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o ministro da queca

3 Abril, 2013
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«Hoje uma mulher que pretenda ser mãe, mais do que a disponibilidade financeira, reclama por disponibilidade para uma maior dedicação. Se tempo tivesse para os acompanhar teria mais filhos»; «Queremos usar verbas europeias para suportar a empregabilidade parcial»; «Uma mãe ou um pai pode vir mais cedo para casa, pode eventualmente vir a trabalhar apenas meio-dia que o Estado suporta o restante».

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Palavras de Pedro Mota Soares, o Ministro da Sexualidade Solidariedade e Segurança Social, preocupado com a quebra da natalidade em Portugal. Um autêntico benemérito, este ministro do governo mais liberal que Portugal já teve, criador de incentivos à procriação, com oferta de emprego a tempo reduzido, salário cheio e tempo de sobra para o lazer, durante o qual tanto se pode tratar dos filhos como de cuidar de fazer mais alguns. Se conseguir executar este plano deixará obra de vulto. Deverá, pois então, passar à História com o epíteto do «Ministro da Queca».

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Adenda: Apesar do adiantado da hora a que foi escrito e editado, este post já suscitou alguma agitação nas redes sociais, acusando-se o autor de ter redigido um texto «ridículo», na versão mais branda, e «idiota», numa abordagem menos light. Reconheço as críticas, aceito a censura e, apesar de não ser ainda subsidiado (o que espero vir a conseguir), assumo a paternidade da coisa. Tentando emendar a mão e contribuir, de forma positiva, para este tema, sugiro ao Senhor Ministro que especifique, no diploma legislativo que venha a consagrar esta sábia reforma, se o direito ao subsídio é anterior ou posterior à procriação. E que, se possível, evite entregar a redacção da lei ao Dr. Paulo Rangel, de modo a não termos que andar a discutir, nos próximos anos, se se trata de um subsídio «de» procriação ou «da» procriação.

23 comentários leave one →
  1. 4 Abril, 2013 00:04

    O aumento da natalidade é bom. Mas uns óbitos aqui e ali também faziam falta: http://lishbuna.blogspot.pt/2013/04/blog-post_9315.html

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  2. Duarte de Aviz permalink
    4 Abril, 2013 00:04

    Bem em linha com o pensamento socialista que preside à desastrosa governação, em que o governo acha que tem que se meter no que os portugueses fazem, ou não fazem, na cama. Se isto não foi tirado de um livrito do Mao, parece.

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  3. piscoiso permalink
    4 Abril, 2013 01:12

    Vá lá que ele não se lembrou de proibir a venda de preservativos.

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  4. eramasfoice permalink
    4 Abril, 2013 01:14

    post idiota

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  5. 4 Abril, 2013 01:37

    pois , como se trabalhar a tempo parcial tivesse algum efeito na recusa em parir escravos ou futuros emigrantes.

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  6. André permalink
    4 Abril, 2013 06:17

    Tudo bem, lembre-se que o Estado precisa de (pelo menos) manter a população do país para sustentar as reformas. Claro, se o senhor quiser trabalhar até aos 80, isso é consigo, mas eu não me sentiria seguro num autocarro se lá tivesse um motorista praticamente cego e surdo. Também acho que as obras ficariam espetaculares, uns quantos velhos a construir e arranjar edifícios mas sem força para o fazer. Sim, era bom que o governo se preocupasse mais com a natalidade. É claro que seria ainda melhor se não obrigassem uma grande percentagem da população ativa a mudar de país, mas claro, nisso o governo prefere não pensar.

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  7. PiErre permalink
    4 Abril, 2013 07:57

    Ó André, não queiras ser velho, pá, olha que é uma grande chatice!…

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  8. Monti permalink
    4 Abril, 2013 08:10

    Afinal, Sócrates também tinha razão:
    Cheque Bebé, Já.

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  9. Churchill permalink
    4 Abril, 2013 08:37

    Há um problema grave identificado, a baixa natalidade.
    Como é normal é necessário pensar políticas que promovam.
    Esta ideia do ministro é boa, apesar de insuficiente para o grau do problema. Mas é positiva.
    .
    Não conheço o Rui A., mas posso garantir-lhe que com duas horas a menos por dia muitos pais podiam levar. Trazer os filhos da escola, o que de outra forma é complicado (especialmente para horário de 10 e mais horas).
    .
    Por isso como já alguém disse não só o post é idiota como ignorante.

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  10. Churchill permalink
    4 Abril, 2013 08:38

    Monti
    Entre tanta asneira também terá participado em algumas ideias positivas.
    O problema é o saldo

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  11. PiErre permalink
    4 Abril, 2013 09:04

    “Uma mãe ou um pai pode vir mais cedo para casa, pode eventualmente vir a trabalhar apenas meio-dia que o Estado suporta o restante”.
    .
    Isto prova que o Estado, ou está podre de rico, ou está apenas podre.

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  12. Grunho permalink
    4 Abril, 2013 10:08

    Só me espanta ainda citares o parvo do Lambreta.

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  13. General permalink
    4 Abril, 2013 10:45

    E as senhoras que trabalham a tempo inteiro a queca ! Quem acompanha os filhos ? Isto de fazer leis não está nada fácil.

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  14. Tim permalink
    4 Abril, 2013 11:28

    Mota «vespa» Soares é uma anedota ministerial.

    Quando não anda disfarçado de ministro-fantasma sai-se com pérolas destas.

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  15. Pedro Martins permalink
    4 Abril, 2013 11:48

    É, obviamente, uma medida parva e (apenas) propagandista. Cairá à primeira fraude ou consequência adversa para os trabalhadores (sim…é tudo muito bonito, quando associado a uma maior flexibilidade do vínculo laboral. Não dá a cara com a careta, digo eu, que não percebo nada disto!)

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  16. maranus permalink
    4 Abril, 2013 12:56

    Houvesse investimento, incentivo ao trabalho e emprego, com a produção de riqueza advinda e não faltaria multidão de gente a acorrer de toda a parte, já toda feita e apta a contribuir para o enriquecimento do País. Mas ninguém lembrará o ministro, atarefado a promover a ‘queca’, nem mesmo o autor da posta?, pois era ganho e poupança certa, não despicienda da economia, já diz Cícero, que alguma vez li e me orientou altamente .

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  17. maranus permalink
    4 Abril, 2013 14:51

    Governo quer criar part-times para fazer filhos, já formados e mestrados, frescos, se possível, quantos mais, que a Alemanha está desejosa deles …

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  18. Joaquim Amado Lopes permalink
    4 Abril, 2013 14:57

    André,
    “Tudo bem, lembre-se que o Estado precisa de (pelo menos) manter a população do país para sustentar as reformas.”
    Quanto dinheiro se vai gastar nesta imbecilidade “ultraliberal”?
    Quantas crianças a mais nascerão devido a ela?
    Quando crescerem, quantas dessas crianças ficarão a trabalhar no país?
    Quantos trabalhadores decidirão abandonar o país para não terem que pagar tantas imbecilidades “ultraliberais”?
    .
    Reformar a Segurança Social (p.e. acabando com as pensões elevadas e com uma enormidade de subsídios que não fazem qualquer sentido) não entra na cabeça destes “ultraliberais” que julgam que o dinheiro a distribuir surge por geração espontânea e não tem que ser retirado a ninguém.

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  19. Fincapé permalink
    4 Abril, 2013 16:51

    “…este post já suscitou alguma agitação nas redes sociais, acusando-se o autor de ter redigido um texto «ridículo»…”
    Caro, rui a.
    É para ver o tipo de gente com que anda metido. 🙂 Fico sem saber se o diácono Remédios é uma caricatura deles ou se, pelo contrário, eles é que são uma caricatura do diácono Remédios. Mas para o efeito tanto faz.

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  20. Fincapé permalink
    4 Abril, 2013 21:56

    “… com quem anda metido.” 🙂

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  21. André permalink
    5 Abril, 2013 08:43

    Joaquim Amado Lopes,
    Obviamente que é preciso reformar em larga escala a Segurança Social e eu não coloco isso em causa. Mas não há nenhum modo alternativo de pagar pensões se não houver habitantes em idade ativa a produzir.
    Muitos trabalhadores não abandonam o país por terem de pagar a Segurança Social e suas “imbecilidades”. Muitos trabalhadores abandonam o país porque não têm trabalho. Porque não há quem consuma, e se não há quem consuma, não há empresa que escoe os produtos que produz (a lei mais capitalista que existe). E também há muitos que não querem voltar porque para além de Portugal ser como é, nos outros países ganham mais e ainda têm Estados que os protegem.
    As crianças que nascerem agora talvez fiquem a trabalhar no país, tudo depende se alguém está interessado AGORA em voltar a ter grandes níveis de consumo. Infelizmente, dentro deste governo, ainda não vi ninguém que o quisesse fazer.

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