, trabalhar com ambição, cerrar os dentes. A muitos da minha geração só se lhes saírem da frente. Mesmo deixando-te as SCUT’s para pagar.

Público, 21 Outubro 2011

 

80 comentários leave one →
  1. Basico permalink
    22 Outubro, 2011 10:05

    Boa.

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  2. João Dias permalink
    22 Outubro, 2011 10:16

    Um pitéu à espera de ser trincado pelos “comentadores”… E aqueles conselheiros Acácios refastelados na bendita assembleia a gozar à tripa forra? Até dói!

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  3. zazie permalink
    22 Outubro, 2011 10:23

    Não há pachorra…
    .
    Não há um alminha caridosa que diga a este senhor que não é preciso gastar tantas palavras para não dizer nada.

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  4. avbraz permalink
    22 Outubro, 2011 10:33

    Querido filho,
    Tu não podes votar. Votei por ti e pela tua geração.
    Votei com a certeza que o prazo do ajustamento que nos foi imposto não permitia que fosse tudo feito sem grandes subidas de impostos.
    Pela primeira vez na minha vida vou ficar sem um mimo no natal para que tu tenhas o teu.
    Mas tenho um sorriso na cara. Porque pela primeira vez um ministro afirmou o que o pai diz há muito: não poder ser despedido vale muito dinheiro. E isso é o primeiro passo para que o sacrifício do teu pai se transforme num futuro melhor.
    Se Deus quiser, vais ser tu e as tuas ideias o motor de crescimento do país e não um governante a pensar que fazendo um túnel submarino a ligar Lisboa ao Algarve irá relançar a economia.
    Não quero ter de explicar porque é no GPS aparece uma auto-estrada colada à A1.
    Quero,antes, explicar-te que a redução do tamanho do estado será o melhor estímulo para a próxima década.
    E, para finalizar, quero dizer-te que, de uma forma muito perversa, temos a sorte de estar a sofrer agora uma mudança que vai afectar todo o planeta. E por isso digo-te: não deixes de acreditar no país.
    Pai

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  5. 22 Outubro, 2011 10:38

    Prepare-se para os chuchas. Eles vão-lhe chamar nomes e ver em si um alvo maçónico. A Grande Loja do Oriente anda por aí a afiar o dente. E agora que alguém fala em default à Grécia, já acham que os alemães nos cobrem os prejuízos das PPP e podemos cobrir a cota da irresponsabilidade outra vez. E de preferencia com empresas amigas…

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  6. lucklucky permalink
    22 Outubro, 2011 10:42

    Um texto óbvio. Mas que só poucos o são capazes de escrever.
    .
    Mas algumas ressalvas.
    “Chegámos a uma altura em que um governo nos veio dizer que temos de empobrecer.”
    Este Governo continua a pedir dinheiro emprestado. Muito dinheiro emprestado. Segundo o orçamento de 2012 o Estado vai pedir emprestado 12-13% do que gasta(cerca de 6 a 6,5% do PIB).
    Ou seja vamos continuar a “enriquecer” com o dinheiro dos outros. Só que a um ritmo menor.
    .
    E não é “empobrecer” porque nunca tivemos direito ao dinheiro emprestado.
    Agora a economia terá de se ajustar ao que produz.
    Pior.
    Como temos muita dívida e juros para pagar, a economia vai ter de se ajustar a menos do que produz porque uma parte da produção será para pagar juros e para reduzir a dívida para números aceitáveis.
    .
    Neste momento paga-se em juros/ano perto de 800 Euros por Português.

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  7. 22 Outubro, 2011 10:43

    um pai que diz a um filho que cortar nos proveitos é melhor que diminuir nos gastos, só pode ser um mau pai.

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  8. zazie permalink
    22 Outubro, 2011 10:43

    A anedota é que este pensador, apenas deseja que tudo recomece.
    .
    «Depois, a única esperança que a minha geração pode devolver à tua é quebrar o ciclo da dívida e permitir que, sem loucuras, os bancos possam voltar a financiar a economia».
    .
    Isto é para rir. Parece daquelas confissões dos drogados que querem desintoxicações para poderem voltar a drogar-se novamente.

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  9. zazie permalink
    22 Outubro, 2011 10:45

    As loucuras estão bem activas. Caso ainda não tenha percebido, a banca já joga com países inteiros, depois de ter cativos os governos.
    .
    Portanto, se v. nem percebe o que se passa à sua volta, deixe de se armar em educador.

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  10. zazie permalink
    22 Outubro, 2011 10:46

    E depois normaliza tudo. Tanta culpa tem o zé da esquina como a máfia do Poder.
    .
    Na volta, deu-lhe para bater no peito, à maoista- uma mea culpa colectiva por sermos todos culpados da bancarrota.

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  11. zazie permalink
    22 Outubro, 2011 10:50

    Um bom texto é este:
    «Para que Conste – II

    .

    Inicialmente, o Estado emerge sob o pretexto do engrandecimento (ou até construção) da nação (que se confunde quase sempre com o engrandecimento dos seus príncipes). Mas o que se verifica, passado o ídilio inaugural e os fumos da retórica, é quase sempre o paulatino engrandecimento do Estado de modo a garantir já não o engrandecimento da Nação mas da Finança e respectivo Poder. O resultado, que ciclicamente se reveste na forma de crise, é nações devoradas, desagregadas e corroídas pelos respectivos “estados” e suas lógicas intrínsecas. Este resultado é fruto duma regra universal. E digo que é universal pela simples verificação de ter acontecido invariavelmente a todas as nações.

    .
    Desde o século XVIII, duas perspectivas do Estado têm vindo a digladiar-se encarniçadamente: a utopia liberal e a utopia socialista. No essencial, não diferem: na instrumentalização desenfreada do Estado. Os liberais entendem que o Estado deve ser mero instrumento dos príncipes mercantis; os socialistas sustentam que o estado deve converter-se em absoluta ferramenta dos príncipes burocráticos (vulgo partidos ou nomenklaturas). Dito em função da propriedade, esse conceito mágico que nos dois casos omnipreside: os liberais procuram no estado o mero garante para a preservação e cristalização da propriedade dalguns indivíduos (quanto mais predadores económicos, melhor); os socialistas servem-se do estado como meio providencial e oportuno de aquisição e acumulação de propriedade. Donde não espanta que o destino sempre fatal dos socialistas, mai-la respectiva utopia. é devirem, após estágio potestativo, liberais. Outra curiosa singularidade que os gemina é a perversão intrínseca que os habita, camufla e dirige. Principia nos próprios títulos que arvoram: liberal traduz-se na realidade e na acção por liberticida; socialista comprova-se nos efeitos e obras como socioclasta. Quer dizer, tal qual o desempenho das políticas ditas liberais conduz invariavelmente à sujeição larvar a uma pura tirania financeira e publicitária, a prática dos preceitos e receitas ditas socialistas transporta fatalmente a uma desagregação social, movida a polícia e propaganda, que apenas prepara e antecipa uma “solução liberal”. No fundo, liberais e socialistas, por aparente diversidade de meios, servem o mesmo fim. Obedecem à mesma lógica… e a quem a destila. Assim, ao longo dos dois últimos séculos, estes instrumentistas do estado têm por sua vez vez servido de instrumento a algo que os utiliza, alternadamente, na paulatina, sinuosa e consecutiva dissolvência de toda e qualquer genuína liberdade e sociedade, passe a redundância. Sabemos hoje, plena e sobejamente, o real significado de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”: “Submissão, Desigualdade e Fratricídio”. Houve traição aos princípios? Na revolução francesa, como na russa, como em todas as revoluções modernas, não pode haver traição a algo que não existe. Há e houve, isso sim, a cegueira mental, entre venal e obtusa, entre profissional e induzida, de fantasiar princípios em algo que, ausente de todos eles, apenas esbanja meios e serve fins. E quando digo fins, nem sequer subentendo concretas finezas ou reais finalidades, mas, tão sòmente, finanças.
    Porque “finança”, etimologicamente, revela bem da sua raiz: fin. O verbo da “finança” é o verbo “finar” – neste caso, finar-se. O finar-se e refinar-se da nossa civilização. O toque de Midas, o toque a finanças é, não duvidem, o toque a finados. De todos nós.

    .
    Publicada por dragão em 10/16/2011 12:48:00 PM »

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  12. 22 Outubro, 2011 10:57

    “E depois normaliza tudo. Tanta culpa tem o zé da esquina como a máfia do Poder.”
    .
    Concordo zazie.
    .
    Eu que não devo nada a ninguém, que trabalho e vivo do meu trabalho, não tenho salário nem 12º, nem 13º, nem 14º mês, que tenho o mesmo carro há quase 16 anos, que não tenho plasma, que nunca votei Sócrates nem PSL sou culpado de quê? De ter respeitado a democracia? De não ter morto nenhum 1º ministro para ajudar o povo a ver?

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  13. 22 Outubro, 2011 11:00

    E não vão acreditar mas juro que é verdade.
    .
    Tenho o mesmo carro há 16 anos… isso é um símbolo da poupança que faço há anos, muito antes de Barroso chegar a 1º ministro, porque sempre acreditei que chegaríamos aqui um dia.
    .
    Custa-me a crer que um anónimo engenheiro longe de Lisboa tenho pressentido isto, e os figurões, comentadores e outros, não.

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  14. zazie permalink
    22 Outubro, 2011 11:01

    Idem, nada tenho a ver com saques e oporunismos e sou tão portuguesa quanto os outros.
    .
    E isto é paleio bem penteadinho. Uma treta que mete dó de conformismo. E um estendal que nem literário é.

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  15. António Sobral Cid permalink
    22 Outubro, 2011 11:06

    Excelente artigo (e eu nem sequer gosto muito de ti Helena mas se é justo, justo é…) excelente «thread». Repassando em volta. 🙂

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  16. Augusto Ponte permalink
    22 Outubro, 2011 11:16

    Tudo verdades. Mas faltam algumas:

    1. Se o Estado pode unilateralmente alterar o contrato que tem com os seus trabalhadores sem qualquer contrapartida, porque não faz o mesmo nas PPP´s e outros assaltos ao contribuinte (veja-se o caso EDP-factura das renováveis)? Porque não devolve os submarinos?

    2. Se o Estado aumenta brutalmente a carga fiscal sobre os rendimentos do trabalho, porque não tem a mão tão pesada sobre os rendimentos financeiros? E porque não taxa de forma igualmente pesada as grandes fortunas e o património imobiliário acima de 500 mil euros?

    3. Se o Estado corta nas pensões acima do salário mínimo, porque razão não elimina a acumulação de reformas? E porque não acaba com as reformas obscenas do Banco de Portugal ou da CGD pagas aos seus administradores ao fim de 2 ou 3 anos de trabalho? Com efeitos retroactivos, claro!

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  17. 22 Outubro, 2011 11:26

    Bem escrito.
    A verdade é que vamos agora viver anos de vacas magras por conta dos anos de vacas gordas (que muitos não reconhecerão) que vivemos nos últimos 20 anos…
    http://notaslivres.blogspot.com/2011/10/solucao-de-equidade-para-cavaco.html

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  18. 22 Outubro, 2011 11:38

    Isto é muito bonito, mas vamos ao que realmente importa: quando é que os velhos jarretas saiem da frente para que a “nossa” geração possa tomar conta disto? A malta agradece.

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  19. Romão permalink
    22 Outubro, 2011 11:46

    Eu não andei nesse fadário nem permito que me inclua nesse resto mal amanhado de prosa. Não contratei Cofidis nem créditos rápidos ou lentos e a única coisa que devo é a minha casa. Enquanto países inteiros definham lentamente a nata do sistema financeiro enriquece exponencialmente. A estrada tem dois lados. Se olhar só para um, independentemente da convicção, ainda acaba com o pensamento na vala.

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  20. Romão permalink
    22 Outubro, 2011 11:53

    Bom texto do Dragão, Zazie.

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  21. lucklucky permalink
    22 Outubro, 2011 11:55

    ” que nunca votei Sócrates nem PSL sou culpado de quê? De ter respeitado a democracia? De não ter morto nenhum 1º ministro para ajudar o povo a ver?”
    .
    Chama-se Democracia Económica onde não há limites ao Poder Económico dos Políticos
    -e assim os grupos com poder, desde a Associação que quer um subsídio, ao Sindicato, ás Corporações, aos Patrões , manobram os políticos para os servirem ás custas dos contribuintes.
    Eles sabem que os Políticos têm esse Poder Total de “dar”.
    Só com Republica Económica – introduzindo limites ao Poder Económico dos Políticos – é que isso pode acabar.

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  22. Basico permalink
    22 Outubro, 2011 11:57

    A “nata financeira” enriqueceu?? a custa de uma bolha de credito que os particulares buscaram e os governos promoveram.
    Conheco poucos Estados que tenham emitido divida porque foram coagidos a tal (podia indicar-me um?)
    Conheco poucos particulares que compraram casas, carros, plasmas com recurso a credito porque foram coagidos a tal (podia indicar-me uns nomes?).

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  23. 22 Outubro, 2011 12:08

    o autor da carta esqueceu-se disto: https://blasfemias.net/2011/10/19/combater-com-as-armas-do-inimigo/

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  24. Romão permalink
    22 Outubro, 2011 12:11

    Dada a imbecilização progressiva das sociedades modernas, não sei se toda a publicidade (ministrada horas a fio, diariamente, em todo o lado) não é uma forma de coação.
    A responsabilidade nas bolhas de crédito TAMBÉM é dos bancos centrais e das finanças internacionais que, com excessivo alavacamento titularização de hipotecas em veículos financeiros e juros baixos artificialmente mantidos, permitiram e incentivaram o regabofe sabendo de antemão que eram too big to fail. Conhece algum particular que tenha importância suficiente para ser resgatado do colapso? Ou mesmo algum país?

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  25. libertas permalink
    22 Outubro, 2011 12:17

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  26. Basico permalink
    22 Outubro, 2011 12:28

    Romao, esse e o ultimo argumento usado contra o sistema financeiro, mas eu pergunto-lhe, nao conhece bailouts noutras industrias? Por acaso nao se lembra do apoio que o sector automovel teve nos estados unidos, ou o bailout a produtoras chips em portugal, ou os subsidios que mantem a agricultura a funcionar na europa, ou os monopolios que tornam imensamente rentavel a producao e venda de electricidade em portugal, etc etc etc.
    Mais, as taxas de juro baixas beneficiaram toda a economia, tornando o capital barato para todas as actividades, nao so para o investimento imobiliario. Muitos negocios nao seriam viaveis ou sequer teriam comecado com taxas de juro a 5-7% c
    Mais, quem comprou casa com base em emprestimos a taxas baixas sabia que haveria de vir o tempo em que estas subiriam, e tinha de estar preparado para isso.

    Deixem-se de tretas comunistas sobre o sistema financeiro.
    O mal de portugal sao os portugueses.
    O maior especulador a actuar em Portugal e o cidadao privado portugues, o gajo que se puder nao paga o imposto, se poder nao declarar lucro nao declara, se puder quebrar uma regra sem ser punido fa-lo sem hesitacao. Ainda se lembra como era o negocio imobiliario em portugal na decada de 90? em que a regra era declarar a compra das casas por 2/3 ou menos do valor? …

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  27. pedro permalink
    22 Outubro, 2011 12:33

    Excelente artigo . Quando o começei a ler pensei que ia pegar pela “carta ao pai” do kafka e portanto noutro contexto , mas de qualquer modo , parabens. E quando a escrita é corrosiva começam logo ataques pessoais. mande-os *****.

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  28. Portela Menos1 permalink
    22 Outubro, 2011 12:37

    Gostei do texto de … JCL.
    Quanto ao do jmf57 … Tambem acredito no Nobel para o VGaspar.

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  29. Salvador permalink
    22 Outubro, 2011 12:52

    Obrigado pelo post.
    Pessoalmente, considero-o o mais assertivo dos muitos que para aí se tem escrito sobre a oportunidade que perdemos e o novo riquismo em massas criado nos anos 90.
    Parabéns.
    S.

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  30. 22 Outubro, 2011 12:59

    O estilo intimista e paternalista do texto dá vontade rir.
    Nem era preciso um lençol.
    Bastava uma fralda.

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  31. Ricciardi permalink
    22 Outubro, 2011 13:27

    Apoiado Zazie.
    .
    Bota aí faladura. O dragão vê bem a coisa.
    .
    Esta democracia é uma monstruosidade?! Pouca-vergonhice, falcatruagem, vilipendiagem, são substantivos mais adequados. São os chamados substantivos adjectivados.
    .
    Sufraga-se um programa eleitoral, como determina e exige a lei. Programam-se promessas, veiculam os sufragados. O pacto é firmado pelo sufrágio. Vamos à urna dizer que concordamos com as promessas programadas. E no entanto, não há memória de que a coisa sufragada haja sido alguma vez cumprida. Nem para disfarçar. É um desprograma eleitoral sufragado, portanto; o oposto dos propósitos sufragados, e que ganham forma de legitimação pelo contrario do significado. Aonde diz baixa, deve ler-se subida. Aonde diz descida, deverá ler-se alta. Deste modo, enterrar o voto (na urna) é uma espécie de funeral da coisa prometida. Com um diferença substancial da morte morrida verdadeira: os votos enterrados são imediatamente exumados para contagem. Ganham direitos aqueles com mais mortos contados.
    .
    Como diz o dragão, a Disfunção Pública, é aonde se devia estar já a cortar e rapidinho. Não percebo porque é que existe legitimidade em quebrar um contrato de trabalho, baixando salario a um médico , ou outra porra qualquer, e não há legitimidade para quebrar um contrato das ppp’s. Não percebo. Ou comem todos ou há moralidade. O governo tem o poder legislativo (atraves da maioria). Pois bem, que o utilize para acabar com a pouca-vergonhice que é o rol de ppp’s e institutos e barragens e merdices que minam as finanças do país.
    .
    Rb

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  32. Tiro ao Alvo permalink
    22 Outubro, 2011 13:35

    Avisem a família da Zazie, que ela deve estar a ficar com doente da pinha, sempre a dizer a mesma coisa…

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  33. tric permalink
    22 Outubro, 2011 14:32

    já que não ligam ao que dizem poucos portugueses, que liguem ao que a estrangeirada diz…
    “Portugal não vai aguentar as políticas do FMI sem deixar o euro. Mas, se esse será o fim, porquê esperar dois anos que se avizinham de recessão profunda(…)Lachman considera ainda que o caso português é mais grave que o grego, devido à elevada dívida externa.” – bye, bye Passos…Socretino II

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  34. Ricciardi permalink
    22 Outubro, 2011 14:46

    Esta treta de dizer-se que o país viveu do crédito e das obras, embora verdadeira, já cheira a mofo. Já não se pode com isto. Pronto, o mal está feito, agora temos de desfazer a meerda que se fez, mais nada. Parece que estão querer legitimar usar a barbarie num lado da sociedade , os mais fracos e menos responsaveis (a classe media) por conta do mal feito por uma elite politica ignobil em parceria com a nata de empresarios e banqueiros igualmente ignobil. Já se esqueceram as palavras de Ricardo Salgado a defender o TGV e as obras do aeroporto?
    .
    Renegociar, em boa fé, mas com determinação TODOS os contratos das ppp. E já é tarde. Eliminar por decreto, sem mais demoras, as porras das fundações e institutos. Levar aqueles de que se suspeita de abuso nesses contratos a tribunal. Todos, os politicos e os contraentes. Há um método infalivel para vermos a bondade nos contratos: aonde houver clausulas LEONINAS cancela-se o contrato e envia-se para as autoridades.
    .
    Mas de que é que está à espera o PPC? Porque é que não vendem JÁ os submarinos. Façam um desconto. Não falta clientela. A venda destes ferros flutuantes é equivalente ao corte dos subsidios de ferias e natal.
    .
    Custos unitários demasiados altos? estamos a brincar. Portugal tem custos unitários do trabalhos mais baixos de TODA a OCDE. Só mesmo a china, a malasia e marrocos tem custos ainda mais baixos.
    .
    Rb

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  35. 22 Outubro, 2011 14:49

    Carta a um filho sobre estes dias que correm
    22 Outubro, 2011 – 09:56
    Escrevo-te no final de um estranho mês de Outubro. Durante o Outono tivemos sol e calor, a lembrar-nos a legria de vivermos num país tranquilo e ameno, com potencialidades deslumbrantes para o turismo.Na praia, o mar estava maravilhosamente calmo e a época de Verão prolongou-se quase até às portas do Natal, para refrigério de todos e alegria dos comerciantes que tentam sobreviver face ao ano tenebroso que se avizinha. Teriam sido semanas descontraídas e alegres se não fossemos lendo as notícias. Sabíamos que elas, quando chegassem, seriam más – mas não estávamos à espera de notícias tão más.
    Sou funcionária pública , tal como o teu pai e ainda nem falei com os teu avós, que perderão, nos próximos anos, uma fatia considerável das sua reforma para as quais descontaram toda uma vida. Claro que oara o teu avô que trabalhou para uma empresa Belga tal não acontecerá. Pelo contrário a sua pensão tem sido anualmente aumentada, para que não perca qualidade de vida ( isto apesar da Bélgica ter uma dívida pública penso que superior à de Portugal).
    Os teus pais nunca terão reformas, apesar de irem fazer descontos durante quarenta anos cinco ou cinquenta anos.
    Sei que todos os funcionários públicos e os pensionistas estão atordoados. É natural. Muitos não estavam à espera, mesmo aqueles que , iludidos, votaram neste Governo. Ninguém estava à espera excepto aqueles que como eu e o teu pai tinham consciência do que seria entregar este país a uma direita ávida e sem escrúpulos. Lembrávamo-nos da Argentina.
    E sabíamos que o impacto brutal de uma crise internacional nunca pode ser resolvido isoladamente com drásticas medidas de austeridade de um pequeno país semiperiférico. Mesmo os que há muito defendiam a necessidade de diminuir os gastos com a função pública, não imaginavam que fosse assim. No entanto não tenho a percepção da fatalidade. Julgo que muita gente a tem.
    Mas é mentira que o dinheiro acabou ou que estamos em definitivo na bancarrota. O dinheiro não acabou – está é nos bolsos (nas contas bancária de off-shores) de uns quantos. Os que mais vão ganhar com um país a saque. Os que nos próximos dois anos irão comprara a preço de saldo os bens essenciais de um país – fontes energia, água, e até, segundo li hoje no Expresso as nossas reservas minerais ( ouro, volfrâmio, lítio…). Ou seja o teu país, o teu futuro. Os que , a preço de saldo, vão comprar o sistema nacional de saúde e de ensino público e tendencialmente gratuito que demorou pelo menos duas gerações a construir – a minha e a dos teus avós.
    Não que não imaginasse , antes do último acto eleitoral que fosse através de mais impostos e do desmembramento do país que se tentasse resolvesser as aflições do próximo Orçamento, como parece sugerir o Presidente da República. Não que não imaginasse que um governo neoliberal de direita deste país decidisse fazer o que os governos do passado, nunca fizeram, mesmo em situação de crise económica e com uma intervenção do FMI : acabar com o Estado social a pretexto cumprir as metas e disfarçando as dívidas. É por isso que não posso deixar de pensar: o que foi que nos trouxe até aqui? O que foi que nos meteu neste poço a que só agora vemos as paredes escuras, negras?
    ( Continua)

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  36. Zebedeu Flautista permalink
    22 Outubro, 2011 14:51

    Bem prega Frei Tomás…

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  37. anti-comuna permalink
    22 Outubro, 2011 15:03

    “Tenho o mesmo carro há 16 anos… ”
    .
    .
    Tenho um com 13 anos. E ainda há quem me diga que sou “agarrado”. 😉
    .
    .
    Mas há-de durar pelo menos 20 anos. ehehhehh

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  38. anti-comuna permalink
    22 Outubro, 2011 15:14

    Mas estou como o RB. Depois da merd* feita, há que não cometer os mesmos erros e resolver o imbróglio apostando no futuro.
    .
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    Esta história da dívida é interessante, importante, mas resolve-se. Uns resolver pagando dívidas, outros dando calotes (hipotecando o seu próprio futuro) outros chorando. Mas há quem venda os lenços aos chorões.
    .
    .
    No outro dia parece que a nossa maior intelectual do burgo lisboeta chorava-se que não sabia o que iríamos produzir e produzir. Coitadinha. Tão inteligente e tão burrinha ao mesmo tempo, que só deve conhecer Lisboa, o aeroporto de Lisboa, o Terminal 3 do Charles de Gaulle e as ruas de paris, onde deverá ir amiúde as últimas, para se sentir actualizada para escrever em Portugal. Acabando-se as mamas do Estado, esta gente fica como os coelhos na noite, quando levam com um potente luz nos olhos: paralisados!
    .
    .
    E enquanto esta gente escreve cartas aos filhos, aos portugas ou vertem lágrimas pelos erros passados, há outros em Portugal que vão construindo as bases da saída da crise. E fazendo coisas interessantes. Vejam esta empresa:
    .
    http://www.fimel.pt/
    .
    .
    Lá está. Estes palmilham a saída da crise. Vão evoluindo, fora de Lisboa. Qualquer dia até os robots são feitas em Portugal. Quem sabe?
    .
    .
    E esta?
    .
    http://www.hfa.pt/areas.asp
    .
    .
    Mais uma fora de Lisboa.
    .
    .
    Os de Lisboa choram, o resto do país parece que lhes vão vender os lenços. Não procurem soluções, não. Que depois o santo vos dá o prémio mesmo sem comparares os bilhetes da lotaria. lololololol

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  39. anti-comuna permalink
    22 Outubro, 2011 15:19

    Mas há mais fora de Lisboa:
    .
    http://www.jmshospitalar.com/main.asp
    .
    .
    Uns choram, outros vendem-lhes os lenços. lolololol
    .
    .
    Mais uma fora de Lisboa:
    .
    http://www.safa.pt/quemsomos.html
    .
    .
    Mais lenços para Lisboa:
    .
    .
    http://www.tecnocon.pt/produtos_que_fazemos.php
    .
    .
    É esta mentalidade que não permite a Lisboa ver saída. Choram, coitadinhos. Em vez de procurarem olhar para a saída da crise, preferem milagres. Olhem que vem aí um camião de notas vindas dos santos alemães salvar Lisboa. lololololol
    .
    .
    Podeis esperar e chorar sentados, que os lenços vão mesmo a caminho. eheheheh

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  40. Guido Brunetti permalink
    22 Outubro, 2011 15:23

    “We never make it”. Nunca seremos uma Nação. É preciso investigar quem agiu com dolo e quem colaborou. A administração pública está pejada de “colaboracionistas” a começar pelos “dirigentes”. Este governo está a ser uma perfeita desilusão, nem sequer é capaz de investigar (se calhar não quer).
    Se alguém procura a luz ao fundo do túnel deve começar por esses “dirigentes”, diligentemente colocados pelo sócrates, porque provavelmente terá sido para “casa” deles que a luz foi desviada.
    Aqueles que reclamam que o país não vai em frente com austeridade serão provavelmente aqueles que desviaram a luz.

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  41. anti-comuna permalink
    22 Outubro, 2011 15:25

    Para os chorões de Lisboa saberem: ontem soube que andam no Norte à procura de gente para trabalhar. com sorte, ainda vai sobrar para alguns de Lisboa. Se quiserem sair da crise, claro. Trabalhando. Quem quiser sair da crise, não há outra solução: trabalhar. eheheheheh
    .
    .
    Uns vão chorando, outros parece que querem lhes vender os lencinhos.
    .
    .
    O norte está em crise há 20 anos e esta gente sempre cagou olimpicamente para os problemas do Norte. Até acusavam o Norte de ter comprado ferraris em vez de máquinas. os do Norte agora dizem aos de Lisboa. Em vez de choros ide trabalhar, que não faltam soluções para se sair da crise. É preciso é chorar menos e trabalhar mais. Isso sim. lolololol

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  42. John Doe permalink
    22 Outubro, 2011 15:29

    “Tenho um com 13 anos. E ainda há quem me diga que sou “agarrado”. ;)”
    O meu é de Maio de 1993. Está com 18 aninhos bem medidos. 😉

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  43. anti-comuna permalink
    22 Outubro, 2011 15:32

    Para sair da crise. Exemplos para os chorões. (E também para alguns calaceiros, que preferem fazer manifes que a trabalhar.)
    .
    .
    “Produto desenvolvido pela Vipex reconhecido com prémio de inovação
    .
    Um produto desenvolvido pela Vipex, em parceria com a Pyrex, foi reconhecido com um prémio de inovação, atribuído pela Ipsos, empresa líder em estudos de mercado, e LSA, revista francesa especializada no grande consumo. Em causa está um conjunto de caixas de vidro com tampa de plástico, cuja concepção esteve a cargo da empresa sedeada na Marinha Grande, e o prémio resulta da votação dos consumidores na categoria de “desperdício e reutilização de alimentos”. ”
    .
    in http://www.leiriaeconomica.com/item7173.htm
    .
    .
    E mais diz a noticia:
    .
    “Com o envolvimento na fase de desenvolvimento de produto, a Vipex garantiu, em apenas um projecto, uma facturação superior a 500 mil euros e angariou o desenvolvimento de mais duas tampas para o alargamento desta gama da Pyrex.

    «Este ano está a correr dentro das expectativas, com um crescimento das vendas na ordem dos 10% face ao ano anterior e sem problemas de crédito. Para 2012, os objectivos passam por diversificar a carteira de clientes para outros sectores, com este nosso novo posicionamento enquanto especialistas em desenvolvimento, industrialização e produção, ou seja reforçar a componente maior de prestação de serviços. Queremos também reforçar a presença em Espanha e França, dois mercados prioritários para a Vipex. O objectivo passa por manter a taxa de crescimento das vendas em 10%, que tem sido a média dos últimos dez anos, garantindo um equilíbrio financeiro para não termos problemas de tesouraria», conclui o responsável. ”
    .
    .
    Estes já sabem qual a saída da crise. Os chorões ainda estão à espera dos lenços.

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  44. anti-comuna permalink
    22 Outubro, 2011 15:39

    Para os chorões, que andam com o medo da Grécia na boca. Olhem como se sai da crise:
    .
    .
    “Recivalongo vai exportar CDR para o Brasil
    .
    O consórcio Casaisinvest SGPS/Semural/Rocpor vai inaugurar em Dezembro uma unidade de produção de Combustíveis Sólidos Recuperados (CSR), apurou o AmbienteOnline. A Recivalongo está projectada para receber diariamente cerca de 280 toneladas de resíduos, num total de 80 mil ton/ano, já a partir de 2012.
    .
    Segundo João Marques, administrador da Rocpor estima-se que 25 por cento se destine à reciclagem tradicional e 75 por cento à produção de CSR para valorização energética, sendo que o poder calorífico do combustível é de 22 a 24 megajoules.
    .
    A Recivalongo tem como objectivo reaproveitar os resíduos valorizáveis que dão entrada no aterro, com uma capacidade de mais de 2 milhões de m3 que também deverá ser inaugurado em Dezembro, bem como o refugo da triagem dos RCD da Retria, unidade já em funcionamento.
    .
    O combustível derivado de resíduos não perigosos será utilizado em unidades de incineração ou de co-incineração.«Já temos contratos com a central de Pataias, da Secil, para o fornecimento de 30 mil toneladas/ano», adianta o responsável.
    .
    Cerca de 30 por cento do combustível produzido na unidade destina-se à exportação, estando já em marcha contactos com entidades de países da América Latina. «Para já o Brasil é certo devido à explosão económica que se verifica actualmente», adianta João Marques.”
    .
    in http://www.ambienteonline.pt/noticias/detalhes.php?id=11235
    .
    .
    Estes em vez de chorarem, vão reciclar m*rd* para exportar. Vejam lá bem esta gente de Valongo. eheheheh

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  45. tric permalink
    22 Outubro, 2011 15:49

    “Para os chorões, que andam com o medo da Grécia na boca.”

    Eu choro é que a Grécia vai ter um perdão da divida e Portugal…Palhaços!!! Portugal é a Grécia !!!!!!!! Sempre tivemos uma grande afinidade cultural com a Grécia…

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  46. anti-comuna permalink
    22 Outubro, 2011 16:13

    “Sempre tivemos uma grande afinidade cultural com a Grécia…”
    .
    .
    Ai sim? Esta não sabia. Foi o Fernando Santos que andou a vender por Lisboa… Bem, Lisboa é mesmo muito semelhante à Grácia. Gostam pouco de trabalhar e são muito parasitas.
    .
    .
    É. Eles vão ter um perdão de dívida. E veja lá as projecções da sua dívida, em 2020. E já viu porquê? Taxas de juro. É que, quem paga taxas de juro a 6% não tem as mesmas dificuldades de quem vai levar com elas a 12% ou mais.
    .
    .
    Acho que é altura de em Portugal aprenderem o que é mesmo esta coisa das taxas de juro. A generalidade das pessoas, desconfio, pensam que é uma coisa sem importância. Mas a diferença entre 6 e 12% é apenas 100% de aumento de custos. Sempre quero ver como vão os gregos aumentar a produtividade se os equipamentos industriais forem financiados a 12% em vez de 6%. No Brasil a coisa está um bocado lixada. Mesmo com aquela pujança toda, a industria está a ir ao charco. Pois é. As taxas de Juro no Brasil estão ao nível das portuguesas e nós a viver uma pré-falência.
    .
    .
    Ó meus amigos. Quem vive no mundo real e trabalha com crédito e taxas de juro dá muito valor às taxas de juro actuais e futuras. De quem me vale perdoarem 50% das dívidas se depois vou pagar o dobro em taxas de juro? É fazer as contas. É para isso que existem os livrinhos e as calculadoras.
    .
    .
    Enfim, esta mania de cederem ao facilitismo…

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  47. tric permalink
    22 Outubro, 2011 16:25

    “É. Eles vão ter um perdão de dívida. E veja lá as projecções da sua dívida, em 2020. E já viu porquê? Taxas de juro. É que, quem paga taxas de juro a 6% não tem as mesmas dificuldades de quem vai levar com elas a 12% ou mais.”

    sim, as projecções da divida de Portugal em 2020 devem fazer inveja aos Gregos…

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  48. tric permalink
    22 Outubro, 2011 16:35

    “E veja lá as projecções da sua dívida, em 2020.”

    se eles nem acertam nas projecções para 2012, quanto mais para 2020…as projecções para o crescimento económico em Portugal, segundo o orçamento de 2012, é de -2,8%…uma antes, o Governo andava a dizer que o crescimento económico para Portugal, com que se ia basear na construção do orçamento era de -1,8%…2020!

    e

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  49. Zebedeu Flautista permalink
    22 Outubro, 2011 16:41

    Anti-comuna mas estando a Grécia na zona euro a taxa a que os privados acedem a empréstimos para investimentos na industria e desde que sejam projectos com “pés e cabeça” não pode ser idêntica ao pedido noutros países da zona euro?
    Supondo que a Grécia continua a consolidar a despesa publica, que há um aumento de produtividade nem que seja só por baixa de salários, redução do estado social, dumping social por exemplo face aos países nórdicos não há hipótese dos bancos dos países com superavit verem ai uma boa oportunidade de negocio?

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  50. 22 Outubro, 2011 16:52

    a questão que coloco é a seguinte:

    andam por aqui a dizer que devemos ser todos empresários que oportunidades saltam debaixo das pedras, basta querer-mos, que somos um povo de instalados e que de maus hábitos estamos cheios.

    então, 10 milhões = a 10 milhões de empresas, não acham assim um bocadinho, digamos, demais??

    não seria mais interessante, até para aproveitar toda a infraestrutura que está instalada em termos de logística, para atrair capital estrangeiro e com este criar a industria que o pai da palavra monstro (esta está boa) destruiu.
    não necessitamos nós de trabalho para ganhar pilim, carcanhol,
    é com serviços, muitos deles comandados através da nossa irmã ibérica e que não geram nenhum valor acrescentado, antes pelo contrário, que iremos resolver o nosso problema!!

    estou a ver, dr guarda, dr policia, dr varredor, dr lixeiro, ,,, bardamerda.

    já agora, o RB disse e muito bem, de que estão a espera para renegociar as ppp’s, até me engano nos p’s…

    os gajos, conhecem-nos melhor que nós nos conhecemos a nós, basta colocar uns borrões tamanho familia no CM que o povo disstressa.

    pummmmmmmmmm

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  51. Plus permalink
    22 Outubro, 2011 17:05

    São todos iguais ?
    E nós ? Somos todos culpados?

    “Um hábito terrível que os portugueses têm, interiorizando a ideia, é o de falar de dinheiro do Estado, esse grande pai adorado que tantos querem omnipresente, sem pensarem que os fundos são deles próprios, enquanto contribuintes. Adoram ver os recursos nas mãos desse patrão, mesmo que os vejam delapidados, na esperança que alguma coisa lhes caia em sorte, na mesa do orçamento, e, na passada, desistem de os monotorizar, desculpando a ladroagem, a incompetência, o vil engano. Vozeiam, mas desculpam, quando não premeiam mesmo. ”

    Acabem com o partido do estado.
    Como dizia o outro : Acabem com o estado social antes que ele acabe connosco.

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  52. Plus permalink
    22 Outubro, 2011 17:11

    * a citação de cima é do artigo de Fernando Braga de Matos no Jnegocios.
    ___
    ___
    Eu diria que existe um problema cultural em que persiste uma espécie de paradoxo relacionado com o stock de divida dum país e a sustentabilidade duma economia.

    O total do stock da divida não interessa( grosso modo, ou até um certo ponto) para aferir da sustentabilidade duma economia mas não havendo uma pressão sobre essa divida total os agentes económicos acomodam-se e tendem a ignorar a questão prévia da sustentabilidade. Fomos assim durante 3 décadas.

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  53. Ricciardi permalink
    22 Outubro, 2011 17:37


    Aí está. Estava a ver as noticias e ouvi que as ppp’s representam 15% do PiB. 24,000 mil milhões.
    .
    Quanto é que representarão as despesas com institutos e outras merdices dessas? eu estimo, por baixo, em cerca de 30.000 mil milhões (atendendo a que é este o aumento no endividamento desses organismos)
    .
    Juntando toda esta Disfunção Pública, explicamos 54.000 mil milhões no endividamento do país. Isto é 33% do total de endividamento do país.
    .

    Não sei AC. O perdão de divida é a única hipotese que temos de poder reembolsar uma divida impagavel. A questão dos juros não é clara. Com perdão ou sem perdão os juros são insuportaveis sem a muleta dos parceiros e fmi. Assentemos, pois, na certeza de que precisaremos dessas muletas durante mais de uma decada. Num caso ou no outro. Os juros serão, nessa medida, semelhantes, num caso ou no outro. A ideia é resolver a questão na grécia e não mudar-lhe a conta contabilistica a imputar, certo?
    .
    Mas a lógica aduzida, não a compreendo. Vejamos, a ideia é nós termos um defice tendencialmente proximo do zero. Sem grandes necessidades de novo financiamento. É isso, ou não, que o governo está a fazer?~
    Ora, se controlarmos o defice e ainda por cima nos perdoam metade da divida, burros seriamos se não embarcassemos nessa dádiva. Isto na optica das contas públicas.
    .
    Na optica das contas privadas, que são as que verdadeiramente me precupam, a coisa é bem mais complicada. O financiamento ao empresariado portugues será dificil num caso ou no outro, uma vez que o sector privado está muitissimo endividado. Todo ele. Empresas e pessoas e bancos. Assim, antevejo que a banca portuguesa passe massivamente para as mãos estrangeiras brevemente. Todos eles, sem excepção. A politica de crédito será vista em função da politica do grupo bancário adquirente. A CGD estará numa situação interessante. Tão interessante quanto aflitiva. Não tem estranjas a compra-la (porque não faz parte do plano de privatizacoes) e ao mesmo tempo não tem um estado com capacidade de a refinanciar.
    .
    Rb

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  54. esmeralda permalink
    22 Outubro, 2011 17:44

    Sem dúvida um grande texto: com tantas verdades! Pelo que li por alto e que está para trás, custa muito aceitar e lidar com a verdade! Não é de hoje!

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  55. 22 Outubro, 2011 18:19

    O Senhor Predidente da República não sugeriu aumento de impostos.Chamou a atenção do governo para a iniquidade de atingir só um grupo de portugueses como que a colar-lhes o ferrete de serem responsáveis pelos males de quem nos governa. Considero,não sei se este é o sentimento da maioria dos portugueses,de que é uma grande arrogância,repito uma grande arrogância, sem temor do que poderá vir a seguir, ao afrontar-se desta maneira um só grupo,continuando a deixa de fora aqueles que mais têm e,logo,menos lhe doía.
    Vejam o que disse o Mexia:que os seus funcionários não se verão privados do seu subsídio porque são exemplares:Quer dizer,os outros serão malandros.
    Se os funcionários da EDP e até da PT sõa tão prodigiosos,porque é que entregam a outras empresas os trabalhos que aqueles faziam e deveriam continuar a fazer?

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  56. João Santos permalink
    22 Outubro, 2011 18:24

    Outra lamechice a tentar branquear a porcaria que nos atiram à cara. Aplausos só mesmo para uma carta com destinatário adulto e identificado, não esse sermãozeco de sacristia alcatitifada, mas um carta aos que se lambuzam na banca, nas grandes mercearias do reino, nas alcatifas cortiçadas, na ostentação, no exibicionismo, no alucinado novo-riquismo deste velho país entregue à grunhelândia. Uma carta a governantes e presidentes e poderes locais e ao imenso conjunto de facínoras da iniciativa privada e da putaria pública que em menos de quatro décadas enterraram o país. E uma cartinha a essa gente?

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  57. António Teixeira permalink
    22 Outubro, 2011 20:08

    O manso-mor da nação escreveu uma carta ao filho.
    José Manuel Fernandes, durante muitos anos diretor do jornal português de referência, escreveu uma carta a explicar a crise e na qual aponta o dedo a tudo e todos. Pelo meio, tem razão em muita coisa.
    Só se esqueceu de um pormenor: qual foi o papel da comunicação social durante os últimos 15 anos? Aqueles a quem o embaixador americano apelidou de “mansos”, e cuja missão primeira é devolver ao país o seu retrato fiel, o que andaram a fazer durante tanto tempo? Que raio de trabalho foi o deles se, subitamente, nos descobrimos o pior povo do mundo?
    José Manuel Fernandes, cuja ousadia maior foi a luta pelos rankings das escolas (de utilidade quase nula) e umas diabrites contra Sócrates quando este já se encontrava moribundo, foi durante muito tempo o diretor do Público, o único jornal português digno desse nome.
    Pergunto: o estado a que chegamos não será também culpa da comunicação social portuguesa, tantas vezes omissa, tantas vezes cúmplice?
    Eu, frequente leitor do Público, digo-lhe que a carta que agora (nos) escreve já vem tarde de mais.

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  58. Arlindo da Costa permalink
    22 Outubro, 2011 20:39

    O que nos trouxe até aqui foi da responsabilidade da geração do Sr.JMF1957.
    Fizeram a «revolução»; picaram tudo à sua volta; de seguida aburguesaram-se; viajaram por esse mundo fora em calções e binóculos na mão; instalaram-se em bons lugares e partidos; e finalmente legislaram em seu favor com boas reformas e sinecuras.
    Alguns até fizeram fretes jornalísticos a favor de tricas pessoais e de ambições e desconfianças duma esfíngica personalidade.
    A essa geração, que o fogo dos infernos seja fecundo ou que a terra lhes seja pesada!

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  59. 22 Outubro, 2011 20:47

    Por que motivo será que os cumentadores (sic!) que aqui vêm dizer que o passado passou e o melhor é pensar no futuro são todos socratinos de uma figa?
    Quando será que o País se vê livre desta corja que o levou à miséria?

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  60. 22 Outubro, 2011 21:14

    Fico à espera do próximo post de jmf1957:
    Carta a uma prima sobre estes dias de merda

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  61. zazie permalink
    22 Outubro, 2011 21:25

    eheheh
    .
    Esta agora teve piada.

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  62. 22 Outubro, 2011 21:49

    Foi um sistema político e mediático controlado por um cartel financeiro internacional. Mas, quando chegar a hora do ajuste de contas, com certeza que sobrará um bocadito de pólvora embrulhada em aço para justiçar este emérito jornalista de nome José Manuel Fernandes…

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  63. certo permalink
    23 Outubro, 2011 01:37

    “o que foi que nos trouxe até aqui?”,
    oh, foi a nossa mãe, primeiro, e depois essa caterma de público-privadas mais os boys da famelga dos partidos do poder, que bem se aproveitaram, décadas a fio, e ainda aproveitam do rendimento que a maltosa pague e não mais há-de parar de cair, como no inverno o granizo, quando forte também cai .

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  64. Nuno permalink
    23 Outubro, 2011 02:15

    A coisa é esta: depois do saralho em que os socretinos e os outros socialistas que andaram por aí a cirandar nos meteram como é que se vai resolver isto e sem doer muito…

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  65. Arlindo da Costa permalink
    23 Outubro, 2011 04:01

    Este Nuno ainda quer nos fazer crer que o Sócrates é quem culpa das dívidas que ele próprio fez!
    Realmente «Sócrates» é actual escapatório para os calaceiros, mentirosos e aldrabões!

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  66. 23 Outubro, 2011 10:45

    Está tudo muito certo.
    http://amaisaltalabareda.blogspot.com/2011/10/expiacao.html

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  67. anti-comuna permalink
    23 Outubro, 2011 10:53

    “Anti-comuna mas estando a Grécia na zona euro a taxa a que os privados acedem a empréstimos para investimentos na industria e desde que sejam projectos com “pés e cabeça” não pode ser idêntica ao pedido noutros países da zona euro?”
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    Não. Durante anos as taxas de juro portuguesas (e não só) estiveram coladas aos dos países mais fortes porque o mercado avaliou mal o risco. O nosso risco sistémico. A generalidade dos economistas e académicos pensaram que por estrmos no euro, o risco sistémico tinha desaparecido. Assim como a inflação, os vários défices, etc. A verdade é que o mercado errou e avaliou mal os riscos. No futuro é natural que a generalidade do tecido produtivo português pague taxas de juros mais altos devido aos riscos sistémicos tugas. Excepto algumas empresas e agentes económicos, em que conseguirão até financiar-se abaixo das taxas de juro do Estado, devido aos suas excelentes indicadores financeiros.
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    No caso grego, o mais natural, não é apenas o Estado vir a ter que pagar mais pelas taxas de juro futuras, como os seus próprios agentes económicos. (O que é ainda pérfido se tivermos em conta, que os agentes económicos privados gregos não contribuirão muito c0m dívida para o colapso da Grécia. Mas o mercado é como é.) E quem diz os gregos, diz os próprios portugueses. Se houver um default grego, as taxas de juro futuras da Grécia deverão subir bastante.
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    Vc. ponha-se no lugar de um investidor na dívida grega. Depois de ter levado um calote, continuará a confiar nos gregos? Ou exigirá um prémio maior de risco, face ao que se passou?

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  68. anti-comuna permalink
    23 Outubro, 2011 10:56

    “Não sei AC. O perdão de divida é a única hipotese que temos de poder reembolsar uma divida impagavel.”
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    Porquê? Quem quer pagar, paga. Já reparou na dívida japonesa?
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    Já agora. Qual era a dívida pública americana no fim da segunda guerra mundial? E eles não conseguiram baixar a dívida?

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  69. anti-comuna permalink
    23 Outubro, 2011 11:08

    Como sair da crise:
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    “Science4you: Da ideia à empresa de sucesso
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    Entre seguir uma carreira com horário certo na área da gestão e apostar numa ideia, Miguel Martins Pina optou pela segunda hipótese. Foi assim que transformou o trabalho final de um curso de Finanças do ISCTE numa empresa de sucesso. A principal atividade da Sciencie4you é criar brinquedos científicos que ajudam as crianças a aprender brincando.
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    A inspiração para ser geólogo, astrónomo, engenheiro, biólogo ou outro tipo de cientista pode começar bem cedo. Sobretudo com a ajuda de brinquedos como aqueles que a Sciencie4you desenvolve que dão às crianças a oportunidade de “pôr a mão na massa” fazendo experiências ou construindo objetos e puzzles que os ajudam a aprender ao mesmo tempo que se divertem.
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    A empresa arrancou em Janeiro de 2008 e, em apenas três anos, tornou-se um sucesso de vendas. Neste momento, a Science4you conta já com 18 empregados e exporta para Espanha, Brasil, Angola, Moçambique e Finlândia. Mas a aposta na internacionalização é para crescer. “Abrimos filial em Madrid no passado mês de Maio, e esperamos ainda no final deste mês inaugurar uma outra filial num país da Europa”, conta ao Boas Notícias Inês Vieira, do departamento de comunicacao da Science4you.
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    Com sede na Faculdade de Ciências, em Lisboa, a empresa desenvolve os seus brinquedos com a colaboração de vários cientistas como biólogos, químicos e engenheiros. “Depois os materiais são adquiridos pela Science4you que realiza a montagem, o design e produção bem como os manuais científicos que acompanham todos os brinquedos”, explica.
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    Todos os produtos têm o selo de certificação pela Faculdade de Ciências e, graças às parcerias que a empresa desenvolveu com os museus de ciência de todo o país, cada brinquedo da Science4you oferece mais de 100 euros em vales de entrada para aqueles museus.
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    A Science4you tem também uma área de serviços apostando na formação de professores e crianças e oferecendo atividades em aniversários e campos de férias. “Estas iniciativas são desenvolvidas por Licenciados e Mestres de diversas áreas científicas, com formação complementar de dinâmicas de animação. As Festas de aniversário, por exemplo, permitem ao jovem aniversariante ser cientista por um dia, realizando experiências científicas com os seus amigos”, conta a responsável.

    Prémios e reconhecimento
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    Em 2010, com apenas 25 anos, Miguel Pina Martins foi nomeado Empreendedor do Ano 2010 pela Comissão Europeia representando Portugal na Semana do Empreendedorismo Europeu.
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    Antes desta nomeação, já tinha sido distinguido em 2009 com o prémio Empreendedor Finicia Jovem e com o primeiro lugar da European Entreprise Awards, na categoria Internacionalização. Numa altura em que o empreendedorismo é visto como a principal a solução para o crescimento económico, o exemplo do jovem empreendedor Miguel Pina é, sem dúvida, inspirador.
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    in http://www.boasnoticias.pt/noticias_Science4you-Da-ideia-%C3%A0-empresa-de-sucesso_8508.html
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    Se estes não cederem à tentação de procurar fazer os materiais na China mas souberem imprimir o cunho no Made in Portugal, deverão ter um grande sucesso. Mas se os pais descobrirem que os materiais são chineses, pode ir à falência muito rapidamente. O made in china é perigoso nalguns negócios e segmentos de mercados.

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  70. Mariana permalink
    23 Outubro, 2011 15:07

    O problema não são os funcionáriso públicos, nem as centenas de kilometros de autoestrada… O problema foram as rendas de casa de amantes dos ministros pagos com dinheiros do Estado, os 40 motoristas contratados a 4000€ / mês cada, as exorbitantes contas de telemovel e chamadas pessoais, pagas com dinheiro do Estado, os absurdos contratos de leasing de frots automóveis maiores que a do Luis Simões, as escandolas PPP, os roubo descarado do erário público, que o povo portugues deixou passar em branco… pois estava ocupado a ver novelas e futebol. Agora, em vez de responsabilizar os ladrões e chama-los à justiça pede-se ao povo que pague uma e outra vez este desvario. Talvez o povo aprenda a gora a estar vigilante!

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  71. Ricciardi permalink
    23 Outubro, 2011 15:57

    Sim já reparei na divida desses dois paises – eua e japao – a maior potencia mundial e o 2º maior exportador do mundo. Ambos, curiosamente, como moeda própria.
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    O que voçê está a dizer é que Portugal tem as mesmas condições intrinsecas que aqueles dois paises?
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    Vá lá, às vezes temos que ser realistas. A divida lusa publica não é pagavel se não houver crescimentos sustentados acima dos 3 a 4% e durante muito tempo; e isto pressupondo que os juros que pagamos andaraão a taxas mais baixas. Acresce que a divida externa portuguesa é a 3ª maior do mundo todo. Um gajo até pode crer em milagres e ser optimista, mas primeiro temos de ser realistas.
    .
    Rb

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  72. carlos ponte permalink
    23 Outubro, 2011 19:19

    Pois é, André Miguel, [Posted 22 Outubro, 2011 at 11:38] você mesmo respondeu à pergunta que colocou: como é que vamos sair da frente se quem se apresta a tomar-nos o lugar diz “saiem”.

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  73. dragão azul permalink
    23 Outubro, 2011 23:33

    Não faltarão iluminados defensores da sociedade só quem direitos e sem obrigações, a dar porrada da grossa neste texto. Eu como cidadão comum e que me revejo em muito do que aqui foi dito, só posso dizer que não posso estar mais de acordo. É preciso que, para mudarmos o estado em que se encontra este país e o mundo em que vivemos, se ponha o dedo nas feridas e se tente curá-las. Bem haja pois por este texto. Mas eu não me iludo. A minha opinião é obviamente minoritária.

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  74. Zebedeu Flautista permalink
    23 Outubro, 2011 23:36

    Será esta a prima do jmf1957?

    http://www.vidas.xl.pt/noticias/nacionais/detalhe/liliana_santos_sempre_fui_muito_poupada.html

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  75. Pedro Branco permalink
    24 Outubro, 2011 17:00

    “Isto é muito bonito, mas vamos ao que realmente importa: quando é que os velhos jarretas saem da frente para que a “nossa” geração possa tomar conta disto? A malta agradece.”
    Meu caro amigo…
    Os “velhos jarretas” têm filhos, netos, noras, genros e enteados pendurados na teta.

    Quanto ao artigo em si:
    Está muito bem escrito, mas sofre da mesma doença mental que nos colocou a todos nesta situação.
    A primeira coisa a fazer é deixarmo-nos de lamechices e esvaziarmos todos os bolsos para ver quem é que roubou a caixa.
    Pode até nem ser legal ou constitucional, mas quem corrompeu, foi corrompido e ajudou a corromper, está com os bolsos cheios. É fácil de os encontrar (por exemplo uma auditoria às facturações dos representantes da Aston Martin, Ferrari, etc. Ou mesmo uma análise às escrituras públicas de valores superiores a € 500.000.00 nos últimos 20 anos).
    Depois de os encontrar, passamos à fase seguinte que é avaliar o modo como ajuntaram tamanhas fortunas.
    E para terminar…
    Todos aqueles cujas fortunas levantarem dúvidas são sumariamente expropriados, as empresas nacionalizadas a custo zero, e todos os seus descendentes, cônjuges e beneficiários seriam também expropriados.
    A cada um, deles seria entregue uma T-Shirt a dizer “Portugal tem futuro!” e uns calções, sendo depois deixados num passeio qualquer. Se foi este País que nos deixaram para viver e trabalhar, então provem eles do mesmo remédio.
    Vão mas é trabalhar!

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  76. Jacob Levi permalink
    25 Outubro, 2011 07:59

    Muito bom, este artigo! Explica muito do que é a nossa crise actual, explica como as culpas são repartidas entre o Estado, a banca e os particulares – todos cantaram como a cigarra…
    Só não explica que o próprio sistema partidário em que nos encontramos encorajou estas loucuras desmedidas. Para que um político chegue à direcção de um partido, tem de favorecer “as bases” construindo, pavilhões multi-usos em cada aldeia, estradas para cada arrabalde, etc. E, com isto, contratar com as empresas de construção que se tornaram máquinas mafiosas dominadas por antigos dirigentes políticos.
    Sem as bases, ninguém chega à direcção dos partidos e sem lá chegar ninguém chega aos cargos políticos.
    Mesmo os políticos com as melhores intenções vão ter que ir cedendo.
    Se isto não mudar, depois de todos os sacrifícios (bem) impostos pela troika, volta tudo ao mesmo. É necessário que os cargos políticos que dependem de apoios partidários sejam mais e melhores controlados por órgãos independentes, ou seja, os tribunais!

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  77. josé permalink
    25 Outubro, 2011 15:44

    O amigo não se preocupe que a gente antes do fim do ano leva com corte de cabelo (hair cut) de 40% da UE que vai ser uma alegria.
    40% de divida que vai para o “teto” , é bom não é ?
    Pode escrever isto é limpinho .
    Anime-se .
    Bora , tomar um cafezinho que essas ideias esquesitas passam.

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  78. neves permalink
    25 Outubro, 2011 22:43

    “agora, tentam concertar a casa em ruínas.” Será “the house of the rising sun” ?…
    “A factura que estamos a pagar é imensa.” A palavra certa é colossal … !!
    Que giro, corrigir um jornalista desta craveira. Mas concordo, na generalidade,
    com o espirito do escrito….

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  79. 25 Outubro, 2011 23:05

    Ver … De José Manuel para José Manuel (sobre o que se escreve aos filhos…)

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