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Nem Santos, nem demónios…

7 Janeiro, 2012
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De repente, em Portugal, exige-se de um “político” uma vida passada absolutamente neutra, bacteriologica e cientificamente pura e desprovida de suspeita de riscozinho que resulte de qualquer coisa confundível com uma pequena areia que tenha arranhado as paredes de vidro do tubo de ensaio laboratorial, em que é suposto (o “político”) ter vivido.

Sem isso, não se podem exercer os cargos políticos. Além disso, é suposto os “políticos” não terem tido vida profissional, antes de serem políticos. Muito menos, terem cobrado honorários, recebido ordenados ou qualquer espécie de retribuição. Deverão fazer, portanto,  prova de que são ricos e estão dispostos a gastar  os seus bens numa carreira (sem ganhar)  que os conduzirá  à qualidade  de “políticos”. Ah!, e também não podem conhecer ninguém! É muito suspeito que, quem queira e consiga ser político, perante um problema qualquer, se socorra de quem conhece tal problema e, presumivelmente, pela sua actividade, esteja apto a ajudar a resolvê-lo. Sendo amigo ou conhecido, vizinho ou amigo do vizinho do “político” em causa, isso será um forte indício de corrupção, de manipulação de interesses e tudo o mais que, de danoso para o “interesse público”, se possa imaginar.

Mas até nem é bem o interessse público que está por detrás desse tipo de suspeitas, alimentando-as  – ou melhor, a eventualidade de se prejudicar o dito e etéreo “interesse público”. Normalmente, as reacções “contra essa pouca vergonha” (?!), parecem resultar mais do facto de “eu (também) não poder fazer o mesmo”…Melhor, consola-nos saber que, afinal, “andam todos ao mesmo” (e, percebe-se implicitamente, nessa típica exclamação, que, no fundo, “andamos” todos ao mesmo, mas que aquele sortudo, agora, foi apanhado, ah, ah.,ah!). Afinal, todos temos telhados de vidro, ainda que não se saiba bem, nem se perceba, se é, de facto, uma pedra, ou não, aquilo vai a voar.

Vem isto a propósito da polémica que surgiu, há alguns dias, no Aventar, a propósito do “político” Francisco José Viegas. Polémica travada entre, nomedamente, Ricardo Santos Pinto e Carlos Garcêz Osório –  pessoas que, pessoalmente, muito prezo. E, apesar disso (de considerar ambos), julgo que a melhor forma de se esclarecer esse tipo de não-polémicas ainda é aquela que Osório utilizou: enunciar factos documentalmente. Duvido, porém, que, na lógica (muito mediática) do imediatismo dos casos, consiga ser – como deveria – suficientemente  decisiva. Infelizmente.

PS – Além do mais, poder-se-á cair num certo simplismo (obviamente, muito romanticamente confundido com frontalidade e coerência) quando não se equacionam as inevitáveis diferenças e planos que existem entre opiniões de um crítico e decisões de um decisor político (“de um “político” no activo e, especialemente, de um governante).

 

15 comentários leave one →
  1. Pi-Erre permalink
    7 Janeiro, 2012 11:10

    Quando não se tem nada que fazer, escrevem-se posts inúteis.

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  2. licas permalink
    7 Janeiro, 2012 11:17

    MAS QUE ESTUPIDEZ DE POST.
    Como se a honestidade e probidade FOSSE INCOMPATÍVEL com a exercício de uma profissão !!!
    O que o autor quer insinuar/defender é que a condição necessária a um político
    é não ser uma pessoa de bem! INACREDITÁVEL! ASQUEROSO!

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  3. licas permalink
    7 Janeiro, 2012 11:21

    A Wilma já *despachou* 5 políticos em 10 meses, NÃO LHE DOAM AS MÃOS!

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  4. Luis Serpa permalink
    7 Janeiro, 2012 12:13

    O único problema que vejo nessa nomeação é a incompetência de Elísio Sumavielle, da qual deu bastas provas quando dirigia o IGESPAR.

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  5. 7 Janeiro, 2012 12:34

    licas

    suspeito que não sabe ler!!!

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  6. Ricardo Santos Pinto permalink
    7 Janeiro, 2012 13:19

    Meu caro, concentrando-me na parte final, que penso ser sobre a Barragem do Tua – que no fundo é a única questão que me interessa – o que defendes é que um político não precisa de ser coerente com as opiniões que teve no passado, mesmo que tenham decorrido apenas meia dúzia de meses. Por ser governante, pode renegar tudo o que disse enquanto não-político. Não concordo nada e é por isso que os políticos portugeses têm a imagem que têm junto dos portugeses.
    Abraços

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  7. Pine Tree permalink
    7 Janeiro, 2012 13:59

    “O que o autor quer insinuar/defender é que a condição necessária a um político é não ser uma pessoa de bem!”
    Oh Camarada! Já pensou quão sábias podem ser as V. palavras?

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  8. 7 Janeiro, 2012 14:07

    Caro Ricardo,

    nem tanto; nem tanto à terra, nem tanto ao mar! O que pretendo dizer é que, por vezes, mesmo sem se fazerem concessões às respectivas ideias, quando se é governante,. há que jogar, por vezes (repito), com o tempo e com outros factores que condicinam aquilo que poderia ser uma decisão rápida e linear (em consonância com aquilo que se pensa…livre e independentemente). Há limites: há que distinguir entre aquilo que será uma ideia de princípio, e as outras que poderão ser moldadas, retardadas, acondicionadas (em funções dos interesses gerais da governação)…Mas, isto até independentemente do caso concreto (diria, em abstracto).

    Abrçs.

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  9. 7 Janeiro, 2012 14:22

    Mas, de facto, Caro Ricardo, até nem seria isso o principal do post. Na questão da barragem do Tua, até concedo alguma incoerência.. e compreendo a ideia assinalada e sublinhada.
    Abrçs.

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  10. J. Madeira permalink
    7 Janeiro, 2012 17:08

    O mal está no admitir que andamos todos ao mesmo aliás, os cargos políticos devem ser
    desempenhados transitoriamente e do modo mais transparênte possível! Quem não de-
    ve não teme, o mal está no esconder as situações, quem está na vida pública deve dedcla-
    rar todos os seus interesses, par evitar futuros conflitos com os ditos!
    Muitas boas intencões vão parar ao Inferno! Parece já estar no esquecimento o triste caso
    da Moderna, projecto que começou bem e com qualidade e, passados alguns anos “implodiu”
    por causa das guerras de lojas maçónicas!!!

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  11. Carlos II permalink
    7 Janeiro, 2012 17:35

    O Ricardo Sá Pinto acusou, injustamente, os homens, que eu só conheço pela comunicação social, de fazerem negócios em nome do Estado, por ajuste directo e, depois, confrontado, pelo companheiro, com documentos evidenciando o seu erro, não foi capaz de pedir desculpa. É um tonto, julgando-se dono da verdade e pensa que tem o rei na barriga.

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  12. Arlindo da Costa permalink
    7 Janeiro, 2012 18:24

    Hás as Lojas Maçónicas que mandam no Governo e na Assembleia e há as Lojas da Pinga Doce que financiaram as campanhas do inquilino de Belém…
    Isto anda tudo ligado…

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  13. A. R permalink
    8 Janeiro, 2012 21:04

    As lojas do Amigo Oliveira e da Prisa, e o Orçamento de Estado financiaram a campanha do papandreu sócrates

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  14. 9 Janeiro, 2012 14:19

    Reblogged this on nós and commented:
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  1. Aventar

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