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Aquilo que nenhum político vos dirá

29 Setembro, 2012
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Sexta-feira, no Público, defendi que Portugal pode não ter alternativa a renegociar a dívida e a sair do euro. Mas não será nada bonito de se ver

Quando pensamos que nada pode correr pior, é sempre possível que tudo piore ainda mais. Por isso é bom começar a pensar nos cenários de que ninguém nos fala, sobretudo não nos falam os políticos. Os cenários de falhanço completo da estratégia seguida nas últimas décadas. Pois é a isso que estamos a assistir.

Há 20 anos, quando Portugal assinou o Tratado de Maastricht, ainda Cavaco Silva era primeiro-ministro, vivíamos duas imensas ilusões. Nos anos anteriores a economia portuguesa tinha crescido a um ritmo que não conhecia desde o final da década de 60, início da década de 70. A adesão à União Europeia e o cavaquismo triunfante pareciam estar a cumprir o sonho de gerações de portugueses, isto é, a rápida aproximação ao nível de vida da Europa desenvolvida. A economia passava por um rápido processo de transformação e liberalização. Comprometermo-nos com um tratado que procurava fazer de toda a União uma espécie de Alemanha gigante parecia não só razoável como lógico.

Este sonho não era só português, era de toda a Europa do Sul, e pareceu estar a materializar-se quando, no caminho para a moeda única, a inflação começou a desaparecer, as taxas de juro baixaram de forma dramática e pareceu haver dinheiro para todos os investimentos, mesmos os mais disparatados, e para um consumo sem limites. Embebedámos-nos, como se embebedaram os gregos, os espanhóis e os italianos. Nos nossos países aconteceu com o euro o contrário do que devia ter acontecido. Em vez de nos tornarmos mais disciplinados, como os actores das economias do Norte da Europa, ficámos mais irresponsáveis. Em vez de aproveitarmos os mecanismos da moeda única para abrirmos mais as nossas economias, aprofundando o mercado único, fechámos essas economias, diminuindo o seu grau de integração com o resto da zona euro. Isso não correspondeu sequer a uma reacção irracional: as empresas, face ao boom do mercado interno de cada país, insuflado pelo crédito fácil, deixaram de procurar os mercados externos. Para usar a linguagem dos economistas, o dinheiro disponível passou do sector transaccionável para o sector não transaccionável.

Ou seja, o euro fez-nos muito mal. Não só nestes últimos anos, mas desde que, como se diz com algum exagero mas também com verdade, começámos a destruir a nossa indústria e a ver tornarem-se nas grandes empresas nacionais os fornecedores de serviços protegidos da concorrência (telecomunicações, energia), os grupos de comércio a retalho e os conglomerados da construção civil.

O resultado de tantos anos de escolhas erradas foram duas dívidas gigantescas. A dívida pública está a um passo de ultrapassar os 120% o PIB. E a dívida externa (que inclui as dívidas das empresas, dos bancos e dos particulares ao exterior) disparou para valores ainda mais estratosféricos, tendo uma evolução negativa muito rápida, pois em 1995/96 Portugal praticamente não tinha dívida externa. O crescimento da dívida pública é o resultado dos défices acumulados pelo Estado; o crescimento da dívida externa é a consequência de há quase 15 anos Portugal ter sistematicamente consumido, ano após ano, mais 10% do que aquilo que produz.

As intenções de quem negociou o euro e subscreveu Maastricht podem ter sido as melhores do mundo, e não há dúvidas de que as economias do Norte da Europa, mesmo as que não aderiram à moeda única (casos da Suécia, Dinamarca ou Polónia), souberam tirar o melhor partido das oportunidades criadas. Já entre nós o sonho de ver o nosso portugalito transformado numa versão atlântica e ensolarada da Alemanha foi apenas uma enorme ilusão. Fatal ilusão.

Hoje o nosso país está preso numa armadilha. Porque está no euro, não tem política monetária, logo não pode desvalorizar a moeda para tornar as importações mais caras e as exportações mais competitivas. Porque está no euro, o Banco de Portugal não se pode pôr a imprimir moeda para ajudar o Estado a pagar as suas dívidas e o seu défice. Porque está no euro, está num colete de forças. E o esforço para sair desse colete de forças está a falhar.

O processo que iniciámos há pouco mais de um ano é uma tentativa desesperada de recolocar Portugal num, chamemos-lhe assim, “caminho alemão”, ou “caminho nórdico”. Por um lado, diminuir o défice público. Por outro, reverter os equilíbrios da economia para a fazer exportar mais e importar menos, processo impossível de conseguir sem uma compressão do consumo interno. À frente desse processo tem estado o mais “alemão” de todos os ministros das Finanças da democracia portuguesa, Vítor Gaspar, ele mesmo um homem das negociações de Maastricht.

Parece estar a tornar-se óbvio que Portugal não quer, ou não pode, ou não consegue, seguir este caminho. Não o digo por causa das manifestações do 15 de Setembro. Digo-o por causa do que significou o Conselho de Estado. E das exigências da Concertação Social. Digo-o porque os portugueses, como é seu hábito secular, querem tudo e não querem nada. Ainda ontem era muito significativa a capa do Jornal de Negócios sobre o que os portugueses quereriam do próximo Orçamento do Estado: “Lóbis, corporações, empresários e sindicatos estão juntos. Pedem menos cortes, mais investimento, apoios às exportações, redução selectiva da TSU, descida do IVA e aposta na reabilitação urbana.” Ou seja, querem como de costume que tudo fique na mesma.

Como se isto não chegasse, os nossos números são demasiado pesados. O pagamento de juros da dívida pública já leva mais dinheiro do que o que se gasta em Educação ou em Saúde, e, enquanto existir défice público – mesmo que seja apenas de 3% -, essa dívida vai continuar a subir. Por outro lado, para voluntariamente chegarmos ao equilíbrio orçamental, teríamos de cortar quase um quinto das despesas do Estado e da Segurança Social, se tomarmos como referência o ano de 2010. Isso não é possível sem abdicar de boa parte do nosso Estado social, o qual consome três quartos da despesa pública primária.

Mas há mais. Mesmo aquilo que está a correr melhor – o equilíbrio das nossas contas externas – é muito insuficiente para permitir grandes optimismos. Um economista que se tem dedicado ao tema, Ricardo Cabral, estima que para reequilibrar em 15 anos a nossa situação necessitaríamos de crescer 4% ao ano e de ter um saldo positivo na balança comercial de 6% (o tal saldo que foi sempre negativo desde a II Guerra Mundial). Ninguém acredita que seja possível.

Tenho falado nos últimos meses com muitos economistas, incluindo com antigos ministros das Finanças, que conhecem os números e convergem quase sempre num ponto: assim não vamos lá. Curiosamente quase todos eles se inibem de tirar as consequências, porque isso implica tocar em dois tabus. São esses tabus que temos de começar a discutir.

O primeiro tabu é o da renegociação das dívidas. Não que essas dívidas não existam, como dizem os viciados em despesa pública. Mas porque genuinamente não conseguimos pagá-las e elas condicionam demasiado o nosso futuro para podermos ter qualquer esperança.

O segundo tabu é o do abandono do euro, acabando de vez com a ilusão de que conseguimos ter a disciplina dos alemães. A nossa economia, para nossa desgraça, não mostrou ser capaz de viver sem inflação e sem desvalorizações. Será o fim do nosso sonho de convergência com “a Europa”, mas marcará também o regresso a uma vida com os pés na terra.

O país que sairia destas duas medidas não seria bonito de se ver, mas seria ao menos um país de novo entregue a si próprio, que teria reconquistado a liberdade que pusemos nas mãos da troika. É altura de começar a discutir o preço que teriam para todos nós estas alternativas. Estou cansado da conversa sobre os “cortes” por parte de quem, na verdade, não quer “cortes” nenhuns e tem como único sonho encontrar quem que nos pague as contas, chamando a isso “solidariedade”.

133 comentários leave one →
  1. JDGF permalink
    29 Setembro, 2012 10:31

    É impressionante a dimensão verborreica para chegar aquilo que os partidos ‘fora do arco governamental’ andam a dizer há muito…
    Como diz o povo: tanto paleio para nada!

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  2. 29 Setembro, 2012 10:37

    ” Os cenários de falhanço completo da estratégia seguida nas últimas décadas ”
    jmf,
    E quantas boleias deu o José Manuel Fernandes ao politicos que não nos dizem tudo para que as coisas chegassem ao ponto onde chegaram????
    E quantas vezes esteve o José Manuel Fernandes enquanto director de um jornal de acordo com os politicos que não nos dizem tudo
    E quantas vezes deu razão o José Manuel Fernandes enquanto jornalista aos politicos que não nos dizem tudo
    E quantas vezes defendeu enquanto simpatizante partidario o José Manuel Fernandes os politicos que não nos dizem tudo.
    Resumindo, tenha VERGONHA

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  3. neotonto permalink
    29 Setembro, 2012 10:45

    Bom.
    Anticipandose a nao guardar certos dados da rabiosa actualidade (como faz o RuiA) o JMFernandes, sempre ossado na vanguarda marcando rumos, empezou a por os temas que as vezes ocorre que todo o mundo intuie mais ninguém (sobretudo quem deve) faz caso ou desdenha e dai as irreparaveis consequencias. Tem mérito esta anticipaçao.
    De todas formas haverá que recordalhe ao JMFernandes que alguém que anduvo neste mesmo blog (e recordo que teve que sair fuxindo dele como alma em pena da Santa Companha) ja presentia estos acontecimentos e desventuras. O certo que seguramente tem mais mérito ainda que por aqueles tempos os dados tampouco pareciam tao deprimentes como agora este jornalista nos presenta.
    Enfim. E la nave va. Sem rumbo para alguns paises europeos ( olha que por extranha coincidencia e casualidade, sao os do Sur de Europa) mais ainda va. Fod**** e renqueante mais ainda dá para continuar meio averiada nesta tormenta que se avezinha e com os motores e as luzes de emergencia dispostas… Emergencia, emergencia, emergencia…

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  4. colono permalink
    29 Setembro, 2012 10:47

    Se me é permitido , aconselho todos os portugusês que não se afoitem, incomodem (mais morderno) estressem!
    Comam e bebam do bom e do melhor… matança de porco… vinho n’adega… broa e chouriço… fartai-vos!
    Que, depois da mata ardida por complecto, outra “lavra” vos sustentará! Sempre foi assim..e assim será.
    Depois do adeus às colónias à CEE e à UE … havereis de encontrar uma outra (s) “teta” para mamar!
    Pelo sim , pelo não… comecem a aprender mandarim!

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  5. 29 Setembro, 2012 10:52

    Se em Portugal se fizesse o que os portugueses fazem no estrangeiro…

    http://www.kymenlaaksoiicouncil.org

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  6. Tim permalink
    29 Setembro, 2012 11:11

    O EURO, como alertou a solo e desde a adesão João Ferreira do Amaral, não era, não é, nem será moeda real para um país no estádio de desenvolvimento económico de Portugal. João Ferreira do Amaral acertou em cheio no centro do alvo, como o demonstra o estado das economias mais débeis da Zona Euro.
    O Euro revelou-se nestes casos das economias subdesenvolvidas e asténicas como a vara hi-tech para o salto em altura que se proporciona a um atleta amador para se qualificar para a final do campeonato do mundo ou dos Jogos Olímpicos.

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  7. luis moreira permalink
    29 Setembro, 2012 11:23

    Ficar nas mãos dos políticos portugueses é melhor do que estar nas mãos da Troika?

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  8. colono permalink
    29 Setembro, 2012 11:33

    Caro Tim
    O Euro não tem culpa nenhuma… culpa é de quem o gere.
    Enquanto nós estamos a comer o pão que o diabo amassou… um dos muitos “gerentes” gasta num almoço em França o que eu não ganho numa semana ( ou mais)… Isto é só um exemplo, como exemplo é o BPN o BPrivado…,etc, etc
    A “merda” seria a mesma com estes “gerentes”! Culpar a moeda é um alibi!

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  9. tric permalink
    29 Setembro, 2012 11:35

    Portugal tem que sair do Euro o quanto antes…ontem já era tarde…e aplicar o modelo económico inspirado no de Salazar… promover o repovoamento de Portugal…é um crime o OE2013 não ser já na nova moeda…
    .

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  10. pedro permalink
    29 Setembro, 2012 11:38

    Claro que concordo consigo. Mas era isso que gaspar e Passos deviam ter dito no conselho de estado ,ou aceitamos a via da austeridade ,ou então , eu vou demitir-me ,explicar porquê e confrontar os portugueses com a saída do euro . Se escolherem outro caminho boa viajem ! Numa situação ,este ano por exemplo,em que o défice do estado é de 12 mil milhões ,os juros são de oito mil milhões ,mesmo não pagando a dívida pública ,vejam bem o descalabro. Mas depois temos a dívida das empresas e dos privados que é maior, mesmo que espetemos o calote total ,como viveremos no dia seguinte? Passos tem de confrontar os portugueses com a parede e depois o povo que decida ,se necessário vamos a eleições .

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  11. tric permalink
    29 Setembro, 2012 11:40

    o Fundo de Pensões da Banca provocou um rombo nas contas da Segurança Social e ninguem se demite !!?? aliás, e o Governo não apresenta a sua demissão!!??…esta PPP´s…Socrates, Passos…é a mesma treta…é só negócios ruinosos que fazem em nome do Estado…

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  12. tric permalink
    29 Setembro, 2012 11:41

    e ainda vão autorizar o Gaspar a fazer o OE2013…

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  13. Trinta e três permalink
    29 Setembro, 2012 11:47

    Que vão ter que renegociar a dívida, já há muito se sabe (embora poucos o digam). Sair do Euro? Depende. Se continuarmos sem uma ideia de projeto europeu, como tem acontecido, sim, será inevitável.

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  14. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 11:54

    Cuidado com os populistas.
    .
    .
    O JMF também nos garantia, seguindo os “sábios conselhos” americanos, que a Irlanda estava em condições de exportar e crescer e Portugal não. Os factos demonstram que os conselheiros do JMF falharam em toda a linha.
    .
    .
    O JMF só tem um projecto: tirar Portugal do euro, como lhe mandam do mundo anglo-saxónico. Desde o primeiro dia. Não interessa as consequência de uma saída do euro, mas antes prosseguir a sua agenda política.
    .
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    Populistas destes transformaram Portugal numa Grécia. Se a coisa correr mal, ainda se vai ver o JMF a pedir um golpe de estado. ehehheehheh

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  15. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:05

    “Ficar nas mãos dos políticos portugueses é melhor do que estar nas mãos da Troika?”

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  16. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:05

    “O JMF só tem um projecto: tirar Portugal do euro, como lhe mandam do mundo anglo-saxónico.”

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  17. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:10

    “,este ano por exemplo,em que o défice do estado é de 12 mil milhões ,os juros são de oito mil milhões ”

    renegociar a dívida não implica a saída do Euro. Renegociar a dívida e baixar os juros que pagamos é um imperativo. Manter-nos no Euro é a única opção para não ficarmos nas mãos dos corruptos e incompetentes dos políticos e banqueiros tugas. Foram eles que nos conduziram até aqui. Isso de se “gastar acima das possibilidades” aplica-se essencialmente a eles, ás suas Fundações, aos seus Institutos Públicos, ás suas EP’s, e ás suas negociatas criminosas em nome do Estado.

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  18. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:13

    meteram-nos no Euro sem referendo, porque lhes cheirou a $$$ fresco para as suas “empresas amigas” – ás quais continuam a perdoar mais de mil milhões em impostos por ano – não nos hão-de tirar do Euro sem um referendo.

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  19. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:15

    prefiro se governado por alemães, finlandeses ou holandeses, mesmo a apertar o cinto, que pelos incompetentes e corruptos dos políticos, administradores e banqueiros tugas.

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  20. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 12:17

    Os conselheiros do camarada JMF:
    .
    .
    “‘Think tank’ da direita americana descreve proposta para a TSU como “um autogolo””
    .
    in http://www.dn.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=2799436
    .
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    De onde brotam as ideias do JMF? Olhem de onde:
    .
    “O AEI é um dos institutos mais influentes no pensamento político dos EUA, assumindo uma perspetiva de direita. Esteve particularmente ligado à política externa dos governos de George W. Bush. Várias figuras associadas ao AEI, como Richard Perle, Paul Wolfowitz ou John Bolton, tiveram cargos nas administrações de Bush.”
    .
    E como manipulam as pessoas:
    .
    “Desmond Lachman, um britânico que foi diretor do banco de investimentos Salomon Smith Barney, compara a proposta do Governo “à ‘poll tax’ proposta por Margaret Thatcher no Reino Unido em 1989, que tantos custos políticos teve” para a então primeira-ministra inglesa.”
    .
    .
    Uma chatice.
    .
    .
    Mas há mais:
    .
    “Para Lachman, substituir as mudanças na Segurança Social por aumentos de impostos não vai impedir o agravamento da crise, recordando as previsões de analistas do banco norte-americano Citybank — que prevê que o PIB português caia 5,7% no próximo ano (o Governo prevê uma contração de 1 por cento).”
    .
    in http://www.dnoticias.pt/actualidade/economia/346890-medida-da-tsu-teria-sido-um-desastre-mas-aumento-de-impostos-vai-aprofun
    .
    .
    Estas previsões de uma queda de 5,7% do PIB português era para 2012. Agora parece que é para 2013. E até havia para auqi um cromo, nos comentários do Blasfémias, que me repetia sempre a mesma propganda: os gajos do Citi prevêm uma queda de mais de 5% do PIb em 2012. Os gajos do Citi…
    .
    .
    O JMF é um pobre diabo que repete o que lhe mandam dizer. Por isso, quando alguém lhe critica nos comentários do Blasfémias, ele foge do debate. Tem medo que lhe digam na cara que é um azelha, ao seguir o que lhe mandam dizer em Portugal. Só nos falta acusar de lhe meter bugs nos computadores e telemóveis. ehehhehehe

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  21. piscoiso permalink
    29 Setembro, 2012 12:17

    WE quando é que o Fernandes funda o seu partido?
    Tipo “Fernandes Democrático Partido”, com a sigla
    FDP

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  22. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:18

    poderia ser feito um refendo com a seguinte questão:

    “ficar no Euro e ser governado directamente pela Alemanha”

    ou

    “sair do Euro e reaver a soberania total para sermos governados pelos políticos portugueses”

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  23. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:19

    de resto não pense o jmf que mesmo saindo do Euro “vocês” irão ter soberania total para tratarem isto como sempre trataram à conta da tal “soberania”: uma quinta privada. Era o tinhas! Felizmente.

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  24. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:22

    FDP é um bom nome para o partido desses crápulas que arruinaram o lugar, súcrate/vara/silvapereira e sus muchachos incluídos.

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  25. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:24

    valha-nos a a/c que como leitor e comentador profissional do blasfémias que é, conhece as fontes e descobre-lhes a careca.

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  26. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:26

    o a/c tem é de dizer ao gúvernú que as fundações dos barões e senadores são para fechar, e os impostos perdoados ás “empresas amigas” (sobretudo via ilha) são para cobrar. E que há cortes que podem ser feitos nessas escandalosas “aposentações douradas” de gente no activo a ganhar vinte vezes mais que as suas douradas pensões. E por aí fora.

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  27. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 12:26

    Aquilo que o JMF nunca vos dirá. As exportações irlandesas estão em queda, a sua procura interna em queda e a economia irlandesa a cair tantou mais que a portuguesa. Tudo o contrário que o camarada JMF nos afiançava há uns meses atrás. Mas auqilo que o JMF nunca vos dirá: as exportações irlandesas estão em queda, as portuguesas estão nos máximos de sempre.
    .

    Click to access trade_jun2012.pdf

    .
    .
    Ainda vou ver o JMF a apelar a um golpe-de-estado em Portugal, para impedir os comunistas de tomarem conta do poder. lolololol

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  28. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:29

    e o ensino superior tem de ser re-equacionado – e não pode ao contrário do que o crasto impôs tornear so “cortes” – pois há cursos da treta que se repetem em várias instituições públicas; sobretudo em lisboa onde as guerras internas entre os professores levaram a cisões e à criação de várias instituições de ensino superior do Estado.

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  29. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:30

    “As exportações irlandesas estão em queda, a sua procura interna em queda e a economia irlandesa a cair tanto ou mais que a portuguesa.”

    mas ele sabe mto bem disso!

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  30. gastão permalink
    29 Setembro, 2012 12:31

    “Digo-o porque os portugueses, como é seu hábito secular, querem tudo e não querem nada”
    “Ou seja, querem como de costume que tudo fique na mesma.” JMF
    Povo ingrato e mediocre que ainda não percebeu a bondade das medidas do gang dos Chicogo Boys encabeçado pelo “Botas” de Massamá.

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  31. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:31

    esse jmf é um traste.

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  32. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:34

    sobre uma universidade do Estado consultem:

    “A Podridão – a corrupção na administração pública”

    Está na biblioteca da faculdade de letras da universidade de lisboa (se não está é porque o “sacaram”) e foi escrito por um ex-administrador da tal universidade (que não é de lisboa)

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  33. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 12:36

    Aquilo que o JMF nunca vos dirá: a economia americana, perdendo os estímulos monetários efeitos, está a começar a crashar: http://www.census.gov/manufacturing/m3/adv/pdf/durgd.pdf
    .
    .
    Nem com moeda própria, impressão monetária, desvalorizações competitivas, saldos orçamentais altamente difictários, etc. Os americanos estão a ficar ainda piores que os europeus. Tudo culpa do euro. Perdão, do dólar americanos.
    .
    .
    Deus nos livre dos populistas. À direita e à esquerda. Porque querem transformar Portugal numa nova Grécia. E destruir o euro, para que os americanos continuem a dominar militarmemte o planeta. Jogadas velhas, novas embalagens.

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  34. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:37

    “as exportações irlandesas estão em queda, as portuguesas estão nos máximos de sempre.”

    eu admiro o seu entusiasmo mas vc deve ter consciência que isso não é e não vai ser suficiente, ou será que não tem?

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  35. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:40

    o facto da economia americana estar a crashar não é bom para Portugal. Mas olhe que a China tb vai pelo mesmo caminho. As economias nem podem ser unicamente baseadas na procura interna nem o seu oposto.

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  36. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:41

    mas uma economia baseada na mão de obra bronca e já não assim tão barata, está com toda certeza condenada ao caos. (á atenção dos “pedagogos”)

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  37. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:42

    à …

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  38. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:45

    o que interessa haver “n” licenciados (80% dos jovens têm uma licenciatura – imagine-se – e 90% entre eles estão ou desempregados ou têm de esconder o “canudo” para trabalharem numa caixa de supermercado) se os das actividades de produção directa ou não existem ou são broncos?

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  39. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:46

    e já nem vou falar sobre a possibilidade de 70% ou 80% dos jovens licenciados poderem ser (tb uns meros broncos…

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  40. trill permalink
    29 Setembro, 2012 12:52

    As fontes do jmf:

    ” Lachman sugere que Portugal devia “pensar a sério nas vantagens de sair do euro” para beneficiar de uma desvalorização cambial.

    O AEI é um dos institutos mais influentes no pensamento político dos EUA, assumindo uma perspetiva de direita. Esteve particularmente ligado à política externa dos governos de George W. Bush. Várias figuras associadas ao AEI, como Richard Perle, Paul Wolfowitz ou John Bolton, tiveram cargos nas administrações de Bush.”

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  41. malpica permalink
    29 Setembro, 2012 12:58

    “Eu nunca vi ninguém morrer por causa do argumento da pobreza”
    .
    “de O Mito de Coelho.

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  42. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 13:00

    Aquilo que o JMF nunca vos mostrará: http://tinyurl.com/cyqajdk

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  43. tric permalink
    29 Setembro, 2012 13:11

    “Porque querem transformar Portugal numa nova Grécia. ”
    .
    querem transformar!!?? Portugal sempre foi a Grécia…agora é que estamos a chegar à realidade !! antes era milagres das exportações etc etc etc…

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  44. tric permalink
    29 Setembro, 2012 13:15

    “as exportações irlandesas estão em queda, as portuguesas estão nos máximos de sempre.”
    .
    com a venda de ouro e derivados de petroleo…tirando isso, as exportações estão em queda…de mês para mês…isso o Judeu do Anti-Comuna não diz…

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  45. tric permalink
    29 Setembro, 2012 13:17

    “E destruir o euro, para que os americanos continuem a dominar militarmemte o planeta. ”
    .
    com o euro…continuam a dominar militarmente o planeta…lol

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  46. tric permalink
    29 Setembro, 2012 13:18

    Anti-Comuna…com euro ou sem euro…a economia americana…tal como a inglesa…

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  47. Patusco permalink
    29 Setembro, 2012 13:34

    O António Broches é que a sabe toda! Afinal os nossos empresários são uns ignorantes! Não quiseram a TSUão.
    Será que também o Broches também pertence ao FDP?!

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  48. colono permalink
    29 Setembro, 2012 13:38

    Este blogue… por mal ou por bem… é um cardume “TricTrill…”
    Cada um valendo menos do que um futuro “meio tostão”!

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  49. Trinta e três permalink
    29 Setembro, 2012 13:39

    Os que alertaram para as deficiências da estrutura do euro, antes da adesão, foram os mesmos que reivindicaram o referendo (recusado), que denunciaram a palermice de vários tratados (nomeadamente o famoso “de Lisboa”), que disseram não serem exequíveis as exigências do memorando da troika, que afirmaram a necessidade de renegociar a dívida (e não os prazos do seu pagamento). Convém, de uma vez por todas, dar o nome às coisas e ver-lhes as caras.

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  50. tric permalink
    29 Setembro, 2012 13:40

    Ulrich é que a sabe toda…esqueceu-se de falar do milagre do buraco da segurança social motivado pelo negócio ruinoso para o Estado que foi a transferência do fundo de pensões da banca…depois das PPP´s Socretinas…como foi possivel negócio ruinoso…

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  51. tric permalink
    29 Setembro, 2012 13:44

    é como a história de 2013…o acordo com a troika em ano de eleições só prevê uma redução de 0,5% no défice…depois acabadas as eleições…palhaçada total…este ano vão vender tudo…porque para o ano é ano de eleições e …palhaçada total

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  52. AliaZs permalink
    29 Setembro, 2012 14:22

    O Cardeal Richelieu não resistiu o mostrou a sua sombra
    António Borges classifica de “ignorantes” empresários que criticaram a TSU…
    «… os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”, afirmou o Cardeal Richelieu.
    O elogio é dirigido ao PR Cavaco Silva e conselheiros com o “chumbo do seu curso da faculdade” que é particularmente dirigido ao Professor Cavaco Silva, PR.
    Zangaram-se as comadres

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  53. Maquiavel permalink
    29 Setembro, 2012 15:01

    Na altura, MANUEL MONTEIRO e o CDS eram os lunáticos…lembram-se; e quem serão os lunátivcos do agora?? E para acabar: Para Quando 15% de corte nos salários e pensões? …na próxima semana, …e chama-se IRS.

    Mas NINGUÉM extingue AUTARQUIAS, sim …só sobrariam 18? Pois é verdade que significa 37 000 para a rua…temos pena: há mais vida que aturar o porreiro do autarca…Quantas PEXOAS meteram os autarcas depois de 2008?

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  54. A. R permalink
    29 Setembro, 2012 15:04

    Depois veio a onda socialista, o BE, as mafias sindicais, etc

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  55. Trinta e três permalink
    29 Setembro, 2012 15:12

    “… os empresários que se apresentaram contra a medida são completamente ignorantes, não passariam do primeiro ano do meu curso na faculdade, isso não tenham dúvidas”.
    .
    Não temos qualquer dúvida. Assim como também não temos, sobre os motivos da falta de qualidade dos economistas que temos tido. Quem sai ao mestre…

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  56. Portela Menos 1 permalink
    29 Setembro, 2012 15:35

    Nao anda por aí FColaço? Era para lhe lembrar que o assessor do govermo para as privatizacoes, para alem de ter chamado ignorantes aos empresarios que recusavam a TSU, ainda disse que os salarios publicos representam OITENTA 80% da despesa! Nem é preciso citar nenhuma central de informacao; o proprio Borges é ele proprio um centro de estupidez.

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  57. votoembranco permalink
    29 Setembro, 2012 15:59

    Estou tão excitado à espera do post da tolinha da Helena Matos sobre a manif – mal posso esperar.

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  58. 29 Setembro, 2012 16:17

    A moeda fiscal virtual

    Seria um instrumento monetário e fiscal, provisório, enquanto o ajustamento se concretiza. Destinado a olear a economia e ultrapassar a “armadilha da liquidez” numa situação de não detenção de moeda própria.

    Os Fundos de Apoio Externo (cedidos pela troika) ficariam alocados à “defesa” dos credores. E resultariam num necessário “congelamento” da dívida externa. Ao longo do período de ajustamento, esses fundos seriam utilizados no pagamento das tranches da dívida atual que se vão vencendo, transformando-se em nova dívida, de médio/longo prazo e a juros Euribor (ou muito próximos disso).

    A moeda fiscal virtual será, na prática, uma nova forma de financiamento público muito parecido com a emissão de moeda. Esse financiamento é seguro e muito controlável. E seria limitado por valores máximos anuais, constantes num plano plurianual de eliminação (não é para atingir 3%, mas sim zero) do deficit.

    Financiaria o défice (decrescente), os quantitativos respeitantes ao pagamento dos juros da nova dívida e o alívio da austeridade agora imposta, na parte fiscal, social e dos rendimentos. Algumas medidas cirúrgicas poderiam ser aplicadas (por exemplo, redução do IVA na restauração, por esta ser determinante para o turismo e ser parte da “boa economia” com criação de emprego e consumo de produtos nacionais).

    A moeda fiscal consistirá na criação de uma conta simples alocada a cada contribuinte (através do seu número de identificação fiscal). Controlada – ao milímetro – pela DG Tesouro.

    Essa conta ficará sujeita a movimentos, iguais aos de qualquer conta bancária.
    Cada unidade valerá o mesmo que um Euro e será movimentada, em termos comerciais, de forma simplificada, pelo Cartão de Cidadão, através de leitores de cartões – tipo multibanco – simples.

    Essa conta não é convertível em moeda real (Euros), mas será utilizável no pagamento de serviços públicos, impostos e contribuições sociais.

    E o cartão de contribuinte (cidadão) será utilizado como porta-moedas eletrónico, no pagamento de despesas básicas (aluguer, água, eletricidade, telefone, supermercado, transportes públicos).

    A questão técnica deverá ser de simples implementação, permitindo movimentos financeiros com o cartão de cidadão (que foi – também – criado com estes pressupostos) ou sobre a internet, em sites habilitados.

    O Estado poderá, desta forma, se financiar, criando, na prática, moeda com capacidades de transacção mas limitada ao País e de forma muito contida e controlada (pois dominará o seu valor acumulado, na economia) pois todas as movimentações efectuadas se concretizam nos seus sistemas. Esta “moeda” ficará garantidamente a circular na economia local, oleando-a, sem qualquer perigo de acabar nos bancos alemães ou debaixo do colchão.

    A qualquer momento poderá retirar quantitativos ou acrescentar mais, sempre balizado por um plano de erradicação do défice, validado previamente pela Assembleia da República.

    Pressupostos

    O Estado poderá pagar, por esta via, os seus fornecedores até uma determinada percentagem da sua aquisição. Ou, por acordo com os mesmos, até num valor superior. A vantagem: pagamento na hora.

    O Estado – também – poderá pagar os seus funcionários e pensionistas, até um determinado valor, neste sistema. O que lhe permitiria repor, de imediato, pelo menos um dos subsídios retirados (mas, agora, já diluído nos vários salários mensais).

    As empresas privadas poderiam fazer o mesmo e pagar os seus funcionários até um determinado valor percentual das remunerações, com esta “moeda”.

    Assim, o Estado coloca “moeda” na economia. Na quantidade que entender por bem (limitado pelo já referido plano de erradicação do défice).

    Por comum acordo, as empresas poderão fazer transferências desta “moeda”, para satisfação de créditos entre elas.

    O “encontro de contas” entre o Estado e as Empresas no que respeita a pagamentos de fornecimentos e ao pagamento de impostos e contribuições sociais passaria a ser um problema do passado. Tudo se agilizaria.

    Este sistema permitiria mais alguns truques:

    Por exemplo, o pagamento imediato de contas vencidas. Daquelas que emperram todos os tribunais (comunicações e outras do tipo): a partir de uma determinada data, o valor devido e não pago, acrescido de 10%, seria alocado a uma conta paralela, acessória, do contribuinte devedor (inamovível por este). Se não for contestada num determinado prazo seria transferida para o fornecedor. O sistema de satisfação de créditos de baixo valor, assim ativado, cobraria 5% pelo serviço e o fornecedor, outros 5% como multa. Estes valores aplicar-se-iam para se obterem efeitos dissuasores.

    Seria superado o “velho” problema (de enorme incongruência fiscal), em que uma empresa que fatura e não é paga pelo seu serviço tem que antecipar a entrega do IVA que não recebeu. O mais caricato é que a primeira, devedora, deduz aquele IVA na sua contabilidade (sem o ter pago) mas é o credor (não pago) é que acaba chamado a depor nos tribunais se não paga o IVA que não recebeu. Com este instrumento, após um determinado prazo e sem cobrança efetiva, a “conta” do cliente seria imediatamente debitada para a conta acessória, seguindo-se o procedimento atrás indicado, no exemplo das dívidas dos telemóveis.

    No final do processo de ajuste, o “tapete” poderia ser retirado simples e gradualmente…

    A menos que esta via se revelasse um bom instrumento financeiro que permitisse o financiamento do Estado internamente, “fugindo” aos mercados externos que já demonstram não serem minimamente adaptáveis a situações como a que vivemos.

    E tudo isto sem prejuízo de todos os benefícios da manutenção no EURO.

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  59. esmeralda permalink
    29 Setembro, 2012 16:20

    Infelizmente, isto não vai acabar bem! Nunca tive ilusões. Apenas résteas de esperança!

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  60. Eleutério Viegas permalink
    29 Setembro, 2012 16:31

    Só vale a pena continuar a viver aqui no canto se estes inadaptados piegas afocinharem no que é preciso. De facto, viveram acima das possibilidades, pelo menos, desde 1995/96… Viver aqui no cenário que o JMF descreve é mau demias para ser verdade. Uma desgraça financeira e económica com esta cambada ranhosa e pendura das solidariedades, do estado social e das manifs ao leme… O Gaspar já merece uma estátua.

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  61. lucklucky permalink
    29 Setembro, 2012 16:31

    Um texto que critica os keynesiano e que defende soluções Keynesianas. Mais paradoxal é impossível.
    .
    Para claro manter tudo como está excepto uma coisa: dar mais poder aos políticos , pois imprimir , desvalorizar é dar mais poder aos políticos. Isto depois de JMF os críticar quer~lhes dar mais poder.
    É a obra prima da contradição!
    .
    O JMF já notou que as nossas exportações não pararam de aumentar desde 1995 (exceptuando 2009)?
    Então onde raio o Euro é problema algum hoje? já não nos conseguimos endividar com credibilidade alemã logo o problema do Euro acabou.

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  62. malpica permalink
    29 Setembro, 2012 16:35

    Este Borges tem pancada, e é pancada de fétiche, em versão sadoeconomics. Vamos admitir que a pancada lhe dá para experimentalismos sociais, tipo quantos pobres é necessário criar, para produzir um rico.
    .
    O sujeito precisa de tratamento urgente. Eu conheço um local adequado onde pode ser tratado é o Forte de Elvas. O curativo é o modelo de Sísifo, mais suave, pelo menos mais refrescante, carrega o balde de água em vez do pedregulho. Enche o dito cujo, cá em baixo, carrega com ele até lá cima, são 50kg, despeja a água volta cá baixo para a recolher e repete o procedimento até o fétiche incaliptári.
    .

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  63. Fincapé permalink
    29 Setembro, 2012 16:35

    “Tenho falado nos últimos meses com muitos economistas, incluindo com antigos ministros das Finanças, que conhecem os números e convergem quase sempre num ponto: assim não vamos lá. ”
    As coisas que sabem esses economistas… agora! E o serviço maravilhoso que fizeram a Portugal durante os anos da euforia e da destruição da economia!
    Outra coisa curiosa foi o seu silêncio ensurdecedor quando João Ferreira do Amaral andava a falar na saída controlada do euro. Agora, à medida que aumentam as dificuldades da economia portuguesa, aparecem como salvadores fazendo de conta que foram eles os primeiros a alertar o país. Uma vergonha de “amigos”, jmf1957. Se assim pensam, que digam diretamente: “João Ferreira do Amaral tinha razão!” Mas não dizem, nem nunca dirão, porque se a economia portuguesa se endireitasse eles viriam dizer: “Nós sempre tivemos confiança na recuperação da economia!”
    O euro vai garantindo alguma confiança, tendo em atenção que não coloca nas mãos de gente perigosa, aqui em Portugal, o domínio sobre a moeda. Se tal fosse possível, o “tubaronato” safaria todo o seu capital e os outros ficariam com as suas poupanças reduzidas a zero. O raio que os parta!

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  64. malpica permalink
    29 Setembro, 2012 16:39

    Incaliptári, em português do Alentejo que dizer; assumir a forma, transformar-se em eucalipto.
    .

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  65. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 16:46

    “Para claro manter tudo como está excepto uma coisa: dar mais poder aos políticos , pois imprimir , desvalorizar é dar mais poder aos políticos. Isto depois de JMF os críticar quer~lhes dar mais poder.
    É a obra prima da contradição!”
    .
    .
    Isto não é possível. O JMF não percebe o que anda a escrever. É uma espécie de copy paste mais evoluído. Faz lembrar quando eramos míudos e tinhamos que fazer “redacções/cópias” de textos, na escola primária. Ele fez igual. Lê o que dizem nos média anglo-saxónicos e “think tanks” (ehhehehehe) e passa para português. E surge aos olhos de alguns como guru.
    .
    .
    Bem, alguém aqui se lembrou, e muito bem, que a adesão ao euro deveriater sido referendada. Mas quiseram evitar essa maçada, quando a grande maioria apoiava a moeda europeia (e taxas de juro, claro) e agora estão em palpos de aranha para aguentar com esta moeda “de ouro”. Que impede os políticos de enganar os cidadãos. (Criar uma segunda moeda paralela, mesmo que só “fiscal” e até com o mesmo valor, apenas iria permitir enganar ainda mais os contribuintes e dar mãos largas aos políticos. No fim levava ao colapso a economia portuguesa.)
    .
    .
    Agora que Portugal está no euro, não há que duvidar. Há que corrigir o défice estatal, que o da balança comercial já foi conseguido. Mas hoje a função pública voltou a manifestar-se em Lisboa contra o resto do país. Os traidores dos trabalhadores portugueses, os funcionários públicos, em Lisboa (tal como seria previsivel) continuam a querer enganar os demais trabalhadores, que andam a pagar os erros alheios.

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  66. jose silva permalink
    29 Setembro, 2012 16:48

    recebido por email

    Aquilo que JMFernades nunca dirá.

    JMFernandes de novo ao serviço de agendas geo-politicas externas. Desta vez é a invitabilidade de Portugal ter que seguir os ensinamento de Enver Hoxha… Perdão isso era em 1975. Ah… é necessário invadir o Iraque porque tem armas que podem acabar com a humanidade…Pedrão, isso era em 2002. Vamos ver se acerto: Portugal ter que sair do Euro, porque caso contrário é o fim do mundo. Isso. Agora acertei.

    Pois bem, JMFernandes diagnostica bem alguns problemas: (Com a entrada no Euro) «as empresas, face ao boom do mercado interno de cada país, insuflado pelo crédito fácil, deixaram de procurar os mercados externos. Para usar a linguagem dos economistas, o dinheiro disponível passou do sector transaccionável para o sector não transaccionável.»

    Outros erradamente: «começámos a destruir a nossa indústria e a ver tornarem-se nas grandes empresas nacionais os fornecedores de serviços protegidos da concorrência (telecomunicações, energia), os grupos de comércio a retalho e os conglomerados da construção civil». Efectivamente isso é verdade para as regiões que se especializaram na economia monopolista não transaccionável (Lisboa). A outra parte da economia foi-se adaptando à impossibilidade da desvalorização cambial, ao choque da entrada da China na OMC, à emigração interna e externa. Não é por acaso que o Norte e Centro de Portugal, tem o maior número de desempregados, tem vários milhões emigrados no estrangeiro e em Lisboa, e que são as zonas do pais sem deficit comercial. JMFernandes sem se aperceber fala dos negócios e negociantes que circundam o poder político, fala do que conhece. Pois bem. Porém, há economia para alem dessa.

    «o nosso portugalito transformado numa versão atlântica e ensolarada da Alemanha foi apenas uma enorme ilusão». Novamente um erro de JMFenandes. Foi uma ilusão de certa elite. Nos últimos 20 anos, metade do Norte teve que emigrar para Lisboa, onde havia as oportunidades de carreira que o sector não transaccionável oferecia, ou para a Europa. Milhares de empresas pré-China na OMC faliram. O interior desertificou-se. Mais de metade não teve ilusões mas sim duras realidades.

    Erros de análise típicos de macro-economistas: Estando no Euro «não pode desvalorizar a moeda para tornar as importações mais caras e as exportações mais competitivas». É erro crasso julgar que a competição se faz por custos mais baixos. O sucesso do sector do calçado prova que é possível ser rentável com preços de venda cada vez mais caros. É evidente que é muito mais exigente.

    E este equívoco depois dita toda a estratégia (errada): «Porque está no euro, está num colete de forças».

    «O processo que iniciámos há pouco mais de um ano é uma tentativa desesperada de recolocar Portugal num, chamemos-lhe assim, “caminho alemão”, ou “caminho nórdico”». Certo. Muito certo. É uma ilusão ilusionista pensar que se andou 20 anos a viver acima das possibilidades e que agora basta 1 ano de austeridade para ingressar no sustentável modelo alemão. De facto faltam outros 19 anos.

    «Por outro, reverter os equilíbrios da economia para a fazer exportar mais e importar menos, processo impossível de conseguir sem uma compressão do consumo interno». JMFernades faz juízo negativo sobre a redução do consumo interno. Reduzir importações de automóveis, ou a excessiva dependência do petróleo importado para o transporte de mercadorias por via rodoviária, são encarados como sacrifícios inaceitáveis. Aqui JMFernades começa a cortar caminhos alternativos, para chegar às conclusões da sua agenda.

    «Ou seja, querem como de costume que tudo fique na mesma». Aqui JMFernandes acerta. Os lóbis com acesso ao mainstream media querem manter o status quo. Porém JMFernandes e todos os que conhecem Portugal pelo prisma do MSM, incorrem no mesmo erro: Confundem Portugal com o Portugal que se queixa no MSM. Volto a repetir: A região Norte não tem deficit comercial, o crescimento do desemprego é menor, as remessas dos emigrantes estão a aumentar, as exportações mesmo retirando o a venda de ouro, batem records. Todos os agentes económicos fora do status quo vão fazendo pela vida sem protestar, sem estarem em negação.

    «o equilíbrio das nossas contas externas – é muito insuficiente para permitir grandes optimismos». Novo erro. O reequilíbrio das contas externas é de tal forma rápido que está a permitir a quebra nos juros. Há um ano poucos se atreveriam em falar de re-equilíbrio das contas externas.

    «Tenho falado nos últimos meses com muitos economistas, incluindo com antigos ministros das Finanças, que conhecem os números e convergem quase sempre num ponto: assim não vamos lá». Cá esta JMFernades a revelar a sua agenda: Defender interesses externos ligados a moedas concorrentes do Euro e a manutenção do status quo dos interesses internos, daqueles que querem manter o caminho da insustentabilidade e rejeitam mais 19 anos em direcção ao modelo alemão/nórdico dos ministros Gaspar e ASPereira.

    «O primeiro tabu é o da renegociação das dívidas». Falácia. A renegociação das dívidas significa um evento de crédito no rating da Republica que perdurará por gerações. Que implicará acréscimos de spread por dezenas de anos. Uma solução revolucionária que apenas salva todos os accionistas de grupos financeiros mega-endividados, hiper-alavancados.

    «O segundo tabu é o do abandono do euro, acabando de vez com a ilusão de que conseguimos ter a disciplina dos alemães». Falacioso. Efectivamente 1 ano de política do governo PSD/CDS, bem ou mal implementadas (eu acho com várias e graves lacunas), deu para equilibrar contas externas e reduzir taxas de juro praticadas na dívida pública. JMFernades, acha que é uma ilusão. Isto só demonstra iliteracia. Faltam 19 anos de austeridade.

    «A nossa economia, para nossa desgraça, não mostrou ser capaz de viver sem inflação e sem desvalorizações». Mentira colossal. A verdade dos factos é que , dentro do Euro, a balança comercial de Portugal, Espanha e Grécia estão a caminho do equilíbrio. JMFernades pensa à macro-economista primário: As exportações só se fomentam com preços mais baixos tipo Chinas da Europa. Ignorância crassa. De facto o caminho de sucesso é ao contrário. A evolução do sector do calçado prova isso mesmo.

    E outro erro colossal: A desvalorização da moeda gera inflação nos produtos importados e piora as condições de vida dos mais pobres através do fenómeno da ilusão monetária. As conclusões de JMFernades pioram à medida que o artigo chega ao fim.

    JMFernades termina cansado. Está farto da conversa de «cortes» rejeitada pelos que vivem acima das possibilidades. E por estar cansado, defende a desitência. Por acaso a medida atabalhoada da TSU servia para antecipar/reforçar o equilíbrio externo ao beneficiar claramente o sector exportador/turismo para estrangeiros. Também o governo foi vencido pelo cansaço. Pois é. Temos que aguentar. Já há muitos ao caminho. O melhor é aceitar a mudança de paradigma e resignar a caminho da sustentabilidade. Ainda faltam 19 anos de austeridade.

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  67. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 16:49

    “Outra coisa curiosa foi o seu silêncio ensurdecedor quando João Ferreira do Amaral andava a falar na saída controlada do euro.”
    .
    .
    É quase impossível uma saída controlada do euro. Os mercados financeiros nunca permitem tais brincadeiras.
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    .
    Mas o Ferreira do Amaral tem que explicar uma coisa aos portugueses. Quem está endividado e paga taxas de juro euribor baixas que se ponha a pau se Portugal sai do euro. Porque vai falir. ehehheh
    .
    .
    Os que pedem a saída do euro que digam isto, de um modo simples aos portugueses: quem tem dívidas e paga em euribor, se Portugal sair do euro, vai à falência.

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  68. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 16:52

    “O melhor é aceitar a mudança de paradigma e resignar a caminho da sustentabilidade. Ainda faltam 19 anos de austeridade.”
    .
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    Eles ainda não sabem o quanto o Norte sofreu nos últimos 20 anos. Mas ainda estão a tempo de o ver. ehehhehehheh

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  69. Fincapé permalink
    29 Setembro, 2012 16:59

    Eu acho muito bem que estejamos no euro. Espero e desejo que fiquemos. Mas pelo menos João Ferreira do Amaral tentava explicar as suas teses e admitia a saída como mera hipótese e sempre com acompanhamento da UE para evitar um descalabro.
    Estes amigos de jmf1957 nem isso fazem. Só dizem que assim não vamos lá.
    Numa conversa com o meu papagaio, foi exatamente isso que ele me disse: assim, não vamos lá!

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  70. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 17:05

    “Estes amigos de jmf1957 nem isso fazem. Só dizem que assim não vamos lá.”
    .
    .
    Quem são os amigos do JMF? Os americanos? Sim, a esses não dá jeito hasver uma moeda como o euro. Nem a esses nem aos ingleses. eheheheh

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  71. lucklucky permalink
    29 Setembro, 2012 17:11

    João Ferreira do Amaral queria e quer o mesmo que JMF; Desfasados no tempo apenas:
    Poder para os políticos poderem fazer tudo. Como já se não tivessem o poder desmesurado de nos endividar.

    Ou seja não se lembram , ou não querem lembrar que a crise de 83-85 não foi resolvida com impressões e desvalorizações, pois as impressão, desvalorização foi o que fizerem o FMI cá vir quando já estava a ficar tudo fora de controle.

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  72. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 17:23

    ” ou não querem lembrar que a crise de 83-85 não foi resolvida com impressões e desvalorizações, pois as impressão, desvalorização foi o que fizerem o FMI cá vir quando já estava a ficar tudo fora de controle.”
    .
    .
    O FMI veio com o Krugman antes e ainda enterrou mais Portugal. Com o famoso “currency peg” e desvalorização quase automática. O que realmente ajudou a sair da crise foram os cortes do Estado, que automáticamente cortou na procura interna e restabeleceu o equilibrio comercial. Temporário, claro.
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    Já o mesmo tinha acontecido quando o Botas foi para a “fazenda”. Não foram as políticas proteccionistas que equilibraram o comércio externo, mas os aumentos de impostos e cortes no Estado. Que afrouxaram a procura interna. Mas a economia só arrancaria a sério, mais tarde, quando o regime liberaliza o comércio externo, porque até durante a guerra, tirando as matérias-primas para os produtos bélicos, Portugal não aproveitou como fizeram outros países.
    .
    .
    Há para aí gente que continua convencida que o proteccionismo os ajuda. Ajuda tanto que os brasileiros não conseguem desenvolver a sua indústria. E só o ciclo de preços das matérias-primas ajudam o Brasil. Agora. Quando o ciclo for de baixa, o Brasil voltará a recorrer ao FMI. Não aprenderam nada com os erros do passado.

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  73. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 17:49

    O que um português, endividado, deve fazer caso Portugal saia do euro ou seja expulso. É a única vez que escrevo isto. Nunca deverei voltar a escrever isto.
    .
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    Se um tuga tem uma dívida ao banco e paga com taxas de juro euribor e caso Portugal saia do euro, tem uma única solução para evitar a bancarrota: emigrar e conseguir um salário em outa moeda, que a nova a implementar em Portugal. Porquê?
    .
    .
    Quem tem uma dívida em euros e paga taxas de juro euribor (e respectivo spread, naturalmente) também tem uma propriedade em euros. (Mesmo que hipotecada, está valorizada em euros.) Se Portugal adoptar uma nova moeda, essa nova moeda será logo atacada pelos especuladores internacionais. Poderá desvalorizar-se 30%, 50% ou até mais. Vai depender de muitos factores, o mais importante, a capacidade do Banco de Portugal em mostrar ser independente face aos políticos e praticar taxas de juro elevadas.
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    Um tipo que esteja endividado, e que continue a viver em Portugal, passará por várias crises em poucos meses ou mesmo dias. (Á velocidade com que os mercados agora se mexe, se calhar horas.) Em primeiro lugar, terá um salário abaixo do actual. Digamos, 50% face ao euro. Com o seu salário numa nova moeda (o Tostão Furado), também a sua propriedade será avaliada na nova moeda e valerá metade do que ela agora vale. Se a dívida em euros for redenominada na nova moeda, perderá as taxas de juro baixas e terá que ter taxas de juro muito mais altas. Como as do Brasil, por exemplo. Ou até mais.
    .
    .
    Ou seja, a saída do euro, a este endividado, será um choque elevado no seu poder de compra. E levará este português á ruína, pois se houver aumentos das exportações, elas estão limitadas até á dida capacidade de utilização produtiva nos 100%. A partir daí, mesmo com eventual mercado, o tecido produtivo terá enormes dificuldades em financiar nos aumentos da sua capacidade produtiva, por duas ordens de razões: taxas de juro muito mais altas e equipamentos industriais ainda muito mais caros. (O dobro, grosso modo.) Isto é o que está a acontecer agora na Islândia, em que as exportações de produtos industriais está em queda, e apenas a exportações de peixe estão a salvar o colapso ainda maior do seu comércio externo. (Pescar mais quase que não exige muitos mais investimentos sem falar nas vendas mais caras no exterior.)
    .
    .
    Portanto, quem está endividado, o melhor que tem a fazer, se Portugal estiver para sair do euro, é emigrar. Já que, tendo um salário em moeda externa, não o prejudicará. Pelo contrário. Se Portugal sair do euro, e a sua dívida for passada para a nova moeda, poderá pagar o empréstimo muito rapidamente e com menos custos, mesmo com mais altas taxas de juro.
    .
    .
    Quem está endividado e paga euribor, se Portugal sair do euro, irá á falência. A menos que emigre e consiga rendimentos em euros ou outra moeda qualquer, que não a nova moeda portuguesa, o Tostão Furado. Quem é emigrante, se estiver endividado (ou a acumular um pé-de-meia), até devia pedir que Portugal saísse do euro. Porque, com uma nova moeda, e devido à implosão económica, os preços das propriedades cairão bastante (pelo menos, tanto quanto a nova moeda) e gerará no mercado, oportunidades fantásticas para comprar bens ao preço da uva mijona.
    .
    .
    Não voltarei a escrever sobre isto. Cada pessoa que puxe pelos seus músculos cerebrais. E não é nenhum conselho. É a minha visão do que poderá acontecer caso Portugal saia do euro.

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  74. Anti-praticos permalink
    29 Setembro, 2012 18:09

    AC, o antonio borges podia ser o primeiro a ir pregar para outra freguesia sim

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  75. Tiro ao Alvo permalink
    29 Setembro, 2012 18:27

    Também me parece que a malta que advoga a saída do euro não sabe bem do que anda a falar e que não sabe minimamente os prejuízos que daí adviriam, sobretudo para as classes mais desfavorecidas.
    Assim sendo, parece-me, isso sim, que quem tem boa formação nesta área e não defende tal solução, deve vir a público explicar os riscos que correríamos, se o nosso governo, este ou outro, caísse numa armadilha dessas.
    Por outro lado, também me parece urgente denunciar a captura do Estado, por parte dos funcionlísmo públicos, uns agindo, outros consentindo, liderados por sindicalistas com poucos escrúpulos (Entenda-se por funcionários públicos, todos os empregados das empresas estatais).
    Não é necessário ser bom observador para reparar que é esta gente quem hoje faz greves em Portugal, e que são os mesmos quem, maioritariamente, engrossa as manifestações anti tudo, que não levam a lado nenhum.

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  76. jonas permalink
    29 Setembro, 2012 18:40

    ui, sexta-feira já lá vai há muito…
    hoje vale é o a borges, pateta mais stronzo,
    que não passava empresários que não foram na burrice
    que ele aconselhou ao primeiro passos,
    esse coelho que logo foi atrás da tontice,
    a provar bem o zezinho
    .
    e esse borges não vale nada,
    aquém da realidade,
    o setúpido,
    que, ao analfabetismo que demonstra,
    pobre homem, parvalhão de um raio, dificilmente
    entraria em faculdade alguma portuguesa …

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  77. piscoiso permalink
    29 Setembro, 2012 18:45

    Hoje parece que não vamos ver na TV aquele prolongado abraço de Paulinho com Sá Pinto.
    Tudo por causa de uns gajos vestidos de amarelo que andam pelo Estoril.

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  78. Fincapé permalink
    29 Setembro, 2012 19:02

    Como (quase) dispara o Tiro ao Alvo, os funcionários públicos deverão ser marcados com uma braçadeira no braço e com símbolo qualquer. O símbolo poderá ser feito por concurso e não por imposição, uma vez que estamos em democracia. Uma estrela talvez não para não gerar confusões.
    De seguida, deverão ser armadas milícias que os vão procurar onde eles estiverem Os primeiros deverão ser os das Finanças. Talvez dê mais jeito a alguns matreiros.
    Não haverá julgamentos, mas se houver para disfarçar (uma vez que estamos em democracia) poderão começar por responder porque provocaram o défice que perturbou todas as contas do país. Artigo único: Não poderá ser usado o argumento da redução dos vencimentos dos FP em mais de 20% (suponho), ou talvez mais de 30% com a inflação, no decorrer deste ano.

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  79. Tiro ao Alvo permalink
    29 Setembro, 2012 19:24

    Não sei o que faz na vida o Fincapé, mas, desconfio, deve ser funcionário público. Se assim for, está aqui a fazer o seu papel, defendendo a sua “classe”. É justo. Gostava era de ouvir (ler) os outros, os que só pagam.

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  80. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 19:35

    “Também me parece que a malta que advoga a saída do euro não sabe bem do que anda a falar e que não sabe minimamente os prejuízos que daí adviriam, sobretudo para as classes mais desfavorecidas.”
    .
    .
    As elites é que se iriam safar. A classe média passava a pobre e os pobres a desgraçados.
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    As pessoas não precisam de economistas para perceberem isto: o que acontecerá se o novo Tostão Furado voltar a Portugal e os especuladores atacarem esta nova moeda tuga.
    .
    .
    Digamos que essa nova moeda desvalorizava 50%. É pensar em tudo o que aconteceria com uma moeda destas. O preço da gasolina, dos carros, dos Iphones, da comida, das novas máquinas industriais, das matérias-primas, etc.
    .
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    Entender a inflação que isso iria implicar no poder de compra de cada um.
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    Nas taxas de juro necessárias para parar os ataques especulativos, nos controlos de capitais, na impressão monetária (e mais inflação) caso se adoptasse um currency peg, etc.
    .
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    Eu penso que não é preciso ouvir que um lirico dos que abundam em Portugal, na imprensa e na blogosfera, para perceber o choque que teriam. No seu nível de vida, na entrega de propriedades ao banco, a falência dos bancos e respectiva nacionalização, com estas nacionalizações, a subida na dívida pública portuguesa, nos juros exigidos para novos financiamentos caso houvesse tolinhos dispostos a meter dinheiro na chafarica, etc. É cada um pensar efectivamente o que aconteceria se viesse uma nova moeda, caso Portugal abandone o euro.
    .
    .
    O empresário que medite no quanto lhe custaria investir em nova maquinaria, mesmo que encontrasse mercados externos para absorver essa nova produção. O quanto custaria uma nova linha de montagem e financiada a taxas de juro acima dos 10 ou até mesmo 15%. Como antes da entrada no euro. É relembrar aos empresários desse tempo, as taxas de juro que pagavam e que teriam que pagar com uma nova moeda.
    .
    .
    O mais dramático até seria no emprego. Se há sectores que seriam beneficiados, tipo turismo ( e estes até criam bastante emprego, embora mal pago), nos sectores industriais, o emprego a criar seria menor do que se perdia com o colapso daprocura interna. As novas linhas de produção são cada vez mais automáticas, e quem as conseguisse comprar, iria evitar empregar muito mais gente do que os empregos perdidos nos sectores virados para o consumo interno.
    .
    .
    O sector da construção, agora em crise, devido ao colapso do investimento, pouco melhoraria, já que o colapso no mercado imobiliário iria pressionar o sector para uma contracção maior e mais longa. Até que o ajustamento fosse feito e fossem absorvidos as casas em excesso no mercado, tanto actuais como as novas, entregues aos bancos, pelos novos falidos.
    .
    .
    Se este ajustamento no euro é doloroso, porque é mais lento, no novo ajustamento, seria mais profunda e, talvez, até mais longo na mesma. O Estado teria um colapso nas receitas fiscais na mesma e teria que pressionar o Banco Central a imprimir, prolongando ainda mais a inflação e a respectiva queda da nova moeda.
    .
    .
    As pessoas que pensem no que lhes aconteceria se Portugal tivesse uma nova moeda, valorizada em metade do que valia o escudo, antes de aderir ao euro. E puxar pelas meninges, como diria o outro. A Islândia, uma pequena eocnomia, teve uma queda de mais de 10% no seu PIB. Está agora a recuperar um bocadinho mas puxada pela pescaria. Uma economia como a portuguesa não iria conseguir suportar o colapso económico a viver do turismo, pescas e agrcultura.

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  81. tric permalink
    29 Setembro, 2012 19:38

    “Com o seu salário numa nova moeda (o Tostão Furado), também a sua propriedade será avaliada na nova moeda e valerá metade do que ela agora vale.”
    .
    anti-comuna…lol a sua casa no euro, já nem vale metade do que valia…no euro…

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  82. tric permalink
    29 Setembro, 2012 19:46

    “O empresário que medite no quanto lhe custaria investir em nova maquinaria, mesmo que encontrasse mercados externos para absorver essa nova produção. O quanto custaria uma nova linha de montagem e financiada a taxas de juro acima dos 10 ou até mesmo 15%. ”
    .
    o empresário não tem dinheiro para investir em nova maquinaria…não há dinheiro a circular nem crédito para tal…no euro, os empresarios afirmam que nem credito tem para comprar matérias primas, no euro!! e você vem falar em novas maquinarias…você é mesmo Judeu!!

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  83. tric permalink
    29 Setembro, 2012 19:48

    “O Estado teria um colapso nas receitas fiscais na mesma e teria que pressionar o Banco Central a imprimir, prolongando ainda mais a inflação e a respectiva queda da nova moeda.”
    .
    no euro…o vitor gaspar teve um colapso das receitas fiscais…no euro…

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  84. tric permalink
    29 Setembro, 2012 19:54

    “Se este ajustamento no euro é doloroso, porque é mais lento, no novo ajustamento, seria mais profunda e, talvez, até mais longo na mesma.”
    .
    A-C no euro não é ajustamento, é destruição…Portugal tem que urgentemente sair do Euro !!

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  85. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 20:01

    “A-C no euro não é ajustamento, é destruição…Portugal tem que urgentemente sair do Euro !!”
    .
    .
    Se Portugal sair do euro, até o Tric, provavlemente, deixava de ter dinheiro para escrever propaganda serôdia na net. ehehheh
    .
    .
    Não sabe o que está a pedir. Como diria o outro: cuidado com o que desejas.

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  86. tric permalink
    29 Setembro, 2012 20:03

    “Se Portugal sair do euro, até o Tric, provavlemente, deixava de ter dinheiro para escrever propaganda serôdia na net. ehehheh”
    .
    é provavel…mas deixe estar que no euro, tambem já não falta muito…

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  87. tric permalink
    29 Setembro, 2012 20:04

    “Não sabe o que está a pedir. Como diria o outro: cuidado com o que desejas.”
    .
    sim, anti-comuna…não existe vida para alem do euro…

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  88. Anti-praticos permalink
    29 Setembro, 2012 20:07

    Nós temos um governo.Essse governo impos determinadas opções economicas.Ora, essas opções económicas estão a falhar.Sair do euro é mal.Mas passos coelho e gaspar o que estão a fazer é tudo para que um dia nos expulsem de lá

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  89. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 20:15

    Um outro problema, as a nível global, iria tornar ainda mais duro o ajustamento de Portugal, caso saísse do euro. (E tanto se aplica a Portugal como a qualquer outro estado-membro.)
    .
    .
    Se nesta altura Portugal saísse do euro, as ondas de choque propagar-se-iam por todo o mundo. Mas a começar na própria Europa. O pànico apoderar-se-ia de quase todas as economias europeias e, talvez mundiais. No curto prazo, o estoiro de Portugal (ou da Grécia) seria uma espécie de LH mas exponenciada por algo inimaginável. Todos iriam sofrer, mas menos os países mais fortes, naturalmente. Que do choque inicial, voltariam a recuperar. Mas economias mais fracas como a portuguesa, com um incipiente tecido industrial e sem matérias-primas, teriam que competir com as economias mais fracas deste mundo: Marrocos, India, Venezuela, etc.
    .
    .
    Então, com uma crise destas, afinal as tais propaladas exportações não teriam lugar, por dois principais motivos. O primeiro, o colapso na economia mundial, logo menores salários portugueses, mas menos mercados externos. Segundo, a especialização portuguesa voltaria a ser os salários baixos e não faltam países com salários mais baixos que os portugueses. Tipo India, Marrocos (bem com no novo Tostão Furado, até os salários em Marrocos seriam mais altos que em Portugal), Bangladess, Peru, México (outro país que se calhar passava a ter um mais alto nível de vida que em Portugal) e muitos outros.
    .
    .
    Se Portugal saísse do euro e talvez com ele, mais alguns países (Grécia, Espanha, etc), o impacto económico seria global. Uma espécie de Tsunami lisboeta com impacto em lugares tão longínquos como Sri Lanka, Indonésia, etc. A queda nos salários dos portugueses pouco iriam adiantar aos exportadores, pelo colapso da procura externa. Uma burrice de todo o tamanho, com pesados custos e poucas recompensas. No curto prazo, um cataclismo económico em Portugal. Uma implosão. No médio e longo prazo, Portugal a competir com Marrocos, Turquia, etc.
    .
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    Portugal iria-se especializar em turismo, actividades sazonais na agricultura e turismo, alguma industria, tipo têxtil e pouco mais. O Estado teria que emagrecer na mesma, já que as suas receitas dependem cada vez mais de uma procura interna, que colapsaria.
    .
    .
    Portugal dava um calote aos seus credores actuais. Tanto á banca internacional como até ao BCE, Alemanha, FMI, etc. O que baixava na sua dívida pública actual, aumentaria com o colapso do sistema financeiro português, com a onda de falências entre as famílias portuguesas e uma forte subida no seu défice orçamental, já que os custos com os subsidios de desemprego explodiam, as receitas fiscais caiam, as autarquias iriam perder grande parte das suas receitas, etc.
    .
    .
    Dentro de cinco anos, os portugueses ainda andavam a lamber a feridas de um colapso económico. Amém!

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  90. tric permalink
    29 Setembro, 2012 20:16

    “O mais dramático até seria no emprego. Se há sectores que seriam beneficiados, tipo turismo ( e estes até criam bastante emprego, embora mal pago), nos sectores industriais, o emprego a criar seria menor do que se perdia com o colapso da procura interna. ”
    .
    colapso da procura interna!!?? Anti-Comuna está Judear, você é Judeu ?? ou fala da nova moeda como se estivesse a falar do euro !!?? colapso da procura interna !!??

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  91. tdt permalink
    29 Setembro, 2012 20:18

    colapso da procura interna como em 77?

    nã….

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  92. tdt permalink
    29 Setembro, 2012 20:21

    jámé…atão o roubo de peças para automóveis deu dinheiro desde 1977 até 1983
    e havia mais procura que por ouro roubado…

    já a procura de sucata andava em baixo

    foi em 78 que até se roubavam peças em tractores?
    ou foi 79?
    e bombas de rega isso foi em 78?

    e gasoil? nã isso foi em 2011….

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  93. tdt permalink
    29 Setembro, 2012 20:27

    e mobiliário velho no lixo….nã isse foi em 2010 logo em eurros e não em escudos

    procura in terna mas terna mesmo de quê?

    de farinha nã deve ser…e de ovos tamém não quinda demora uns aninhos a voltarmos a 2009

    pera rocha? pode ser mas os holandeses tamém a compram…

    figos? se calhar que este ano apodreceram nas árvores

    laranja é capaz que a española em pesetas vai ficar bué de cara

    cerveza….ahn e quem paga a cevada ahn?

    fica mai barato importá-la já feita

    tabaco ? yeah meus…

    já carne não deve dar pra todos…que comam fixe né…
    bão pescá-lo como em …..pois…
    e há pombos de graça e bichanos à farta desde que a Asae fechou os chineses….

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  94. tric permalink
    29 Setembro, 2012 20:30

    “Portugal dava um calote aos seus credores actuais. Tanto á banca internacional como até ao BCE, Alemanha, FMI, etc. O que baixava na sua dívida pública actual, aumentaria com o colapso do sistema financeiro português, com a onda de falências entre as famílias portuguesas e uma forte subida no seu défice orçamental, já que os custos com os subsidios de desemprego explodiam, as receitas fiscais caiam, as autarquias iriam perder grande parte das suas receitas, etc.”
    .
    qual calote…calote deu-nos o FMI quando nos conduziu para o Euro e nos roubou 300 toneladas de ouro…e apoiou politicas de endividamento do Estado…o FMI e BEI…etc…mas enfim, renegociava-se…o sistema financeiro português já colapsou…não sobrevive sem o estado…onda de falências entre as familias portuguesas !!??? o que é que esta a acontecer dentro do Euro, judeu Anti-comuna…anti-comuna…você é mesmo intruja!!!! desculpe lá que lhe diga…já percebi Anti-comuna…você vê os efeitos que o euro está a produzir em Portugal e depois é a nova moeda que os provoca…eu nem acredito…você é mesmo judeu!!
    .
    afinal Portugal já saiu do euro…”a onda de falências entre as familias”…”a forte subida do defice”…”os custos dos subsideos de desemprego explodiam”…”as receitas fiscais caiam”…”as autarquias iriam perder grande parte das suas receitas”…anti-comuna…

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  95. vivendipt permalink
    29 Setembro, 2012 20:33
    Em defesa do euro – uma perspectiva austríaca Por Jesús Huerta de Soto, 1. Introdução: o sistema monetário ideal Os seguidores da Escola Austríaca já dedicaram esforços consideráveis para tentar elucidar o sistema monetário ideal para uma economia de mercado. Em nível teórico, eles desenvolveram toda uma teoria sobre ciclos económicos, a qual explica como uma expansão do crédito orquestrada pelos bancos centrais e intensificada pelo sistema bancário de reservas fracionárias — ou seja, uma expansão creditícia não baseada em uma poupança real — continuamente gera ciclos económicos. Em nível histórico, eles descreveram como o dinheiro surgiu espontaneamente no mercado — por meio da opção voluntária dos indivíduos — e como a coerciva intervenção do estado na economia, estimulada por poderosos grupos de interesse, corrompeu a evolução natural das instituições bancárias, afastando-as de um arranjo de livre mercado. Em nível ético, eles revelaram quais são os requerimentos gerais legais e os princípios do direito de propriedade concernentes aos contratos bancários, princípios estes que surgem da própria economia de mercado e que, por sua vez, são essenciais para o seu funcionamento adequado. Todas as análises teóricas supracitadas levam a três conclusões: o atual sistema monetário e bancário é incompatível com uma verdadeira economia de livre mercado; ele contém todos os defeitos identificados pelo teorema da impossibilidade do socialismo; e ele é uma contínua fonte de instabilidade financeira e de desordem económica. Donde se conclui que é indispensável fazer uma profunda reestruturação do sistema financeiro e monetário mundial, atacando a raiz dos problemas que nos afligem e solucioná-los em definitivo. Tal empreendimento deve ser baseado nas três seguintes reformas: (a) a abolição do sistema de reservas fracionárias, restabelecendo a exigência de 100% de reservas para todos os depósitos em conta-corrente e seus equivalentes — um princípio essencial do direito de propriedade; (b) a abolição de todos os bancos centrais (os quais se tornam desnecessários como emprestadores de última instância caso a reforma (a) acima seja implementada, e os quais, como verdadeiras agências de planejamento central financeiro, são uma constante fonte de instabilidade) e a revogação das leis de curso forçado, bem como todo o emaranhado de regulações governamentais gerado por elas; e (c) um retorno a um padrão-ouro clássico, o único padrão monetário mundial capaz de fornecer uma oferta monetária que as autoridades políticas não poderiam manipular e de restringir e disciplinar os anseios inflacionários de todos os diferentes tipos de agentes económicos. Como já afirmado, as recomendações acima nos permitiriam solucionar todos os nossos problemas bancários e monetários desde sua raiz, ao mesmo tempo em que promoveriam um desenvolvimento económico e social como jamais visto na história. Adicionalmente, tais medidas podem não apenas indicar quais reformas incrementais seriam um passo na direção correta, como também permitir um julgamento mais sensato sobre as diferentes opções de política econômica existentes no mundo real. E é desta perspectiva estritamente circunstancial e possibilística que o leitor deve entender minha análise austríaca em relativo “apoio” ao euro que tentarei desenvolver no presente artigo. 2. A tradição austríaca de defender taxas de câmbio fixa em oposição ao nacionalismo monetário e taxas de câmbio flexíveis Tradicionalmente, os membros da Escola Austríaca de economia sempre sentiram que, enquanto o sistema monetário ideal não fosse atingido, vários economistas, especialmente aquelas da Escola de Chicago, cometiam um grave erro de teoria económica e de ação política ao defenderem taxas de câmbio flexíveis e um nacionalismo monetário, como se ambos fossem mais condizentes a uma economia de mercado. Em contraste, os austríacos acreditam que, até que os bancos centrais sejam abolidos e o padrão-ouro clássico seja restabelecido em conjunto com um sistema bancário que pratique reservas de 100% para os depósitos em conta-corrente, devemos tentar de todos os modos levar o sistema monetário para o mais perto possível deste ideal, tanto em termos de operação quanto de resultados. Isto significa limitar o nacionalismo monetário ao máximo possível, eliminando toda e qualquer possibilidade de que cada país possa criar e desenvolver sua própria política monetária, e restringindo o tanto quanto possível políticas inflacionárias de expansão de crédito, criando-se um arranjo monetário que discipline rigorosamente os agentes económicos, políticos, sociais e, especialmente, sindicatos e outros grupos de interesse, políticos e bancos centrais. É somente dentro deste contexto que devemos interpretar a posição de eminentes economistas austríacos (e distintos membros da Mont Pèlerin Society) como Mises e Hayek. Por exemplo, há a extraordinária e devastadora análise contra o nacionalismo monetário e contra taxas de câmbio flexíveis que Hayek começou a desenvolver em 1937 em seu particularmente excelente livro Monetary Nationalism and International Stability.[1] Neste livro, Hayek demonstra que taxas de câmbio flexíveis impossibilitam uma alocação eficiente de recursos em nível internacional, uma vez que taxas de câmbio flexíveis imediatamente obstruem e distorcem os fluxos de consumo e investimento. Adicionalmente, elas fazem com que, em vez de necessárias reduções reais de custos, haja um aumento em todos os preços nominais, em um caótico ambiente de contínuas desvalorizações cambiais, expansão de crédito e inflação. Tal política também estimula e sustenta todos os tipos de comportamento irresponsável dos sindicatos, pois incita contínuas exigências salariais e trabalhistas que só poderão ser satisfeitas sem produzir desemprego se a inflação monetária for continuamente elevada. Trinta e oito anos depois, Hayek sintetizou seu argumento da seguinte maneira: É inegável, creio eu, que a demanda por taxas de câmbio flexíveis surgiu, em sua totalidade, em nações como a Grã-Bretanha, cujos economistas queriam uma margem mais ampla de expansão inflacionária (chamada de “política de pleno emprego”). Estes economistas, infelizmente, receberam pouco tempo depois o apoio de outros economistas[2] que, embora não fossem propriamente tomados pelo desejo de mais inflação, pareciam ignorar o mais forte dos argumentos em defesa de taxas de câmbio fixas: elas restringem de modo praticamente insubstituível os políticos e as autoridades monetárias submetidas a eles, ajudando a manter a moeda estável [ênfase minha]. Para esclarecer ainda mais seu argumento, Hayek acrescenta: Manter o valor da moeda e evitar a inflação monetária são atitudes que sempre irão exigir do político medidas extremamente impopulares. O político só poderá justificar tais medidas perante as pessoas desfavoravelmente afetadas por elas caso ele consiga mostrar que o governo é obrigado a tomar estas medidas. Somente enquanto a preservação do valor internacional da moeda nacional for considerada uma necessidade indiscutível, como ocorre quando as taxas de câmbio são fixas, é que os políticos poderão resistir às constantes demandas por crédito barato, pela não subida das taxas de juros, por mais gastos com obras públicas e por aí vai. Com taxas de câmbio fixas, uma queda no valor externo da moeda ou uma fuga de ouro ou de reservas internacionais do país atuam como um sinal de alerta que requer imediata ação do governo.[3] Com taxas de câmbio flexíveis, o efeito de um aumento na quantidade de dinheiro sobre o nível interno de preços é muito lento para ser notado por todos, o que permite que os responsáveis não sejam devidamente acusados. Ademais, a inflação de preços é geralmente precedida de uma bem-vinda redução no desemprego. Ela pode, portanto, ser até mesmo saudada, pois seus efeitos perniciosos só serão notados bem mais tarde. Hayek conclui: Não creio que seja possível estabelecermos um sistema de estabilidade internacional sem que retornemos a um sistema de taxas de câmbio fixas, as quais impõem restrições essenciais sobre os bancos centrais nacionais, fazendo com que eles exitosamente resistam às pressões dos entusiastas da inflação em seus respectivos países — dentre os quais, geralmente, os ministros da fazenda (Hayek 1979 [1975], 9-10). Com relação a Ludwig von Mises, é bem sabido que ele se distanciou de seu estimado discípulo Fritz Machlup por este ter, em 1961, começado a defender taxas de câmbio flexíveis nos encontros da Mont Pèlerin Society. Com efeito, de acordo com R.M. Hartwell, que foi o historiador oficial da Mont Pèlerin Society, Machlup defender taxas de câmbio flexíveis fez com que Mises deixasse de conversar com ele por aproximadamente três anos (Hartwell 1995, 119). Mises até conseguia entender por que macroeconomistas sem nenhum treino acadêmico em teoria do capital — como Friedman e seus colegas de Chicago, e também keynesianos em geral — defendiam taxas de câmbio flexíveis e todo o inflacionismo invariavelmente implícito nelas, mas ele não estava disposto a ignorar o erro de alguém que, como Machlup, havia sido seu discípulo — e, portanto, realmente entendia de economia — e ainda assim havia se deixado levar pelo pragmatismo e pelos modismos passageiros do politicamente correto. Com efeito, Mises chegou até mesmo a explicar para sua mulher por que ele era incapaz de perdoar Machlup: Ele participava de meus seminários em Viena; ele entende e sabe de tudo. Ele sabe muito mais do que a maioria deles e sabe exatamente o que está fazendo (Margit von Mises 1984, 146). A defesa de Mises das taxas de câmbio fixas é comparável à sua defesa do padrão-ouro como o sistema monetário ideal em nível internacional. Por exemplo, em 1944, em seu livro Omnipotent Government, Mises escreveu: O padrão-ouro restringia os planos do governo de criar crédito barato. Era impossível ceder ao desejo de fazer uma expansão creditícia e, ao mesmo tempo, manter a paridade da moeda com o ouro fixada por lei. Os governos tinham de escolher entre o padrão-ouro ou uma — desastrosa no longo prazo — política de expansão de crédito. O padrão-ouro nunca entrou em colapso; foram os governos que o destruíram. Assim como o livre comércio, o padrão-ouro era incompatível com o estatismo. Os governos abandonaram o padrão-ouro porque eles estavam ávidos para que os preços domésticos e os salários subissem acima dos níveis praticados pelo mercado mundial, e também porque eles queriam estimular as exportações e coibir as importações. A estabilidade das taxas de câmbio era, a seu ver, não um benefício, mas sim uma perda. Esta é exatamente a essência dos ensinamentos monetários de Lord Keynes. A escola keynesiana defende calorosamente a instabilidade das taxas de câmbio [ênfase minha].[4] Adicionalmente, não é surpresa alguma que Mises tenha desdenhado os teóricos de Chicago, tanto nesta área quanto em outras, por eles terem se deixado levar pelo mais grosseiro tipo de keynesianismo. Ademais, Mises afirmava que seria relativamente simples restabelecer o padrão-ouro e retornar às taxas de câmbio fixas: A única condição necessária é o abandono das políticas de crédito fácil e dos esforços para se combater as importações por meio da desvalorização cambial. Além disso, Mises afirmava que apenas um câmbio fixo é compatível com uma genuína democracia, e que todo o inflacionismo livremente permitido pelo câmbio flexível é essencialmente antidemocrático: A inflação é essencialmente antidemocrática. Controle democrático significa que a população tem o controle do orçamento do governo. O governo tem apenas uma fonte de receita — impostos. Nenhuma tributação é legítima sem o consentimento da população. Mas se o governo criar para si outras fontes de renda, ele poderá se livrar do controle da população (Mises 1969, 251-253). Somente quando a taxa de câmbio é fixa os governos são obrigados a dizer a verdade para os cidadãos. Por isso, a tentação de recorrer à inflação e ao câmbio flexível para evitar o custo político dos sempre impopulares aumentos de impostos é tão forte e destrutiva. Consequentemente, mesmo que não haja um padrão-ouro, uma taxa de câmbio fixa restringe e disciplina a arbitrariedade dos políticos: Mesmo na ausência de um padrão-ouro puro, taxas de câmbio fixas propiciam alguma blindagem contra a inflação, algo que não ocorre em um sistema de câmbio flexível. Com um câmbio fixo, se um país inflacionar sua oferta monetária, os preços internos irão subir e, como o câmbio é fixo, haverá um forte aumento das importações, causando uma saída de moeda estrangeira. O país será, portanto, vítima de uma crise no balanço de pagamentos, causada por uma moeda sobrevalorizada. Caso o nível das reservas internacionais caia muito, o governo terá de desvalorizar sua taxa de câmbio, um processo relativamente difícil, repleto de riscos para os líderes políticos envolvidos. Por outro lado, com uma taxa de câmbio flexível, uma inflação monetária não gera nenhuma crise no balanço de pagamentos, tampouco qualquer necessidade de desvalorizações cambiais politicamente constrangedoras. Ao contrário, há uma relativamente indolor depreciação da moeda nacional em relação às moedas estrangeiras (Block 1999, 19, ênfase minha). 3. O euro como um “substituto” do padrão-ouro — ou, por que os defensores da livre iniciativa e do livre mercado deveriam defender o euro, uma vez que a única alternativa é um retorno ao nacionalismo monetário Como vimos, economistas seguidores da Escola Austríaca defendem o padrão-ouro porque ele coíbe e limita as decisões arbitrárias de políticos e burocratas. Ele disciplina o comportamento de todos os agentes que participam do processo democrático. Ele promove hábitos morais de comportamento humano. Em suma, ele restringe as mentiras e a demagogia, e facilita e amplia a transparência e a verdade nas relações sociais. Nem mais e nem menos. Talvez Ludwig von Mises tenha colocado da melhor maneira: O padrão-ouro faz com que a determinação do poder aquisitivo da moeda seja independente das ambições e doutrinas dos partidos políticos e dos grupos de pressão. Isto não é um defeito do padrão-ouro; é a sua principal virtude (Mises 1966, 474). A introdução do euro em 1999 e sua culminação no início de 2002 significou o desaparecimento do nacionalismo monetário e das taxas de câmbio flexíveis na maior parte do continente europeu. Mais ao final analisaremos os erros cometidos pelo Banco Central Europeu. Por ora, o que nos interessa é constatar que as várias nações-membro da união monetária abandonaram e perderam sua autonomia monetária, isto é, a possibilidade de manipular sua moeda nacional de acordo com as necessidades políticas de cada momento. Neste sentido, pelo menos em relação aos países da zona do euro, o euro começou a agir e continua agindo muito semelhantemente ao funcionamento de um padrão-ouro. Sendo assim, temos de enxergar o euro como um passo claro e genuíno, ainda que imperfeito, rumo ao padrão-ouro. Adicionalmente, o evento da Grande Recessão de 2008 revelou com ainda maior nitidez a natureza disciplinadora do euro: pela primeira vez, os países da união monetária tiveram de enfrentar uma profunda recessão econômica sem poder recorrer a políticas monetárias autônomas. Antes da adoção do euro, sempre que surgia uma crise, os governos e seus bancos centrais invariavelmente agiam da mesma maneira: eles imprimiam dinheiro e injetavam toda a liquidez necessária em suas economias, faziam com que suas moedas se desvalorizassem em relação às outras e postergavam indefinidamente as dolorosas reformas estruturais necessárias, as quais englobam liberalização econômica, desregulamentação, maior flexibilidade nos preços e nos mercados (especialmente nos preços dos salários e no mercado de trabalho), redução nos gastos públicos e desmantelamento do poder dos sindicatos e do estado de bem-estar social. Com o euro, não obstante todos os erros, fraquezas e concessões que iremos discutir mais abaixo, este tipo de protelação e comportamento inconsequente deixou de ser possível. Por exemplo: na Espanha, em apenas um ano, dois diferentes governos foram literalmente forçados a adotar uma série de medidas que, embora ainda bastante insuficientes, seriam outrora consideradas politicamente impossíveis e utópicas, até mesmo pelo mais otimista dos observadores: O artigo 135 da Constituição espanhola recebeu uma emenda que inclui o princípio anti-keynesiano da estabilidade e do equilíbrio orçamentário para o governo central, para as comunidades autônomas e para os municípios; Todos os projetos que implicam aumentos nos gastos públicos, favorecimento eleitoral e subsídios — projetos sobre os quais os políticos regularmente baseavam suas ações e popularidade — foram repentinamente suspensos; Os salários de todos os funcionários públicos foram reduzidos em 5% e subsequentemente congelados, enquanto seus cronogramas de trabalho foram expandidos; Os reajustes da Previdência foram genuinamente congelados; A idade de aposentadoria foi elevada uniformemente de 65 para 67 anos; Os gastos públicos totais programados foram reduzidos em 15%; e Significativas liberalizações foram feitas no mercado de trabalho, na jornada de trabalho e, de maneira geral, em todo o emaranhado de regulamentações.[5] Ademais, isso que ocorreu na Espanha também está a ocorrer na Irlanda, em Portugal, na Itália e até mesmo em países que, como a Grécia, até hoje representavam o paradigma da frouxidão social, da falta de rigor orçamentário e da demagogia política. Pela primeira vez, e graças ao euro, a Grécia está a enfrentar os desafios impostos pelo seu próprio futuro. Pela primeira vez, o tradicionalmente corrupto e falido governo grego adotou medidas drásticas. Em dois anos (2010-2011), o déficit público caiu 8 pontos percentuais; os salários dos funcionários públicos foram cortados inicialmente em 15% e posteriormente em mais 20%, e a quantidade deles foi reduzida em aproximadamente 80.000 empregados; o número de câmaras municipais foi cortado a metade; a idade de aposentadoria foi elevada; o salário mínimo foi reduzido. Esta “heróica” reconstrução contrasta com a decomposição social e económica da Argentina, que tomou a estrada oposta (keynesiana e monetarista) rumo ao nacionalismo monetário, à desvalorização e à inflação.[6] No que mais, os líderes políticos destes cinco países (Irlanda, Portugal, Espanha, Itália e Grécia), que agora não mais podem manipular a política monetária com o intuito de enganar seus cidadãos quanto ao verdadeiro custo de suas políticas, foram sumariamente ejetados de seus respectivos cargos. E nações que até então pareciam imunes e impassíveis à necessidade de reformas, como a Bélgica e principalmente a Holanda e França, estão também a começar a ser obrigadas a reconsiderar o volume total de seus gastos públicos, bem como a estrutura de seus extremamente inchados programas assistencialistas. Tudo isto inegavelmente se deve ao novo arranjo monetário criado pela introdução do euro, o qual, exatamente por isso, deve ser visto com auspicioso regozijo por todos os defensores da economia baseada na livre iniciativa e na limitação dos poderes do governo. É muito difícil imaginar qualquer uma destas medidas sendo adotada em um contexto de moedas nacionais e taxas de câmbio flexíveis: sempre que puderem, políticos irão evitar reformas impopulares, e os cidadãos, qualquer medida que requeira sacrifício e disciplina. Por conseguinte, na ausência do euro, as autoridades teriam novamente incorrido naquele velho caminho de sempre: adiar o processo de correção recorrendo à inflação monetária para desvalorizar a moeda e com isso recuperar o “pleno emprego” e ganhar competitividade no curto prazo (com os políticos a se resguardarem das responsabilidades e a ocultar a grave responsabilidade dos sindicatos como os reais causadores do alto desemprego). Em suma, a protelação indefinida das reformas estruturais necessárias. Outro ponto essencial a ser observado é que abandonar o euro é muito mais difícil do que foi sair do padrão-ouro. Com efeito, as moedas ancoradas ao ouro mantiveram sua denominação local (o franco, a libra, o dólar etc.), o que tornava relativamente fácil, ao longo da década de1930, desatrelá-las do ouro. Como ensinado pelo teorema da regressão monetária formulado por Mises em 1912 (Mises 2009 [1912], 111-123), os agentes económicos puderam simplesmente continuar utilizando sem nenhuma interrupção a moeda nacional — a qual não mais era conversível em ouro — baseando-se no poder de compra que a moeda possuía imediatamente antes da reforma. Hoje, esta possibilidade não existe para aqueles países que desejarem, ou forem obrigados, a abandonar o euro. Dado que o euro é a única unidade monetária compartilhada por todos os países da união monetária, seu abandono requer a introdução de uma nova moeda nacional, com poder de compra desconhecido e muito menor que o do euro. Adicionalmente, não podemos ignorar os imensos distúrbios que tal mudança acarretaria para todos os agentes económicos do mercado: devedores, credores, investidores, empreendedores e trabalhadores. Pelo menos nesta questão específica, e do ponto de vista da teoria austríaca, temos de admitir que o euro é superior ao padrão-ouro, e que teria sido extremamente útil para a humanidade se, na década de 1930, todos os diferentes países houvessem sido obrigados a permanecer no padrão-ouro, sabendo que, como ocorre hoje com o euro, qualquer outra alternativa seria praticamente impossível de ser colocada em prática, e teria afetado os cidadãos de uma maneira muito mais danosa, dolorosa e óbvia. Logo, até certo ponto não deixa de ser cômico (e também patético) notar que aqueles engenheiros sociais e políticos intervencionistas que, liderados à época por Jacques Delors, criaram a moeda única com o intuito de fazer com que ela fosse apenas mais uma ferramenta a ser utilizada no grandioso projeto de alcançar uma união política europeia, hoje constatam com total desespero aquilo que não foram capaz de prever: que o euro acabou funcionando como um padrão-ouro genuíno, disciplinando cidadãos, políticos e autoridades, amarrando as mãos de demagogos, expondo grupos de interesse (liderados pelos eternamente privilegiados sindicatos), e até mesmo questionando a sustentabilidade dos fundamentos essenciais do estado de bem-estar social.[7] De acordo com a Escola Austríaca, esta é precisamente a principal vantagem comparativa do euro como padrão monetário em geral e contra o nacionalismo monetário em particular, e não aqueles argumentos mais prosaicos, como “redução dos custos de transação” ou “eliminação dos riscos cambiais”, os quais foram apresentados à época pelos invariavelmente tacanhos e imediatistas engenheiros sociais do momento. Agora, consideremos a diferença entre o euro e um sistema de taxas de câmbio fixas no que concerne ao processo de reajuste que ocorre quando diferentes graus de expansão do crédito e intervencionismo surgem entre os diferentes países. Obviamente, em um sistema de câmbio fixo, estas diferenças se manifestam em consideráveis tensões cambiais que, no final, irão culminar em explícitas desvalorizações e em altos custos em termos de prestígio perdido, os quais, felizmente, recaem sobre as correspondentes autoridades políticas. No caso de uma moeda única, como o euro, tais tensões se manifestam em uma perda generalizada de competitividade, a qual só poderá ser recuperada com a introdução das reformas estruturais necessárias para garantir mais flexibilidade de mercado, com a desregulamentação de todos os setores da economia e com as reduções e reajustes necessários na estrutura de preços relativos. Adicionalmente, tais medidas acabam afetando as receitas do setor público, e consequentemente os riscos de crédito da cada país. Com efeito, sob as atuais circunstâncias, na zona do euro, o valor atual da dívida pública soberana de cada país nos mercados financeiros passou a refletir as tensões que antes se transformavam apenas em crises cambiais, quando as taxas de câmbio eram relativamente fixadas em um ambiente de nacionalismo monetário. Por isso, atualmente, o papel principal da fiscalização dos governos não está sendo desempenhado por especuladores de moedas estrangeiras, mas sim pelas agências de classificação de risco, e especialmente por investidores internacionais, os quais, ao decidirem se compram ou não títulos da dívida soberana, estão saudavelmente determinando o ritmo das reformas ao mesmo tempo em que também disciplinam e determinam o destino de cada país. Este processo tende a ser considerado “não-democrático”, mas a realidade é exatamente oposta. No passado, a democracia sofria cronicamente e era corrompida por ações políticas irresponsáveis baseadas em manipulações monetárias e inflação, um tributo real de consequências devastadoras, o qual é imposto desde fora do parlamento sobre todos os cidadãos de maneira gradual, insidiosa e sorrateira. Hoje, com o euro, o recurso ao imposto inflacionário foi bloqueado, ao menos em nível local para cada país, e os políticos foram repentinamente expostos e têm sido obrigados a dizer a verdade e a aceitar a correspondente perda de apoio que tal medida acarreta. Se é para haver democracia, e se quiserem que ela funcione, tal arranjo requer um arcabouço que discipline os agentes que participam dela. E hoje, na Europa Continental, esta função está a ser exercida pelo euro. Consequentemente, as sucessivas quedas dos governos da Irlanda, da Grécia, de Portugal, da Itália, da Espanha e da França, longe de revelarem uma falta de democracia, revelam na verdade um crescente grau de rigor, de transparência orçamentária e de saúde democrática que o euro está estimulando em suas respectivas sociedades. 4. A diversa e heterogênea “coligação anti-euro” Por ser interessante e de valor altamente ilustrativo, façamos agora, de maneira sucinta, alguns comentários sobre o diverso e heterogêneo amálgama formado pelos inimigos do euro. Este grupo inclui em suas fileiras elementos díspares como doutrinários de extrema-esquerda e extrema-direita, keynesianos nostálgicos ou inflexíveis como Krugman e Stiglitz, monetaristas dogmáticos defensores de taxas de câmbio flexíveis, como Barro e outros, defensores ingénuos da teoria de Robert Mundell sobre áreas monetárias ótimas, chauvinistas apavorados com o futuro do dólar (e da libra), e, por fim, toda a legião de confusos derrotistas que “face ao iminente desaparecimento do euro” propõem a “solução” de explodir tudo e abolir a moeda o mais rápido possível.[8] Talvez a mais clara ilustração (ou, melhor ainda, a mais convincente evidência) do fato de que Mises estava totalmente correto em sua análise sobre os efeitos disciplinadores das taxas de câmbio fixas, e especialmente do padrão-ouro, sobre a demagogia de políticos e sindicatos jaz na maneira como os líderes de partidos políticos de esquerda, membros de sindicatos, formadores de opinião “progressistas”, espanhóis do movimento indignados, políticos nacionalistas e, no geral, todos os fãs de gastos públicos descontroladas, de subsídios estatais e de intervencionismo se revoltam aberta e diretamente contra a disciplina imposta pelo euro, e especificamente contra a perda de autonomia na política monetária de cada país e tudo o que isso implica: a tão ultrajante dependência dos mercados, dos especuladores e dos investidores internacionais, os quais agora decidem se irão ou não comprar os títulos da crescente dívida soberana destes países, decisão esta essencial para o financiamento dos contínuos déficits públicos. Basta apenas dar uma vista de olhos nos editoriais da maioria dos jornais de esquerda[9], ou ler as declarações dos políticos mais demagogos[10], ou dos mais proeminentes sindicalistas, para se constatar esta realidade. Nos dias atuais, assim como na década de 1930 sob o padrão-ouro, os inimigos do mercado e os defensores do socialismo, do estado assistencialista e da demagogia sindicalista estão protestando em uníssono, tanto em público quanto em privado, contra “a rígida disciplina que o euro e os mercados financeiros estão impondo sobre nós”, e estão exigindo a imediata monetização de toda a dívida pública necessária, sem oferecer qualquer contramedida na forma de austeridade financeira ou de reformas que estimulem a competitividade. Já na esfera mais acadêmica, mas que também goza de ampla cobertura da mídia, teóricos contemporâneos do keynesianismo estão montando uma grande ofensiva contra o euro, com uma beligerância comparável àquela que o próprio Keynes havia demonstrado contra o padrão-ouro nos anos 1930. Especialmente paradigmático é o caso de Krugman[11], que, como colunista nacional, conta semanalmente exatamente a mesma e antiga cantilena sobre como o euro significa uma “camisa-de-força” para a recuperação do emprego, indo ainda mais longe a ponto de criticar o perdulário governo americano por não ser expansionista o suficiente e por não ter aumentado ainda mais o (enorme) pacote de estímulos fiscais.[12] Um pouco mais inteligente e erudita, mas não menos enganada, é a opinião de Skidelsky, dado que ele ao menos explica que a teoria austríaca dos ciclos econômicos[13] oferece a única alternativa ao seu adorado Keynes e claramente reconhece que a atual situação de fato envolve uma repetição do duelo entre Hayek e Keynes durante a década de 1930.[14] Ainda mais estranha é a posição em relação a taxas de câmbio flexíveis assumida por teóricos neoclássicos em geral e por monetaristas e membros da Escola de Chicago em particular.[15] Tudo indica que o interesse deste grupo em taxas de câmbio flexíveis e em nacionalismo monetário predomina sobre seu (presumo que seja sincero) desejo de estimular reformas econômicas liberalizantes. Com efeito, seu objetivo principal é manter a autonomia da política monetária e poder desvalorizar (ou depreciar) a moeda local para “recuperar a competitividade” e absorver o desemprego o mais rápido possível, e então, somente então, eles passam a se concentrar em tentar estimular reformas de livre mercado. Sua ingenuidade é extrema, e nos referimos a ela em nossa discussão sobre as razões da discordância entre Mises, do lado da Escola Austríaca, e Friedman, do lado dos teóricos de Chicago, no debate sobre taxas de câmbio fixas versus flexíveis. Mises sempre entendeu claramente que políticos não têm nenhuma propensão a tomar medidas na direção correta caso são sejam literalmente obrigados a fazer isso, e que taxas de câmbio flexíveis e nacionalismo monetário removem praticamente todos os incentivos capazes de disciplinar políticos, de abolir a “rigidez para baixo” dos salários (rigidez esta que se torna uma espécie de suposição auto-realizável que monetaristas e keynesianos aceitam animadamente) e de acabar com os privilégios usufruídos pelos sindicatos e por todos os outros grupos de interesse. Mises também observou que, em decorrência de tudo isso, no longo prazo, monetaristas acabam se tornando seguidores das velhas doutrinas keynesianas: tão logo a “competitividade” da economia é “recuperada” em decorrência da desvalorização da moeda, as reformas são postergadas; e o que é ainda pior, sindicalistas se tornam acostumados a ver os efeitos destrutivos de suas políticas restritivas sendo continuamente mascarados por sucessivas desvalorizações. Esta latente contradição entre defender o livre mercado e apoiar o nacionalismo monetário e a manipulação da moeda por meio de taxas de câmbio “flexíveis” é também evidente em vários seguidores daquela que é a mais difundida interpretação da teoria das “áreas monetárias ótimas” de Robert A. Mundell.[16] Segundo esta teoria, uma área monetária ótima é aquela na qual todos os fatores de produção têm mobilidade perfeita; caso não haja esta mobilidade perfeita, então, segundo a teoria, seria melhor subdividir esta área em regiões ainda menores, cada uma com sua própria moeda, de modo que elas possam aplicar uma política monetária autônoma caso haja algum “choque externo”. No entanto, temos de fazer a pergunta: este raciocínio é sensato? Nem um pouco. A principal fonte de rigidez nos mercados de trabalho e de fatores de produção está na intervenção e na regulação estatal dos mercados, de modo que é absurdo pensar que estados e seus governos irão voluntariamente cometer harakiri e abrir mão voluntariamente de seus poderes e trair sua clientela política com o intuito de adotar uma moeda comum após tudo isso. Em vez disso, a verdade é exatamente oposta: somente quando um país aderiu a uma moeda comum (no caso da Europa, o euro) é que seus políticos foram forçados a implementar reformas que, até muito recentemente, teriam sido inconcebíveis. Nas palavras de Walter Block: O governo é a principal ou a única causa da imobilidade de fatores de produção. O estado, com suas regulamentações … é a principal razão por que os fatores de produção apresentam menos mobilidade do que poderiam apresentar. Em outras épocas, os custos de transporte seriam a principal explicação; porém, com todo o progresso tecnológico alcançado, tal quesito se tornou muito menos importante no mundo moderno. Sendo assim, sob um genuíno capitalismo laissez-faire, não haveria praticamente nenhuma imobilidade de fatores. Mesmo considerando que estas suposições sejam apenas aproximadamente verdadeiras, a região mundelliana seria todo o globo — exatamente como ocorreria sob um padrão-ouro.[17] Esta conclusão de Block é igualmente aplicável à zona do euro, no sentido de que o euro age, como já indicado, como um “substituto” do padrão-ouro que disciplina e limita o poder arbitrário dos políticos e das nações-membro. Nunca é demais enfatizar que keynesianos, monetaristas e mundellianos estão coletivamente errados porque raciocinam exclusivamente em termos de agregados macro-económicos. Daí proporem, com pequenas diferenças de método, o mesmo tipo de ajuste via manipulações monetárias e fiscais, “ajuste fino” e taxas de câmbio flexíveis. Eles acreditam que todo o esforço necessário para se superar uma crise deve ser guiado por modelos macro-económicos e por mais engenharia social. Sendo assim, eles desconsideram por completo as profundas distorções macroeconômicas que as manipulações monetárias (e fiscais) geram na estrutura dos preços relativos e na estrutura de bens de capital. Eles imaginam que uma desvalorização forçada da moeda é uma solução do tipo “uma medida serve para tudo”, no sentido de que ela gerará um aumento percentual linear no preço dos bens de consumo, dos serviços e dos fatores de produção, um aumento que será o mesmo para todos. Embora, no curto prazo, isto dê a impressão de uma intensa recuperação da atividade económica e de uma rápida absorção do desemprego, o que se está a fazer na verdade é distorcer completamente a estrutura dos preços relativos (dado que, sem manipulações monetárias, alguns preços cairiam mais, outros cairiam menos, outros não cairiam e outros até mesmo poderiam aumentar), o que acaba levando a uma alocação errônea e insustentável de recursos produtivos e causando um grande desajuste que qualquer economia levaria anos para processar, absorver e se recuperar.[18] Esta é a análise microeconômica centrada nos preços relativos e na estrutura produtiva, a qual os economistas austríacos desenvolveram de maneira distinta[19] e a qual, em contraste, está totalmente ausente do ferramental analítico dos teóricos econômicos que se opõem ao euro. Finalmente, fora da esfera puramente académica, a enfadonha insistência com que economistas, investidores e analistas financeiros anglo-saxões tentam desacreditar o euro profetizando os cenários mais sombrios possíveis é, de certa forma, um tanto suspeitoso. Tal impressão é reforçada pela posição hipócrita dos diferentes governos americanos (e também, em um grau menor, do governo britânico) em desejar (de maneira indiferente) que a zona do euro “coloque sua economia em ordem” e, não obstante, deixando de mencionar, por interesse próprio, que a crise financeira começou do outro lado do Atlântico, isto é, com as políticas negligentes expansionistas implantadas pelo Federal Reserva durante anos, cujos efeitos se espalharam para o resto do mundo por meio do dólar, que ainda é a moeda utilizada como reserva internacional. Adicionalmente, há uma pressão quase que irresistível para que a zona do euro introduza políticas monetárias pelo menos tão expansionistas e irresponsáveis (“afrouxamento quantitativo” — QE) quanto aquelas adotadas pelos EUA, e esta pressão é duplamente hipócrita porque tal ocorrência iria, sem dúvida nenhuma, desfechar o golpe de misericórdia na moeda única europeia. Não seria desapropriado dizer que esta postura do mundo político, económico e financeiro anglo-saxónico estaria a camuflar algum temor de que o futuro do dólar como moeda internacional de troca possa estar ameaçado caso o euro sobreviva e seja capaz de efetivamente competir com o dólar em um futuro não muito distante? Todos os indicadores sugerem que esta questão está se tornando cada vez mais pertinente, e embora hoje não seja muito politicamente correto dizer isso, o fato é que tal questão está jogando sal na ferida mais dolorosa dos analistas e das autoridades do mundo anglo-saxão: o euro está surgindo como um potencial e enormemente poderoso rival para o dólar em nível internacional.[20] Como podemos ver, a coligação anti-euro reúne interesses bastante variados e poderosos. Cada um deles receia o euro por motivos distintos. No entanto, todos eles compartilham um mesmo denominador comum: os argumentos que formam a base de sua oposição ao euro seriam exatamente os mesmos — e eles inclusive poderiam repeti-los ainda mais enfaticamente — se eles tivessem de lidar com o padrão-ouro clássico caso este fosse o sistema monetário internacional. Com efeito, há um enorme grau de semelhança entre as forças que se aliaram em 1930 para incitar o abandono do padrão-ouro e as forças que hoje buscam (até agora, sem sucesso) reintroduzir o velho e superado nacionalismo monetário na Europa. Como já indicado, era tecnicamente muito mais fácil abandonar o padrão-ouro do que é hoje para um país abandonar a união monetária. Neste contexto, não deveria ser surpresa alguma que os membros da coalizão anti-euro frequentemente recaiam no mais desavergonhado derrotismo: primeiro eles preveem um desastre e a impossibilidade de se manter a união monetária; e então, logo em seguida, eles propõem a “solução” de desmantelar tudo imediatamente. Eles inclusive chegam ao ridículo de promover competições internacionais (na Inglaterra, é claro, lar de Keynes e do nacionalismo monetário) nas quais centenas de “especialistas” e doidivanas fornecem suas propostas para a melhor e mais inócua maneira de se aniquilar a união monetária europeia.[21] Em suma, já está muito claro que os defensores da concorrência entre moedas deveriam direcionar seus esforços contra o monopólio do dólar (por exemplo, apoiando o euro) em vez de defender a reintrodução de, e a competição entre, “pequenas moedas locais” de pequena importância (o dracma, o escudo, a peseta, a lira, a libra e até mesmo o marco). 5. Os verdadeiros pecados cardinais da Europa e o erro fatal do Banco Central Europeu[22] Ninguém pode negar que a União Europeia sofre cronicamente de vários e sérios problemas econômicos e sociais. No entanto, o tão difamado euro não representa nenhum deles. Muito pelo contrário: o euro está agindo como um poderoso catalisador capaz de revelar a severidade dos reais problemas da Europa e, com isso, acelerar ou “precipitar” a implementação das medidas necessárias para solucioná-los. Com efeito, hoje, o euro está a ajudar a difundir, mais do que nunca, a consciencização de que o inchado estado assistencialista europeu é insustentável e tem de ser substancialmente reformado.[23] O mesmo pode ser dito sobre os programas universais de auxílios e subsídios, dentre os quais a Política Agrícola Comum ocupa uma posição destacada, tanto em termos de seus efeitos economicamente danosos quanto em termos de sua total falta de racionalidade económica.[24] Acima de tudo, o mesmo pode ser dito da cultura de engenharia social e das regulamentações opressivas, a qual, sob o pretexto de harmonizar a legislação dos diferentes países, paralisa o mercado único europeu e o impede de ser um genuíno livre mercado.[25] Hoje, mais do que nunca, os reais custos de todas estas falhas estruturais estão a se tornar aparentes na zona do euro: sem possuírem uma política monetária autónoma, os diferentes governos estão literalmente a ser forçados a reconsiderar (e, quando necessário, a reduzir) seus gastos públicos em todas as áreas, e a tentar recuperar e ganhar competitividade internacional por meio de desregulamentações, aumentando o máximo possível a flexibilidade de seus mercados (especialmente o mercado de trabalho, o qual tradicionalmente sempre foi muito rígido em vários dos países da união monetária.) Além dos supracitados pecados cardinais da economia europeia, faz-se necessário acrescentar mais um, o qual talvez seja ainda mais grave devido à sua natureza peculiar e sorrateira. Estamos nos referindo à grande facilidade com que as instituições europeias — muitas vezes por falta de visão, de liderança ou de convicção quanto ao seu próprio projeto — se permitem enroscar em um emaranhado de políticas que, no longo prazo, são incompatíveis com as exigências impostas por uma moeda única e por um mercado único e genuinamente livre. Primeiro, é surpreendente observar a crescente regularidade com que novas, fartas e opressivas medidas regulatórias — inventadas pelo mundo político e acadêmico anglo-saxão, especificamente nos EUA[26] — são introduzidas na Europa, e quase sempre quando tais medidas já se comprovaram ineficazes ou extremamente destruidoras. Esta perniciosa influência é uma tradição há muito estabelecida. (Lembremo-nos que os subsídios agrícolas, as legislações antitruste e as regulamentações voltadas para a “responsabilidade social corporativa” foram inventadas, assim como vários outros intervencionismos fracassados, nos EUA.) Atualmente, na Europa, estas medidas regulatórias surgem recorrentemente e são impingidas em todos os níveis — por exemplo, com respeito ao chamado “valor de mercado justo” e ao resto do Padrão Internacional de Contabilidade, ou às (até o momento, felizmente fracassadas) tentativas de implementar os chamados acordos de Basileia III para o setor bancário e Solvência II para o setor de seguros, ambos os quais sofrem de intransponíveis e fundamentais deficiências teóricas, bem como de sérios problemas com relação à sua aplicação prática.[27] Um segundo exemplo da perniciosa influência anglo-saxã pode ser encontrado no Plano de Recuperação Econômica da Europa, que a Comissão Europeia lançou ao final de 2008 sob os auspícios da Reunião de Cúpula de Washington, sob a liderança de políticos keynesianos como Barack Obama e Gordon Brown, e sob os conselhos de teóricos econômicos que são inimigos do euro, como Krugman e outros.[28] O plano recomendava aos países adotantes do euro um aumento dos gastos públicos em aproximadamente 1,5% do PIB (algo em torno de 200 bilhões de euros em nível agregado). Embora alguns países, como a Espanha, tenham cometido o erro de expandir seus orçamentos, o plano, graças a Deus e ao euro, e para o total desespero dos keynesianos e de seus acólitos[29], rapidamente se esvaiu tão logo se tornou claro que ele servia apenas para aumentar os déficits, impossibilitar a consecução dos objetivos do Tratado de Maastricht, e desestabilizar severamente os mercados da dívida soberana dos países da zona do euro. Mais uma vez, o euro impôs um arcabouço disciplinador e uma precoce restrição aos déficits, em contraste à negligência orçamentária de países vítimas do nacionalismo monetário, especificamente EUA e Inglaterra, que fecharam o ano de 2010 com um déficit público de 10,1% do PIB e o de 2011 com um de 8,8% — os quais, em escala mundial, só são superados por Grécia e Egito. Não obstante déficits tão inchados e pacotes de estímulos fiscais tão agigantados, o desemprego na Inglaterra e nos EUA permanece em níveis recordes, e suas respectivas economias simplesmente não saem do chão. Terceiro e principal: há uma crescente pressão para uma completa união política europeia, a qual, sugerem alguns, seria a única “solução” que possibilitaria a sobrevivência do euro no longo prazo. Além dos “eurofanáticos”, que sempre defendem qualquer desculpa que possa justificar mais poder e centralismo para Bruxelas, dois outros grupos coincidem em seu apoio à união política. Um grupo é formado, paradoxalmente, pelos inimigos do euro, particularmente aqueles de origem anglo-saxónica: há os americanos, que, deslumbrados pelo poder centralizador de Washington e cientes de que ele não tem como ser duplicado na Europa, sabem que, com sua proposta, estarão a injetar um vírus desagregador e mortal ao euro; e há os britânicos, que fazem do euro um (injustificável) bode expiatório sobre o qual descarregam suas (totalmente justificáveis) frustrações em vista do crescente intervencionismo de Bruxelas. O outro grupo é formado por todos aqueles teóricos e intelectuais que creem que somente a disciplina imposta por uma agência governamental centralizadora pode garantir o cumprimento dos objetivos estabelecidos por Maastricht quanto aos déficits e ao endividamento público. Trata-se de uma crença errónea. O próprio mecanismo inerente à união monetária garante, assim como o padrão-ouro, que aqueles países que abandonarem o rigor orçamentário e a estabilidade verão sua solvência colocada em risco e serão forçados a adotar medidas urgentes para restabelecer a sustentabilidade de suas finanças públicas caso não queiram ser forçados a decretar moratória. Não obstante tudo o que foi dito acima, o mais sério problema não jaz na ameaça de uma impossível união política, mas sim no inquestionável fato de que uma política de expansão de crédito mantida de maneira contínua pelo Banco Central Europeu durante um período de aparente prosperidade econômica é capaz de cancelar, pelo menos temporariamente, os efeitos disciplinadores exercidos pelo euro sobre os agentes econômicos da cada país. Assim, o erro crasso do Banco Central Europeu consiste em não ter conseguido isolar e proteger a Europa da grande expansão do crédito orquestrada em escala mundial pelo Banco Central americano, o Federal Reserve, que começou em 2001. Ao longo de vários anos, em flagrante desacato ao Tratado de Maastricht, o Banco Central Europeu permitiu que o M3 crescesse a uma taxa maior que 9% ao ano, a qual excede em muito a meta de 4,5% de crescimento da oferta monetária, meta esta originalmente estipulada pelo próprio BCE.[30] Adicionalmente, embora este aumento fosse consideravelmente menor do que aquele provocado pelo Banco Central dos EUA, o dinheiro não foi uniformemente distribuído entre os países da união monetária, gerando assim um impacto desproporcional sobre os países periféricos (Espanha, Portugal, Irlanda e Grécia), os quais viram seus agregados monetários crescer a um ritmo bem mais rápido, de três a quatro vezes mais rápido do que na França ou na Alemanha. Várias razões podem ser fornecidas para se explicar este fenómeno, desde a pressão aplicada pela França e pela Alemanha — ambos os quais queriam uma política monetária que, durante aqueles anos, não fosse muito restritiva para eles —, até a extrema miopia dos países periféricos, que não queriam admitir que estavam vivenciando uma bolha especulativa, como foi o caso da Espanha, e com isso foram incapazes de dar instruções categóricas para seus representantes no conselho do BCE para chamar a atenção quanto à importância de a instituição obedecer estritamente às metas de crescimento da oferta monetária estabelecidas pelo próprio Banco Central Europeu. Com efeito, durante os anos anteriores à crise, todos estes países, exceto a Grécia[31], observaram com sobras o limite de 3% para seus déficits orçamentários; e alguns, como a Espanha e a Irlanda, até mesmo apresentaram grandes superávits em suas contas[32]. Daí, embora o núcleo da União Europeia houvesse se mantido longe do processo americano de exuberância irracional, este processo foi repetido com intensa virulência nos países da periferia europeia, e muito poucas pessoas diagnosticaram corretamente o grave perigo de tudo o que estava a acontecer[33]. Se, em vez de utilizarem ferramentas analíticas macroeconômicas e monetaristas importadas do mundo anglo-saxão, os acadêmicos e as autoridades políticas tanto dos países afetados quanto do Banco Central Europeu houvessem utilizado a teoria austríaca dos ciclos econômicos[34] — a qual, afinal, é um produto do mais genuíno pensamento económico do continente europeu —, eles teriam sido capazes de detectar a tempo a natureza amplamente artificial da prosperidade daqueles anos, a insustentabilidade de vários dos investimentos (especialmente no que diz respeito ao mercado imobiliário) que estavam sendo lançados em decorrência da grande facilidade de crédito e, principalmente, que o surpreendente aumento das recitas do governo seriam de duração extremamente curta. Ainda assim, felizmente — embora no mais recente ciclo o Banco Central Europeu tenha falhado em cumprir os padrões que os cidadãos europeus tinham o direito de exigir que ele cumprisse, e por isso possamos classificar sua política de “uma grave tragédia” —, a lógica do euro como moeda única prevaleceu, expondo claramente os erros cometidos pelos políticos e obrigando todos a retornarem ao caminho do controle e da austeridade. Na próxima seção, iremos sucintamente abordar a maneira específica como o Banco Central Europeu formulou sua política durante a crise e como e em quais pontos essa política se difere daquela seguida pelos bancos centrais dos EUA e do Reino Unido. 6. O euro versus o dólar (e a libra) e a Alemanha versus os EUA (e o Reino Unido) Uma das mais marcantes características do último ciclo, que terminou na Grande Recessão de 2008, foi sem dúvida o comportamento divergente entre as políticas monetárias e fiscais das áreas anglo-saxãs, baseadas em um nacionalismo monetário, e aquelas seguidas pelos países-membros da união monetária europeia. Com efeito, desde o momento em que a crise financeira e a recessão se manifestaram em 2007-2008, tanto o Federal Reserve quanto o Banco da Inglaterra adotaram políticas monetárias que se resumiam a reduzir as taxas básicas de juros para quase zero, injetar enormes quantias de dinheiro na economia (política eufemisticamente chamada de “afrouxamento quantitativo”), e monetizar de maneira contínua, direta e descarada a dívida pública soberana em escala maciça.[35] A esta extremamente frouxa política monetária (com a qual monetaristas e keynesianos concordam) foi acrescentado um forte estímulo fiscal que, tanto nos EUA quanto na Inglaterra, gerou déficits orçamentários da ordem de 10% de seus respectivos PIBs (os quais, não obstante seu gigantismo, alguns keynesianos mais recalcitrantes, como Krugman e outros, não consideram nem sequer perto do suficiente). Em contraste com a situação do dólar e da libra, na zona do euro, felizmente, o dinheiro não pode ser tão facilmente injetado na economia, tampouco uma imprudência fiscal pode ser mantida indefinidamente e impunemente. Ao menos em teoria, o Banco Central Europeu não possui autoridade para monetizar a dívida pública europeia, e embora ele tenha aceitado títulos da dívida pública como colateral em troca de vultosos empréstimos para o sistema bancário, e em meados de 2010 tenha esporadicamente comprado diretamente títulos dos mais ameaçados países da periferia (Grécia, Portugal, Irlanda, Itália e Espanha), há certamente uma diferença econômica fundamental entre o comportamento dos EUA e do Reino Unido e a política da Europa continental: ao passo que a expansão monetária e a imprudência orçamentária são feitas de maneira deliberada, descarada e sem nenhuma reserva no mundo anglo-saxão, na Europa tais políticas são feitas de maneira relutante, e em muitos casos após numerosas, consecutivas e intermináveis “reuniões de cúpula”. Elas são o resultado de longas e difíceis negociações entre os vários lados, negociações nas quais países com interesses bastante distintos têm de chegar a um acordo. Adicionalmente, e o que é ainda mais importante: quando o dinheiro é injetado na economia, dando apoio às dívidas dos países em dificuldade, tais medidas são sempre contrabalançadas por, e implementadas em troca de, reformas baseadas em austeridade orçamentária (e não por pacotes de estímulos fiscais) e na introdução de políticas que estimulam a liberalização do mercado e a competitividade.[36] Ademais, embora teria sido melhor caso tudo houvesse acontecido bem antes, a suspensão “de facto” do governo grego dos pagamentos de sua dívida — cujo valor foi reduzido (“haircut”) em aproximadamente 75% para os investidores privados que portavam essa dívida e que erroneamente confiaram na sustentabilidade da dívida soberana da Grécia —, sinalizou claramente aos mercados que outros países em apuros não têm outra alternativa senão implementar de maneira firme, rigorosa e sem demoras todas as reformas necessárias. Como já vimos, até mesmo estados como a França, que até hoje pareciam intocáveis e confortavelmente aninhados em um intumescido estado assistencialista, perderam a ótima classificação de risco de sua dívida, viram seu diferencial de juros em relação aos títulos alemães subir, e se descobriram crescentemente condenados a introduzir austeridade e reformas liberalizantes para evitar pôr em risco sua até então indiscutível filiação à linha dura do euro.[37] Do ponto de vista político, é bastante óbvio que a Alemanha (e particularmente a chanceler Angela Merkel) possui o papel principal em exortar a continuidade de todo este processo de restauração e austeridade (e de se opor a todos os tipos de propostas inadequadas que, assim como a emissão de “títulos europeus”, removeriam todos os incentivos que os diferentes países têm hoje para agir com rigor). Por vários momentos, a Alemanha terá de nadar contra a correnteza. De um lado, há uma constante pressão política internacional por medidas de estímulo fiscal, pressão esta oriunda especialmente do governo americano, que está utilizando a” crise do euro” como uma cortina de fumo para ocultar os monumentais fracassos de suas próprias políticas. E, de outro lado, a Alemanha tem de lidar com a rejeição e uma falta de compreensão de todos aqueles países que desejam permanecer no euro unicamente por causa das vantagens que este lhes oferece, mas que, ao mesmo tempo, violentamente se rebelam contra a amarga disciplina que a moeda única europeia impõe sobre todos, e especialmente sobre os políticos mais demagogos e sobre os mais irresponsavelmente privilegiados grupos de interesse. Em todo caso, e como uma ilustração que compreensivelmente irá exasperar keynesianos e monetaristas, temos de ressaltar os resultados bastante desiguais que até agora foram conseguidos pelas políticas americanas de estímulos fiscais e de “afrouxamento quantitativo” monetário e pelas políticas alemãs de austeridade fiscal dentro do ambiente monetário do euro: déficit público, na Alemanha, de 1%; nos EUA, de mais de 8,20%. Desemprego, na Alemanha, de 5,9%; nos EUA, perto de 9%. Inflação de preços, na Alemanha, de 2,5%; nos EUA, de 3,17%. Crescimento econômico, na Alemanha, de 3%; nos EUA, de 1,7%. (Os valores para o Reino Unido são ainda piores do que estes dos EUA). O conflito de paradigmas e contraste nos resultados não poderia ser mais impressionante.[38] 7. Conclusão: Hayek versus Keynes Assim como ocorreu com o padrão-ouro em sua época, hoje uma legião de pessoas critica e menospreza o euro justamente por aquela que é a sua principal virtude: sua capacidade de disciplinar políticos extravagantes e grupos de interesse. Para deixar claro, o euro de maneira alguma constitui o padrão monetário ideal, o qual, como vimos na primeira seção, pode ser encontrado apenas no padrão-ouro clássico, com 100% de reservas sobre depósitos em conta-corrente e com a abolição do banco central. Logo, é bastante possível que, tão logo um determinado espaço de tempo tenha se passado e a memória histórica dos recentes eventos monetários e financeiros tenha se apagado, o Banco Central Europeu volte a cometer os graves erros do passado, e a promover e acomodar uma nova bolha causada pela expansão de crédito.[39] No entanto, lembremo-nos de que os pecados cometidos pelo Federal Reserve e pelo Banco Central da Inglaterra foram ainda muito piores e que, ao menos na Europa continental, o euro acabou com o nacionalismo monetário, e que, para os estados da união monetária, ele está atuando, mesmo que apenas muito timidamente, como um “substituto” do padrão-ouro, impondo rigor orçamentário e reformas para estimular a competitividade, e colocando um freio nos abusos do estado assistencialista e da demagogia política. Em todo caso, temos de reconhecer que chegamos a uma encruzilhada histórica.[40] O euro terá de sobreviver caso toda a Europa queira internalizar e adotar como sendo sua a tradicional estabilidade monetária alemã, a qual, na prática, é a única e essencial estrutura disciplinadora por meio da qual, no curto e no médio prazo, a competitividade e o crescimento da União Europeia poderão ser estimulados. Em escala mundial, a sobrevivência e a consolidação do euro irão permitir, pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, o surgimento de uma moeda capaz de efetivamente concorrer com o monopólio do dólar como moeda internacional de troca, e portanto capaz de disciplinar a capacidade americana de provocar crises financeiras sistêmicas recorrentes, as quais, como a de 2007, ameaçam perigosamente a ordem econômica mundial. Apenas oitenta anos atrás, em um contexto histórico muito similar ao atual, o mundo estava dividido entre manter o padrão-ouro, e com ele a austeridade orçamentária, a flexibilidade do mercado de trabalho, e o comércio livre e pacífico; ou abandonar o padrão-ouro e, assim, difundir mundialmente o nacionalismo monetário, as políticas inflacionistas, a rigidez trabalhista, o intervencionismo, o “fascismo econômico”, e o protecionismo no comércio internacional. Hayek e os teóricos austríacos liderados por Mises incorreram no titânico esforço intelectual de analisar, explicar e defender as vantagens do padrão-ouro e do livre comércio, em oposição aos teóricos que, liderados por Keynes e pelos monetaristas, optaram por abolir as fundações monetárias e fiscais da economia laissez-faire, a qual, até então, havia gerado a Revolução Industrial e o progresso da civilização. Naquela ocasião, o pensamento econômico acabou tomando um caminho muito diferente daquele defendido por Mises e Hayek, e todos nós estamos bem familiarizados com as consequências econômicas, políticas e sociais que advieram desta decisão. Como resultado, hoje, já bem avançados no século XXI, inacreditavelmente o mundo ainda segue sendo atormentado por instabilidades financeiras, falta de rigor orçamentário e demagogia política. Por todas estas razões, mas principalmente porque a economia mundial urgentemente necessita disso, nesta nova ocasião[41], Mises e Hayek merecem finalmente triunfar, e o euro (ao menos provisoriamente, e até ele ser finalmente substituído de uma vez por todas pelo padrão-ouro) merece sobreviver.[42] http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/06/em-defesa-do-euro-uma-perspectiva.html GostarGostar
  96. vivendipt permalink
    29 Setembro, 2012 20:36

    O problema não foi o €. O problema esteve no crédito fácil e na incapacidade dos políticos.

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  97. vivendipt permalink
    29 Setembro, 2012 20:48

    O que Portugal tem de fazer:

    Basta trazer a despesa para o nível de 2006
    Esta semana na TVI24 «Política Mesmo» aconteceu um debate entre o Keynesiano Pedro Lains e o Austríaco João Cantiga Esteves.

    Um dos momentos mais interessante desse debate foi sobre o corte de despesa, em que o keynesiano pergunta ao austríaco até onde se cortaria na despesa? João Cantiga Esteves foi bem claro na sua resposta, basta trazer a despesa do estado para o nível de 2006.

    Faça-se então a sangria. A mesma ficará conhecida nos manuais de história económica como a “purga socretina”.

    A fórmula é simples:
    + impostos = + recessão
    + cortes na despesa = – recessão

    http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/09/basta-trazer-despesa-para-o-nivel-de.html

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  98. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 20:51

    Vivendi, os nossos liberais de pacotilha devem estar desiludidos com o Soto. ehheheheh
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    Mas atenção. O Euro teve importantes falhas na sua introdução. Hoje é a melhor moeda do mundo. Os das sebentas lêm muito mas quando passam da teoria à prática, borram quase sempre a pintura toda.
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    Acho engraçado ver o Soto a usar o Hayek para defender o euro. ehheehehh Os nossos liberais de pacotilha devem estar agora confusos. O Soto, hein? Mas quem é o Soto? Ah! Não cresceu a falar inglês. lolololol Nem é gringo. ehhehheh

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  99. vivendipt permalink
    29 Setembro, 2012 20:55

    Analisando já os próximos tempos creio que poderá haver um corte definitivo (imposto de fora) para a extinção dos 2 subsídios à função pública e pensionistas. Uma imposição na renegociação de dívidas das PPPs, a obrigação de uma reorganização administrativa (extinção de autarquias) e continuar com as privatizações das EP.

    E no final, só restará depois reestruturar a dívida portuguesa.

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  100. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 20:57

    “E no final, só restará depois reestruturar a dívida portuguesa.”
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    Não. Só em último caso. Nunca se esqueça que, um caloteiro nunca é esquecido. Nunca. E com isso, os riscos subjacentes a quem foi caloteiro uma vez.
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    O calote é sempre, mas sempre, a última arma de um endividado. A última.

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  101. Guillaume Tell permalink
    29 Setembro, 2012 21:00

    Muito bom como é de costume por esta casa.

    No entanto há duas coisas que é necessário matizar:

    1) Houve efectivamente um sonho europeu no qual o continente convergiria em matéria de bem-estar económico, social e ambiental. Como os países que mais se aproximava da grande Útopia eram os países nórdicos o modelo escolhido foi o deles. Para isso foi exigido dos países do Sul não só uma certa disciplina orçamental, mas também mudanças institucionais ou legislativas que fizessem que esses países sejam mais parecidos com os do Norte donos da “verdade”. É assim que andámos a subsidiar um certo tipo de agricultura ou de indústria, que exigimos que certas normas ambientais ou de produção sejam respeitáveis, que havia requisitos “políticos” e “morais” que deveriam ser incluídos nas nossas leis fundamentais. Ou seja quiseram uniformizar culturalemente o continente, e para que essa uniformização seja posta em marcha criou-se um certo número de mecanismos para que os Estados avancassem rapidemente nesse sentido. E para que isso se realise depressa o Norte “subsidiou” (de diversas maneiras, seja com transferências financeiras puras, ou ao criar uma espécie de “securitização” das dívidas públicas do Sul). Por isso não são só dois tabus que temos pela frente, mas sim três, isto é de sabermos que UE queremos. Uma UE descentralizada, liberalizada, promotora e defensora dos direitos naturais, com a possibilidade (lá está) de os Estados seguirem o seu modelo, mesmo que os leve à falência. Ou um espécie de monstro burocrático e centralista, que subsidiará ad eternum os Estados do momento que estes continuem a manter as directivas fundamentais.

    2) É certo que desde 1974 os países do Sul da Europa têm aguentado os seus Estados à custa de desvalorizações mas isto não é uma caractéristica natural das suas económias mas antes dos seus regimes políticos (mais em particular nos casos espanhóis e portugueses). Se olharmos para a nossa História nos últimos 300 anos vemos que os períodos de menor prosperidade/mais instabilidade vão, de maneira não uniforme, das Invasões francesas até à chegada de Salazar a Primeiro-Ministro e de 1974 até cá. Ao contrário o reinado de D.Maria I e o Estado Novo caracterizaram-se por um crescimento importante e estabilidade (D. João III o Marquês de Pombal foi uma espécie de mistura dos dois). Ora o que isso nos aprende é que Portugal só é capaz de prosperar quando os limites do poder estão claramente definidos e que é impossível, ao que eu chamo as elites corporaitvas, de serem subsidiadas pelo poder central*. Assim nos podemos regressar à prosperidade à condição de vivermos, nos organizarmos em função do que somos, isto é uma sociedade profundamente individualista (ou personalista). Nós não somos rigorosos, nós sempre que vemos mecanismos comuns sempre a nos aproveitarmos deles para nos enriquecermos, ou favorecer o grupo “corporativo” no qual nos inserimos, por isso se devem existir instituições colectivas elas tem de ter proprietários claramente definidos que assumirão as consequencias dos seus actos. A falência do Estado é por isso algo de inevitável na prática, primeiro porque o estatuto quo, mesmo que leves nos levarão a isso (isto porque o estatuto quo pressupõe que tenhamos uma política monetário e cambial independente, e mesmo que saissmos do Euro isto não significaria prosperidade, bem pelo contrário porque o estatuto quo não nos leva a isso), e em segundo porque se nós queremos um Estado à nossa medida em que podemos todos nos favorecer e a nossa “corporação” somos obrigados a ter-ló pequeno e “responsável”, isto porque para termos acesso às suas benesses seremos obrigados de nos entender com as outras corporações que financiam o bolo comum e que também querem ter acesso a ele. Quanto à saída do Euro (que é como quem diz a saída da UE) ela só seria uma vantagem na medida em que não seriamos mais obrigados a aceitar as imposições de Bruxelas que consegue subsidiar sectores ineficientes e mantê-los vivo ao mesmo tempo (com o escudo o país iria à falência se continuasse a subsidiar sectores ineficázes, com a UE existe sempre uma “almofada” que são os outros países). No entanto a saída do Euro não significa que a disciplina monetária seria para esquecer, visto que a falência é inevitável caso não a respeitamos (não a respeitar é desviar recursos), por isso a saída do Euro é o mesmo que uma falência desordenada do Estado, a falência é inevitável mas não é necessário que seja desordenada.

    * apesar das aparências isto não significa que Portugal só pode prosperar em regimes autoritários, a nossa prosperidade depende das nossas instituições colectivas, se todas as corporações forem proprietárias e tenham que assumir por inteiro as suas acções. Também é em parte por causa disso que nós nunca fomos um dos países mais prósperos da Europa visto que as autocracias favorizem sempre certas minorias em detrimento das outras, as autocracias portugueses mantiveram só um favorecimento mais “sustentável”.

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  102. vivendipt permalink
    29 Setembro, 2012 21:01

    Boas Anti-Comuna! Só é o melhor economista ibérico!! Só se deixa enganar quem quer.

    Aqui tem uma excelente palestra:

    Crisis financiera, reforma bancaria y el futuro del capitalismo por el Profesor Huerta de Soto

    http://vivendi-pt.blogspot.com/2012/06/crisis-financiera-reforma-bancaria-y-el.html

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  103. vivendipt permalink
    29 Setembro, 2012 21:03

    “E no final, só restará depois reestruturar a dívida portuguesa.”
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    Não. Só em último caso. Nunca se esqueça que, um caloteiro nunca é esquecido. Nunca. E com isso, os riscos subjacentes a quem foi caloteiro uma vez.
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    O calote é sempre, mas sempre, a última arma de um endividado. A última.

    Portugal que cumpra o memorando da troika e escute a Alemanha. A ordem virá de lá o que torna a coisa mais suave. E o € sairá valorizado.

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  104. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 21:06

    Eu penso que este gajo merecia um Nobel, pela acérrima defesa dos Direitos Humanos, com a sua defesa do direito á propriedade. 😉
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    Obrigado pela sugestão. Não costumo seguir as palestras do gajo mas merece ser ouvido, porque ele apenas defende aquilo que eu tenho defendido ao longo dos anos, apesar de seu ter sido um eurocéptico antes. eheheeh
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    O euro, corrigido de grande parte dos seus defeitos, é ainda melhor que o padrão-ouro. Por uma razão simples: um banco central independente e com a soberania monetária partilhada, impede que um político manipule a sua taxa de cãmbio mesmo dentro do padrão-ouro. (O caso mais simbólico, o Nixon.) No caso do euro, com a patrilha de soberania e com um banco central que está impedido de socorrer governos, é ainda melhor que o padrão-ouro, já que neste, os políticos ainda têm poder de manipular a taxa de câmbio. 😉

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  105. Anti-praticos permalink
    29 Setembro, 2012 21:09

    AC, mas vem ai a caminho a compra de titulos por parte do bce.E foi votada a favor , com a excepção sempre do bundesbank ahahah

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  106. Portela Menos 1 permalink
    29 Setembro, 2012 21:09

    anti-comuna Posted 29 Setembro, 2012 at 17:49
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    há mais alternativas à questão Euro: acabar, ordenadamente, com a zona euro e regressar às moedas originais dos 17 países.

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  107. Francisco Colaço permalink
    29 Setembro, 2012 21:09

    FDP
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    Para FDP, Fernandes Democrático Partido é algo rebuscado. Ora, Falando Do Piscoiso é bem melhor para compor a mencionada sigla, não acha?

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  108. Anti-praticos permalink
    29 Setembro, 2012 21:12

    AC, e veja o video que o vivendi colocou em cima com o debate no politica mesmo

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  109. vivendipt permalink
    29 Setembro, 2012 21:18

    A sorrateira e despercebida vitória da Alemanha sobre o BCE

    Por John Browne,*

    Na primeira semana de setembro, o Banco Central Europeu (BCE) anunciou aquilo que vários ao redor do mundo esperavam que ele anunciasse: um plano que permitiria ao Banco “fazer todo o necessário” para dar sustentação ao euro. Sem nenhuma surpresa, as bolsas nos EUA e na Europa subiram vigorosamente em decorrência da sensação de que o BCE havia finalmente se juntado em definitivo ao Fed para que ambos coordenassem seus esforços de reflacionar suas respectivas economias por meio de uma infinita criação de dinheiro.

    Vários analistas e comentadores económicos saudaram a nova posição do BCE como se ela representasse uma fundamental e inegável derrota para o Bundesbank, o banco central alemão, ferrenho e inflexível defensor da austeridade monetária na zona do euro.

    A realidade, no entanto, parece ser um pouco diferente do que se imagina.

    O novo plano do BCE contém várias concessões ao ponto de vista da Alemanha. Talvez a mais importante seja a revogação do objetivo anterior do BCE, que era o de ‘estipular um teto’ para os juros dos títulos dos países membros da zona do euro. Em vez do compromisso aberto de agir como um ilimitado “comprador de última instância”, o que faria com que os juros dos títulos de países problemáticos se mantivessem artificialmente baixos, o novo plano agora estipula condições bem mais estritas e uma seletividade muito mais rigorosa para a compra de títulos — bem ao estilo alemão.

    Houve também várias outras grandes concessões à Alemanha. As principais:
    Qualquer país membro da zona do euro que queira recorrer ao BCE para que este compre seus títulos no mercado secundário — ou seja, quando os títulos estão em posse do sistema bancário — terá de fazer um pedido formal por escrito. Naturalmente, tal requerimento público trará custos políticos, constrangimento, desconfiança e até mesmo uma mácula para o governo em questão. Considerando-se que os preços de ativos, como ações e títulos públicos, são influenciados pela percepção, tal pressão irá dissuadir vários países de recorrerem a esta medida.
    Todo e qualquer país requerente terá de concordar em apresentar uma redução germânica em seus déficits e um completo programa de reestruturação econômica, ambos os quais provavelmente virão acompanhados de grandes custos políticos e uma grande dose de turbulência econômica no curto prazo.
    O BCE irá comprar títulos no mercado secundário para ajudar países problemáticos somente se o Fundo Europeu de Estabilização Financeira e o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, ambos os quais estão bastante carentes de recursos, se comprometerem a atuar em conjunto e utilizar seus fundos na operação. O Bundesbank há muito tempo vem afirmando que o BCE não deve ter carta branca para abusar de seu poder de criar dinheiro artificial. Sempre que isso for feito, os custos serão espalhados para o resto da Europa e também para o resto do mundo através do FMI.
    O apoio do BCE será limitado à compra de títulos com vencimento máximo de três anos. Desnecessário dizer que nenhum membro problemático da zona do euro conseguirá resolver seu problema de endividamento excessivo caso se limite a tomar continuamente empréstimos de curto prazo na esperança de que esta ação do BCE irá ajudá-lo.
    Todas as compras de títulos realizadas pelo BCE serão executadas exclusivamente no mercado secundário, desta forma realizando o objetivo alemão de fazer com que o BCE não permita que um país seja compulsoriamente obrigado a financiar diretamente qualquer outro membro da zona do euro.
    Enquanto vários comentadores económicos conjeturaram que a Alemanha havia finalmente cedido às demandas keynesianas de dinheiro farto e barato de seus países vizinhos, a realidade parece indicar o contrário: a Alemanha foi especialmente bem-sucedida em impor sua vontade financeira ao resto da zona do euro.

    Estas substanciais e importantes concessões feitas à Alemanha passaram amplamente despercebidas pela grande media. Longe de oferecer um alívio instantâneo aos países devedores da zona do euro, o novo pacote tornará mais provável uma austeridade de inspiração alemã. Esta austeridade, caso seja feita por meio da típica elevação de impostos — em vez do corte de gastos — fará com que a recessão na Europa continue, ao menos no curto prazo. Isso, por sua vez, fará com que os bancos centrais da Europa e de todo o continente americano continuem injetando dinheiro em suas economias. E isso pode ser bom para quem investiu em metais preciosos.

    A continuidade da fraqueza econômica da Europa pode, por sua vez, estimular políticos europeus e até mesmo seus eleitores a aceitarem um controle político alemão cada vez maior em troca daquilo que poderá acabar sendo visto como um financiamento direto e ‘redentor’ da Alemanha. A principal implicação de curto prazo dessa vitória alemã será a continuidade da recessão caso a austeridade se dê por meio da elevação de impostos. Já os resultados de longo prazo do controle alemão do continente europeu são bem mais difíceis de prever.

    Qualquer investidor ou mero curioso que queira tentar entender as maquinações políticas, econômicas e financeiras da zona do euro e da União Europeia faria bem em concentrar-se nas ações alemãs, as quais são frequentemente ocultadas pelos pronunciamentos do BCE. Muito frequentemente, as posições e ações que realmente importam são completamente negligenciadas pela grande media.

    *consultor económico sênior da Euro Pacific Capital, Inc., corretora de Peter Schiff.

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  110. Portela Menos 1 permalink
    29 Setembro, 2012 21:28

    (…) Portela Menos, Posted 29 Setembro, 2012 at 15:35 | Permalink
    Nao anda por aí FColaço? Era para lhe lembrar que o assessor do govermo para as privatizacoes, para alem de ter chamado ignorantes aos empresarios que recusavam a TSU, ainda disse que os salarios publicos representam OITENTA 80% da despesa! Nem é preciso citar nenhuma central de informacao; o proprio Borges é ele proprio um centro de estupidez.(…)
    .
    FColaço, o Borges evitou-me muito trabalho de pesquisa.

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  111. Francisco Colaço permalink
    29 Setembro, 2012 21:57

    Portela Menos Um,
    .
    FColaço, o Borges evitou-me muito trabalho de pesquisa.
    .
    Se por pesquisa quiser dizer aplicação do bom senso, da inteligência e procura sistemática da verdade, suponho que se tem poupado a muito trabalho e agradecido a quem o poupa.

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  112. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 22:08

    “AC, e veja o video que o vivendi colocou em cima com o debate no politica mesmo”
    .
    .
    Bolas, Vc. ou não percebe castelhano ou não pescou mesmo nada do que o gajo disse. Até a baixa da TSU pode ser justificada com a palestra do gajo.
    .
    .
    Lá está. O gajo está numa onda, Vc. noutra. Ele a dizer muitas coisas que eu mesmo ando para aqui há anos a dizer, mas Vc. acha que deve-lhe estar a dar razão, não? Bolas, que Vc. é mesmo um duque… ehehhhhe

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  113. tric permalink
    29 Setembro, 2012 22:09

    “O calote é sempre, mas sempre, a última arma de um endividado. A última.”
    .
    o calote foi o que a banca deu ao estado com a transferência do fundo de pensões…

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  114. Portela Menos 1 permalink
    29 Setembro, 2012 22:37

    Francisco Colaço, Posted 29 Setembro, 2012 at 21:57
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    não sei se já tinha percebido mas eu há muito que decidi poupar a minha vista deixando de ler os seus comentários; não adiantam nada à minha informação.
    entretanto, sobre o cerne da nossa última “polémica” , o sr Borges veio confirmar que ele próprio é parte da central de desinformação ao afirmar que “os salarios publicos representam 80% da despesa pública”, alimentando assim muita mentira de alguns comentadores por aqui.

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  115. anti-comuna permalink
    29 Setembro, 2012 23:46

    O Soto é mesmo liberal? ehheheheh
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    Aqui há dias eu escrevi isto por aqui. O euro é uma espécie de novo padrão-ouro. Ui! Caiu o Carmo e a Trindade. ahhahhah
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    Mas até o Krugman o admite, claro. Mas agora temos o Soto a defender isto mesmo: http://www.youtube.com/watch?v=6QluOJ41pZk&feature=relmfu
    .
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    E mais. O gajo também bate forte e feio no mundo anglo-saxão, por quererem destruir o euro. Ora bolas, afinal já não é apenas o anti-comuna que é maluco e diz esta verdade aos quatro-ventos. ahhahahahh O Soto, tão amado pelos das sebentas, também diz o mesmo que eu. Santo deus. Também foi afectado pelo vírus anti-americano ou anti-inglês? lolololol
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    Felizmente, até alguns que não há muitos anos, me chamavam maluco e alienado, agora começam a compreender que, afinal, eu tinha razão. O euro é a melhor moeda do mundo. E, claro, é uma ameça aos americanos e aos ingleses, que tudo fazem para o destruir. City incluída. ehehhehhe
    .
    .
    Ainda bem que o Soto também compreende o que está em causa, na questão do euro. Ainda bem. E que traga com ele muitos outros, mesmo os que só lá chegam através dos ensinamentos de papas estrangeiros. ahahhahah

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  116. Anti-praticos permalink
    30 Setembro, 2012 00:17

    AC: se me permite dize-lo, na nossa blogosfera liberal, não há um unico euroceptico ou que pensa dessa forma. No insurgente, por exemplo, não vejo ninguem, a nao ser o filipe faria, a defender a saida do euro, ou que seja eurocéptico.
    O que se contesta é o corte ás liberdades que representa cada nacionalização, cada formação de organismo de estado, e sobretudo, cada aumento de impostos.É um principio.Em vez de se aumentar a base tributaria, defende-se a diminuição de gastos.E a diminuição de gastos, ao contrario das receitas, é uma coisa que se pode dominar
    Para sua informação, as ideias que Soto defende, são a privatização de tudo mesmo(até as ruas), e a inexistencia de um banco central.É um economista que rejeita aumentos de impostos.

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  117. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 04:48

    .
    Para ficar tudo certo no texto, apenas uma pequena correcção gramatical:

    |Embebedámos-nos, como se embebedaram os gregos, os espanhóis e os italianos.” não. “EMBEBERAM-NOS, com embedaram os gregos, espanhois e os italianos”. Follow the money: quem foram os espertos que ganharam com a bebedeira ?
    .
    Com tantas diretivas comunitárias então houve nenhuma contra o modo como Portugal, Espanha, Grecia, Italia não tivessem vivido como descreve ? Acredita mesmo que era impossivel ou não foi feita para não prejudicar os interesses de quem pagava as ‘ajudas comunitárias ? È confuso quando a UE mandou destruir as nossas pescas, pagava para arrancar olivais, vinhas etc e até tinha diretivas comunitárias para as maçãs em que nacionais ficavam de fora, por exemp,o a excecional bravo esmofo.
    .
    Pois é. Exercicios masoquistas não obrigado.
    .
    E quanto a Hayek e Keynes há de facto um problema é que foram inventadas eram aplicaveis a uma Civilização Humana de há quase 100 anos que nem de longe é parecida com Civilização Europeia de HOJE. Portanto os mecanismos de Keynes e Hayec (e já agora de Myses) são inaplicaveis hoje ‘a papel quimico’
    .
    Hoje não se pode falar por exemplo de LIBERALISMO mas sim de LIBERALISMO AVANÇADO, evoluido para a Civilização Humana de hoje na Europa.
    .
    Quanto ao mecanismo Keynesianismo ‘Grande Depressão Style’ também teria de levar uma grande volta porque falhou em Portugal. Basta ver os resultados nefastos da sua aplicação ‘Grande Depressão Style”. Basta ver os resultados finais concretos que deu em Portugal que nos enfiou onde estamos:
    .
    divida publica, divida bancaria ou melhor banca tecnicamente falida, desemprego, empobrecimento a celerado, contratos PPP etc que ao que se diz por aí seriam altamente lesivos ao Estado, ruina do tecido empresarial e produtivo português. Desemprego estratosferico, casos monumentais de corrupção que publicamente são divulgados etc etc)
    .
    Portanto sebentas, teoricos e catedráticos com ‘receitas empresariais, de economia e de politica’ de Manuais, não obrigado. Não nos convenceram, nada resolveram e facto é que hoje o País está como está, apesar de umas dezenas de anos em que o Poder lhes foi oferecido generosamente ‘de bandeja’
    .
    É uma opinião, mais uma analise pessoal.
    .
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  118. Tiro ao Alvo permalink
    30 Setembro, 2012 07:45

    JCA, diz que “sebentas, teóricos e catedráticos com ‘receitas empresariais, de economia e de política’ de Manuais, não obrigado”, mas este seu comentário cheira a isso mesmo. Ou, então, fala de ouvido, como quando diz que ” a UE mandou destruir as nossas pescas, pagava para arrancar olivais, vinhas etc. e até tinha directivas comunitárias para as maçãs em que nacionais ficavam de fora, por exemplo a excepcional bravo esmofo”.
    Não saberá o JCA que hoje se pratica, em Portugal e em muitos lados, uma agricultura semelhante à que é praticada na França ou na Alemanha? Queria o amigo que não fossem destruídas as empresas agrícolas de subsistência? Pensa que estaríamos melhor se, em vez dos 3.000 produtores de leite associados na Agros, tivéssemos 30.000 de então, produzindo metade?
    Falou do bravo de esmofo, mas não falou da pêra rocha. E não falou dos vinhos. E não falou da fileira florestal.
    Parece-me que o JCA falou por falar, ou que é simplesmente do contra.
    O JCA acha que não fomos nós quem errou, deixando os nossos governantes gastarem mais do que a nossa economia podia libertar em impostos. Ele acha que quem falhou foi a UE por nos ajudar a melhorar o sector agrícola.
    Ele diz que o que escreveu no seu comentário é uma opinião pessoal e eu digo-lhe que, neste aspecto, é uma opinião errada.

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  119. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 14:47

    “Embebedámos-nos, como se embebedaram os gregos, os espanhóis e os italianos.” não. “EMBEBERAM-NOS, com embedaram os gregos, espanhois e os italianos”. Follow the money: quem foram os espertos que ganharam com a bebedeira ?” deve ler-se,
    .
    “Embebedámos-nos, como se embebedaram os gregos, os espanhóis e os italianos.” não. “EMBEBEDARAM-NOS, com embebedaram os gregos, espanhois e os italianos”. Follow the money: quem foram os espertos que ganharam com a bebedeira ?”
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    O seu tiro ao alvo nem o alvo atingiu. Fala sucessos empresariais que nada têm a ver com a condução Politica. A autentica evolução empresarial escapa a qualquer Governança. São decisões individuais, pessoais tão longe da Politica e dos Partidos. As de sucesso sustentado.
    .
    O amigo ainda não sabe que há milhares e milhares de sucessos empresariais de portugueses que nunca precisaram ou não dependem dum emprestimo bancário nem dum apoio dos dinheiros da União Europeia ? Percebe Portugal ? Percebe o tecido economico português ou quere se montar em cima do empresariado Português para de ‘bandeira na mão’ aparecer na praça a gritar ‘eu teórico sou o grande vencedor” sem nunca ter começado uma Empresa do zero ou ter de sustentar Familias via Postos de Trabalho ?
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    Arrecade: todo o dinheiro que veio da União Europeia foi recambiado aos remetentes para pagarperfumes, artigos de beleza, vestuario, automoveis, alimentos, peixe, carne, leite etc que para nós hoje estão nas lixeiras, nos esgotos e nos sucateiros e para eles estão em money nos Bancos deles. E alguém cá alinhou neste jogo, sequer planificado ou visão de futuro. Foi puro chico espertismo de certas elites, várias catedráticas, à gula e à foçanga. Está aí a conta.
    .
    Como o amigo Tiro ao alvo é um entusiasta na discussão destas coisas, mande contraditório para cima da prancha.
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  120. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 14:54

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    E quando o Tiro ao Alvo conclui disto um ataque à União Europeia, ou ao Euro ou outra coisa qualquer, para desculpar os erros de poderes que transitaram em Portugal ……. Porque se nos embededaram foi porque alguns portugueses aceitaram, autorizaram e participaram para que os Portuguese fossem embebedados.
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    E a culpa é de quem ? Da UE ? Do Euro ? De quem ? Não seja ironico nem conte histórias da carochinha porque aqui neste blog creio que se pensa PESADO sem lugar a AMADORES apesar de ideias divergentes mas às vezes nem tanto.
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  121. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 15:01

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    E neste contexto exato do que se passou desde a entrada de Portugal na União Europeia, depois entrar no Euro, o Tiro ao Alvo também acredita que a União Europeia não tinha força para em diretivas no momento proprio evitar a bebedeira com os subsidios e apoios da UE ? Quem em termos de governança da UE dominava na altura o esquema não fez porque não lhe interessou. E não adiante muito a discussão porque toda a gente sabe que foi a Europa a pagar o quê. A bem da concordia comunitária de hoje é melhor não levantar ‘tumulos’ de passados proximos. Se deseja o bem da UE e do Euro como se afirma.
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  122. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 15:34

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    Resumindo e concluindo. Os Empregados, Empregadores, Familias, Empregados e Desempregados, Funcionarios Publicos de médios a baixos civis militares ou militarizados o que disseram à Situação (Governo em Poder parte dos Partidos que ganharam as eleições) e a certa Oposição que entra no desfile da Governança:
    ,
    CARTÃO VERMELHO em cima da mesa para expulsão da DESTRUIÇÃO DE PORTUGAL. Seja o Borges, o Passos, o Seguro, o Socrates, o Jeronimo, o Louçã, o Armenio, o Proença ou seja lá que é irrelevante no tema nem decide nada dele.
    .
    CORTE SALOMONICO de 4% EM TODAS AS RUBRICAS E DESPESAS DO ESTADO seja da Presidencia da Republica, da Presidencia do Conselho de Ministros, do Parlamento, dos Ministerios, das Direções Gerais, dos Departamentos, das Secções, das Autarquias, das Freguesias, dos Governos Regionais, da Fundações para publicas, dos Empresas Publicas e Para publicas, dos Institutos publicos ou mascarados etc
    .
    O Orçamento Geral do Estado para 2013 TEM DE ACABAR COM A AUSTERIDADE e A CRISE seja a que titulo for.
    O ‘golpe de estado de secretaria’ dos cortes seletivos, bem escolhidos e pensados pelos os atuais em Governança, para a DESTRUIÇÂO de Portugal e dos DIREITOS CIVILIZACIONAIS DOS PORTUGUESES incluidos na CIVILIZAÇÃO EUROPEIA, farol do Mundo.
    .
    À pala dessa da ‘Crise e da Austeridade’ estoiram com milhares de Empresas (mesmo várias das grandes já estão não fosse cosméticas que as fazem ‘brilhar como sucessos’ mas falidas), cortam bugigangas como abonos de familia importantes para os pobres, aumentam idades de reforma para proibir o acesso dos jovens aos postos de trabalho que ainda sobrevivem, esmifram o dinheiro descontado para a Segurança Social dando ao contribuinte menos na Pensão e na Reforma etc etc,
    .
    mas isto são ‘peanuts’ (anglicanismo das elites que Têm vergonha de ser portugueses e nem chegam aos calcanhares dos estrangeirismos com que sonham para serem ‘diferentes; o termo é ‘tremoços’ à portuguesa),
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    nos miles milhões que estão em jogo são tangas e tretas. Um ‘golpe de estado de secretaria’. Não sei se é das Maçonarias, das Goldman Sachs, dos Comunas pela porta do cavalo, dos Xuxas, dos berloques, dos borgistas ou coelhistas, socratistas, paulistas etc por aí fora. Nem interessa.
    .
    Em 2013 PONTO FINAL na medidas de austeridade. RESOLVER DUMA VEZ POR TODAS ESTA AUGTENTICA FANTOCHADA. Ao não quererem, ao teimarem, sabem bem o que os espera. O buldozzer inorganico. Tem duvidas ? Então apostem nos panos verdes da roleta e sairão descascados, quem joga ao acaso nos casinos é assim.
    .

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  123. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 15:50

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    E há outro ponto: estão ou não certos Países ferrenhos da União Europeia e do Euro saturados dos malabirismos, trapesismos e chico espertices de certas classes politico-partidárias dalguns PIIGS ?
    .
    Bom houve aí uma imagem que correu televisiva e repetidamente Portugal: aquela dum Ministro das Finanças a falar ao ouvido do Ministro das Finanças Alemão. O body talk do alemão não tem nada a ver com o que o que foi ‘vendido’ aos tugas.
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    Era mais. Estou farto destes gajos mas os Portugueses não arranjam outros para os subsituir, como é que se sai disto ???
    .
    Está lá tudo no ‘body talk’ é só rever e saber ler o ‘body talk’ incluindo o do outro ….
    .
    Se estiver errado, critiquem-me, mandem para cima de mi que ficaria felicissimo por Portugal se tivesse errado.
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  124. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 17:37

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    (complemento de 15.34H):
    .
    Se formos pelos leques partidários quer nas àreas não marxistas quer marxistas quer capitalistas há ‘elites’ (designação que pessoalmente é mais vaidade que qualidade) para implementar o fim da DESTRUIÇÃO de Portugal,
    .
    pondo no Orçamento de Estado de 2013 um ponto final decidido a medidas de asuteridades seletivas que provovacariam mais DESTRUIÇÃO, mais CRISE, mais RECESSÃO, mais EMPOBRECIMENTO pelo menos até 2020 tal a forma desengonçada que sugere estariamos apenas perante um ‘golpe de estado de secretaria” periodo. E até 2020 o atual caos politico transbordaria rapidamente para caos social, economico e financeiro. Quem aproveitaria não é preciso indicar, está na cara.
    .
    É suposto que a União Europeia, o Euro, o FMI, quiçá a propria Troika, agradeceriam.
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  125. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 18:30

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    Dando este um salto atrás em 2013 seminviabilizar qualquer dos pilares civilizacionais (saúde, educação, pensões etc) poder-se-á então dar os dois em frente que são precisos para a baixa de impostos reformando o aparelho publico aligeirando-o e simplifiocando-o com calendários suaves sem atirar as pessoas para ‘campos de concentração’ do Desemprego e da Falência. RECONSTRUINDO.
    .

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  126. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 21:34

    .
    Também sou do grupo etário dos “sexagenários aos nonagenários’. Onde há uns e uns. Os tais uns em poder organizem-se porque ‘alzemeimers’ e ‘carecas deas radiações anticancer’ (com o devido respeito pelo que estão a sofrer que merecem o OMEGA da minha FRATERNIDADE humana) recolham-se estrategicamente,
    .
    essa do governo de SALVAÇÃO NACIONAL que cheira a mofo de antes e de depois do 25 de Abril,
    .
    não diz nada a que está nas ruas por tão ‘batida’ que está sem´nunca resolver nada, metam essa ‘guitarrada ou fado ou canção de protesto no bolso’, quiçã um boomerang de tiro ao alvo em que o alvo foi quem disparou :))
    .
    é um GOVERNO DE RECONSTRUÇÃO NACIONAL a bem de Portugal, da União Europeia e do Euro.
    .
    Agora como vai ser parido, e tem de ser A CURTISSIMO PRAZO, isso é outra conversa.
    .
    Observemos que só agora começa a aparecer a àgua PESADA para correr debaixo da ponte. Isto das ‘quimicas’ inorganicas tem muito que se lhe diga pois essencias para a ‘quimica’ grel …..
    .
    Obviamente há quem saiba mas evita esborratar-se na comunicação escrita ou visual. E por um ‘tostão politico furado’ não ‘investe em reconstruções porque não está para perder as 24H do dia a ouvir a rapaziada das alcatifas que está muito longe de ser ou representar a da rua que se faz ouvir e bem”
    ,
    Há gostos para tudo. Também há quem empranhe pelos ouvidos porque se sente a unica inteligência em Portugal. Passaram-se dos carretos.
    .
    Be happy
    .

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  127. JCA permalink
    30 Setembro, 2012 21:57

    Também sou do grupo etário dos “sexagenários aos nonagenários’. Onde há uns e uns. Os tais uns em poder organizem-se porque ‘alzemeimers’ e ‘carecas deas radiações anticancer’ (com o devido respeito pelo que estão a sofrer que merecem o OMEGA da minha FRATERNIDADE humana) recolham-se estrategicamente,
    .
    essa do governo de SALVAÇÃO NACIONAL que cheira a mofo de antes e de depois do 25 de Abril,
    .
    não diz nada a que está nas ruas por tão ‘batida’ que está sem´nunca resolver nada, metam essa ‘guitarrada ou fado ou canção de protesto no bolso’, quiçã um boomerang de tiro ao alvo em que o alvo foi quem disparou :))
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    é um GOVERNO DE RECONSTRUÇÃO NACIONAL a bem de Portugal, da União Europeia e do Euro.
    .
    Agora como vai ser parido, e tem de ser A CURTISSIMO PRAZO, isso é outra conversa.
    .
    Observemos que só agora começa a aparecer a àgua PESADA para correr debaixo da ponte. Isto das ‘quimicas’ inorganicas tem muito que se lhe diga pois essencias para a ‘quimica’ grel …..
    .
    Obviamente há quem saiba mas evita esborratar-se na comunicação escrita ou visual. E por um ‘tostão politico furado’ não ‘investe em reconstruções porque não está para perder as 24H do dia a ouvir a rapaziada das alcatifas que está muito longe de ser ou representar a da rua que se faz ouvir e bem”
    ,
    Há gostos para tudo. Também há quem empranhe pelos ouvidos porque se sente a unica inteligência em Portugal. Passaram-se dos carretos.
    .
    Be happy. ‘Peace and love meu’ dirá a rapaziada que fuma, engole ou cheira dependendo da proveniencia social, mais finos ou mais quinta dos moxos.
    .
    E o IVA, o IRC, o IRS desta INDUSTRIA na Economia e nas Finanças Nacionais ? Ora bem. o Fisco que lhes faça inspeções, persiga-os esquizofrenicamente conforme mandou a MFL, o atual Ministro das Finanças etc. Ou é só ir às ‘couves’ no Bulhões ou nas Ribeiras deste País ? E os balcões de escada dos corruptos por debaixo dos balcões publicos decorados ‘ultimo grito da moda’ e das secretárias de luxo ?m Não pagam IVA, nem IRS nem IRC ? E da prostituição que por vias de ‘moralismos serodios que até dão vontade de rir’ deitam seres humanos para o caixote do lixo da Segurança Social/Oensão de Velhice e transacionam centenas de milhares de operações financeiras diarias (f*d*s por dia) sem IVA, IRC, IRS ou Segurança Social ?
    .
    Mas afinal que m*rd*a de politica fiscal, de impostos, de austeridades são estas ?
    .
    Atão nãp são negócios como os dos ‘malditos’ capitalistas, ou do ‘explorador’ empregador ou do ‘chico esperto de trazer poe casa’ empregado que é obrigado a corromper pelos CORRUPTOS ?
    .
    Em Poder ninguém tem mão nisto ? É preciso um golpe de estado ou uma suspensão temporária da Democracia ?
    .
    Estes cavalheiros afinal querem o quê ?
    .
    E o hino do “às armas” pode ser outro além da tradução literal. Agarrados pelos cueiros são tantos que dizem nos vários Poderes desta forma tuga de Democracia que já não acredito em nada. Ou os agarrados já deviam estar no Miguel Bombarda ou os que os agarram deveriam estar no Julio de Matos. É que seriam casos de loucura na verdadeira acepção da palavra.
    .
    Isto ‘emerdou-se’ tudo traduzindo à letre o ‘emmerdeur’ do franciu.
    .

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  128. 1 Outubro, 2012 09:58

    Os trastes, como Cavaco, Passos Coelho, Borges e Comp.ª; JMFernnandes, Helena Matos, Crespo e Comp.ª; levaram o País à ruína.

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  129. JCA permalink
    1 Outubro, 2012 13:10

    .
    Mas atenção,
    .
    o caminho da Liberdade (acrescento das Fés com ou sem deuses), da Fraternidade (as irmandades tout court ou coletivas), da Igualdade (do imberbe que é parido e tem direito apenas porque nasceu das mesmas oportunidades basicas da felizmente Civilização HOJE de saude, educação, alimentação, pensão de velhice e abrigo para não dormir com a familia na rua)
    .
    Lá mais para a frente eu explico preto no branco, essa coisa do apartniks à soviética instalados no ‘venha o meu e os desempregados que se fodam’ e dos ‘politicamente corretos’ de extrema esquerda que sair das grutas ‘ali babas dos papás’ tá quieto,
    .
    mas do outro lado do xadrez, uns direitas estatistas armados em também em ‘politicamente corretos’ envergonhados de se assumirem como lenisnistas-trotkistas-estalinistas mas o que querem no dia a dia é o mesmo, no fim do mês venha o meu às toneladas pendurado no OE sacado aos impostos e expropriações aos ‘exploradores ricos e patrões’ ou das grutas ‘ali babas dos papás’ muitos que trabalharam que nem ‘não brancos’
    .
    E quando a Moodys em defesa dos IMENSOS mercados PLANETÁRIOS se refere ao anão ‘Tsu em Portugal’ só contaram para você,
    .
    Quem ‘comprou’ o ‘coninuo’ para mandar esta boca e quem foi o ‘continuo’ que se prestou a mandar esta boca para treta interna ? Quem diz que governa ou quere governar Portugal está mesmo passadinho dos carretos. Porquê ?
    .
    Na Direita, no Humanismo, nos Direitos Humanos há soluções de gente inteligente e altamente politica, mesmo estadista. Mas com a atual de aprendizes, nem se sabe bem de quem porque no limite os mestres não há, continuam a DESTRUIÇÃO.
    .
    Trata-se da GOVENO DE RECONSTRUÇÂO NACIONAL (com ou sem Partidos, eles podem tentar ser ‘com’ embora muito dificil, mas possivel) contra GOVERNOS DE SALVAÇÃO NACIONAL com essas candongas oratórias de martirios, diluvios e catastrofismos linguagem quem que nem a Igreja que dizem retrograda sancionam.
    .
    Ao que isto chegou. E eu não rezo. Mas ou justo.
    .

    .

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  130. JCA permalink
    1 Outubro, 2012 13:17

    .
    adenda “Quem ‘comprou’ o ‘coninuo’ ” deve ler-se ‘Quem ‘comprou’ o ‘continuo’ .
    .
    “Mas ou justo.” deve ler-se “Mas sou justo.”. Acrescento, CAPITALISTA até à medula. Mas não estupido nem otário nem academico-catedratico. Sequer sonhador.
    .

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  131. JCA permalink
    1 Outubro, 2012 13:23

    .
    Na minha casa, na minha familia, há muita gente que reza convictamente. Respeito-os convictamente. Apoio-os, fazem bem se assim estão felizes. E estão. Quanto a mi não rezo. Feitios. Nem melhores nem piores, diferentes.
    .

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  132. Sr. Jame MD Hook permalink
    1 Março, 2013 12:16

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    Obrigado
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