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Da revolta do remorso

25 Abril, 2014

… à cerimónia do despeito. A revolta do remorso procurem que logo perceberão o que foi e quando foi (mas foi mto antes de 1974). Quanto à cerimónia do despeito teve lugar hoje no Largo do Carmo e nela os participantes deram largas ao seu descontentamento por o 25 de Abril não ter instituído um regime de pensamento único em que éramos livres de escolher a esquerda e de ver o país a ser esfanicado pelas lutas suicidárias que essa mesma esquerda trava entre si.

32 comentários leave one →
  1. Esmeralda permalink
    25 Abril, 2014 17:36

    PERFEITO, Helena Matos!. Como nas sagas das grandes famílias, o “romance” 25 de Abril está cheio de circunvoluções, arranques e recuos, mudanças de papel e de personagens e – sobretudo – ALTERAÇÕES DE MEMÓRIA. As expressões que têm sido utilizadas por “patriarcas”: “TÊM DE…”, “TEM DE”, leva água no bico. É como se essas figuras se julgassem proprietárias dos destinos da República. A partir de certa altura, porém, as lições desses “patriarcas” mais rezingões têm todas o mesmo destino: ouvem-se e, por embirração legítima, faz-se exactamente o contrário. É UM BOM PRINCÍPIO!

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  2. 25 Abril, 2014 17:53

    a liberdade é mesmo um conceito … e depende do estado de consciência de cada um i.e. sobre o que isso representa para si num determinado instante. Logicamente quem não viveu o antes apenas (como eu) poderá teorizar/ opinar sobre o assunto (o que já não não é mau!!!) …. resta perguntar que p de liberdade é esta que vivemos e de que que modo é que queremos que evolua …. ? contra o estado de bovinidade marchar marchar…

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  3. gastão permalink
    25 Abril, 2014 18:04

    Por falar em pensamento único, olhe tome lá mais um: “Não há alternativa”.

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    • Fernando S permalink
      25 Abril, 2014 18:12

      Claro que há “alternativa” : voltar a fazer as mesmas asneiras que nos levaram à bancarrota !!

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    • lucklucky permalink
      25 Abril, 2014 22:29

      Gastão é claro que há alternativa. privatize-se os Hospitais – e privatizar não é vender a uma empresa para o estado ficar como dinheiro, mas entregar % da posse dos hospitais a cada pessoa.
      Acabe-se com essa instituição de maus tratos infantis: Escola Publica de modo a que os professores passem a ser Professores e não funcionários. Acabe-se com monopólios, os passados e os criados pelo Governo de Passos Coelho o mais Soci@lista das ultimas décadas.. Acabe-se com preços regulados, e centenas de comissões, entidades etc…

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    • Fernando S permalink
      25 Abril, 2014 23:25

      lucklucky,
      A sua “alternativa” também não existe. Pelo menos no contexto politico actual.
      Ou esqueceu-se da Constituição, do Tribunal Constitucional, do Presidente da Républica, etc ?…
      De resto, o lucklucky, que gosta tanto de dar lições de anti-socialismo, deveria saber que uma das principais marcas de uma democracia liberal é um sistema constitucional que limita os poderes do governo.
      É verdade que, infelizmente, a Constituição que temos limita os poderes de governação em sentido fundamentalmente socialista.
      Mas é a que temos e, enquanto não for alterada, condiciona a nossa vida politica e, sobretudo, a margem de manobra de um qualquer governo reformador.
      Mesmo que porventura o governo actual quizesse fazer as reformas liberais que o lucklucky deseja, e que eu também gostaria que fossem um dia realizadas havendo condições para tal, a verdade é que não faria absolutamente nada porque cairia no dia seguinte e seria substituido por outro muito mais iliberal. Mais do que um passo em frente seria um suicidio politico e uma porta aberta para um rápido regresso ao passado (se não for um salto para um futuro desconhecido …).
      A sua lenga lenga de que “o Governo de Passos Coelho é o mais Soci@lista das ultimas décadas em Portugal” mostra que o meu amigo, para além de ser um provocador sectário que não respeita nada nem ninguém, vive num pais virtual !…
      (Entre nós, gosto muito mais de me “cruzar” consigo quando o vejo a comentar, com bastante lucidez e coragem, sobre outros assuntos, nomeadamente internacionais, com um posicionamento assumidamente pró-ocidental (“Soci@lismos ?!…”), como a intervenção americana no Iraque, o conflito israélo-palestiniano, etc…)

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  4. Slint permalink
    25 Abril, 2014 18:09

    E agora há pensamento único do PS e do PSD. Ambos exactamente iguais.

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    • Fernando S permalink
      25 Abril, 2014 18:28

      Felizmente que nos resta o pensamento do PCP !…

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      • Alexandre Carvalho da Silveira permalink
        25 Abril, 2014 21:04

        Ou o pensamento do Vasco Lourenço. Mas esse, pelas explicações que ele dá, não percebemos bem qual é.

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  5. Carmo Pais permalink
    25 Abril, 2014 18:16

    …”Há 40 anos os militares chegavam ao Largo do Carmo onde o chefe do Governo, Marcelo Caetano, estava refugiado. Rendeu-se ao fim de seis horas, no último suspiro da ditadura. O Largo do Carmo é, por isso, um dos palcos centrais das celebrações de Abril. Esta manhã acolheu os militares que recusaram ir às comemorações no Parlamento, e a população. A Helena Matos chama-lhe cerimónia do despeito. Surge-me um dúvida, e no Parlamento tratou-se de que cerimónia? a gente de cravo ao peito e não só que hoje estava em lugares de relevância na AR, é diferente da de 1926? os deputados com e sem cravos são eleitos pelos chefes partidários e não pelo eleitorado, que se limita a votar na lista do partido. Na Constituição de 1933 Salazar nomeava o Presidente da República, na Constituição de 1976 o deputado é designado pelo chefe do partido, Salazar não obedecia a Belém, agora S. Bento não obedece aos deputados, na verdade ele é o seu criador. Tudo legitimidades fictícias e indevidas. Esta gente é eleita, pela minoria que vota, que cada vez será mais minoria, e representam a população? o povo, de várias cores politicas, e até gente politicamente “inorgânica” esteve no Largo do Carmo, tenderá a estar cada vez mais até á mudança deste regime…respeito o que escreve, mas não concordo.

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    • manuel permalink
      25 Abril, 2014 18:42

      Um pequeno detalhe: na constituição de 33 o presidente da república era eleito em eleições directas de acordo com as tradições da constituição de 1911.

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    • Fernando S permalink
      25 Abril, 2014 19:36

      Carmo Pais : “os deputados com e sem cravos são eleitos pelos chefes partidários e não pelo eleitorado, que se limita a votar na lista do partido.”

      Ninguém é obrigado a votar. Nenhum sistema eleitoral é perfeito, todos teem vantagens e inconvenientes. Por sinal, a maior parte não é sequer uninominal. Os partidos são indispensáveis numa democracia. Historicamente, quase sempre que se procurou anular a influencia dos partidos acabou-se em poderes mais ou menos autocráticos.

      Carmo Pais : “Esta gente é eleita, pela minoria que vota, que cada vez será mais minoria,…”

      Até ver ainda é a maioria do corpo eleitoral que vota. Mas mesmo que fosse uma minoria, mesmo que a abstenção fosse ainda mais elevada, é mais representativo do que a ausencia de eleições. De resto, a abstenção não é apenas nem necessáriamente um sinal de desafecção, pode ser também uma escolha racional de não participação na vida politica.

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      • Alexandre Carvalho da Silveira permalink
        25 Abril, 2014 21:10

        Este sistema é o que resultou da Constituição de 1976. Mas parece que a esquerda gosta muito desta constituição para umas coisas, mas não gosta para outras.
        Eu também acho que o sistema eleitoral deve ser alterado para um sistema de circulos uninominais, onde os deputados são eleitos por eles, embora em representação dos partidos, e não metidos a martelo numa lista partidária. Como era, pasme-se, o sistema eleitoral da Monarquia Constitucional dos finais do século XIX.

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  6. joao permalink
    25 Abril, 2014 19:09

    não se incomodem. Tirando os tontinhos do pcp e do be e alguns sindicalistas e os xuxas de sempre que já se vêm de novo no poder, o povo está sereno. Ainda hoje não vi as cerimonias dos ressabiados do 25 abril. Saí, almocei em família, estou de novo em casa com a familia a ver filmes e a descansar.Mais um feriado como tantos outros.

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  7. Rui C permalink
    25 Abril, 2014 19:55

    Cara Helena

    Excelente post. No que respeita ao pensamento único, não sei se terão assim tanta razão para se lamentarem. É claro que não é obrigatório, eu sei.
    Terão que se conformar com a data do pensamento redondo.

    Curioso é haver ainda assim uns patuscos, que prosaicamente se interrogam – estaremos melhor agora ?. A dúvida que os intriga é no essencial, idiota. E desde logo porque se o que se pretende é comparar o presente com o passado que o antecedeu, já não é legítimo proceder inversamente. Para que se possa estabelecer uma semelhança de procedimento, aceitável e justa, teríamos então de comparar esse passado “recente” com o passado que o antecedeu e nunca com o presente. Ora este, não é exercício que recomende aos fautores da florida revolução de há quarenta anos.
    Para o ano e se ainda houver País recomendava a quintarola da atalaia em vez do largo do Carmo.

    Enfim Abril sempre, Maio nunca mais.

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  8. Um judeusito permalink
    25 Abril, 2014 20:40

    Criticas a várias formas de “pensamento único”, segundo vários comentadores, o que de qualquer forma é sempre bom.

    Louvores a se poder falar e debater, algo que não era há 41 anos possível.

    Também a Troika, nossos credores, vão tendo cada vez mais criticas. Depois da ultima opinião que se devia baixar os Ordenados dos Privados (dos privados), numa espécie de Kommitern Capitalista contra a livre iniciativa, contra o “deixa fazer” liberal, houve várias vozes contra, como por exemplo de Cavaco, que afirmou tratar-se apenas de Ideias da Troika.

    Enfim, alguém de direita que seja contra este Kommitern Capitalista, que até aos privados de Portugal, quer impor directrizes, impor um plano quase quinquenal.

    (não.. não é exagero. A palavra Troika é russo para TRIO)

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    • Fernando S permalink
      25 Abril, 2014 22:07

      A Troika não diz que o governo deve baixar os salários do sector privado. Não é sequer possivel numa economia de mercado. Não faria nem faz qualquer sentido.
      O que a Troika, em particular o FMI, acha é que a legislação laboral deveria ser ainda mais flexibilizada (o que inclui a não subida do salário minimo legal, preferencialmente até a sua diminuição e categorização), na suposição de que, pelo menos numa primeira fase, esta flexibilização teria como consequencia prática uma diminuição adicional do salário médio.

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      • Um judeusito permalink
        26 Abril, 2014 18:32

        “na suposição de que, pelo menos numa primeira fase, esta flexibilização teria como consequencia prática uma diminuição adicional do salário médio.”

        Mesmo que seja só isso que refere, é esclarecedor que a Troika quer baixar os Ordenados dos Privados.

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    • Fernando S permalink
      26 Abril, 2014 19:20

      Apenas com um verdadeiro mercado de trabalho, em que as ofertas e as procuras se ajustam a determinados preços, é que seria possivel ver se os salários, ou determinados salários, precisam ainda de ser ajustados e em que sentido, para cima ou para baixo.
      Há efectivamente muita gente, não apenas da Troika, que pensa que existem ainda certos salários que não baixaram o suficiente. A verdade é que o diferencial de salários entre Portugal e outros paises mais desenvolvidos é ainda menor do que o diferencial de produtividade correspondente. Há situações muito diferentes.
      Mas o mais importante nem é isto, ou seja, permitir que os salários dos empregados actuais possam ajustar-se se necessário.
      O que mais interessa é dar confiança aos investidores, nacionais e estrangeiros, no sentido de que saberem que podem investir e empregar sabendo à partida que não vão ser obrigados a pagar salários mais elevados e a ficar com trabalhadores excedentários se porventura as condições do negocio não forem tão favoráveis em determinados momentos ou em definitivo.
      Sem este tipo de garantias o mais provável é que o investimento no futuro não aumente como seria desejável.
      Uma maior flexibilização do mercado de trabalho e uma eventual moderação dos salários favorecem o investimento e o emprego futuros e, deste modo, são a melhor garantia para que, numa fase subsequente, um numero crescente de trabalhadores venha a ter trabalho mais seguro e empregos mais elevados.
      O que a Troika, e todos aqueles que, como eu, concordam com esta politica, querem é que haja mais investimento, mais e melhores empregos, e salários mais elevados.

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      • neotonton permalink
        27 Abril, 2014 09:37

        Forca, Troika.
        Portugal esta comtigo!!!

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      • Fernando S permalink
        27 Abril, 2014 10:24

        Portugal deve estar com quem o pode ajudar a resolver os seus problemas financeiros e economicos.
        Sem a ajuda da Troika teriamos ido completamente ao fundo.
        A atitude e as ideias do neotonton representam bem o Portugal irresponsável que viveu acima dos seus meios à conta de dinheiro emprestado e que agora sem vergonha quer fazer o calote !

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  9. JDGF permalink
    25 Abril, 2014 21:14

    Não entendo o que é isso da ‘revolta do remorso’.
    Por tal motivo o post tornou-se uma charada, sem nexo…

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    • Efe permalink
      26 Abril, 2014 19:30

      É a revolta em parte civil de 1927, já contra a ditadura. Os miliares terão faltado ao commbinado e aderiram tarde demais – e essa adesão teria sido apenas “por remorso”, já que tinha havido levantamentos no país e no Porto.

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  10. Rui C permalink
    25 Abril, 2014 21:30

    Caros Carmo Pais e Fernando

    No fundo a diferença essencial está na eleição através do voto generalizado. Resultará daqui uma melhor performance governativa?. Pode ser. O que resulta certamente é uma sensação de pertença, de poder de intervenção e de escolha. O que sempre faz bem ao ego.
    Numa eventual emergência de um “corpo eleitoral” minoritário, e do ponto de vista democrático, a representatividade seria aceitável. Já o mesmo se não poderá dizer da legitimidade.
    A abstenção podendo ser interpretada de vários modos, não é certamente um sinal de adesão. O desinteresse ou desafecção serão mais prováveis do que a opção, racional ou não, pela ausência de participação na vida política. Até porque esta será provavelmente a consequência daquela.

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  11. Jean Marie Le Pen permalink
    25 Abril, 2014 22:41

    “Em poucas décadas estaremos reduzidos à indigência, ou seja, à caridade de outras nações, pelo que é ridículo continuar a falar de independência nacional. Para uma nação que estava a caminho de se transformar numa Suiça, o golpe de Estado foi o princípio do fim. Resta o Sol, o Turismo e o servilismo de bandeja, a pobreza crónica e a emigração em massa.”
    “Veremos alçados ao Poder analfabetos, meninos mimados, escroques de toda a espécie que conhecemos de longa data. A maioria não servia para criados de quarto e chegam a presidentes de câmara, deputados, administradores, ministros e até presidentes de República.”

    Marcello Caetano, sobre o 25 de Abril

    http://portadaloja.blogspot.pt/2014/04/o-que-nasce-canhoto-tarde-ou-nunca-se.html

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    • Efe permalink
      26 Abril, 2014 19:33

      Portuga a caminho de ser uma Suiça? A amargura de Marcello – um homem muitísssimo inteligente – fê-o cometer esse erro da Suiça. Melhor para nós, que agora ficaríamos a ruminar no poder quase profético de Marcello Caetano.

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  12. Juromenha permalink
    26 Abril, 2014 18:05

    Um país que já deixou de o ser e comemora “festivamente” a data do seu suícidio…

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  13. J. Madeira permalink
    27 Abril, 2014 17:44

    Exacto, desta vez a D.Helena só trocou os dados
    do problema, a cerimónia no Largo do Carmo ser-
    viu para dar voz aos que são esfanicados pela
    união das direitas … neste momento legalmente
    no poder mas, sem qualquer legitimidade, excepto
    a que lhe é dada pelos serventuários e extipêndia-
    dos da comunicação social e da blogoesfera!!!

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  14. 27 Abril, 2014 21:53

    Uma récua de anciãos bota-abaixo fizeram a sua manif.
    Pronto: deixá-los.
    É uma coisa só deles.
    Passados uns dias, ninguém liga peva.
    A prova que aquilo não presta é que até o merdas-pai por lá apareceu, à zé do boné.

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  15. A. R permalink
    29 Abril, 2014 00:38

    Eu sei bem o que ele queria: um golpe de Estado tipo 17 de Outubro

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