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Bem-vindos ao mundo moderno

6 Maio, 2012

Os portugueses ficaram surpreendidos quando descobriram que numa economia moderna o valor acrescentado da distribuição é muitas vezes superior ao da produção. Mas é fácil perceber porquê: produzir uma alface é mais fácil do que colocar uma alface onde eu a quero comprar, com o aspecto que eu quero, no dia e na hora a que eu quero e a um preço que eu esteja disposto a pagar.

60 comentários leave one →
  1. 6 Maio, 2012 12:23

    mas assim fica uma pergunta no ar: se é assim, então ainda vale a pena produzir alfaces?

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  2. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 12:27

    rr,
    .
    Vale mas não é para todos. É para aqueles que vendam as alfaces baratas a quem as distribui, ou para aqueles que facilitam o trabalho à distribuição incorporando valor antes de vender ao distribuidor ou entram eles próprios no negócio da distribuição.

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  3. 6 Maio, 2012 12:39

    Ó Miranda, vc já disse isso éne vezes! Troque o disco e toque outra coisa.

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  4. 6 Maio, 2012 12:40

    nem alfaces nem alfacinhas!

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  5. Portela 1MAIO2012 permalink
    6 Maio, 2012 12:44

    JM, já percebemos o seu ponto; não insista.

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  6. 6 Maio, 2012 12:47

    já percebi joao: o melhor é as alfaces serem dadas de borla aos distribuidores, ou entao ao preço da uva mijona,deixando-os na miséria.Por outras palavras,de facto não vale a pena.

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  7. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 12:52

    rr,
    .
    Agricultura que não aposte no volume e baixo custo, em nichos ou na integração na cadeia de distribuição não tem futuro.

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  8. carneiro permalink
    6 Maio, 2012 13:03

    Costumo seguir, com agrado as suas opiniões. Na questão agrícola, porém, o Senhor volta e meia atoarda. Os produtores dos perecíveis agrícolas estão sempre sujeitos à chantagem dos intermediários. Este é o grande problema dos produtores agrícolas. As alfaces têm que ser colhidas naqueles dois ou três dias. Sob pena de se perderem. E os grandes distribuidores – que muito lhe devem neste blogue – aproveitam-se de forma escandalosa.
    Por outro lado, nem todos os produtos agrícolas perecíveis têm o mesmo ciclo produtivo. Se com alfaces eu posso adaptar-me ao mercado e mudar a próxima safra para tomate (enfim, a maquinaria não é amesma, sempre envolveria um investimento extra) no caso de frutas eu não posso arrancar o pomar de peras este ano para na próxima safra ter no mesmo local um pomar de laranjas. O mercado nestas matérias tem que assumir naturais limitações. Que não são de ordem ideológica, mas exigidas pela realidade concreta, palpável e real, porra.
    O mercado, a lei da oferta e da procura e o liberalismo económico, quando chegam aos produtos da terra não é exactamente tecer cuecas de algodão em tear electrónico. Não podem ser tratados de igual modo.
    SE uma grande superfície me oferece 18 cent por kilo de pera rocha para a vender ao público a € 1,49 há alguma coisa que está tremendamente mal. E não me venha dizer que é mais fácil transportar as peras numa camioneta compradaem leasing do que criá-las à chuva, ao sol, ao frio, à geada, à seca, aos pedrados, aos míldios, etc. Fácil ?
    Fácil é tirar um curso de gestão e cagar sentenças sobre o trabalho dos outros. Desculpe o vernáculo.

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  9. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 13:11

    carneiro,
    .
    Numa economia de mercado quando alguém acha que um negócio não dá dinheiro não entra nele ou muda de ramo. Ou então inova.

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  10. 6 Maio, 2012 13:25

    joão: so what? qual é a pessoa que vai decidir produzir algo que não lhes de beneficios? é o que eu digo, por essa ordem das coisas, o mais certo é as bancas do supermercado estarem completamente vazias.Mas um anarco-capitalista como extremista que é não consegue entender isso

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  11. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 13:26

    carneiro,
    .
    Outro ponto é que pelo que descreve a agricultura está cheia de oportunidades de negócio. A mais óbvia é a escala. Quem conseguir escala ganha poder negocial e reduz riscos. Pode vender mais caro. A segunda é nichos. Quem conseguir produzir produtos únicos pode vendê-los ao preço que quiser. A terceira é a exploração de canais de distribuição alternativos. Quem conseguir vender pela net ou através de distribuidores independentes pode conseguir preços mais altos. Outra é integração na cadeia de distribuição. Não basta vender pêra rocha. Que tal assegurar a produção, a qualidade, a conservação e o transporte? Se o fizer captura grande parte do valor acrescentado conseguido pela distribuição.

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  12. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 13:27

    rr,
    .
    As bancas dos supermercados estarão sempre cheias. Mas não será graças aos queixinhas que não inovam.

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  13. 6 Maio, 2012 13:29

    neste caso que conceito de inovação é esse o seu? uma alface é uma alface

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  14. 6 Maio, 2012 13:30

    ahahahahhahahahaha estarão há pois claro sem duvida.Voce realmente…

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  15. Paulo permalink
    6 Maio, 2012 13:35

    Um exemplo:

    http://myfarm.com.pt/

    Ainda é cedo para saber se vai vingar, mas é uma alternativa.

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  16. 6 Maio, 2012 13:39

    “Os portugueses” descobriram isso há muito tempo e por isso mesmo quase abandonaram a atividade. Agora o que o João Miranda ainda não descobriu é que não é nada disso que está em causa. O que está, é o poder que foi dado a alguns grupos que controlam a distribuição e que não só esmagam o produtor, como os restantes distribuidores. O que está em causa é algo que devia chocar qualquer um que se reclame do liberalismo: vigarice na concorrência.
    Já agora: se procurar um pouco mais de informação, logo verá que a produção agrícola intensiva já foi. Onde é preciso investir e fazer a diferença é na qualidade. Aliás, como as atuais políticas europeias nos vão obrigar a viver nova deriva protecionista, verá que não tardará muito e estão a “descobrir” que a maior parte dos produtos (não europeus) que consumimos, não têm qualidade. É a vidinha…

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  17. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 13:41

    No caso da alface há muitas formas de inovar:
    – alface que dure mais tempo sem apodrecer
    – alface pré-embalada
    – sistema de processamento da alface que minimize perdas
    -colocação da alface em pontos de venda alternativos
    – novos produtos com base na alface e formas alternativas de preparar a alface
    – métodos de controlo de qualidade para a alface mais baratos e que possam ser utilizados por mais pessoas e em mais sítios

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  18. 6 Maio, 2012 13:50

    e quem lhe garante que essas cosias que enumerou não existem já?

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  19. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 13:54

    rr,
    .
    Se existem tanto melhor. Mas quem anda apenas a vender alfaces a grandes superfícios sem lhes vender simultaneamente serviços ou tem muitas alfaces baratas ou não se safa.

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  20. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 13:55

    Dito de outra forma, uma alface não é apenas uma alface. É uma oportunidade para vender serviços.

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  21. xico permalink
    6 Maio, 2012 13:56

    Deixem os produtores vender as alfaces ao longo das ruas e praças, à hora que eles quiserem, e vai ver o que acontece aos supermercados.

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  22. xico permalink
    6 Maio, 2012 14:01

    O que o Sr. João Miranda está a tentar dizer é que Soares dos Santos tem todo o direito de enriquecer à custa da pobreza dos agricultores. Eu que sempre desconfiei da revolução francesa e dos utilizadores da guilhotina, às vezes dou por mim a compreendê-los…

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  23. 6 Maio, 2012 14:11

    O João Miranda tem razão num ponto: a agricultura portuguesa tem que evoluir e organizar-se de modo a tornar-se mais competitiva. Isso é fundamental, tendo em conta que as diretivas europeias são meramente “políticas” (veja-se o recente acordo em relação aos produtos de Marrocos), beneficiando os membros do Norte. É, por exemplo, muito discutível que devamos continuar a privilegiar as culturas de regadio (para além, evidentemente, do necessário para garantirmos reservas estratégicas que, neste momento, não temos) onde tudo está contra nós. Até o clima. Só que isso pouco tem que ver com o problema da distribuição. A menos que se opte pela possibilidade de venda livre em plena rua (como foi proporto por um dos comentadores anteriores), a venda ao público está de tal modo controlada que dificilmente qualquer produtor ou associação de produtores conseguirá fugir à sua ditadura.

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  24. Fincapé permalink
    6 Maio, 2012 14:23

    JM tem razão: produzir UMA alface é mais fácil do que “do que colocar uma alface onde eu a quero comprar, com o aspecto que eu quero, no dia e na hora a que eu quero e a um preço que eu esteja disposto a pagar.”
    Até pode ser feito num vaso numa qualquer varanda lisboeta onde more um alfacinha que nunca vergou a mola.

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  25. 6 Maio, 2012 14:30

    Negócio é negócio quando é vantajoso para os dois intervenientes.
    Que se saiba o Pingo Doce não apontou nenhuma pistola aos seus interlocutores, os produtores de alfaces, obrigando-os a fazer negócio … Negociaram quando quiseram, como quiseram e porque quiseram.
    E se alguém tem queixas sobre o processo, deve apresenta-las no poder Judicial do Estado de Direito.
    A Ministra, voluntarioso Executivo, ingenuamente caiu no engondo actuando como testemunha de acusação, advogado de uma das partes -sem qualquer contraditório- e decidiu, como Juiz, logo ali, inculpando a Distribuição. “Justiça” instantânea. Lindo.
    Não contente com esse triste espetáculo já está a congeminar mais Leis, e correspondente Taxas, para intrevir, iluminada por um rapidíssimo Pentecostes, defendendo os tão candidos produtores!.
    O resultado, como habitualmente nas burocráticas emendas do Estado, vai ser bem pior que o soneto, e até para o consumidor, que nem sequer estava no início do poema.

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  26. 6 Maio, 2012 14:42

    que serviços joao?

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  27. rami permalink
    6 Maio, 2012 14:44

    pois eu espero que a ministra actue,e rapidamente.Que o lobby distribuidor seje colocado no sitio

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  28. nuno dias permalink
    6 Maio, 2012 15:01

    Eu, como não ponho os pés numa grande ou pequena superficie nem, ou sobretudo, em dias de 50% de «deixa-me brincar com as marionetas»
    costumo ir ao senhor que planta as alfaces para vender aos retalhistas
    no dia que quero a um preço muito interessante
    e imaginem só, são frescas!!!!

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  29. JDGF permalink
    6 Maio, 2012 15:07

    Segundo se entende não há nada a fazer quanto à concentração do circuito de distribuição/comercialização – directa ou indirectamente – nas grandes superfícies.
    A ‘batata quente’ foi colocada no lado da produção. Segundo se depreende a produção terá que investir, inovar, desenvolver-se (modernizar-se), modificar a realidade fundiária, etc., de modo a ‘assegurar’ ad ternum o rendimento das grandes superfícies.
    Ah! falta ainda o mais caricato. Os custos dos factores de produção (água, combustíveis, rações, fertilizantes, etc.), sem qualquer tipo de regulação ou objecto de políticas de estímulo (um sacrossanto pecado na visão neoliberal), deverão continuar em ‘roda livre’.
    No final, não devem restar dúvidas que este ‘caminho’ tem necessariamente de ser ‘gerador de anunciados equilíbrios’, simplesmente porque representa o ‘mercado a funcionar’ (a todo o vapor!). E manter a produção afastada (refém) desse ‘mercado’. E, nos comícios que aí vêm (autárquicas, europeias e legislativas), deve-se ‘gritar’, alto e bom som, pela preferência no consumo de produtos nacionais…e, consequentemente, as relações produção/distribuição/comercialização deverão permanecer como estão (ou deteriorar-se ainda mais).

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  30. Aladdin Sane permalink
    6 Maio, 2012 15:57

    A Ministra da Agricultura (para o caso, é quanto basta) é a “correia de transmissão” do presidente do seu partido, o célebre .pdf. Erro de casting.

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  31. JP Ribeiro permalink
    6 Maio, 2012 16:11

    “SE uma grande superfície me oferece 18 cent por kilo de pera rocha para a vender ao público a € 1,49 há alguma coisa que está tremendamente mal”.

    SE alguma coisa está mal pode fazer duas coisas:
    1. vender directamente a pera rocha a 1,49€. Vai ver então que não é facil, e entenderá o porquê do custo da distribuição.
    2. vender a pera rocha para o mercado distribuidor espanhol. Estamos mais perto de Badajoz que Badajoz está de Madrid. Estamos mais perto de Madrid que muitas cidades de Espanha. Vai ver então que não é facil e entenderá o porque do custo da distribuição.

    É que é muito fácil armar em empresário sentado na sua cadeira ministerial do Terreiro do Paço, com as TVs ávidas de notícias sensasionalsitas. É mais fácil ser populista. É necessário ter um arcaboiço que esta ministra obviamente não tem.

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  32. e-ko permalink
    6 Maio, 2012 16:25

    bem vindos ao mundo moderno:
    .
    quando, para além da imposição dos preços pelas grandes centrais de compras de grandes e médias superfícies, se intensificar a especulação sobre produtos alimentares no mundo, não só tudo isto vai mudar de figura, mas o próprio peso da agricultura na nossa economia vai ter de mudar!…
    .
    depois, com a redução de poder de compra das classes médias, essa das saladas lavadas e pré-mastigadas, com um iva que passa de 6 para 23% ainda por cima, é coisa com um sucesso limitado!…
    .
    exemplo: a cenoura a granel é vendida a cerca de 40 cts o kg… meio kg de cenoura ralada vende-se a 1 euro mas em pequenas quantidades, as pessoas não são parvas!…

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  33. 6 Maio, 2012 16:26

    Que paciência…

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  34. e-ko permalink
    6 Maio, 2012 17:05

    corrijo: não é meio kg de cenoura ralada dentro do saco celofane, mas 300 gr, quando o kg se vende a menos de 40 cts.

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  35. PMP permalink
    6 Maio, 2012 17:16

    A taxa de desemprego nos 15,3% e a subir é uma boa demonstração dos bons resultados da economia portuguesa, onde as empresas de distribuição são muito mais eficientes que as empresas de produção.
    .
    Continuemos assim que vamos bem.
    .
    Esta ideia parola de que a agricultura não deve ser subsidiada e apoiada , só mesmo na cabeça de pseudo-liberais que vivem num mundo de fantasia.

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  36. 6 Maio, 2012 17:22

    … agricultura deve ser subsidiada e apoiada. O pessoal que comprar Jeeeps novos.

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  37. e-ko permalink
    6 Maio, 2012 17:40

    Sarko já foi ao charco!…
    .
    Hollande já ganhou!…

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  38. Zebedeu Flautista permalink
    6 Maio, 2012 17:48

    Hollande já ganhou?
    .
    Pobre França… Amanhã tem o desemprego da Espanha e o motim social da Grécia.

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  39. Fincapé permalink
    6 Maio, 2012 18:02

    Hollande já ganhou.
    Que caniche é que a Merkel leva agora a passear?

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  40. JPP permalink
    6 Maio, 2012 19:01

    Caro João Miranda,
    Parece quase visceral, esse “ódio” à agricultura….
    Algumas correcções:
    Não, não é mais fácil produzir uma alface, tem, para além doutros factores (exigência em mão-de-obra, e níveis de esforço físico da mesma, por ex.), um nível de risco que tornam a difculdade incomparável com qualquer outra actividade.
    Depois, quem “coloca uma alface onde eu a quero comprar, com o aspecto que eu quero, no dia e na hora a que eu quero e a um preço que eu esteja disposto a pagar” é a produção, as cadeias de distribuição apenas fornecem o espaço e o funcionamento do mesmo, cobrando, além da margem elevada, “espaço de prateleira” ou pelo menos “jóia de entrada” aos produtores…
    Depois, toda a inovação de que fala já existe, uma alface hoje é controlada, certificada, calibrada, lavada e embalada, e entregue no dia (e hora!) certo, mas estas e todas as valorizações que refere são feitas pela produção, nunca pelas grandes superfícies.
    Acima de tudo, o erro está no fundamento do que escreve: as margens da grandes superfícies não se devem a eficiência ou ao funcionamento do mercado, mas sim por uma anulação da concorrência do lado das compras, que constitui exemplo flagrante de cartelização e abuso de posição dominante… Tudo coisas contra a lógica liberal e o livre funcionamento dos mercados que parece defender sempre, excepto no caso da agricultura…

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  41. JoaoMiranda permalink*
    6 Maio, 2012 19:06

    JPP,

    Se a produção faz isso tudo, são tolinhos em não controlarem também a distribuição. Se há cartel na distribuição, então será fácil furar esse cartel para produtores que já controlam grande parte do negócio.

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  42. JPP permalink
    6 Maio, 2012 19:27

    A única coisa que os impede, é o facto de os consumidores pretenderem fazer as suas compras todas num único local… De resto, tem toda a razão!

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  43. 6 Maio, 2012 20:07

    JPP,
    .
    “A única coisa que os impede, é o facto de os consumidores pretenderem fazer as suas compras todas num único local…”
    .
    O que só prova a sua racionalidade. Mas tb ninguém impede os produtores de alface de abrirem hipermercados. E arrasariam então a concorrência com descontos de 70 ou 80%…

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  44. Lucas Galuxo permalink
    6 Maio, 2012 20:13

    “O que só prova a sua racionalidade. Mas tb ninguém impede os produtores de alface de abrirem hipermercados. E arrasariam então a concorrência com descontos de 70 ou 80%”

    Ou vender directamente a produção ao consumidor. Isso já está a ser feito e com muito bons resultados.
    http://www.prove.com.pt/

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  45. Cfe permalink
    6 Maio, 2012 20:47

    Obviamente que qualquer produtor tem a obrigação de acrescentar valor a mercadoria que produz. Porem dado que falamos de comida (coisinha básica para sobrevivermos), que os distribuidores portugueses formam um oligopsônio, que esses mesmos distribuidores portugueses pertencem a grupos economicos atuantes em diversas áreas e associados aos bancos do estado e do regime, só por pura brincadeira pode-se propor livre concorrência ou formação de uma cadeia de distribuidores independentes.
    Aonde esses tolinhos iriam achar recursos ? Qual o banco português emprestaria dinheiro a essa aventura? Os grandes grupos fizeram empréstimos sem garantia alguma ao longo de anos, mas o pequeno (longe dos ministros e asseclas do governo) tem sempre que apresentar capacidade de pagamento muito superiores as exigidas aos amigos do regime.

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  46. Fincapé permalink
    6 Maio, 2012 21:01

    Paul Symington, o maior produtor de Vinho do Porto, e as grandes superfícies. Aqui:
    http://clix.visao.pt/paul-symington-esta-a-fazer-se-cada-asneira-no-douro=f662704
    ………………………………
    Quais os problemas de um produtor de vinho do Porto?
    O caso que tratava é o das grandes cadeias europeias a vender vinho do Porto abaixo do custo. É muito grave. Estão a utilizar Porto da região demarcada e com selo de garantia para atrair clientes e conquistar quota de mercado. É dramático e tem uma influência muitíssimo negativa na imagem do produto. Um Porto a 3,24 euros, como é o caso, é um desastre.
    Devia custar pelo menos quanto?
    Cinco euros! Para ficar uma margem mínima para o produtor. É dramático. O consumidor pensará que 3,24 euros, com IVA a 21% e imposto de álcool a 77 cêntimos, o produto não valerá muito. Marcas a preços superiores ficam sem comprador e reduzem as vendas.
    Também se queixa das cadeias de distribuição portuguesas?
    Não. Só chamo a atenção para o facto de o grande poder negocial estar nas mãos das grandes cadeias. Sei que estão a fazer o seu trabalho, têm acionistas, seguem a sua estratégia. Somos nós todos que, fazendo compras nessas cadeias, lhes damos o poder negocial. Todo o setor agrícola sofre muito com isso. É a realidade em toda a Europa.
    Desse poder decorre um esmagamento do preço no produtor?
    Sobretudo se há excesso de produção, como é o caso. Temos lutado, sistematicamente, perante as autoridades, para que não se produza mais. Se a produção continuar a aumentar, não há volta a dar. Se há vinho do Porto a mais, o preço baixa, desvalorizamos o vinho e sofre toda a gente. Mas ninguém quer saber disso.

    Ler mais: http://visao.sapo.pt/paul-symington-esta-a-fazer-se-cada-asneira-no-douro=f662704#ixzz1u7pdh5j9

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  47. confucius permalink
    6 Maio, 2012 21:35

    produzir alfaces é fácil??? eu já experimentei e não saiu nada de jeito. mas com tanta porcaria que se escreve, estrumar torna-se cada vez mais fácil.

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  48. hajapachorra permalink
    6 Maio, 2012 21:57

    O João, coitado, vive no mundo ‘moderno’, quer dizer, no mundo que desapareceu ou está prestes a desaparecer. Ainda ninguém o informou de que os chineses e os indianos e os mexicanos e os indonésios e os bengalis começaram a comer ou a ficar com muito apetite. E que, por via dessa súbita (?) fome, esse mundo das pacs foi à vida, esse e o da europa triste que nem para fazer filhos presta. A alface em breve será um produto tão disputado como um ‘serviço cheio de valor acrescentado’ e o ‘distribuidor’ ver-se-á negro para o encontrar. O mundo moderno, pá, já era: 4 biliões de esfomeados estão a abrir a goela e a 200 gr de carne por dia, ui, é fazer as contas e esperar que os brasileiros fiquem com a nota preta. Eu, que não sou tão moderno, punha era Portugal inteiro a produzir…. vinho para os chinocas, até os tornar adictos e a nós benditos.

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  49. simil permalink
    6 Maio, 2012 22:00

    E essas coisas é, por acaso, a rapariga da caixa que as faz todas, ó JM?, não haverá aí um pouco de ‘laboro’ concertado do agricultor ao intermediário, o transportador, uns de lavadores e de seletores e outros senhores da cadeia que não diz respeito exclusivanete ao soares do dito jerónimo ?

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  50. carlos moreira permalink
    6 Maio, 2012 22:29

    Sr. João Miranda como é possivel pensar e dizer tanta asneira junta.
    é preciso não perceber nada de distribuição produção comercialização para só dizer lugares comuns dos livros e palavras sem conteudo mas bonitas.E não estou a falar de alfaces mas sim da oligarquia que reina na comercialização de productos alimentares aqui no burgo. Os seus amigos convidam os portugas a plantarem a empreender mas como? se por exemplo as maças da china dão mais margem aos 2 donos da comercialização em Portugal.

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  51. Pinto permalink
    7 Maio, 2012 05:16

    rr,
    neste caso que conceito de inovação é esse o seu? uma alface é uma alface
    .
    Até há meia dúzia de anos uma garrafa de água das Pedras Salgadas era uma garrafa de água das Pedras Salgadas: garrafa verde, água gaseificada, sem sabor … que havia para inovar? A água era aquela.
    Hoje temos a água com sabores, a Pedras Levíssima, etc.
    Outro exemplo? O café é café. Vendido em saco, moído ou em grão. Até a Nespresso ter tido uma ideia engraçada.
    Exemplos portugueses de sucesso? Renova, Compal, Super Bock, Vista Alegre, Riberalves, Delta cafés, etc.

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  52. Pinto permalink
    7 Maio, 2012 05:27

    uma alface é uma alface (II)

    “Ole Martin Siem deve ter ficado com algumas dúvidas quando observou a paisagem selvagem da sua futura herdade no Brejão, no Sul de Portugal, em 1984. Dúvidas não só quanto aos típicos adversários da agricultura – o clima, o solo e as doenças – mas também quanto aos obstáculos de origem humana, como a burocracia, a oposição e a indiferença. Sem se deixar desencorajar, o jovem licenciado em economia agrícola reuniu uma equipa empenhada em desenvolver o seu projecto e, juntos, começaram a ultrapassar o conjunto de obstáculos legais, logísticos e de planeamento que barrava o seu caminho.
    (…)
    Com uma força de trabalho bem treinada e dedicada que chega a 230 trabalhadores nos momentos mais atarefados e com equipamentos e práticas de produção e processamento no local certificados conforme as mais exigentes normas de qualidade, todas as operações, desde as belíssimas plantações, que se estendem fila após fila até ao pôr-do-sol no horizonte alentejano, aos departamentos de carregamento e embalamento meticulosamente higiénico, apresentam a marca da dedicação da Frupor à excelência. Uma dedicação que se estende às mais recentes quatro iniciativas: agricultura biológica, produção de cenouras, turismo rural e vinhas escrupulosamente cuidadas!”
    http://www.frupor.com/index.php?option=com_content&view=article&id=91&Itemid=86

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  53. Pinto permalink
    7 Maio, 2012 05:30

    uma alface é uma alface (III)
    .
    É agricultor, mas não tem terras: em quatro centros tem 120 salas de produção, em altura. Líder ibérico, vende 60% dos cogumelos frescos para França, Holanda e Alemanha.
    ARTUR SOUSA, fundador da Sousacamp, é um agricultor sem terras. E, no entanto, este filho de produtores de azeite e cortiça de Vila Flor tem um negócio do mundo real. É dono de uma área equivalente a 60 campos de futebol que o tornam no campeão ibérico dos cogumelos frescos. Em 120 salas de produção, distribuídas por quatro centros, frutificam por ano 11 mil toneladas que chegam à mesa de apreciadores alemães, holandeses ou italianos. Para o Dubai ou Israel segue a versão enlatada.

    Click to access Sousacamp_Exame.pdf

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  54. Pinto permalink
    7 Maio, 2012 05:58

    uma alface é uma alface (IV)
    .
    A produção de batata chips teve origem em Nova York em 1853,quando o chefe de cozinha George Crum, na tentativa de agradar seus clientes,modificou a espessura das “fritas-francesas”, prato padrão do País nesta época. Crum as modificou cortando-as em espessuras mais finas e fritando-as em óleo. (…) Entre os anos de 1854 e 1856 as batatas de Crum, descascadas ecortadas à mão foram conquistando toda a Inglaterra, passaram então a ser empacotadas e vendidas por todo País, conhecidas então como “microplaquetasde batata”.
    http://pt.scribd.com/Filipe17/d/58593210/10-BREVE-HISTORICO-DA-BATATA-INDUSTRIALIZADA

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  55. Pinto permalink
    7 Maio, 2012 06:05

    uma alface é uma alface (V).
    .
    E a Vitacress é a vitacress(*)
    .
    .
    .
    (*) Volume de negócios: 178 milhões de euros.

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  56. 7 Maio, 2012 10:13

    Cobre-se de ridículo quem entende que pode falar à boca cheia sobre assuntos sobre os quais pouco sabe. O Sr. JM inventou, em 2012, a alface iceberg. Não me espantaria que, na intimidade, fosse dos que se queixam da sua falta de sabor. Lamentamos, mas a natureza nem sempre obedece aos mercados.

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  57. ESMERALDA permalink
    7 Maio, 2012 16:19

    Esquecem-se que querem tudo à mão de semear!!!!!

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  58. Carlos permalink
    8 Maio, 2012 12:15

    Oh João você é uma bosta no que opina!

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  1. O importante é vender a alface | Aventar

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