O José Vitor existe mesmo?
“resta-nos, a todos, agradecer encarecidamente ao Tribunal Constitucional, à iliteracia dos media, à inabilidade política do PSD e à irresponsabilidade do PS e do CDS por mais esta insanidade.”
Hélder Ferreira, no Económico
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José Vitor Malheiros escreve um artigo no Público de hoje, intitulado “A Dívida Existe Mesmo?”
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Esse artigo alinha com uma série de opiniões correntes, infelizmente muito usuais na nossa imprensa, de que não se sabe o que nos trouxe aqui, que não se sabe para que serviu a dívida, que há um secretismo opaco em todos estes processos. A maior parte da opinião publicada que versa temas económicos é muito pouco fundamentada e este artigo de JVM é apenas mais um exemplo da iliteracia generalizada que grassa pela imprensa. Algumas passagens do artigo:
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“Há uns anos, começámos a ouvir falar do volume excessivo de dívida pública (que hoje rondará os 124% do PIB) e disseram-nos que precisávamos de a pagar urgentemente.”
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Quem disse? O que ouvimos na última década de gente ajuizada é que o caminho teria que mudar rapidamente, para não falirmos. Infelizmente, quem falou não foi ouvido. O José Vítor não fará a mais pequena ideia, mas pagar a dívida pública urgentemente é impossível. Para a pagar em 10 anos, precisávamos de um superavit de 12,5% ao ano. Para a pagar em 20, precisávamos de 6 e qualquer coisa por cento. Estamos muito longe de a poder pagar “urgentemente”. O que está em causa é, tão só, fazer com que a dívida não engorde mais e para isso, precisamos de conseguir atingir uma meta extremamente difícil: défice zero.
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Quando a dívida pública deixar de crescer, arriscamo-nos a, talvez, conseguir gerir a dívida, como dizia um anterior primeiro-ministro de má memória. Isto se os nossos credores acreditarem que ganhámos juízo e se governo e oposição tiverem discursos coerentes. Para reduzir o volume de endividamento para valores mais aceitáveis, qualquer que seja a redução, também precisamos de superavits – ou de muito crescimento, o que não acontecerá sem baixar impostos, o que implica cortar ainda mais na despesa pública. Como ninguém (excepto a troika) está disposto a emprestar-nos dinheiro a juros suportáveis, não há alternativa. Ou tapamos o buraco do défice, ou já fomos.
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“Tínhamos vivido acima das nossas possibilidades, disseram-nos”.
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Não sei se percebeu bem o que lhe disseram, mas quem viveu acima das possibilidades dos contribuintes foi o Estado. Por isso se endividou, todos os anos cada vez mais, porque gastou sempre mais do que recolhia de taxas e impostos.
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“O Governo de Passos Coelho, quebrando as promessas eleitorais, pôs fim aos subsídios de férias e Natal com impostos extraordinários, cortou os nossos salários com aumentos de IRS, cortou subsídios e pensões
…
Tudo isto, recorde-se, para reduzir nossa dívida, que gerava défices insustentáveis, já que para pagar mensalidades dos empréstimos antigos se contraíam novos empréstimos a juros mais elevados.”
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Sim, Passos Coelho mentiu na campanha eleitoral, mas mentiu menos que todos os restantes candidatos que prometeram, todos, mundos ainda melhores. Mas nada disto, infelizmente, foi para reduzir a nossa dívida. Apenas para tentar que ela cresça mais lentamente. Não é a nossa dívida que gera défices insustentáveis. São os défices insustentáveis que geram dívida. Enquanto houver défice, a dívida cresce. É verdadeiramente inacreditável que tanta gente aparentemente bem formada e tantos jornalistas pretensamente bem informados ainda não tenham compreendido que a divida pública é, basicamente, o somatório dos défices dos anos anteriores.
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“Foi em nome do pagamento dessa dívida que nos foram impostos sacrifícios e que se foi sacrificando o Estado Social”.
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Não foi nada, José. Foi porque se acabou o dinheiro e já ninguém nos empresta mais, porque os investidores que iam cobrindo todos os anos o défice do estado com empréstimos começaram a não acreditar que Portugal possa pagar. Foi por não haver dinheiro para suportar o custo do estado que nos foram impostos sacrifícios. Nunca foi para pagar dívida. O acordo com a troika negociado pelo anterior governo nunca chegava a apresentar superavit. Terminava com um défice de 3% – o que significa que nesse último ano do acordo, o problema ainda não estaria resolvido e a dívida pública continuaria a aumentar.
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Aponte José Vítor (em bold e sublinhado para que nunca se esqueça): a Dívida Pública de um ano é a Dívida Pública do ano anterior mais o défice do ano corrente. Sim, há outras coisinhas, mas não quero confundir-lhe a cabeça. Esta definição serve para começar.
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Todos as frases que JVM escreve de seguida e que começam com “É em nome do pagamento dessa dívida…” estão erradas. Não é nada em nome do pagamento dessa dívida. É por não haver mais dinheiro. Só. Porque acabou. Porque não há mais.
Depois, vem a parte mais interessante desta crónica. Aquela em faz muitas perguntas. Imbuídos de um espírito evangelizador, tentemos ajudar o José Vitor.
P: “Mas que dívida é esta?”
R: É, grosso modo, o défice acumulado dos últimos 38 anos.
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P: “Para começar, quanto devemos exatamente e a quem?”
R: Em 31 de Dezembro de 2011, devíamos cerca de 180.000 milhões de euros. Devemos aos detentores de títulos de dívida pública e aos bancos que emprestaram diretamente às empresas públicas, câmaras municipais e governos regionais. No final do programa da ajustamento em curso, parte desta dívida que existia em Junho de 2011 é substituída pelo empréstimo da Troika, que totalizará 78.000 milhões de euros. Este montante, é aproximadamente equivalente ao valor das OTs que vencem durante o período de intervenção e que só poderiam ser renovadas a custos muito elevados, mais o défice estimado para 2011 a 2013.
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P: “Alguém já viu a lista das dívidas.”
R: Sim. Muita gente. Todos os que olham para as contas públicas. Pode ir ao site do IGCP para mais informações sobre títulos do estado, aos orçamentos municipais para ver quanto deve cada câmara e aos Relatórios e Contas dos Institutos e empresas públicas para ver o que resta desse lado. Os totais estão no Pordata.
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P: “Quem a certificou? Quem a auditou?”
R: O Tribunal de Contas audita as contas públicas. A dívida é apenas o défice acumulado de cada ano, pelo que a pergunta demonstra alguma incompreensão do modo como estes conceitos se interligam.
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P: “Quem são os credores?”
R: Ver atrás. Os detentores de obrigações do estado são principalmente bancos e fundos. Antes da crise, uma parte significativa estava em fundos de pensões estrangeiros – típicos clientes de títulos de dívidas soberanas. Depois, quando o risco começou a aumentar e os ratings começaram a baixar, a dívida foi impingida a bancos e fundos portugueses, entre eles fundos do próprio estado, como o Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social e os fundos de Poupança Reforma de muitos bancos e sociedades financeiras. As OTs são livremente transacionadas no mercado, pelo que estão à disposição de qualquer investidor. Não têm nome na capa, embora a maior parte publique as suas carteiras de títulos pelo que podemos ver quanto detém cada fundo. De acordo com o Banco de Portugal, em 30 de Junho de 2012 a banca portuguesa detinha um valor superior a 33 mil milhões de euros de títulos de dívida pública nacional com maturidade superior a um ano. No caso da dívida directa à banca, os credores são em grande parte portugueses, com BCP, BES e CGD à cabeça.
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P: “E devemos de quê?”
R: Dos défices José. Dos défices. Dos défices. Dos défices. Escreva 100 vezes, por favor.
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P: “O que comprámos?”
R: O estado compra muitas coisas. Por exemplo, em 2010 gastou 88,5 mil milhões de euros. Como só teve de receitas 71,5 mil milhões, pediu emprestado 17 mil milhões. Principalmente, compra trabalho – cerca de 21.000 milhões são salários de funcionários públicos – paga pensões e faz aquilo a que chama investimentos. Também faz muitas transferências de verbas para muitos sítios: Regiões autónomas, municípios, fundações, empresas públicas e todos os milhares de institutos e organismos que por aí pululam. Os orçamentos do estado têm páginas e páginas de tabelas de organismos e instituições que recebem dinheiros do estado. Veja aqui, por exemplo, para 2010. Mas se pergunta o que comprámos com a dívida, a resposta é simples: comprámos o défice. O défice. O défice. O défice. (Escrever 500 vezes, por favor)
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P: “O que pedimos emprestado?”
R: Em cada ano, o valor do défice menos eventuais ganhos de privatizações. Vamos lá outra vez: O défice. O défice. O défice. Escrever 1000 vezes.
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P: “Em que condições?”
R: No caso de emissões de dívida pública, nas condições do mercado a cada momento. Se houver muita procura, pelos nossos títulos de dívida, os preços – o juro – baixam. Aquilo que se chamava ataques especulativos eram tão somente investidores a deixar de comprar dívida portuguesa e outros receosos a aceitarem apenas juros mais altos. Não era um ataque. Era uma defesa. Menos procura, maior risco, preço mais alto. Ultimamente, financiamo-nos apenas nas condições da troika, excepto para pequenas emissões de prazos mais curtos. No caso dos empréstimos bancários, nas condições negociadas com os bancos, habitualmente a custos muito inferiores ao resto da economia.
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P: “Quando?”
R: Todos os anos, várias vezes. O estado pede não apenas o montante do défice, mas também montantes equivalentes às amortizações de cada ano, para substituir a dívida que vai vencendo.
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P: “Quem pediu?”
R: O Estado, habitualmente através do Instituto de Gestão de Dívida Pública. O governo, via acordo com a troika. Ou as Câmaras e organismos públicas em negociação directa com bancos.
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P: “Quem recebeu?”
R: O Estado, as câmaras, as empresas públicas. Grande parte foi obra do último governo. Veja aqui o buraco de Sócrates.
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P: “Onde e Quando?”
R: Está mesmo a leste. Todos os anos. Todos os meses. É público.
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P: “Para onde entrou o dinheiro?”
R: Para contas dos estado, das autarquias e das empresas públicas.
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P: “Para que serviu?”
R: Para pagar o défice. Vamos lá outra vez. O défice. O défice. O défice. Escreva 5000 vezes.
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Questiona de seguida JVM se o dinheiro foi bem gasto ou não. “Se serviu principalmente para encher os bolsos das empresas das PPP, da Soares da Costa, da Mota-Engil…”
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Sinto surpreende-lo, meu caro. O estado ainda não gastou o dinheiro nas PPP. Só agora é que está a começar a pagar. As PPP, na sua maioria, foram um truque para fazer obra pública inviável sem pagar e deixar a conta para quem viesse depois. Eles fizeram a festa e ganharam os votos, o seguinte que se fornique, mais os contribuintes que servem para estas coisas. A factura só está a chegar agora e vai continuar a chegar nos próximos 20 anos. Se essas obrigações estivessem registadas na nossa dívida pública, corresponderiam a mais 26 mil milhões de euros sobre os quais teríamos que pagar juros e capital.
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Após todas estas perguntas, o artigo do José Vitor continua com um parágrafo inenarrável:
“É que é essa informação a que eu tenho acesso na minha hipoteca e no meu cartão de crédito. Essa é a informação que qualquer credor tem de mostrar (e provar) quando exige pagamento”. “… não existe absolutamente nenhuma razão para que esta informação não nos seja fornecida em todos os detalhes, actualizada e explicada”.
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Que dizer a isto? Que quem detém OTs do estado, tem de mostrar as execuções orçamentais e os défices das últimas 3 décadas? Que absurdo. Será que JVM pensa que cada emissão de dívida pública discriminava o destino? O estado pedia, quem tinha gestão de poupanças alheias emprestava. Era só isso, José. Ou pensa que quando o estado faz uma emissão de dívida, tem que explicar que é x para a piscina de Corroios, y para pagar os Magalhães e z para a RTP?
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É para o défice, José. O défice. O défice. O défice. (10000 vezes)
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A seguir o José Vitor chama vigarista ao governo. Felizmente, que vindo de quem demonstra tal nível de sapiência, um insulto destes é quase um elogio.
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Esta ignorância dos mais básicos detalhes das finanças públicas que o José Vitor revela, não o impede de escrever artigos atrás de artigos sobre estes temas. Por esse motivo e porque isto é o Público, ainda tenho esperança de ser convidado para escrever crónicas sobre operações à próstata ou sobre a história da Mesopotâmia antiga. Pior não saía.
está visto que José Victor mexeu com o liberalismo talibã!
uma auditoriazinha à dívida vinha a calhar…
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Os nazis eram mais meigos
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Quer-me parecer que esse José Vítor coloca as questões que apoquentam o mais comum dos cidadãos.
Não se lhe pode pedir mais.
É jornalista…
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Se o José Vitor precisar de papel ou tinta («défice», «défice», …), que diga que eu dou !
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http://economia.publico.pt/Noticia/auditoria-cidada-a-divida-publica-quer-moratoria-sobre-o-pagamento-aos-credores-1564316
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80% das redacções são constítuidas por “josésvitores”…
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A divida existe mesmo ? Cá para mim o José Vitor é um tipo arrumadinho , nunca se endividou , tem a folha limpa . Os endividados que paguem a crise , não é José Vitor ?
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O Mitt Romney existe mesmo? http://lishbuna.blogspot.pt/2012/09/deus-nosso-senhor-que-estas-em-kolob.html
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“Quando a dívida pública deixar de crescer, arriscamo-nos a, talvez, conseguir gerir a dívida, como dizia um anterior primeiro-ministro de má memória.”
As dívidas dos estados, das empresas são de facto para ser geridas e não para serem pagas imediatamente. Nenhuma empresa ou estado tem capacidade para liquidar as suas dívidas do dis para a noite e isso parece que todos entendemos. José Sócrates como cidadão e não como primeiro ministro disse algo de semelhante o que não deixa de estar certo, embora muita gente tivesse entendido que Sócrates, o caloteiro, acha que as dívidas não são para pagar. Parece que a frase acima indicada aponta para esta última interpretação que não corresponde, minimamnete, ao que o homem disse.
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Os meus sinceros parabéns ao autor deste post!
Vou partilhar com toda a gente que queira perceber a origem desta crise.
Muito bem escrito e muito esclarecedor, pelo menos para leigos na matéria como eu.
Os meus parabéns ao Sr. José Vitor também, porque conseguiu, confessando a sua ignorância mas conseguiu que, num espaço público como é este site, a informação sobre a origem da crise portuguesa ficasse colocada de forma clara.
Procurei este site para aprender. E é com senhores como o autor deste post que se pode aprender!
Parabéns! Obrigado!
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Carlos,quando é que irá responder ao anti-comuna sobre aquelas perguntas?
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A situação do Malheiros é a das pessoas, e não serão poucas, que não vivem acima das suas posses e que não querem pagar as dívidas dos que se endividaram sem poderem pagar.
Dir-se-á que o governo foi eleito para contrair dívidas que o cidadão vai ter de pagar.
Nas próximas eleições vou votar em alguém que me dê dinheiro em vez de mo tirar.
Vou esperar sentado.
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Caro JCD,
Interessante este seu post, deveras interessante. Todavia, quem se interessa minimamente pelos detalhes e pormenores da “alimentação do Monstro”, continua a não encontrar propostas de resolução verdadeiramente alternativas – talvez seja esse o seu próximo post alargado. De qualquer forma, gostaria muito de tentar compreender qual a responsabilidade directa dos milhões dos seus concidadãos na “alimentação do monstro” – eximo-me a falar em pormenor das ocupações desses milhões – , e por favor, não me venha falar nas cruzes que eles debitaram de 4 em 4 anos. Reavive-me a memória e disserte, do alto do seu palanque do Blasfémias (blog que muito prezo, diga-se de passagem), sobre a sua posição em matéria da saída “ordeira” de Portugal da moeda única, em concomitância com um default, mesmo que parcial à dívida. Agradeço-lhe de antemão (eu e uma imensa minoria com quem partilho este breve ponto de vista).
Com os meus melhores cumprimentos
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Muito bom (infelizemente porque o pessoal teima em não aprender!)
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Vão-me perdoar a minha ignorância, mas tenho de fazer algumas perguntas para ficar mais esclarecido ainda.
Pois que, para mim, “não há perguntas estúpidas, há é respostas estúpidas”.
Entendi que o país foi sempre recorrendo a novos empréstimos para financiar o défice, o défice, o défice, mais o défice acumulado, o défice, o défice, chegando ao valor de 180.000 milhões de Euros.
Os nossos credores foram sempre comprando e fazendo crescer a nossa dívida pública mas, depois, verificamos que o nosso Estado (independentemente dos partidos que o pediram ou o assinaram), de repente, de um momento para o outro, em 2011 necessitou de solicitar a intervenção da chamada “Troika” pois não tinha dinheiro para ordenados, para as prestações sociais enfim.
As questões que coloco são as seguintes:
1. Por que motivo não nos pudémos continuar a endividar em 2011 e a chutar para a frente, acumulando a dívida? Dito de outra maneira, o que é que mudou no ano de 2011, para de repente nos dizerem que temos de saldar a dívida pública acumulada?
2. Como é que a austeridade recessiva (nomeadamente por via do aumento de impostos e aumento das despesas do Estado com prestações sociais) pode ajudar a diminuir a dívida pública? Um leigo como eu diz que até a aumenta, pois cada pessoa que receba fundo de desemprego é mais uma despesa e menos uma fonte de receita…
3. Não seria mais correto (como se faz no capital privado em momento de maior dificuldade) investir para sair da crise em vez de conduzir o país à recessão económica?
4. Não seria mais correto cortar apenas e só na despesa do Estado (e não sei se era preciso ir tão longe nos vencimentos dos funcionários públicos, mas nos extras todos, nos quais incluo ajustes diretos de portas a valerem centenas de milhar de Euros e concursos públicos ruinosos) e deixar o mercado privado regular-se pelo mercado da oferta e da procura sem tirar poder de compra a todos os trabalhadores?
5. Em que medida é que, tornando os portugueses pobres cada vez mais pobres e os portugueses ricos cada vez mais ricos (conforme evolução registada no fosso entre ricos e pobres em Portugal, nos últimos 20 anos, tendo por base documento oficial da Rede Europeia Anti-Pobreza de Agosto de 2012), nos tornamos mais competitivos? É assim que se aumenta a competitividade?
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Só mais uma questão.
6. Até que ponto é que é justo que andemos todos a pagar os erros sucessivos dos nossos Governantes? Não deveriam estes ser responsabilizados criminalmente por gestão ruinosa?
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há perigosos esquerdistas em todos os quadrantes…
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O deputado do CDS Ribeiro e Castro defendeu a redução da taxa de juro no empréstimo concedido a Portugal pela ‘troika’.
A redução da taxa “seria uma forma de premiar o desempenho positivo de Portugal, que os relatórios de avaliação da ‘troika’ sempre têm reconhecido”, disse o parlamentar, em declarações à Lusa, acrescentando que se Portugal se estivesse a financiar no mercado, o seu desempenho “também seria premiado com uma baixa de juros”.
Ribeiro e Castro assinalou que os juros pagos por Portugal “estão acima dos 4%” e disse ser de “pôr em cima da mesa” uma proposta para que baixem aos 2%, “tendo em conta também que a taxa de referência do Banco Central Europeu caiu recentemente para os 0,65%”.
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Carlos, ele respondeu-lhe em parte, mas posso lhe alertar sobre uma coisa? Ele provavelmente não lhe dará ouvidos
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Ó picoiso, não vote nestes!
Portugal visto por Lobo Antunes
• Um escritor genial, um retrato demolidor da ” Nação valente e imortal”. Façam o favor de ler.
Nação valente e imortal
Agora sol na rua a fim de me melhorar a disposição, me reconciliar com a vida. Passa uma senhora de saco de compras: não estamos assim tão mal, ainda compramos coisas, que injusto tanta queixa, tanto lamento. Isto é internacional, meu caro, internacional e nós, estúpidos, culpamos logo os governos. Quem nos dá este solzinho, quem é? E de graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal agradecidos, protestamos.
Deixam de ser ministros e a sua vida um horror, suportado em estóico silêncio. Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único. Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade. O senhor Rui Pedro Soares, os senhores Penedos pai e filho, que isto da bondade as vezes é hereditário, dúzias deles. Tenham o sentido da realidade, portugueses, sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns Cristos, que pecado feio, a ingratidão. O senhor Vale e Azevedo, outro santo, bem o exprimiu em Londres. O senhor Carlos Cruz, outro santo, bem o explicou em livros. E nós, por pura maldade, teimamos em não entender. Claro que há povos ainda piores do que o nosso: os islandeses, por exemplo, que se atrevem a meter os beneméritos em tribunal. Pelo menos nesse ponto, vá lá, sobra-nos um resto de humanidade, de respeito. Um pozinho de consideração por almas eleitas, que Deus acolherá decerto, com especial ternura, na amplidão imensa do Seu seio. Já o estou a ver
– Senta-te aqui ao meu lado ó Loureiro
– Senta-te aqui ao meu lado ó Duarte Lima
– Senta-te aqui ao meu lado ó Azevedo que é o mínimo que se pode fazer por esses Padres Américos, pela nossa interminável lista de bem-aventurados, banqueiros, coitadinhos, gestores que o céu lhes dê saúde e boa sorte e demais penitentes de coração puro, espíritos de eleição, seguidores escrupulosos do Evangelho. E com a bandeirinha nacional na lapela, os patriotas, e com a arraia miúda no coração. E melhoram-nos obrigando-nos a sacrifícios purificadores, aproximando-nos dos banquetes de bem-aventuranças da Eternidade.
As empresas fecham, os desempregados aumentam, os impostos crescem, penhoram casas, automóveis, o ar que respiramos e a maltosa incapaz de enxergar a capacidade purificadora destas medidas. Reformas ridículas, ordenados mínimos irrisórios, subsídios de cacaracá? Talvez. Mas passaremos sem dificuldade o buraco da agulha enquanto os Loureiros todos abdicam, por amor ao próximo, de uma Eternidade feliz. A transcendência deste acto dá-me vontade de ajoelhar à sua frente. Dá-me vontade? Ajoelho à sua frente indigno de lhes desapertar as correias dos sapatos.
Vale e Azevedo para os Jerónimos, já!
Loureiro para o Panteão já!
Jorge Coelho para o Mosteiro de Alcobaça, já!
Sócrates para a Torre de Belém, já! A Torre de Belém não, que é tão feia. Para a Batalha.
Fora com o Soldado Desconhecido, o Gama, o Herculano, as criaturas de pacotilha com que os livros de História nos enganaram.
Que o Dia de Camões passe a chamar-se Dia de Armando Vara. Haja sentido das proporções, haja espírito de medida, haja respeito. Estátuas equestres para todos, veneração nacional. Esta mania tacanha de perseguir o senhor Oliveira e Costa: libertem-no. Esta pouca vergonha contra os poucos que estão presos, os quase nenhuns que estão presos como provou o senhor Vale e Azevedo, como provou o senhor Carlos Cruz, hedionda perseguição pessoal com fins inconfessáveis. Admitam-no. E voltem a pôr o senhor Dias Loureiro no Conselho de Estado, de onde o obrigaram, por maldade e inveja, a sair. Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço, no lugar D. José que, aliás, era um pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal, esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar. Como pedia o doutor João das Regras, olhai, olhai bem, mas vêde. E tereis mais fominha e, em consequência, mais Paraíso. Agradeçam este solzinho. Agradeçam a Linha Branca. Agradeçam a sopa e a peçazita de fruta do jantar. Abaixo o Bem-Estar.
Vocês falam em crise mas as actrizes das telenovelas continuam a aumentar o peito: onde é que está a crise, então? Não gostam de olhar aquelas generosas abundâncias que uns violadores de sepulturas, com a alcunha de cirurgiões plásticos, vos oferecem ao olhinho guloso? Não comem carne mas podem comer lábios da grossura de bifes do lombo e transformar as caras das mulheres em tenebrosas máscaras de Carnaval.
Para isso já há dinheiro, não é? E vocês a queixarem-se sem vergonha, e vocês cartazes, cortejos, berros. Proíbam-se os lamentos injustos. Não se vendem livros? Mentira. O senhor Rodrigo dos Santos vende e, enquanto vender, o nível da nossa cultura ultrapassa, sem dificuldade, a Academia Francesa. Que queremos? Temos peitos, lábios, literatura e os ministros e os ex-ministros a tomarem conta disto.
Sinceramente, sejamos justos, a que mais se pode aspirar? O resto são coisas insignificantes: desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia, ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem? Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de, fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa obrigação, felizes.
(crónica satírica de António Lobo Antunes, in Visão, abril 2012)
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Anda por aqui gente DISTRAÍDA ou de MÁ-FÉ.
Já atentaram na progressão da dívida entre 2008 e 2011? Sabem quem sugeriu o caminho do endividamento a Portugal como panaceia de combate à crise financeira mundial, para atalhar aos seus nefastos efeitos sobre a economia portuguesa que até tinha atingido o déficite mais baixo da sua história democrática? Pois foi, a UE e o seu BCE de quem somos o repetente aluno melhor comportado…
E sabem também, por certo, da associação e paralelismo do acréscimo crescente de dívida com o fim do petróleo barato…
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Anti-praticos,
Conto publicar os meus comentários às respostas do anti-comuna ainda hoje.
Mas não espere grandes comentários da minha parte, lamento dizê-lo, como já deve ter reparado, sou de fazer perguntas para obter respostas e não tanto para debitar postas de pescada com opiniões que possa considerar mais subjetivas.
Estou aqui para aprender e contribuir para uma discussão séria dos assuntos.
O anti-comuna foi até bastante simpático (concorde mais ou menos com as ideias dele, isso é comigo…) porque foi a única pessoa que se dignou a responder àquelas perguntas.
Mas você também pode comentar, meu caro.
Obrigado pela chamada de atenção! 🙂
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A intervenção da troika termina no verão de 2013. Logo depois vence-se um empréstimo superior a 10000 milhões de euros, que não está coberto pelo dinheiro da troika. Se por qualquer razão Portugal não estiver em condições de ir aos mercados para financiar o pagamento dessa divida, ficamos em muito maus lençóis.
Por isso, e sensatamente, o governo tem ido ao mercado colocar pequenos empréstimos, e assim fazer um “mealheiro” para poder pagar essa divida e dar um sinal positivo aos mercados.
Por essa razão a divida publica tem aumentado mais do que o previsto. Mas perceber isto, já é pedir demais aos jornalistas do Publico.
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Carlos, apenas estava a alertar-lhe que ele é simpatico, até começarem a por em causa a fiabilidade daquilo que pensa
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“A intervenção da troika termina no verão de 2013. Logo depois vence-se um empréstimo superior a 10000 milhões de euros, que não está coberto pelo dinheiro da troika. Se por qualquer razão Portugal não estiver em condições de ir aos mercados para financiar o pagamento dessa divida, ficamos em muito maus lençóis.”
Caro alexandre, o governo nao precisa de inimigos, porque como se viu agora pela execucao orçamental, prejudica.se a si proprio.Dito isto, se não formos aos mercados em 2013, não será por culpa alheia mas sim própria.
Os deuses sao os guardioes do destino.E quis o destino que a nação tivesse a caminhar para o fim neste momento
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ESPECTACULAR. Os meus parabens. Isto devia ser explicado nas escolas, empresas privadas, empresas publicas, repartições do estado, universidades, sedes de partidos e de sindicatos.
Isto é serviço publico.
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Essa gente toda que andou estes anos todos a queixar-se da obcessão pelo défice agora está a sofrer na pele a razão de haver gente obcecada com isso. E claro que não gostam. Mas será que vão começar a apontar o dedo ao PCP e ao BE, que defenderam sistematicamente o endividamento e orçamentos deficitários enquanto se opuseram violentamente a qualquer proposta de corte da despesa?
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“Quando os administradores da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) terminarem funções podem receber, mensalmente, durante dois anos, dois terços do salário que auferiam quando estavam na administração desta entidade, estabelecem os novos estatutos do regulador.”
o corrupto súcrates inventou as “entidades reguladoras” para meter os seus boys, o ppc mantêm-as, como mantém os ganhos de 25%!!!!! (exacto 25%!!!) dos “patrões das estradas” (hoje no CM). Como mantém os IP’s recheados de boys e girls e as fundações inúteis pagas pelos portugueses. Se o governo não tem coragem nem capacidade para pôr um termo a isto alguém tem de ter. Este sistema democrático foi totalmente pervertido e manipulado sendo transformado num imenso “jobs 4 boys” e portanto não tem qq legitimidade.
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Muito bem apontado. Eu permito-me complementar: Decreto-Lei n.º 212/2012, Artigo 29.º, n.º 5. Curioso, este mesmo artigo está justamente designado como “Incompatibilidades e Impedimentos”. E o monstro, esse, vai-se alimentando…
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As Fundações de M. Soares e de M. Barroso
Este simpático e feliz casal, que já deu a volta ao Mundo três vezes, subsidiado pelo generoso povo português, tem duas Fundações. Para quê?
Ora naturalmente para juntarem mais umas migalhas à reforma e à vaidade.
Dom Mário recebeu do generoso povo português para a sua Fundação através de vários subsídios concedidos pelo ainda mais benemérito governo 1,3 milhões de euros e benefícios fiscais de 269 mil euros e ainda dispõe de dois prédios da Câmara Municipal de Lisboa.
Claro que também é dono do caro Colégio Moderno mas é uma herança de família.
(dizem que o colegio estava falido em Abril de 1974. Será verdade?)
Dona Barroso ou a sua Fundação também tem direito a umas migalhas do bolo.
Uns parcos 495 mil euros.Tem nome em latim: “Pro Dignitate”.
Podia ser “Pró Clã Soares”, que também não ficaria mal.
Estas duas gotas de água, somadas às de outras fundações, retiraram aos bolsos do bom povo português 1034 milhões de euros em três anos.
Queria saber para onde foi o seu subsídio de férias e Natal e alguns dos seus impostos?
Agora já sabe!
E quem sabe sabe!
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http://economia.publico.pt/Noticia/antigos-administradores-da-erse-podem-recebem-salario-durante-dois-anos-1564472
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se o governo só tem capacidade para penalizar o “mexilhão” e deixar intactas esse fundações, ip’s “entidades reguladoras”, rendas nas estradas e electricidade que dão lucros acima de 20% , então que entre o exército pois esta democracia foi totalmente pervertida e manipulada e não tem qq valor. A “comunidade internacional” compreenderá depois de ver a realidade dos números que esta democracia é uma farsa montada pelos boys e as companhias que luram 25 % (e que são administradas por outros boys). Que morra esta falsa democracia – que morra este regime podre e corrupto.
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pelo menos um regime autoritário saído de um golpe poderá invalidar unilateralmente todos os contratos ruinosos, todas as “entidades” e outros lugares dos boys. No primeiro mês a comunidade internacional vai protestar sem convicção porque já são conhecidas as rendas escandalosas que por cá se pagam. No segundo mês vai compreender e dizer que compreende o que causou o golpe e o fim de uma democracia que reconhece ter sido uma farsa monstruosa, e no terceiro mês vai abrir os cordões à bolsa a apoiar o novo regime.
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“Não sei se percebeu bem o que lhe disseram, mas quem viveu acima das possibilidades dos contribuintes foi o Estado.”
Não foi não. Se tivesse sido, a solução era bem mais simples.
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Não se preocupem com a dívida… temos os maiores burgessos que este país já produziu a dirigir, e o resultado só pode ser:
Se tudo correr bem e tivermos sorte, ainda vamos ser um país de desgraçados. Estamos quase lá…Já só falta um bocadinho…
Senão?
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entretanto ninguém investiga estas contas e a origem do $$$ (diz-se que é invenção da extrema-direita e enterra-se o assunto):
http://www.dn.pt/especiais/interior.aspx?content_id=1168563&especial=Extrema%20Direita&seccao=SOCIEDADE
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O João Pereira roubou-me as palavras: “isto é serviço público”.
Estou em crer que o Victor Malheiros vai agradecer. Sem ironia.
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trill, desta vez você está acertar em cheio.
Já faltou mais para o picoiso pedir abrigo às tias.
Os inocentes sairão da prisão.
Em Outubro veremos se o novo pgr é a sério.
Se for ajuda à solução, se for mais escumalha vai saltar da cadeira.
Isto vai mudar, siga El País em live stream.
1º Catalunha, 2º Região basca sem eta, 3º Galiza + 4º Norte de Portugal.
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“O José Vitor existe mesmo?”
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Existe. E alguns tidos como economistas até são piores: https://blasfemias.net/2012/09/25/alternativas/#comment-1139361
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Se eles formados na áera são cepos que dizer de jornalistas que são pagos para tratar o cidadão como anjinho?
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as PPP criminosas e ilegítimas (porque lesam o interesse do Estado podem ser declaradas nulas como fez a Argentina com a Repsol) só agora começaram a ser pagas e atingem um pico em 2015 se não estou em erro.
Porque é que este governo tão “corajoso” para trucidar o “mexilhão” não tem coragem para declarar essas PPP e esses conratos nulos sem qq indeminização? Não era a Repsol e a Espanha que diziam que a Argentina ia desaparecer do mapa e perder dfinitivamente o crédito? A parte expropriada à Repsol já foi vendida com condições boas para a Argentina e quem se está a afundar e a perder o crédito é a Repsol e a Espanha, não quem fez a “expropriação selvagem”.
Então a coragem deste governo é só para se atacar aos assalariados indefesos deixando os boys e seus lucros pornográficos (25 % por cento nas estradas!!!!) intactos, assim como as suas fundações, “entidades” e IP’s?
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“1. Por que motivo não nos pudémos continuar a endividar em 2011 e a chutar para a frente, acumulando a dívida? Dito de outra maneira, o que é que mudou no ano de 2011, para de repente nos dizerem que temos de saldar a dívida pública acumulada?”
R: Está confundir coisas diferentes:
Há três alternativas:
A- Aumentar a Dívida.
B-Manter a Dívida
C- reduzir a Dívida(saldar a dívida na sua expressão)
Você salta de aumentar a dívida para saldar a dívida.
A razão porque o mercado não aceita mais dívida é porque a dívida do Estado Português passou o valor de riqueza que produzimos num ano, 100% do PIB. E isso é uma referência tradicional para investidores de perigo. Por isso os juros começaram a subir e tornaram-se incomportáveis comprar mais dívida no mercado
Para nós continuarmos a aumentar a dívida só com a Troika que fornece dinheiro a juros mais baixos do que o mercado.
“2. Como é que a austeridade recessiva (nomeadamente por via do aumento de impostos e aumento das despesas do Estado com prestações sociais) pode ajudar a diminuir a dívida pública? Um leigo como eu diz que até a aumenta, pois cada pessoa que receba fundo de desemprego é mais uma despesa e menos uma fonte de receita…”
R: Curioso como a palavra austeridade é só empregue quando toca ao Estado, quando os impostos aumentaram esta década que passou nunca se falou de austeridade…adiante.
Só estaremos em austeridade quando começarmos a reduzir a dívida, neste momento só estamos a reduzir o aumento da dívida, mal e porcamente. Reduzir o aumento, coisa diferente. A Dívida continua aumentar mais lentamente.
A Recessão já existe há 10 anos, nunca se combateu porque usou-se a dívida para a mascarar.
Como já se deveria já ter apercebido dinheiro não resolve o problema, foi o que se fez até agora.
“3. Não seria mais correto (como se faz no capital privado em momento de maior dificuldade) investir para sair da crise em vez de conduzir o país à recessão económica?”
R:75% do dinheiro gasto pelo estado é ordenados e pensões, depois tem os gastos de cada ministérios em despesas como alugueres e consumos: água, electricidade, gasolina e resta pouco de investimento. Temos os ministérios da educação, ensino superior e obras publicas que se pode chamar os únicos que se dedicam ao investimento.
Resultados deste investimento no crescimento? um desastre.
“4. Não seria mais correto cortar apenas e só na despesa do Estado (e não sei se era preciso ir tão longe nos vencimentos dos funcionários públicos, mas nos extras todos, nos quais incluo ajustes diretos de portas a valerem centenas de milhar de Euros e concursos públicos ruinosos) e deixar o mercado privado regular-se pelo mercado da oferta e da procura sem tirar poder de compra a todos os trabalhadores?”
R:Seria o correcto mas não é possível neste regime socializante.
75% dos gastos são pensões e funcionários publicos. Quando hoje o défice é de 14% dos gastos(7% escala do PIB) (com Sócrates chegou a 25% dos gastos, 12% de défice) vê que ou pára e fecha ministérios e ou corta salários e pensões. Para o Estado ter défice zero como acontecerá quer os portugueses ou a troika queiram ou não, é preciso cortar mais de 3 ordenados e pensões.
“5. Em que medida é que, tornando os portugueses pobres cada vez mais pobres e os portugueses ricos cada vez mais ricos (conforme evolução registada no fosso entre ricos e pobres em Portugal, nos últimos 20 anos, tendo por base documento oficial da Rede Europeia Anti-Pobreza de Agosto de 2012), nos tornamos mais competitivos? É assim que se aumenta a competitividade?”
R: Isso é irrelevante, poderíamos estar num momento de grande crescimento e nos momentos de grande crescimento é que o fosso aumenta mais mas todos estão a subir. Agora todos estão a descer.
Se os portugueses não mudarem então não aumenta a competitividade. A competitividade é aumentada fazendo produtos e serviços coisas que as outras pessoas – sejam portugueses ou estrangeiros queiram. Mas como os portugueses querem igualdade é impossível inovação porque a inovação é fazer diferente e ir muitas vezes contra o pensamento cultural dominante. O problema é essencialmente cultural, político e temos este tipo de Governo que vai à bancarrota cada 30 anos por causa disso.
6. Até que ponto é que é justo que andemos todos a pagar os erros sucessivos dos nossos Governantes? Não deveriam estes ser responsabilizados criminalmente por gestão ruinosa?
R: não há nada na lei que impeça os Governos de nos endividarem até ao infinito, só os mercados impediram de continuarmos, a Constituição é socializante e não aceita a Republica Económica, ou seja limites ao que os Governos podem fazer na Economia como défice, dívida etc…
Há só uma pequena hipótese legal que é a violação de compromissos externos da Republica Portuguesa que se comprometeu com 3% de défice e 60% de Dívida Publica e não cumpriu.
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trill, as pessoas vão começar a pensar pela sua cabeça quando os bolsos estiverem mesmo vazios tal como os hipermercados e as estações para a compra de bilhetes dos transportes públicos mais as carreiras do Tejo.
Quando os assaltos se intensificarem praticados à luz do dia então algumas pessoas procurarão soluções.
Boas ou más isso é outra questão, mas que pode doer pode.
Não vão ser tempos para blogs, nem para pantufas, nem para tias, nem concertos, nem charros, nem meninas a apalpar polícias, nem mesmo futebóis ou telenovelas. A novela vai ser outra com música de estilhaços.
Quem já viu e passou por isso sabe. Tudo pode ter a sua sedução, é como a largada de touros, a princípio há que goste de arriscar, mas quando o sangue começa a jorrar vão-se todos embora. Menos os duros.
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o que é que se passou com a Fundação do PSD-Madeira?
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o PPC esqueceu-se que ganhou as eleições só e somente pq os portugueses quiseram ver-se livres de um corrupto que fez as ppp ilegítimas e inventou as fundações para extorquir o $$$ dos contribuintes e ampliou os IPs para lá colocar os boys e inventou as “entidades reguladoras” para o mesmo efeito.
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http://elpais.com/elpais/2012/09/17/videos/1347870347_245504.html?autoplay=1
Por enquanto está choucho mas já há alguns heróis.
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as PPP portuguesas são ilegítimas e nulas. Um governo eleito para 4 anos não pode decidir assim, sem referendo, dívidas a 30 ou mais anos. Um governo decente já as teria declarado nulas. E depois? Nada. Perdem os especuladores, perdem os bancos que escravizam os portugueses, mto especialemente um que nada tem de santo, e tudo voltará (ficará pq suas represálias não terão qq efeito) na normalidade: esses bancos e especuladores não têm qq crédito internacional e parte deles foram impedidos de se financiar nas bolsas americanas pois foram considerados não respeitar as normas de transparência regulamentares para poderem estar cotados nas bolsas americanas.
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E no ínterim, fiquei a saber que o Crato pagou 61000 € a um escritório de advogacia privado para emitirem um parecer…
A questão é: No ME não existem advogados? Não era de os pôr a trabalhar?
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Ó trill, os inquéritos já começaram. Se for a sério, veremos se for a brincar temos que ser nós a fazê-los.
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” fiquei a saber que o Crato pagou 61000 € a um escritório de advogacia privado para emitirem um parecer…
A questão é: No ME não existem advogados? Não era de os pôr a trabalhar? ”
é mais do mesmo! A outra fez o mesmo com o colega e amigo pedroso. Parece que este governo atingiu o limite.
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já fomos?
é a emmigration express?
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Este malheiro existe ou veio do lado de lá do espelho da alice para procriar debaixo de um chapéu.
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AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAahahahaha hahah ahahahahaha ahahahahahahahahhaha. Bom texto.
Piscoiso: «Nas próximas eleições vou votar em alguém que me dê dinheiro em vez de mo tirar.»
R.
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Se prometerem não me chamar liberal ou direitista, eu vou dizer uma coisa: este post está muito bom.
(jcd, isto é uma vez sem exemplo, está bem?) 😉
Mas há alguns comentadores da direita liberal que devem estar em pânico, como por exemplo o anti-comuna e o Francisco Colaço.
É que, afinal, o Estado gasta menos de 1/4 do seu orçamento em funcionários.
Tendo em conta que o Estado é um sector essencialmente de serviços, o valor até parece razoável.
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Do melhor que tenho lido nos últimos tempos. Vou partilhar este post com 10 milhões de portugueses e com os 10 arruaceiros que costumam estar à espera dos ministros para os apupar. PARABÉNS!!
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Agradeço ao LL por se ter dignado a responder às minhas perguntas!
Obrigado, LL.
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(…) É que, afinal, o Estado gasta menos de 1/4 do seu orçamento em funcionários.(…)
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não acredito; então a central de informação não diz que representa 75% da despesa pública?
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Fincapé,
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«É que, afinal, o Estado gasta menos de 1/4 do seu orçamento em funcionários.»
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Gasta POUCO MAIS de 1/4. Mas gasta muito menos 1/40 com as fundações e cerca de 1/40 com as PPP. Sendo as primeiras e as segundas atacadas até onde forem, não tapam défice nenhum.
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Como vê, alguém sabe fazer contas. Tenho as minhas dúvidas que para certos comentadores 1/4 e 1/40 sejam fracções desiguais.
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O “Público” está pelas ruas da amargura… Se eu fosse dono daquilo. este Zé Vítor já estava “parado” e sem subsídio, porque já o tinha perdido há uns meses. Mas mais vale tarde que nunca… Belmiro! Belmiro! Belmiro!!!! Põe este gajo na rua, pá!
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Portela Menos Um,
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«não acredito; então a central de informação não diz que representa 75% da despesa pública?»
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Irá ter a bondade de apresentar uma citação dessa dita central de informação, uma que diga que a despesa com funcionários representa 75% da despesa pública.
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Francisco Colaço,
Se eu gastar numa empresa 2% em charutos, isso é muito mais do que eu gastar 25% na mão-de-obra de que necessito.
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“Ó trill, os inquéritos já começaram. Se for a sério, veremos se for a brincar temos que ser nós a fazê-los.”
pela história da “justiça” portuguesa os inquéritos aos figurões são sempre para conduzir metodicamente mal para os bons advogados dos boys e ex-governantes os mandarem arquivar e pedirem indeminizações ao Estado. É assim a portuguesa “justiça”. sempre. até agora.
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A piada da semana:
“PJ efectua buscas nas casas de Mário Lino, Paulo Campos e António Mendonça”
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Se cortar 2% em charutos, Fincapé, corta bem, faz-lhe melhor, mas apenas corta uma parte no défice. Ora, na empresa de que fala há mão de obra necessária e mão de obra excedentária. Livre-se dos monos (espanholismo intencional!) que passam o dia a escrever nos blogues porque têm pouco que fazer (e ainda negam serem funcionários públicos, mas acabam por se descair), e pode crer que começa a ter superavites.
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Ou sacrifica 25% da sua mão de obra ou caem todos os 100%. Se não obtiver superavites já, pode crer que todos irão sofrer com isso, mesmo os funcionários públicos. A sua empresa está a um mês de fazer o gran-default aos seus funcionários: basta que não consiga financiamento.
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Faça contas, Fincapé! Retórica é bonita, mas não lhe salva a dita empresa, nem os seus funcionários. E seria uma injustiça para a parte da função pública que trabalha e dá o litro ser lixada pelos eternos escritores no blogue durante as horas de trabalho, pelos funcionários de horário zero que são metidos a escrever nos blogues da biblioteca e em funções inúteis e, infelizmente não finalmente, pelos enfermeiros-chefes que não se dão ao trabalho de aparecer no serviço por terem lares privados a gerir.
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Já agora, são casos reais, verificados e conhecidos.
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““PJ efectua buscas nas casas de Mário Lino, Paulo Campos e António Mendonça”
claro que esses foram os actores principais. depois há um não ator que puxava os cordelinhos e que atempadamente deu em estudantes de Sciences Po… Depois há uma infinidade de actores, como a senhora da paque escolas na FLAD que não é nem justo nem saudável que fiquem a rir-se na presidência de coisa e tal, nas “entidades”, nos institutos, nas universidades e nas fundações.
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as PPP representam “só” 1/40… sim senhor… 1/40 em que ano? Este ano? É que elas só começaram a ser pagas agora e há uma curva ascendente que atinge o pico lá para 2020.
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pagar estes valores para auto-estradas vazias com a economia a afundar? Mas que negociata fantástica… quanto aos hospitais concluiu-se que ficam muito melhor nas mãos da Santa Casa do que nas mãos dos “avançadíssimos” privados nas PPP hospitalares. Fantásticas ppps…. para os que estão a encher-se com elas, claro.
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75% é ordenados e pensões, subsídios.
Por isso é que desde os anos 90 os governos preferiram o fugir:(guterres, barroso) ou meter as palas e avançar para o suicídio vamos lá fazer 80 mil milhões de euros de nova dívida em 5 anos passando de 60% para mais de 100%:(sócrates )…
Note-se que o record de défice de Sócrates foi 25% do orçamento pedido emprestado (11-12% do PIB) no último ano, mesmo que fechasse todos os ministérios e o governo durante o ano e enviasse os funcionários publicos para casa com ordenado não daria para pagar, pois haveria juros e despesas mínimas. Nesse ano quase 1/4 dos ordenados e das pensões veio de empréstimos e claro 1/4 orçamentos de cada ministério. Equivalente a mais de 3 meses de ordenados de FP e pensões.
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Javitudo,
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PJ efectua buscas nas casas de Mário Lino, Paulo Campos e António Mendonça
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Encontraram três barris de alcatrão, duas carradas de brita, dez grades de vinho «Reserva A23 2007» e um menu de um restaurante chiqu-érrimo de Paris, com anotações à mão que dizem «olha lá se ajudas o amigo …» (nome apagado).
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e a Parque Escolar? materiais de luxo numas escolas enquanto se fecham quase todas as do nordeste interior. Luxo que já se está a degradar – como seria (e foi!) de prever em escolas do ensino não superior – e que necessita de novos trabalhos (claro!). O engraçado é que tudo era do Estado dos edifícios ao recheio. É uma ppp impressionante esta Parque Escolar. O curioso é que antes desta empresariação toda – que enriqueceu alguns, claro, para isso foi inventada a PP – tudo funcionava melhor com a auto-gestão das escolas que tinham de controlar os custos ao essencial e os materiais de luxo serão como os magalhães: em poucos anos nem o pó restará deles.
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mas foi tudo muito bem planeado para enriquecer os boys das “empresas amigas” (e sabe-se lá o que por lá andará nas variadíssimas off-shores em nomes que não aparecem porque são números – mas se se quisesse com a ajuda de verdadeiros especialistas “lá de fora”, encontravam-se as “teias” todinhas – se vontade “justa” houvesse) até à exaustão total do lugar, lá isso foi…
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Huuuummmm! Eu acho que andam aqui lavagens ao discurso pré-eleitoral do Passos coelho. Ele sabia (saberia?) que 75% era para algum investimento útil, mais PPP, mais obras inúteis, mais duplicação de serviços atribuídos a amigos fora da administração pública, mais juristas de escritórios amigos, etc. (fora pagamento da dívida, etc.).
Provavelmente, era a isso que ele se referia, quando falava em gorduras.
Acontece que desde que está no governo só fala da gordura, mas da sua. Diz que não quer ser barrigudo.
Quer dizer, quando na oposição falava das gorduras do Estado; no governo, fala da sua! Espantoso!
Afinal, tem 75% de matéria gorda onde cortar, antes de ver se realmente há algum funcionário a mais nalgum serviço. O que duvido, já que temos menos funcionários públicos do que grande parte dos países europeus.
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“O que duvido, já que temos menos funcionários públicos do que grande parte dos países europeus.”
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Mas Portugal gasta mais. Porque ganham mais do que nos restantes países.
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Olhem! Então não querem lá ver para onde está a ir boa parte dos outros 75% do orçamento? Coisa que eu tinha referido acima?
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=59810
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“Mas Portugal gasta mais. Porque ganham mais do que nos restantes países.”
Não sei se é verdade, porque presentemente a argumentação política assenta basicamente na mentira e na falsidade dos dados. Mas vamos supor que é verdade. Então, qual a razão porque se fala por aqui na necessidade de despedir 100 mil e até 200 mil funcionários? O que reduziria o Estado a zero, obviamente.
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“as PPP portuguesas são ilegítimas e nulas. Um governo eleito para 4 anos não pode decidir assim, sem referendo, dívidas a 30 ou mais anos. Um governo decente já as teria declarado nulas. E depois? Nada. Perdem os especuladores, perdem os bancos que escravizam os portugueses, mto especialemente um que nada tem de santo, e tudo voltará (ficará pq suas represálias não terão qq efeito) na normalidade: esses bancos e especuladores não têm qq crédito internacional e parte deles foram impedidos de se financiar nas bolsas americanas pois foram considerados não respeitar as normas de transparência regulamentares para poderem estar cotados nas bolsas americanas.”
Todos os governos o fazem: um funcionário publico admitido é um encargo vitalício. Uma ponte construída é despesa eterna. And so on…..
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“O deputado do CDS Ribeiro e Castro defendeu a redução da taxa de juro …”
Comuna! Eu logo vi que o tipo era um infiltrado no partido ex-democrata cristão, ex-centrista e ex-popular!
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Este está com muita piada
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FColaço, por aqui há muita demagogia para escolher:
entretanto a pesquisa da citação pode demorar mas vai aparecer, mais cedo ou mais tarde…
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Trill,
“mas foi tudo muito bem planeado para enriquecer os boys das “empresas amigas” (e sabe-se lá o que por lá andará nas variadíssimas off-shores em nomes que não aparecem porque são números – mas se se quisesse com a ajuda de verdadeiros especialistas “lá de fora”, encontravam-se as “teias” todinhas – se vontade “justa” houvesse) até à exaustão total do lugar”.
Não é preciso ir longe.O jornal “Expresso” deste sábado noticia que 12.800 milhões de euros é o montante do investimento português nas Ilhas Caimão. Desde 2003, que capitais portugueses “voam” para aquele paraíso fiscal, 52% desse capital provém do sector segurador e 18% da banca. Só em 2009, um ano em que o PIB de Portugal caiu 2,7%, o investimento de entidades portuguesas naquele paraíso fiscal foi de 2.600 milhões de euros, o que equivale a 1,6% do PIB.
O jornal refere dados divulgados esta semana pelo FMI, que apontam que o investimento português nas Ilhas Caimão duplicou desde 2003 e é o quarto externo mais importante naquele território britânico, sendo apenas superado pelos investimentos com origem em Irlanda, Espanha e França.
As Ilhas Caimão são o paraíso fiscal preferido dos capitais portugueses, mas existem elevados montantes noutros paraísos fiscais: Ilha de Jersey 2.000 milhões; Ilhas Virgens Britânicas 1.288 milhões; Antilhas Holandesas 199 milhões; Guernsey 186 milhões; Bermudas 69 milhões. Só em 2009 os capitais de Portugal investidos em paraísos fiscais cresceram cerca de 14% e o montante global ultrapassou os 17.000 milhões de euros.
Normalmente, o objectivo destes investimentos em paraísos fiscais é predominantemente a fuga ao fisco, podendo também suportar outras actividades criminosas.
Ressoam nos ares os provérbios bíblicos:
“O caminho da mulher adúltera é assim: ela come, depois limpa a sua boca e diz: Não fiz nada de mal!”
“E pela leviandade da sua prostituição contaminou a terra, porque adulterou com a pedra e com o pau”.
Jeremias 3:9
No tempo de Jeremias ainda não havia alcatrão.
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Fincapé, atente a este número. E isto não é tão rigoroso como devia, devido às mudanças nos “perimtetros contabilisticos.”
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Em 2011, o Estado teve cerca de 35 300 milhões de euros de receitas fiscais. (Impostos directos e indirectos.)
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E quanto é que o Estado gastou em salário?. (Há mais despesas associados mas deixemos de fora.)
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O Estado em 2011 gastou com salários da função pública cerca de 13 400 milhões de euros.
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Tome nota bem deste rácio: 38% dos impostos pagos pelos portugueses, em 2011, foram todos para pagar salários da função pública. E esta, hein? Está a ver como, mais dia menos dia, forçados ou ao tiro, os funcionários públicos vão ter que, ou ganhar menos ou aceitar ver parte dos seus colegas irem para a rua? 38% dos impostos pagos em Portugal é para salários da função pública!
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Estou a usar dados da DGO: http://i47.tinypic.com/t7k57k.png
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“O jornal “Expresso” deste sábado noticia que 12.800 milhões de euros é o montante do investimento português nas Ilhas Caimão. Desde 2003, que capitais portugueses “voam” para aquele paraíso fiscal, 52% desse capital provém do sector segurador e 18% da banca. Só em 2009, um ano em que o PIB de Portugal caiu 2,7%, o investimento de entidades portuguesas naquele paraíso fiscal foi de 2.600 milhões de euros, o que equivale a 1,6% do PIB.”
Pois.
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“Só em 2009 os capitais de Portugal investidos em paraísos fiscais cresceram cerca de 14% e o montante global ultrapassou os 17.000 milhões de euros.
Normalmente, o objectivo destes investimentos em paraísos fiscais é predominantemente a fuga ao fisco, podendo também suportar outras actividades criminosas.”
POIS.
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“O jornal refere dados divulgados esta semana pelo FMI, que apontam que o investimento português nas Ilhas Caimão duplicou desde 2003 e é o quarto externo mais importante naquele território britânico, sendo apenas superado pelos investimentos com origem em Irlanda, Espanha e França.”
Pois!
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Caro anti-comuna, os números são números, mas a injustiça é olhar os funcionários públicos como se fossem todos iguais. Se fizessem auditorias a sério, referenciassem os que trabalham a sério e mandassem os outros para casa, isso sim. Nas autarquias então é um verdadeiro escândalo. Seria fácil comprová-lo.
O problema é quando mandarem gente para casa é mais provável saírem os capazes. Os outros foram lá postos em regra pela cunha. Estão mais agarrados do que as lapas.
Neste aspecto, tal como em qualquer outro, o protectorado está moribundo e não se vê ninguém que o possa salvar.
“É verdade que não está morto quem esperneia” Provérbio português e “Muro baixo, o povo pula”. Só que “O mar brigou com o vento e quem virou… foi a barquinha”. Outro provérbio árabe. Estamos sempre a aprender.
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OBVIAMENTE QUE TODO ESSE DINHEIRO PORTUGUÊS NAS OFF-SHORES SAIU DOS COFRES PÚBLICOS. SIMPLEX.
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“Os outros foram lá postos em regra pela cunha. Estão mais agarrados do que as lapas.”
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Caro AC,
As contas em relação aos serviços prestados são mais difíceis de fazer, efetivamente.
Talvez por isso, cada cidadão que recorre aos serviços públicos deveria trazer um recibo, pago na parte que lhe compete pelo Estado.
Vamos supor, por exagero absoluto, que os funcionários públicos eram apenas os médicos (ou os juízes, ou as forças de segurança, etc.). Vamos ainda supor que eles concluíam, entre operações ao fígado e ao coração, um trabalho equivalente a 14 mil milhões de euros.
Fazendo as contas, pouparam aos cidadãos 600 milhões de euros.
Percebe este exercício académico?
E percebe porque é que eu digo que em Portugal dizem-se coisas sem contemplar todas as vertentes dos problemas e muitas vezes com aldrabices nos dados?
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olhem só a quantidade de profs que tem uma só faculdade de belas artes pública, boa parte agregados (“posto” vitalício):
http://www.fba.ul.pt/portal/page?_pageid=401,975058&_dad=portal&_schema=PORTAL
agora o pessoal não docente que ganha “uns cobres” quando comparado com os “grandes profs”:
http://www.fba.ul.pt/portal/page?_pageid=401,1030788&_dad=portal&_schema=PORTAL
agora multipliquem isto pela quantidade de unives de “província”, escolas superiores e institutos universitários públicos e verão o exército de gente para formar outro exército de gente em cursos sem saída. E depois há as “coisinhas”…. Num livro aparece uma listagem dos 20 nomes mais importantes de uma universidade pública: entre administradores, catedráticos, chefes de serviço, e até a tesoureira, são todos da mesma família.
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Também me parece um pouco excessivo o número de escola superiores e universidades. Algumas, instaladas quase em aldeias. Só que muitas dessas são privadas e vão buscar a sua parte ao Estado.
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” Regiões autónomas, municípios, fundações, empresas públicas e todos os milhares de institutos e organismos que por aí pululam. Os orçamentos do estado têm páginas e páginas de tabelas de organismos e instituições que recebem dinheiros do estado. Veja aqui, por exemplo, para 2010″
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Rigueur et corruption exaspèrent les Grecs
Mots clés : Corruption, Scandale, Grèce, Evangelos Meimarakis
Par Alexia Kefalas
Mis à jour le 25/09/2012 à 19:32 | publié le 25/09/2012 à 17:53 Réactions (18)
“La classe politique grecque est rattrapée par les démons de la corruption. Trois anciens ministres conservateurs, dont Evangelos Meimarakis, l’actuel président du Parlement grec, sont accusés d’avoir fait plusieurs acquisitions immobilières entre 2005 et 2008 pour masquer un blanchiment d’argent public de plus de 10 milliards d’euros. Evangelos Meimarakis a suspendu temporairement ses fonctions, en attendant les résultats de l’enquête.
Cette affaire met à nouveau à l’épreuve le système politique du pays. D’autant qu’une autre enquête est ouverte en parallèle pour examiner l’enrichissement injustifié de 32 députés, maires et préfets. Au moment où le pays, assommé par des plans de rigueur à répétition qui se révèlent difficiles, voire impossibles à mettre en œuvre, essaie d’assainir ses comptes pour éviter la faillite, ces accusations tombent on ne peut plus mal.
Atenção: Nós não temos nada a ver com os gregos!
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eu estava a referir-me só ás públicas! Depois há essas tais privadas que não deviam mamar mas tb mamam do OE! Há algum Estado que resista a isto mais as milhentas “entidades” penduradas no OE?
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“Talvez por isso, cada cidadão que recorre aos serviços públicos deveria trazer um recibo, pago na parte que lhe compete pelo Estado.”
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Caro Fincapé, já se faz isso na Europa, nalguns tipos de serviços. Mas não seu se funcionaria em Portugal.
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O Estado é um enorme elefante branco, em que uns aproveitam-se dele e outros esforçam-se por serem bons funcionários. Mas depois, em grupo, funcionam em rebanho e não percebem que, com este nível de despesas estatais, não há economia privada que aguente. Note que é o sector privado que paga isto tudo.
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Os próprios funcionários públicos deviam ser os primeiros a tomarem conhecimento destes valores e entenderem que isto é sério. E que tudo está contra eles: dinâmica económica, demografia, pressão fiscal, etc. (Só em prestações sociais, em apenas 10 anos, segundo o Eurostat, a despesa pública subiu mais de 7 pontos percentuais, de memória.) E eles deviam ter sido os primeiro a pugnar por uma boa e pequena Admnistração Pública. Assim, funcionando em rebanho, o cidadão só se pode virar contra os políticos e contra eles. Os políticos, pressionados por todo o lado, acabrão por cair em cima dos funcionários públicos. Se somar esta interpretaçlão que o TC dá à Constituição, isto vai tudo para o galheiro.
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Eu se fosse funcionário público era o que pedia: limpeza geral na Admnistração Pública. E impedir que se cometam os mesmos erros do passado: entradas por cunhas, chefias partidárias, etc. Ficavam os melhores e poderiam ser mais bem pagos. Agora, não se pode ter tudo: bons salários e demasiada gente. Têm que se modernizar e pôr os olhos no que se faz por essa Europa fora. Para bem deles. Senão, qualquer dia, a população e com razão, viram-se contra eles. E aí ainda vai ser pior para eles.
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trill, tenha paciência, quem anda pelas artes tem que ser artista.
Nós pagamos tudo sim senhor, até ver.
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“Há algum Estado que resista a isto mais as milhentas “entidades” penduradas no OE?”
Não, não há.
Parte disso provavelmente eram as tais “gorduras”. Mas agora parece que é filet mignon.
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Caro Anti-Comuna,
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“Em 2011, o Estado teve cerca de 35 300 milhões de euros de receitas fiscais. (Impostos directos e indirectos.). E quanto é que o Estado gastou em salário?. (Há mais despesas associados mas deixemos de fora.)
O Estado em 2011 gastou com salários da função pública cerca de 13 400 milhões de euros.
Tome nota bem deste rácio: 38% dos impostos pagos pelos portugueses, em 2011, foram todos para pagar salários da função pública.”
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Isso é que era bom! Some-lhe mais 10 pontos percentuais. Em 2011 as receitas fiscais foram de 40,2 bi e os encargos salariais ascenderam a 19,4 bi. O quadro que linkou refere-se apenas à Administração Central e Segurança Social e é apresentado na óptica da Contabilidade Pública. Veja aqui (quadro “Receitas e Despesas das Administrações Públicas) os valores consolidados de todo o Sector Público Administrativo, apurados na óptica da Contabilidade Nacional.
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“O problema é quando mandarem gente para casa é mais provável saírem os capazes. Os outros foram lá postos em regra pela cunha. Estão mais agarrados do que as lapas.”
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Mas cabe aos próprios funcionários públicos denunciarem a podridão nos seus serviços. Mas não o fazem. Mas quando for a ver deles de serem corridos é que se vão lembrar do colega de repartição que só lá entrou porque o padrinho era dirigente da Jota ou do Partido lá da terrola. A Admnistração Pública está cheia de tachos e cunhas. Eles, os honestos sabem. Mas calam-se. Preferem funcionar em rebanho. E tanto funcionam em rebanho que depois os vemos com um grupo parasitário. E vão sofrer as consequências. O anátema. Vai ser ainda pior que no tempo do Botas. Não é bom para ninguém a começar por eles.
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Obrigado, caro LR. Obrigado pelos links. Eu já tinha ideia disso mesmo, pois na própria DGO há para lá mais alguma ifnromação que agrega mais algumas partes. Mas tem razão. Os custos são demasiado altos. Foram os inirectos, como despesas liagadas à Saúde deles, etc.
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Eu se fosse funcionário público entrava em parafuso. Porque já saberia que, ou eles ou a população, farta de pagar impostos.
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Mais uma vez obrigado pelos links.
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“Mas agora parece que é filet mignon.”
o que eu vejo é que os IP’s aí continuam, as “entidades reguladoras” que só servem para viciar a verdadeira regulação, aí continuam, e as fundações levaram um cortezinho para não chatear muito os “barões”.
Quanto a considerar “filet mignon” as inúteis universidades e escolas superiores públicas e “institutos universitários” que por aí proliferam é uma coisa a ver-se. Para não falar do apoio do Estado às unives privadas e ás escolas não superiores privadas , que é simplesmente alvitante e revelador de uma certa ideologia.
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no caso de Belas Artes é simplesmente assombroso o número de profs. Pensava que eram um quarto ou um quinto do que são. Mas se formos dar uma voltinha por todas as univs e escolas superiores públicas vamos encontrar o mesmo panorama ao ponto de se terem de facilitar escandalosamente as entradas de alunos para evitar que hajam mais profs que alunos em alguns cursos.
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tão previsíveis estes pobres:
http://economico.sapo.pt/noticias/banqueiros-contra-novo-imposto-sobre-as-transaccoes-financeiras_152579.html
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José Victor: andaste a votar no PDP (Partido Despesista Português), agora paga e cala-te!
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olhe-se por exemplo para antropologia:
só em lisboa existem pelo menos 3 departamentos de antropologia em pelo menos 3 instituições públicas diferentes, com os seus profs catedráticos, agregados, etc. É isto razoável e necssário, quando em países como a itália e espanha a antropologia está integrada com os departamentos de sociologia?
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para não falar no ICS onde tb deve haver investigadores antropólogos que têm carreiras similares ás de profs universitários.
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os de sempre, que nos sobrecarregam agora c novas taxas (no bes são simplesmente um roubo indecente), com o muy previsível e monótono choradinho de sempre. deviam estar em França…
http://economico.sapo.pt/noticias/banqueiros-contra-novo-imposto-sobre-as-transaccoes-financeiras_152579.html
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e o departamento universitário mais detestado de todo o ensino superior em Portugal continua aberto: o das “cc” da educação, que imagino que para além de lisboa deve haver tb no Porto e Coimbra pelo menos.
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“Governo Português
3 governos no continente e ilhas
333 deputados no continente e ilhas
308 câmaras
4259 freguesias
1770 vereadores
30000 carros
40000(?) fundações e associações
500 assessores em Belém
1284 serviços e institutos públicos
Para que a A.R.ter um número de deputados equivalentes à Alemanha, teria de reduzir em mais de 50% !!!!”
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as instituições universitárias públicas em lisboa foram aparecendo ao som dos tambores de guerra. Chateavam-se e vai daí que faziam uma universidade nova (como a UNL). O facto de ser um anacronismo num país pobre e improdutivo repetirem-se as instituições de ensino público com os mesmos cursos, isso foi irrelevante porque havia guerras de grupos e de interesses que valiam por si, sendo o interesse público algo absolutamente “exótico”. E chega-se à situação da proliferação dos cursos sem saída (e muitos sem qq interesse) que se repetem em diferentes instituições pagas totalmente pelo OE. E como se isto não bastasse o estado, que é rico, tb paga a algumas univs privadas. É o cúmulo!
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Belo post. Muito elucidativo e demonstrativo do que vem vindo a fazer a esquerda nos países desenvolvidos.
O post demonstra a ignorância e iliteracia económica de quem escreve (publicamente num meio de referência), mas que também ilustra uma situação – intencional – de má-fé no aproveitamento da insatisfação evidente (e justificada) das populações dos países desenvolvidos (hoje muitos, amanhã muitos mais), habituados (mal), nos últimos anos, a ver mantido o seu nível de vida à conta de cada vez mais défice (e empréstimos consequentes) à medida que o trabalho (que lhes garantia riqueza) se deslocaliza inapeladamente para a Ásia. O ajuste do seu nível de vida (em baixa) agora forçado – pois acabou a confiança de quem nos dava aquele crédito que possibilitada a vida melhor acima do razoável – criou a situação actual. A verdade é que, ao contrário do que refere a esquerda, não estamos a empobrecer. Estamos simplesmente a cair na realidade e, por acréscimo, a pagar o atraso (socialista) de anos na decisão de ajustar, o que empenhou recursos, repetiu défices e criou a actual dívida, que nos pesa e castiga.
E, pior que tudo, neste tipo de intervenção e comentário público e publicado colocam-se questões absurdas mas, alternativas válidas (e não demagógicas), nada. Zero.
Muita cigarra “cantante”, pouca formiga trabalhadora.
E ainda, muito menos, alternativas e/ou ideias novas.
Apenas aproveitamentos demagógicos das dificuldades evidentes do processo de ajustamento.
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Ler a ironia sff:
Deixa ver se eu me explico, enquanto eu trabalhava eu ganhava bem, em final de carreira estava com muito mais de 3000€ .
Deu para viver bem, ter um bom carro e fazer férias no estranjeiro.
Misturado com um dinheirinho e um terrenozito de herança deu para comprar um par de T3 que estão alugados de momento.
Agora eu recebo 3000€ de reforma e umas rendazinhas.
Ainda passo férias fora do país e agora é duas vezes por ano.
Eu quero lá saber dos que recebem menos de 400€ .
Eu quero lá saber dos que não tomam os remédios por não ter dinheiro para os comprar.
Eu quero lá saber se faço parte da elite de 10% que recebe mais de 2000€ por mês.
Eu quero lá saber se nós custamos mais de cem milhões de Euro extra por mês.
Eu sou um ex, a escolha: Presidente, Ministro, Deputado, Alto Quadro, Professor Universitário, Chefe de Serviço, Cirurgião, Bancário etc…
Como disse estou bem na vida e nada de me cortar as regalias e reduzir a reforma para 2000€ ! Eu não aceito!
Eu não quero saber dos mais pobres se isso me custar regalias!
Queres saber povo de portugal? Muitos dos que se manifestam não pensam em fim de carreira receber menos de 2000€de reforma.
Moral da história: quem está a destabilizar as contas públicas não são os que trabalham agora, são os que já não trabalham como Eu.
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QUE TAL LIMITAR AS REFORMAS A UM MÁXIMO DE 1800€ POR PESSOA, um casal de doutores receberia no máximo 3600€ um bom dinheirinho e acabavam as tetas e as reformas acumuladas de muitos milhares de Euro. Isso sim é poupança e cortar nas *Gorduras do estado* 99% dessas reformas são da Função Pública : Presidentes, Deputados, Militares, Adjuntos, Assessores, Chefes e Sub-Chefes da Administração Pública e Hospitalar, Gerentes Bancários. Isto já vem desde o 25 de Abril e já nos custou ao preço actual 2011 SEGUREM-SE 44.000.000.000€ ! 100.000.000 x 12 x 37 = 44 mil milhões de Euro . 1/4 da dívida + – YES!!!!!
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FAZ FALTA ACORDAR A MALTA!
Quantos de vós estais no mesmo barco que eu? Não recebo nem vou receber menos de 500€ nem mais de 2000€ de reforma. Somados aos 2 milhõs que recebem menos de 500€ . QUE TREMENDA FORÇA!
Sem barulho, sem tiros, nas calmas, nas urnas, de repente o Partido Dos Descontentes tem 70% ou mais dos votos dos Portugueses.
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Bom dia,
Permitam-me apenas uns pequenos reparos sobre isto:
““1. Por que motivo não nos pudémos continuar a endividar em 2011 e a chutar para a frente, acumulando a dívida? Dito de outra maneira, o que é que mudou no ano de 2011, para de repente nos dizerem que temos de saldar a dívida pública acumulada?”
R: Está confundir coisas diferentes:
Há três alternativas:
A- Aumentar a Dívida.
B-Manter a Dívida
C- reduzir a Dívida(saldar a dívida na sua expressão)
Você salta de aumentar a dívida para saldar a dívida.
A razão porque o mercado não aceita mais dívida é porque a dívida do Estado Português passou o valor de riqueza que produzimos num ano, 100% do PIB. E isso é uma referência tradicional para investidores de perigo. Por isso os juros começaram a subir e tornaram-se incomportáveis comprar mais dívida no mercado
Para nós continuarmos a aumentar a dívida só com a Troika que fornece dinheiro a juros mais baixos do que o mercado.”
Não é verdade que a referência tradicional para investidores de perigo seja os 100%. Alguns dos ativos/moedas que melhor se aguentaram nos últimos anos e se tornaram refugio tem dívidas muito, mas muito superiores, a esta referência, como por exemplo, o Japão ou mesmo os E.U.A..
O problema não começa em 2011, o problema começa com uma questão estrutural, rara, muito rara, que foi vista por todos como uma recessão cíclica…
Mas não era. Este “excesso de capacidade” começa a dar os primeiros estalos em finais da década de 90. A questão estrutural torna-se depois grave quando nos anos seguintes e em pura “negação”, quem manda decide “CHUTAR PARA A FRENTE”. À cabeça dos “esquizofrénicos”, Mr. Alan Greenspan.
Não temos neste momento grande alternativa e calar os austeros não será decerto caminho. Temos é de ter consciência social nessa austeridade.
Acrescento que este problema estrutural, sendo raro, tem vários paralelos IDÊNTICOS na história, porque quem decide (e decidiu) costuma normalmente cometer os mesmo erros… Veja-se o último exemplo, o Japão, em que todo o processo a partir de 1980, se assemelha ao percurso escolhido antes por A. Greenspan e agora por B.Bernanke (E.U.A.)
Para mais detalhes:
http://marktowater.blogspot.pt/p/event_15.html
http://www.clubeinvest.com/bolsa/show_futures_technical_analysis.php?id=674
Waterman, 26/09/2012
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Reblogged this on @LPMateus.
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Com que então, o estado ainda não gastou nada nas PPP’s. Então e os mais de 1.700 milhões que foram pagos o ano passado, foram para onde? E este valor este ano sobe ainda mais este ano, subindo gradualmente até ao final dos contratos. Você, por acaso, não tem uma autoestradazita por aí?
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“Não é verdade que a referência tradicional para investidores de perigo seja os 100%. Alguns dos ativos/moedas que melhor se aguentaram nos últimos anos e se tornaram refugio tem dívidas muito, mas muito superiores, a esta referência, como por exemplo, o Japão ou mesmo os E.U.A..”
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100% é a referência tradicional para pequenos e médios países como o nosso que não tenham importantes riquezas naturais que possam servir para pagamento no futuro. Aliás os ratings deveriam ter começado logo a descer quando os 60% com que o Governo Português se comprometeu foram violados.
Quanto ao resto não tenho discordância de maior, o crédito fácil é consequência de ideias políticas que vão da extrema esquerda à direita que o dinheiro resolve tudo. Um problema na educação resolve-se com mais dinheiro, um problema numa industria resolve-se com mais dinheiro, um problema de violência e crime resolve-se com mais dinheiro. O dinheiro foi e é sempre a maneira encontrada pelos políticos calarem os protestos e assegurarem a reeleição. Como as reformas ditas neoliberais dos anos 80 impediram o dinheiro vindo das impressoras keyenesianas que tinha levado ao pré desastre do fim dos anos 70 a única solução para manter a ficção para foi imprimir via crédito. E os Bancos Centrais que tinham poderes reforçados para impedir a impressão de dinheiro não resistiram, aliás como bem disse referindo-se a Greenspan, incentivaram a impressão via crédito. Logo tivemos várias bolha sucessivas cada uma maior que a outra porque investir não é por si garantia de sucesso e de que se poderá pagar o investimento. A qualidade do investimento é que conta.
Há ainda outra situação paralela ao “excesso de capacidade produtiva” o falhanço completo do Estado em seguir essa evolução, e em particular a educação e saúde acompanharem o aumento de eficiência, qualidade e custos nas outras áreas económicas. Andam ao contrário.
” O problema não começa em 2011, o problema começa com uma questão estrutural, rara, muito rara, que foi vista por todos como uma recessão cíclica…”
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É por causa de tipos como este e outros do tipo que quem, eventualmente, tenha uma ideia diferente da forma de ultrapassar este aperto não é levado a sério; também este comportamento elimina eventuais soluções partidárias diferentes das que temos agora.
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Há uns dias vi um tipo do PC (não me lembro do nome mas, como sempre, é indiferente), dizer que tinha de se fazer isto e aquilo e que não se podia fazer isto e aquilo (não memorizei porque devia ser não pagar a dívida, capitalistas isto e aquilo, não se cortar nada nem aumentar impostos, enfim, o costume) e depois, quando lhe perguntaram se queriam sair do euro respondeu que obviamente que não.
Esta gente é louca ou estúpida ou outra coisa qualquer. Quer tudo em troco de nada.
Esta falta de seriedade ou esta crença de que todos nós somos estúpidos assassinou a esquerda.
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Interessante. Mas fiquei ainda com dúvidas. Quem são os principais bancos que compram as emissões da dívida pública?
Diz que a dívida pública é a acumulação de 38 anos de divida pública ( agora fiquei a saber como se calcula, obrigada)
2012-38=1974. O FMI esteve por cá por causa da divida publica em 1976 ou 1978 e depois de novo em 1983. Se antes não havia divida publica como é que se entrou em pré banca rota em 4 anos? Ou já havia? Há tempos um jornal publicou que tínhamos acabado de pagar uma divida contraída no tempo do Rei D. Carlos. A monarquia constitucional foi em parte derrotada pelos republicanos devido há enorme divida pública. Pelo menos é o que os manuais escolares de história ensinam.Já acabámos de a pagar a divida do séc. XIX ou ainda andamos a pagar? Pelas suas contas desta divida actual é digamos, perpétua.
Outra dúvida: Quando foi feita a primeira PPP? e a primeira fundação “pública-privada”?Não foi com o Cavaco Silva? e o Guterres? e o Durão Barroso?
Obrigada pela aula aberta de economia para principiantes ( e para além do paraíso, como eu)
Alice
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O facto de este governo “ter mentido menos que os outros” faz dele honesto?
Qual é a diferença entre uma mentira pequena e uma mentira grande?
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Excelente texto. Apesar de não ser expert na matéria, acho que em bom rigor deveria explicar a diferença entre défice orçamental e défice primário. Ou seja, os défices têm serviço basicamente para pagar juros da dívida. Portanto, nossa dívida tb gera défices insustentáveis. O inverso tb é verdade como escreve.
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Parabéns pelo post. Gostei de o ler. Bastante esclarecedor. Simplesmente não sei se será para rir ou para chorar…
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O início da sua “resposta” revelou logo o contexto em que se movimenta.
Sabia que a dívida privada é superior à dívida pública?
Já ouviu falar da crise europeia?
A Espanha teve o déficit controlado e era considerado um “exemplo europeu” até há poucos anos. Neste momento estão também em maus lençóis. Como é que a sua teoria do “viver acima das possibilidades” explica isto?
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Alice
“Quem são os principais bancos que compram as emissões da dívida pública?”
R:Portugueses? provavelmente os maiores e os mais amigos dos Governos. Que neste caso seriam a CGD e o BCP mas isto é especulação da minha parte.
“Diz que a dívida pública é a acumulação de 38 anos de divida pública ( agora fiquei a saber como se calcula, obrigada). ”
R:A Dívida Publica é acumulação de sucessivos Défices, Quando se ouve nas notícias dizer que o Défice é de 5%(do PIB) quer dizer que o Estado pediu emprestado nesse ano o equivalente a 5% do PIB para pagar as suas contas. Como os gastos do Estado, ou seja o Orçamento são cerca de 50% do PIB quer dizer que pediu emprestado 10% do que gastou. Se por exemplo o défice for 10%(escala PIB) quer dizer que pediu emprestado 20% do que gastou(escala orçamento).
Obviamente a dívida que não for paga passa também de um ano para o outro. E habitualmente quanto mais Dívida mais juros se pagam e mais parte do défice é juros da dívida.
“2012-38=1974. O FMI esteve por cá por causa da divida publica em 1976 ou 1978 e depois de novo em 1983. Se antes não havia divida publica como é que se entrou em pré banca rota em 4 anos? Ou já havia?”
R:Sempre houve Dívida, pode ver aqui a evolução da Dívida em percentagem do PIB que o Estado fez em nosso nome:
http://oinsurgente.org/2011/01/09/evolucao-da-divida-publica-portuguesa-1850-2010/
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Lucklucky,
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Mais interessante seria para a resposta à Alice a dívida externa líquida, que seria as posições de dívida ao exterior minoradas com as posições de outras dívidas detidas pelo Estado, a qual está aqui, sensivelmente a meio da página.
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Veja que estivemos quase a ponto de poder pagar toda a dívida de uma assentada em 1995. Depois veio o Guterres…
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João Neves,
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«Qual é a diferença entre uma mentira pequena e uma mentira grande?»
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Pouco mais de oitenta mil milhões de euros.
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“2012-38=1974. O FMI esteve por cá por causa da divida publica em 1976 ou 1978 e depois de novo em 1983. Se antes não havia divida publica como é que se entrou em pré banca rota em 4 anos? Ou já havia?”
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O Estado em 1975 não valia mais de 50% da economia como hoja, mas cerca de 30%, se bem me lembro. O esforço fiscl não andava também nos quarenta e tais por cento, mas nos trinta e tais. Uma dívida de 60% do PIB, aliada ao pouco interesse dos investidores num país governado por militares, militantes e militoinos, secara as fontes de financiamento potenciais de Portugal. O défice dificilmente seria na época coberto pelas receitas de impostos.
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A dívida nunca deveria ser comparada com o PIB, mas com o orçamento do Estado. A nossa dívida actual passa os 200% do orçamento do Estado. A dívida em 1978 estaria perto dos 300%, sendo que o Estado sequestrava menos da economia do que sequestra hoje.
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Excelente artigo!
“ou de muito crescimento, o que não acontecerá sem baixar impostos, o que implica cortar ainda mais na despesa pública”
Como é necessário também investimento selectivo e sem qualquer ERRO para reconverter a nossa economia que está demasiado focada em serviços, ainda precisamos de cortar ainda mais mais mais na despesa pública…
“Não é a nossa dívida que gera défices insustentáveis. São os défices insustentáveis que geram dívida.”
Os juros não ajudam! 😀
“Aquilo que se chamava ataques especulativos eram tão somente investidores a deixar de comprar dívida portuguesa e outros receosos a aceitarem apenas juros mais altos. Não era um ataque. Era uma defesa.”
Houve um ataque especulativo ao Euro. Nem tudo é economia… sem discordar do resto…
Ideias?
Temos que despedir funcionários públicos. A Constituição não permite? Privatiza-se…
A educação tem que passar de gratuita a tendencialmente gratuita.
A saúde tem que passar de tendencialmente gratuita para acessível.
Privatizar institutos e fundações… 😉
Aumentar a idade da reforma
Há ideias que não são publicáveis…
Eu não sou economista. Mas, leio consumo, consumo, consumo… Este conceito é um palavrão! Tem que estar dividido em conceitos mais específicos. Há muitos consumos. Não são todos iguais.
Eu amo Portugal! Eu sou português! Eu acredito em Portugal. Eu acredito nos portugueses. Não sei como, não sei quando, mas vamos conseguir dobrar o Cabo Das Tormentas.
Depois de ler um artigo assim, preciso de repetir o parágrafo anterior algumas vezes… 😉
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Só mais uma pergunta:
Pode explicar porque razão, se os déficits e dívida públicos são tão horríveis como diz, os EUA tiveram uns 90% de anos com déficit ao longo de duzentos e vinte e tal anos de orçamento público com contas publicadas.
Pela sua teoria, já deveriam estar destruídos há muito tempo… Estranhamente, são a primeira economia do mundo, em tamanho do PIB
LOL
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Esta resposta a JVM, mostra bem como o conceito de inteligência é tão relativo…
Além de um estilo sarcástico e grosseiro, mas isso é o menos, perde o essencial do artigo de JVM e que porventura será o que preocupa o comum dos cidadãos que não têm conhecimentos especiais da mecânica da economia (e diga-se que até a crise emergir, muita gente culta, verdadeiramente! mas não na área da economia ou finanças, não sabia sequer que existiam agências de rating, emissões de dívida pública, etc.); é saber, se, seja qual for a mecânica que conduziu a esta dívida, houve ou não ilegalidades, abusos, e se há ou não dívida ilegítima! É esse um dos possíveis sentidos e vantagens de se auditar uma dívida não é? E há muita gente avisada e conhecedora dos mecanismos da dívida e dos défices e que não acha absurda a ideia de se auditar a dívida: mas esses com certeza que não tiveram ainda o privilégio de lerem a descrição generalista, e tão esclarecedora do mecanismo da dívida que é feita neste post! Se estas descrições generalistas do mecanismo tudo explicassem e fossem o essencial da questão – como o autor parece querer insinuar, ao sugerir repetidamente a ignorância de JVM sobre esses formalismos, fazendo a leitura que lhe convém do artigo deste, não haveriam, por exemplo, as ”surpresas” do tipo das que se escondiam nas renegociações das PPP que levaram ontem às buscas domiciliárias a três ex-governantes; com acusações de ilegalidades e possível subtracção de informação ao Tribunal de Contas…O tal que, como tão candidamente foi explicado neste manual rápido, audita!
O conceito de inteligência é de ignorância é de facto muito relativo; eu acho que o autor deste post no mínimo não teve a inteligência de ler o que é essencial no artigo de JVM.
Na minha pobre ignorância e fraca inteligência leio este post e não me esclarece nada sobre as questões que li no artigo de JVM e que de facto me interessam. Se me interessa descobrir se há razões estranhas e não naturais, não aceitáveis, para um acidente de automóvel – por exemplo , se o mecânico que era responsável pela manutenção foi negligente, com ou sem dolo, ou se houve mesmo sabotagem – não me serve de nada que apareça um especialista muito culto e inteligente a explicar-me generalidades sobre o funcionamento normal da mecânica dos automóveis, as muitas formas de se poder derrapar, etc.
«É muito estranho que o carro tenha derrapado assim tanto, e tão de repente inesperadamente»
Especialista (de blogs): «Os carros derrapam quando perdem a aderência toda a gente sabe isso;a aderência é garantida pela revisão periódica do estado dos pneus e travões, toda a gente sabe isso: é só consultar um manual sobre a mecânica dos automóveis…».
Claro que eu pensarei logo que este especialista está a passar ao lado do que me interessa. Se as respostas dele forem em tom tão sobranceiro, insinuando a minha ignorância, como o deste post, só posso concluir que, além de mal educado, o ”especialista” também não é muito inteligente; ou, se é, então não é lá muito honesto e o que está é a tentar distrair-me do que me interessa…
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QUEREM OS 13º e 14º MESES DE VOLTA ??
Não peçam ao Passos Coelho, ao Gaspar ou à Troika.
Querem o vosso subsídio?
Peçam ao fugitivo de Paris os 90.000 milhões de euros que aumentou na
dívida pública entre 2005 e 2010.
Peçam ao fugitivo de Paris, que decidiu nacionalizar o BPN,
colocando-o às costas do contribuinte, aumentando o seu buraco em
4.300 milhões em 2 anos, e fornecendo ainda mais 4.000 milhões em
avales da CGD que irão provavelmente aumentar a conta final para perto
de 8.000 milhões, depois de ter garantido que não nos ia custar um
euro.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 695 milhões de derrapagens nas PPPs só em 2011.
Peçam ao fugitivo de Paris, que graças à sua brilhante PPP fez
aumentar o custo do Campus da Justiça de 52 para 235 milhões.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 300 milhões que um banco público
emprestou a um amigo do partido para comprar acções de um banco
privado rival, que agora valem pouco mais que zero. Quem paga? O
contribuinte.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 450 milhões injectados no BPP para
pagaros salários dos administradores.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 587 milhões que gastou no OE de 2011 em
atrasos e erros de projecto nas SCUTs Norte.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 200 milhões de euros que
?desapareceram?entre a proposta e o contrato da Auto-estrada do Douro
Interior.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 5800 milhões em impostos que anulou ou
deixou prescrever.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 7200 milhões de fundos europeus que
perdemos pela incapacidade do governo de programar o seu uso.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 360 milhões que enterrou em empresas
que prometeu extinguir.
Peçam ao fugitivo de Paris, para cancelar os 60.000 milhões que
contratou de PPPs até 2040.
Peçam ao fugitivo de Paris, que usou as vossas reformas para financiar
a dívida de SCUTs e PPPs.
Peçam ao fugitivo de Paris, para devolver os 14.000 milhões que deu de
mão beijada aos concessionários das SCUTs na última renegociação.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 400 milhões de euros de agravamento do
passivo da Estradas de Portugal em 2009.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 270 milhões que deu às fundações em
apenas dois anos.
Peçam ao fugitivo de Paris, os 3.900 milhões que pagou em rendas
excessivas à EDP tirados à força da vossa factura da electricidade.
Peçam ao PCP e à CGTP, cujos sindicatos afundaram as empresas públicas
em 30.000 milhões de passivo para encherem a pança aos camaradas
sindicalizados com salários chorudos e mordomias, pagos pelo
contribuinte.
Peçam ao PCP e ao BE, que ajudaram o PS a aprovar um TGV que já nos
custou 300 milhões só em papelada, e vai custar outro tanto em
indemnizações
E AGRADEÇAM AO FUGITIVO DE PARIS O SUCESSO DO DINHEIRO EMPATADO NO
AEROPORTO DE BEJA!
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Luckyluck e Francisco Colaço.
Obrigada pelas respostas. Só hoje tive oportunidade de ler.
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E depois o português comum é que vive acima das suas possibilidades…?
E não me venha com o argumento de que a dívida é algo inevitável para o funcionamento da economia.
Tal como refere JCD, chegou o momento em que terminou todo esse facilitismo no acesso ao crédito.
JCD implicita que é perfeitamente normal entrar num ciclo “ad eternum” de endividamento para pagar dívidas.
Lamento informá-lo mas até eu, um mero leigo nestas questões, compreende que esta opção não é normal nem viável e nunca o será. E quem nos governou deve ser responsabilizado por nos conduzir por um caminho que sabiam de antemão que não tinha saída!
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Por favor, alguém me explique, que eu não estava cá na altura:
PORQUE RAZÃO PORTUGAL ENTROU NO EURO? Ignoravam as contrapartidas? Será possível? Alguém se manifestou contra?? Ignoravam o que este país vale (produz) realmente? Será tal coisa possível?
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Antes de mais gostaria de o felicitar pelo esclarecimento público de algumas questões que atormentam os portugueses em geral, leigos como eu certamente ficaram mais elucidados. Porém não entendo os “ataques” a J.V. Malheiros e nesta parte perde toda a razão pois não esclarece nem um pouco as suas dúvidas…nem as minhas nem a dos portugueses que vivem com o dinheiro contado até ao final do mês. Pede a JV. Malheiros que escreva 500 mil vezes a palavra “défice”, que nem uma professora do 1º ciclo a ensinar as palavras aos seus alunos. Caro amigo, é ÓBVIO que a crise é, foi e será sempre gerada pelo défice, arrisco-me a dizer que qualquer criança de 6 anos sabe isso. Mas também qualquer criança de 6 anos, se for bem ensinada, sabe que se um chupa custa 0.50 cêntimos e se tem 0.40 no mealheiro das 3 uma (haverá mais opções para furar o esquema mas estas serão as mais usuais):
– não come o chupa;
– pede 0.10€ emprestado a alguém (se for honesta e responsável, na mesada seguinte paga o que deve);
– compra fiado e opta por ficar sossegadinha à espera que algum banana pague a dívida que contraiu…este é o exemplo do governo português (deste e dos outros que lhe antecederam). Meu caro, o banana neste caso sou eu, você, o JV Malheiros e a maioria dos cidadãos portugueses (ficam de fora os criminosos de colarinho branco). Por isso não me interessa saber ao pormenor onde foram enfiados os milhares de milhões de euros que geraram a dívida (mal ou bem toda a gente sabe), quero isso sim, justiça, que os criminosos sejam identificados e presos e que um dia tenhamos a coragem de optar pelo exemplo da Islândia, que colocou no governo pessoas que primam pela inteligência e não pela filiação partidária ou valores/interesses que se sobrepõem às necessidades de uma nação. Tenho dito.
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Não pondo em causa a necessidade de controlar o défice e mesmo assumindo que as meta de 2,5% será atingida em 2014, não entendo de que forma isso poderá dar-nos acesso ao mercado de financiamento a uma taxa de juro comportával. Afinal nessa altura teremos uma dívida que rondará os 130% do PIB que continuará a aumentar, já que continuaremos sem gerar excedentes orçamentais nem estaremos a “gerir a dívida”. Quem emprestará dinheiro a preço não especulativo a um país que garantidamente entrará em default e não poderá pagar a sua dívida?
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Bom, o texto do autor deste post mistura alhos com bugalhos, trunca e omite informação, mostrando uma arrogância inversamente proporcional à sua sapiência. Não há paciência com este tipo de moralismo tacanho e saloio, que parece reduzir tudo ao Estado gastador esquecendo que a dívida privada é superior à dívida pública. Que omite qualquer referência às verdadeiras razões da crise na Europa: crescente liberalismo económico, desregulação dos mercados, deslocalizações, globalização, desindustrialização. Para o autor do texto, tudo se resume ao Estado gastador e ao Sócrates, esquecendo que até à explosão do subprime (mais um derivado da desregulação económica própria do liberalismo pós Reagan e pós Tatcher) a situação era bem diversa. A ignorância não me aborrece. O que me irrita é a ignorância pomposa. Sim porque o mínimo que se lhe pode chamar é ignorância, não vou cometer a indelicadeza de falar em desonestidade intelectual.
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Excelente, jcd. Em plena forma “jaquinzística”. É pena não o lermos mais frequentemente…
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