não há terceira via
Não há terceira via, como bem referia Mises, mas apenas duas alternativas possíveis para uma economia nacional: ou o mercado ou o socialismo. Pela primeira entende-se a livre troca de bens e serviços estabelecida directamente pelos interessados, sem coacção nem dirigismo público e político. No modelo socialista, a livre-troca, o mesmo é dizer, a liberdade individual, é condicionada e progressivamente substituída pela decisão pública, seja fixando limites directos à escolha individual ou objectivos e preços, seja condicionando os direitos de propriedade, por exemplo, por via do aumento progressivo das cargas tributárias. Cada medida tomada pela soberania ou segue no caminho do primeiro modelo (coisa naturalmente rara) ou no caminho do socialismo (tendência predominante). Por outro lado, a socialização da economia tende a provocar a sua própria aceleração, em virtude das ineficiências e dos altos custos que gera: mais intervenção gera mais custos e custos geridos politica e não empresarialmente, logo, mais elevados do que os custos de mercado; mais custos geram mais impostos e mais impostos provocam menos economia, logo, menos receita fiscal num prazo curto, ao que poderes públicos autistas respondem com mais impostos ainda. Portugal tem sido, nas últimas duas décadas, um bom exemplo de que socialismo gera mais socialismo. O mesmo é dizer, mais pobreza.
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Por isso, caro Luís, embora compreendendo o sentido irónico do teu post, queria reforçar a ideia de que não existem “neo-socialistas”, mas apenas socialistas, como esse cavalheiro da foto com que ilustraste o teu texto. É gente que tem o fraco vício de dispor daquilo que não lhe pertence, como se fosse seu, sempre em nome de altos e abnegados interesses. Frequentemente, os deles.
Eu sei Rui e confesso-te que nunca entendi o significado desse bizarro prefixo com que essa gente nos brinda a nós, humildes e singelos liberais. Mas quando o empreguei referindo-me ao dito cavalheiro, quis chamar a atenção para a sua supostamente recente e divulgada mudança de camisola. Em bom rigor, apenas tirou o disfarce, porque a do emblema socialista sempre a trouxe vestida…
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E o bom funcionamento do mercado, isto é, da “livre troca de bens e serviços estabelecida directamente pelos interessados” (“o mesmo é dizer, a liberdade individual”) pode verificar-se. por exemplo, na banca, na energia, nos combustiveis, etc.
Não há nada como um bom mercado! Maravilha!
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“…ou o mercado ou o socialismo. Pela primeira entende-se a livre troca de bens e serviços estabelecida directamente pelos interessados, sem coacção…”
Isso é que era bom!
Não há a coacção do estado mas há a coacção dos lobbies, para não dizer da mafia.
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“…duas alternativas possíveis para uma economia nacional: ou o mercado ou o socialismo.”, isso era no tempo dele (1881-1973) mas depois de 1989 só há uma via (pelo menos até ver…): a dos mercados, com “neos” ou sem eles.
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Essa coacção é chata, de facto, caro Piscoiso. Mas, numa sociedade com instituições jurídicas e judiciais competentes e actuantes, distanciadas do governo e dos poderes públicos (o inverso da nossa, como sabe), sempre se pode opor o direito a quem o tente contornar ou violar. Agora, numa sociedade de forte intervenção estatista, quem faz o direito é o coactor, que se auto-legitima perante a nossa impotência. Reconhecerá que esta modalidade de coacção é bem pior que a outra, ou não?
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Ora, ora… e há os “liberais”, cavaleiros andantes da “sociedade civil” sempre na mira de umas abébias dos amigos empoleirados no Estado: http://lishbuna.blogspot.pt/2012/09/em-maio-ia-voltar-as-aulas-de-canto-la.html
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Palermice.
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Bem podem colocar velinhas ao S. Mises que essa fé na mãozinha do mercado só mesmo de netontos
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Com essa parvoíce o mais que conseguem é dar votos aos cripto-comunas. Porque fazem crer que, ou temos socialismo ou neotontice.
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Como é óbvio, nunca socialismo é uma mentira que faz o mesmo bluff e compra votos à conta do espantalho da “direita do liberalismo selvagem”. E v.s gostam e imaginam que as pessoas são parvas e não sabem o que é liberalismo cigano
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Quanto ao prefixo, devem ser burros para nem o conhecerem. Os próprios neo o reivindicam, ainda que não contem que são tontos.
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Mas pronto, nada muda, tudo se transforma. Há 40 anos tinham dado bons maoístas.
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A semântica e a fé na cartilha é demasiado idêntica e a patusquice de tiques e linguagem de grupo, idem.
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Queria dizer que, como é óbvio nem o Partido Socialista é socialista porque são capazes de ser mais liberais que muito CDS.
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São vigaristas, sim, e usam este tribalismo de palavras como rasteira e v.s caem que nem patos e fazem de espantalho com que eles assustam.
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Sobre a ainda recente “mudança de camisola” de Freitas do Amaral, ela já tinha sido atempada e “pacificamente” vestida antes de ser Ministro dos Negócios Estrangeiros de Sócrates.
Mas, Rui A.,
discordo das duas últimas linhas do último parágrafo do seu post.
Lembra-se, por exemplo, da dívida que FAmaral “herdou” da sua campanha eleitoral à Presidência da República, por incumprimento por parte do PSD e do CDS ?
Sabe como a pagou ?
Vc. integra facilmente a vida política e partidária, os pareceres jurídicos e outros de FAmaral, o seu trabalho como docente, os seus livros, nessas suas duas últimas linhas ?
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A cena é mesmo caricata. A escardalhada, que domina tudo, todo o pensamento, faz a rábula e aponta para o PSD e CDS e berra: é a Direita! a Direita da banca, do liberalismo que levou à crise mundial!-
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E v.s, que são as majoretes que nem mandam em nenhum partido, ficam todos contentes e insistem: “sim! somos nós! o PSD e CDS! a Direita portuguesa e somos muito liberais e vamos acabar com tudo o que seja “Estado e Estado Social” Porque agora a Direita é assim!
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“:OP
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MJRB,
Lembro, sim senhor, e no post nada está escrito que ponha em causa a honestidade pessoal de DFA. Apenas a desonestidade intrinsecamente política de quem se dispõe a “salvar a pátria” com a “generosidade” da renda alheia.
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rui a. at 19:10
Parece haver por aí uma contradição.
Por um lado instituições jurídicas e judiciais competentes e actuantes, que pode opor o direito a quem o tente contornar ou violar.
Por outro lado, pretende-se uma sociedade de fraca intervenção estatista, onde por isso a lei não irá abranger certos contornos ou violações, tornando ineficazes as instituições jurídicas.
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Freitinhas! É um neo socialista… Daqueles que quer a malta a pagar-lhe a reforma e coisitas mais.
Se ele coloca a fasquia a partir dos 10 mil € é porque temos este socialista entre os 5 mil e os 10 mil.
Se quem ganha acima de 200 mil é um tubarão então o Freitinhas é um carapau…
Um cara de pau mesmo!
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Rui A.,
Mas eu já tinha percebido que a intervenção de FAmaral surgiu-lhe como “desonestidade intrinsecamente política”…
Neste periclitante e perigoso momento da vida tuga, por que há-de a injusta carga fiscal massacrar (e nalguns casos aniquilar) classes sociais e beneficiar quem muito mais ganha, quem muito mais tem ? FAmaral não tem razão, não foi uma opinião ajustada, sensata ?
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“Parece haver por aí uma contradição”
Não há nada, caro Piscoiso. O Direito não é necessariamente, apenas e só, uma emanação do espírto do legislador, como infelizmente estamos habituados. E a instituições jurídicas, quanto mais distantes do governo e do poder político, melhor. melhor para elas e para todos nós. Veja o que tem sido, em Portugal, por exemplo, o funcionamento dessas instituições que dependem, como o MP, o TC, o CSM, dos bons humores da política. Não por acaso, o Locke considerava o poder judicial à parte da soberania política…
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Caro MJRB,
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O meu Amigo por acaso já olhou para os escalões do IRS? Acha que a taxa marginal máxima de 49% ainda é baixa?
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“É gente que tem o fraco vício de dispor daquilo que não lhe pertence, como se fosse seu, sempre em nome de altos e abnegados interesses.”
mas isto não é o retrato de um certo empresário tuga sempre encostado ao orçamento, almofadinhas e garantias várias? E tb desses exmºs boys que por andarem nas jotas desde pequenininhos – e que desde jovens encostaram-se a outros pilares para além dos partidos que integram – acham que são os donos da política e respectivos cargos que se estendem ás empresas que beneficiam dos vários “incentivos”, como o dos lucros mínimos garantidos?
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“mas isto não é o retrato de um certo empresário tuga sempre encostado ao orçamento, almofadinhas e garantias várias? ”
É. Mas esses não são empresários.
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e quantos a sério há cá no lugar?
é que os empresários a sério devem-se assustar com o peso das colunas por estes lados, e como lidam c o seu próprio dinheiro (ao contrário dos “sábios” dos administradores tugas pagos a peso do ouro) talvez prefiram ir para outro lugar de mão de obra mais cara mas mais cristalino…
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Apesar dos múltiplos exemplos que ocorrem por esse mundo fora, há muita gente que não se apercebe dos malefícios do intervencionismo do Estados nos assuntos de economia, distorcendo os mercados e produzindo um empobrecimento a que, infelizmente as pessoas se habituam e se adaptam, não enxergando outras soluções.
É claro que existem países que possuem recursos (naturais ou industriais) que permitem aos governos manter uma qualquer modalidade de socialismo sem castigar os cidadãos. Outros países não possuem tais recursos e os respectivos governos lançam mão de empréstimos externos e do lançamento interno de impostos, num ciclo infernal de que não se consegue ver o fim. Hitler foi mais longe; depois de roubar internamente, lançou-se na guerra para expoliar os países ocupados. Morreu cedo.
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“Não há terceira via, como bem referia Mises, mas apenas duas alternativas possíveis para uma economia nacional: ou o mercado ou o socialismo.”
Hoje admiramo-nos com os desencontros dos economistas do regime com a realidade da economia. São mais ou menos como duas retas paralelas: por mais que se prolonguem nunca se encontram.
Mas a verdade é que eles têm os OCS em cima a toda a hora. E ainda lhes pagam para os ouvir.
Mises escapou ao atual drama audiovisual. Qualquer João Galamba o trucidaria.
Obviamente que Mises não assistiu à entrega pelo individualista liberal Bush de parte da riqueza americana aos amigos para os “salvar” da falência, nem ao papel da Goldman Sachs no governo do mundo. Se tivesse assistido, daria outro sentido aos seus conhecimentos. Mas a quem escreveu sobre a ação humana convencido que se trata de ciência (não sei se pura) faltou-lhe ver para além dos dois lados absolutos da fronteira (lá e cá) da cortina de ferro.
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Uma pergunta inocente:
Nos conceitos de Rui A. a “economia nacional” no tempo do “Estado Novo” era de “mercado” ou “socialista”?
Se bem interpreto Rui A. era obviamente socialista. E esta, heim?
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Boa pergunta. Pois tinha de ser. Eles inventam estes maniqueísmos e até o marcelismo era socialista.
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O neo-socialista Freitas propõe que se estendem um pouco mais os “sacrifícios” aos que mais tem, na situação que se vive, que é de particular emergência… Ficamos pois a saber que a democracia cristã afinal é marxista! — Não haverá nesta aparente contradição algum défice de leituras?!… — Acabou de passar na RTP1 uma interessante entrevista com o Adriano Moreira, outro perigoso esquerdista… Ele que até foi ministro do comuna Salazar…
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Quase não merece comentário, depois do que a Zazie já aí pespegou.
A coisa anda mesmo fracota.
Estes gajos, afinal, parecem uns tolos presumidos armados em nihilistas do bagulho.
De um lado nós e, do outro, os socialistas/comunistas???
Ó meninos: o que é que grassou por aí no pós-guerra?
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rui a. at 19:56
Deve ser interessante fazer isso com o LEGO.
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“Veja o que tem sido, em Portugal, por exemplo, o funcionamento dessas instituições que dependem, como o MP, o TC, o CSM, dos bons humores da política.”
Em Portugal, quer dizer…
Se o Supremo americano fosse independente, o Bush não teria sido designado presidente. Designado, pois! Teria sido eleito Al Gore.
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Não se pode baixar a guarda. Dessa escumalha ligada ao reaccionarismo Católico com as suas falinhas mansas da caridadezinha ainda pode vir desgraças maiores que da social democracia fabiana. Portugal é um caso paradigmático de abuso de posição dominante e promiscuidade Estado/ Igreja Católica levando a subsequente distorção das sagradas leis do livre mercado que já dura há séculos.
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