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Salário mínimo — efeito na margem

8 Novembro, 2015

Os Ladrões de Bicicletas publicam aqui um argumentário tentando demonstrar que o salário mínimo não provoca desemprego. A ideia principal é que, como em média o peso do aumento do SMN na massa salarial é baixo, nenhuma empresa deixará de contratar. O autor usa a média desse peso na economia e também algumas médias sectoriais.

Alguns pontos que deviam ser óbvios, mas que pelos visto lá no Ladrões de Bicicleta não são:

  1. Ninguém cria empresas par ter massa salarial. Os empresários criam as empresas para rentabilizar o capital que nelas investem. Portanto, o que interessa é o impacto do salário mínimo no lucro da empresa e não nos custos salariais. Por norma, numa empresa os lucros são uma pequena fracção dos custos pelo que se um factor tem um pequeno impacto nos custos terá sempre um impacto muito maior nos lucros.
  2. Quando se analisa o impacto de uma medida tem que se analisar o seu efeito nos casos marginais e não na média. O efeito será sentido em primeiro lugar pelos trabalhadores menos qualificados e sem capacidade de adaptação e pelas empresas mais dependentes de salários baixos. São estes trabalhadores que vão para o desemprego e são estas empresas que desaparecem.
  3. Como o efeito tem que ser analisado na margem, tem que se comparar o efeito de um aumento do SMN no lucro bem como o efeito do aumento do SMN na competitividade de um trabalhador quando comparado com soluções alternativas como por exemplo usar o que se paga ao trabalhador para melhorar a produtividade dos restantes adquirindo máquinas.

O desemprego aumenta com o SMN porque os casos marginais são excluídos do mercado. Não conseguem competir com modos alternativos de produção. A propósito, já repararam na proliferação de lavandarias self-service? Alguém fez as contas e concluiu que uma lavandaria seria mais rentável e chegaria a novos nichos se não tivesse trabalhadores. Quem são os trabalhadores que competem com as máquinas destas lavandarias? Trabalhadores que recebem salários próximo do mínimo em lavandarias normais. Aposto que lá no Ladrões de Bicicletas dizem que o peso do aumento SMN na massa salarial das lavandarias é baixo. Pois, mas um pequeno aumento pode tornar todo um negócio inviável porque a alternativa concorrente se torna mais lucrativa.

40 comentários leave one →
  1. 8 Novembro, 2015 13:39

    Não me parece que grandes economistas e comentadeiros da nossa praça sejam gente de fazer compras no Jumbo ou no Continente, ou de ir ao McDonalds, mas é só reparar na quantidade cada vez maior de máquinas de checkout self-service.

    Isso são substituições de salários mínimos.

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    • Zé dos Bois permalink
      8 Novembro, 2015 16:27

      E as portagens. Qualquer dia aparecem também os carros Google a substituir os taxis.

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  2. anti-comuna permalink
    8 Novembro, 2015 13:56

    Caro JM, relembre o que lhe disse há uns anos atrás. Chegaria o dia em que Portugal se dividiria em dois. Aquilo que o Orlando Ribeiro referia como o “Atlântico” e o resto. O resto é e sempre foi comunista, colectivista e parasitário.

    Quando o caro JM aderirá à ideia de uma secessão do país produtivo do resto do parasitário? 😉

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    • lucklucky permalink
      8 Novembro, 2015 14:56

      Tss tss tretas, quando os do Norte chegam a Lisboa tornam-se mais Estatistas que os nativos.

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      • anti-comuna permalink
        8 Novembro, 2015 15:13

        Discordo em absoluto. O norte e o centro de Portugal não criaram nenhum sistema económico, foram sempre a reboque do que foi decidido em Lisboa. Desde os inicios da proto-industrialização Portuguesa que é assim.

        Como prova maior está na “matança” da industria moderna papeleira mundial, que ocorreu no Vale do Ave, antes de todo o mundo, em especial a escandinávia, e em Lisboa, para proteger as papeleiras do sul, criaram artificios que mataram esta indústria nascente e até inovadora, que surgiu em Portugal. Antes do resto do mundo.

        E poderia dar mais exemplos práticos do canibalismo de Lisboa sobre o norte e centro do país, em que ofereciam algumas benesses a alguns caciques do Norte em troca do controlo destas novas indústrias que emergia a norte. Outro exemplo? A indústria textil, que a Norte começou mais cedo que na própria Alemanha mas os do sul, como é costume, mataram a indústria do norte.

        É o padrão histórico. Em Lisboa comparam alguns caciques do norte e em troca rebentam com tudo o resto em prol dos parasitas do sul.

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    • Fontinha permalink
      8 Novembro, 2015 15:43

      Completamente de acordo, e para fazer massa crítica, a zona “Atlantico” faz acordos com a Galiza, quiça união autonómica. Só assim pede o Norte aspirar a um aumento do seu nível de vida.

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      • anti-comuna permalink
        8 Novembro, 2015 15:52

        Nem precisa de ligar à Galiza, embora fosse preferível. O Luxemburgo é mais pequeno e é ver o seu elevado nível de vida. 😉

        Mas o importante hoje é dizer: Basta!

        E gerar um amplo movimento de apoio político, social e económico para dividir o país. E restabelecer a geografia humana e natural: atlântico para um lado, o sul meridional para o outro.

        O norte e o centro do país não precisam de Lisboa e do resto do país para nada. Pelo contrário, é preciso erradicar de vez com este parasitismo histórico. Mas de longos milénios. Já os tais famosos “lusitanos” venderam o seu mais heroico líder para se aliarem aos romanos e depois tentaram exterminar (hje chamar-se-ia genocidio) as populações do atlântico.

        É histórico. O sul de Portugal sempre quis e conseguiu dominar o nore de Portugal. E suga-o até à última gota de sangue e suor. Está na altura de dizer: Basta!

        Não precisamos deles para nada. Só precisamos dos que lá vivem e não se revêm neste comunismo encardido. 😉

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  3. 8 Novembro, 2015 14:05

    As medidas anunciadas visam sobretudo alimentar a clientela de esquerda, os mais desfavorecidos pouco ou nada ganham, e será por pouco tempo. E lá vêm os números mágicos a que Sócrates nos habituou. Défice de 2,5% sustentado pela procura interna. Pois sim. Se os portugueses chegarem a ver esses aumentos de pensões e salários é melhor pouparem para os próximos anos de austeridade, que chegará de certeza numa versão mais hardcore que a última. Em Bruxelas devem estar felizes de contentes com o rumo que as coisas estão a tomar por cá, e a zurzidela deve ser valente. O que agradará sobremaneira aos anti-europeístas do PC e BE, que aproveitarão para demonizar quem nos tem mantido à tona e que nos pode mandar ao fundo em menos de uma semana. Não vou dizer mal de quem votou PS, certamente não imaginou esta salada, mas é melhor começarem a pensar no que irão votar quando chegar o inevitável referendo sobre se continuamos na UE ou saímos para os braços amigos da Catarina e do Jerónimo.
    No meio disto tudo, poucos falam sobre a real necessidade deste acordo. O governo caía do mesmo modo, o PS mandava na esquerda, ou o governo não caía mas também não se podia esticar. Ficamos com um modelo de governação em que afinal ninguém votou, e a única diferença é que Costa continua à frente do PS. No meu modesto entender, é muita bagunça para satisfazer o ego de um só homem.

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 14:21

      “As medidas anunciadas visam sobretudo alimentar a clientela de esquerda, os mais desfavorecidos pouco ou nada ganham, e será por pouco tempo. E lá vêm os números mágicos a que Sócrates nos habituou. Défice de 2,5% sustentado pela procura interna. Pois sim. Se os portugueses chegarem a ver esses aumentos de pensões e salários é melhor pouparem para os próximos anos de austeridade, que chegará de certeza numa versão mais hardcore que a última. ”

      Bem visto. Mas o problema será o retorno dos défices, mas os gêmeos. O orçamental é perigoso mas o pior deles todos é o da balança de pagamentos.

      Este forte aumento da procura interna irá provocar uma forte subida nas importações pois o tecido Português, cada vez mais especializado e dirigido ao mercado externo, não terá grandes hipóteses de satisfazer esta procura. Para agravar mais o problema, vem aí um novo aumento da carga fiscal, que incidirá sobre os salários mais altos, já que os mais baixos já são menos taxados que os mais elevados. Além de uma nova carga fiscal sobre esta classe média tida como rica pelos parasitas, também haverá um aumento da carga fiscal sobre os capitais e os investidores. Precisamente esses que poderiam investir e satisfazer esse forte acréscima da procura interna.

      O resultado será dramático. Uma forte subida nas importações e uma asfixia sobre o tecido produtivo Português, cada vez mais virado para os mercados externos. Com o forte aumento do salário minimo bem acima do aumento da produtividade, o desemprego estrutural subirá. Ou seja, haverá mais gente sem oportunidade para fazer parte do mercado de trabalho e, com o tempo, acabarão por empobrecer mais rápidamente, mesmo que as despesas sociais do Estado com eles aumentem. Uma estupidez de todo o tamanho.

      Mas o mais grave é mesmo voltar ao mesmo modelo económico que levou o país à bancarrota. E, analisando-se os resultados eleitorais, fica evidente quem não aceite viver sob um novo modelo económico baseado na criação antes da sua eventual distribuição. O sul de Portugal. Que desde o 25 de Abril sempre foi comunista ou socialista radical.

      Está na altura de dividir o país. Os que trabalham e criam riqueza devem separar-se do sul parasita. Os do sul que não se revêm no comunismo podem e devem emigrar para norte.

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  4. André Miguel permalink
    8 Novembro, 2015 14:37

    Anti você deixa-me deprimido! Que mal fiz eu a Deus para nascer no Alentejo…
    Mas olhe que os ventos por estas terras são de mudança, lenta mas que irá chegar. É terra de velhos e por isso o socialismo domina, mas as novas gerações, ainda que em grande minoria, pensam diferente, principalmente porque, como eu, emigram… A seu tempo!

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 14:41

      Será sempre bem-vindo a norte do Alentejo. Os comunas a norte podem emigrar para sul e os anti-comunas a sul para norte. E ficarão todos satisfeitos. 😉

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    • 8 Novembro, 2015 22:39

      André: venha para o Norte e abra um restaurante alentejano que terá sucesso! 😉

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  5. anti-comuna permalink
    8 Novembro, 2015 15:01

    A produtividade Portuguesa na indústria é demasiado baixa. Cresceu nos últimos anos acima da media europeia mas continua na cauda da Europa. Uma imagem vale mil palavras:

    Como é que desejam ter salários “europeus” sem a correspondente produtividade para aguentar fortes aumentos dos salários minimos?

    Dirigir mais recursos à procura interna não terá os efeitos propagandeados pelos comunas. Até porque…

    Os serviços em Portugal, que se sustentam sobretudo para o mercado interno, que é pequeno, logo menos capaz de ganhar economias de escala, com este aumento de custos, em vez de procurar competir no exterior, preferirá voltar a encostar-se ao Estado. E subir os seus lucros pela via dos aumentos dos preços sobre os produtos e serviços. Que gerará efeitos indirectos sobre… As próprias exportações de serviços, como o turismo ou até mesmo vendas de IT.

    Este forte aumento na procura interna não ajudará a aumentar a produtividade industrial, o grande calcanhar de Aquiles de Portugal. Até porque, grande parte do território Português, como o Algarve, por exemplo, está quase sem indústria. E com fortes aumentos dos salários, artificialmente dirigidos pelos políticos, de cima para baixo (ao contrário das boas práticas internacionais, de baixo para cima), acabará por impedir que vastas regiões Portuguesas se industrializem. Como o Algarve, por exemplo. Ou casos mais dramáticos, os arquipélogos dos Açores e da Madeira. Que precisarão ainda mais de transferências financeiras do continente para fazer face ao seu elevado consumo, sem a correspondente criação de riqueza. Sobretudo em termos industriais.

    O neocomunismo que se irá implantar em Portugal irá ainda agravar mais as condições de vida dos cidadãos. Em especial as regiões menos industrializadas, como o sul do Tejo e o Interior.

    A solução é óbvia. Já que a sul a mentalidade é comuna e parasitária, o norte e o centro de Portugal devem separar-se e deixarem de pagar os rendimentos artificiais alheios. Em especial os de Lisboa, que vive sobretudo da parasitagem do resto do país. Se ainda por cima não querem turistas, então que sobrevivam a comer-se uns aos outros. Mas o resto do país que lute contra o comunismo decidido a partir do Terreiro do Paço.

    A solução é óbvia. O norte e o centro de Portugal devem pedir e imediatamente a sua independência do resto do país. Não precisam dele para nada.

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  6. Licas permalink
    8 Novembro, 2015 15:57

    Basta passar-se pelo Alentejo de hoje (após a hiper-barragem do Alqeiva)
    para nos convercermos que Agricultura do sec. XXI só nesta Província..
    Comparado com as “hortecas” a norte do Tejo, enfim . . ..

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 16:05

      Mas não chega produzir cereais e frutas, estimado Licas. Isso não chega. Até porque a concorrência do exterior permitirá que o norte e o centro do país importem cereais a bom preço, os transformem e voltem a reeportar. 😉

      Já faz isso com a casca do sobreiro, por exemplo.

      Custa a muitos do sul este divórcio, até porque nem sequer se revêm no neocomunismo de que são vítimas. Mas o norte e o centro de Portugal não pode viver asfixiado e oprimido pelo sul por uma minoria no sul. Que podem sempre emigrar para norte onde seão sempre bem-vindos. A questão é sobretudo sociológica e cultural, derivada da própria geografia natural. Não tem nada de genético. Até porque, o sul foi sobretudo populado com gente oriundo a norte. A questão é cultural, histórica e que deriva sobretudo das próprias condições naturais, relevo e morfolgia terrestre do sul.

      Mas o divórcio é inevitável.

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  7. Rocco permalink
    8 Novembro, 2015 16:07

    Economia não é o “forte” deste pessoal… Mas eles acham que sim…

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  8. anti-comuna permalink
    8 Novembro, 2015 16:15

    O norte e o centro de Portugal compreende cerca de 60% da população que habita o território. São cerca de 6 milhões de pessoas. Ora, há países muito ricos com menos população que estes 6 milhões. Um exemplo?

    A Dinamarca não chega sequer aos seis milhões. O seu próprio território é esparso, se incluirmos as suas “possessões” mais a norte. Mas é dos países mais ricos do mundo. E “só” tem quase 6 milhões. Quase tantos como o norte e o centro de Portugal.

    Casos extremos temos o Luxemburgo, que por sua vez, cerca de 1/5 da sua população é Portuguesa. Oriunda sobretudo do norte e centro de Portugal. Não chegam aos 600 mil habitantes mas são o país com mais rendimento per cápita do mundo.

    Com 6 milhões de habitantes, aberto ao mundo, fazendo parte do Euro, NATO, da UE e fronteiras económicas bem abertas ao mundo, esta região tem tudo para ser das mais desenvolvidas do mundo. É a parte do país que mais exporta, tirando as multinacionais estrangeiras. A sua geografia e ocupação humana condiciona, não apenas o tipo de estrutura económica (PME, exportadoras e abertas ao mundo) como a sua própria mentalidade. Conservadora e católica mas ao mesmo tempo aberta ao mundo. Basta relembrar que foi no Douro, nas duas margens, que os ingleses se estabeleceram e criaram um produto único no mundo: o Vinho do Porto. E é ver os séculos de sã convivência entre esta comunidade com origem britãnica e alemã e os habitantes do Porto. Não se registam conflitos entre esta minoria estrangeira (muitas vezes nunca totalmente integradas na sociedade Portuguesa) e os locais. As minorias são sempre bem-vindas ao norte e centro de Portugal.

    O norte e o centro de Portugal não precisam de Lisboa. Só precisam de deixarem de ser parasitados pelo sul de Portugal. Porque de resto, têm tudo para fazerem em Portugal aquilo que os do sul, em especial dos de Lisboa, não permitiram. Criar uma sociedade dinâmica e aberta em termos económicos. Para cereja no bolo, é esta parte do país onde existe verdadeira mobilidade social. 🙂

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 16:35

      Se atendermos à pluviosidade média anual também dá para perceber a questão da divisão natural de Portugal, entre o Atlântico e o sul meridional, seco e atrasado em termos culturais e exploração económica.

      Esta pluviosidade sempre condicionou as suas populações. No passado, durante milénios, como no presente. O norte e centro de Portugal têm uma pluviosidade acima da média ibérica. E isso permitiu sempre a sobrevivência económica mesmo quando a propridade era do tipo mini-fúndio. Mas ao mesmo tempo, esta falta de propriedades extensas permitiu uma especialização na manfactura e no artesanato. As courelas, não permitindo elevadas produções alimentares ou sequer de matérias-primas, como o linho por exemplo, obrigaram a que as populações se dedicassem a tarefas proto-industriais e/ou artesanais. E foi essa habilidade milenar, talvez com milénios (como a olaria pré-celta ou proto-celta ou até mesmo a cantaria) que permitiu o surgimento das industrias verdadeiramente Portuguesas. Em especial as PME actuais e antigas.

      Com esta pluviosidade não apenas permitiu o surgimento da indústria genuinamente Portuguesa e com capitais Portugueses como a electricidade que permitiu saltar a falta de carvão, que marcou a industrialização europeia, em especial a sua “segunda fase”. De processos meramente mecanicos com origem na força gravítica dos cursos de água passou-se quase directamente para a electriciação das forças motrizes das industrias Portuguesas. E é por isso que é o Vale do Ave o coração da indústria textil Portuguesa, apesar da Beira Interior, apesar mesmo da grande Lisboa, onde também teve indústria textil, mas que nunca criou mesmo raízes.

      Esta pluviosidade permite um custo da electricidade mais baixo que no resto do país. Não se justifica que o norte e o centro de Portugal estejam a subsidiar o sul, desta maneira. Até porque a água cai é sobretudo a norte do Tejo e é lá que se encontram as mais importantes barragens Portuguesas.

      O norte e o centro têm recursos humanos, têm uma elevada iniciativa empresarial e independentes dos poderes políticos (que os prejudicaram quase sempre, ao longo da História de Portugal), têm energia mais barata e relativamente abundante (desde a electricidade derivada desta pluviosidade até à biomassa), têm uma forte tradição milenar de ligações ao Ocidente europeu e até mesmo norte-americano e, portanto, não precisam do sul para nada. O sul dó dá despesa, trabalhos e parasitagens.

      O norte e o centro de Portugal poderiam ser das regiões do mundo mais ricas. E não o são? Porquê? Porque arrostam com o sul e pagam os seus desmandos e parasitagens. Está na altura de dizer basta.

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      • anti-comuna permalink
        8 Novembro, 2015 17:00

        A questão energética é mesmo importante para a Independência do Atlântico Português. Sem energia barata não se consegue industrializar um território. Seja na Inglaterra, na Alsácia, no Rur ou até mesmo nos Países Baixos. A proto-industrialização Portuguesa ocorre onde existem cursos de água relativamente abundantes, onde existem bastante moinhos e açudes desde sempre. Mesmo nas Beiras foi onde a água corria abundantemente onde se foram mantendo tradições industriais.

        Se a falta de carvão prejudicou a industrialização Portuguesa, prejudicou mais o centralismo parasita de Lisboa e suas elites. Foi sempre assim. Desde as proibições de exportações de matérias-primas que mataram a nascente e inovadora industria papeleira no rio Vizela e à sua volta (como o rio Pele) para beneficiar os industriais de Lisboa ou à sua volta (como em Torres Vedras, por exemplo), com bastante prejuizo até para a indústria textil e que até impediu o desenvolvimento de uma potencial industria quimica. Ou até mesmo as mais recentes leis do condionamento industrial, para beneficiar os parasitas de Lisboa, como o próprio Industrial Alfredo da Silva ou até mesmo os familiares dos comerciantes de Lisboa, que em troca de finaciamentos ao sempre falido Terreiro do Paço, obtinham prebendas e monopólios. A industrialização Portuguesa que começou quase ao mesmo tempo que a inglesa foi interrompida por “questões de Estado.” Leia-se, as elites parasitas de Lisboa e arredores. A industria textil Portuguesa nunca acompanhou a inglesa devido a esta mentalidade parasita de Lisboa. E quem diz a textil, pode dizer a própria papeleira, cuja moderna industrialização nasceu… No Vale Ave.

        Hoje em dia temos as modernas tecnologias na produção de electricidade que deverá substituir completamente as demais formas de energia na economia. E em Portugal onde estão a maior parte dos recursos eólicos que potenciam o aproveitamento energético a baixo custo? Um mapa diz tudo:

        O norte e o centro de Portugal, com bastante água e acumuladores naturais de energia, que são as barragens, mais estas modernas tecnologias no aproveitamento dos ventos, podem ter dos custos mais baixos da europa em termos energéticos. Para alimentar as suas indústrias. Quem suga estes beneficios todos a norte do Tejo? Lisboa e arredores.

        Com o norte e o centro de Portugal alimentados por um elevado empreendedorismo, energia barata, fortes ligações históicas aos principais centros europeus industriais (como as margens do Canal da Mancha ou até mesmo a Escandinávia) e mercados americanos, tanto a norte como ao centro, com uma população habituada desde sempre a confiar nas suas habilidades manuais e, portanto, viradas para a indústria de alta qualidade, com uma mentalidade forte para enfrentar as adversidades e… Ciclos económicos… É um crime que o norte e o centro de Portugal continuem a ser parasitados desta forma pelo sul.

        Para que precisamos do sul de Portugal? Para nada. Esta é a mais pura das realidades. O hospedeiro precisa de se libertar dos seus parasitas. Definitivamente. para sempre. E cada qual seguir o seu caminho, que ambciona. Os neocomunas podem seguir o seu caminho sem precisar de parasitar o norte e o centro de Portugal. Nós cá nos arranjaremos. lol

        Os do sul que vivem reféns desta mentalidade neocomuna podem sempre mudar-se para norte. Onde serão mais úteis e poderão disfrutar de uma melhor qualidade de vida, liberdade e até ambições futuras. 🙂

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  9. Duarte de Aviz permalink
    8 Novembro, 2015 17:17

    O anti regressou em força… Welcome back!!!!!!
    Agora sobre o salário mínimo… A idiea de que, independentemente do valor criado, se receba um sálário mínimo, não tem pés nem cabeça, mas dá para comprar muitos votos.

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 17:45

      “A idiea de que, independentemente do valor criado, se receba um sálário mínimo, não tem pés nem cabeça, mas dá para comprar muitos votos.”

      Cuidado com as generalizações. Sem a existência de um salário minimo, a economia a longo prazo estoira. Vá reparando no caso americano, em acentuado declinio. E não nos parece, à primeira vista.

      Pode haver a possibilidade de não haver salário minimo mas para isso é preciso uma tradição de acordos entre sindicatos e patronato, sem a imposição de cima. Mas isso ainda não acontece em Portugal. Portanto, cuidado com as generalizações.

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  10. André Miguel permalink
    8 Novembro, 2015 17:18

    Anti apesar de gostar do norte dispenso o seu convite; apenas peço mudança de mentalidades aqui pelo sul, até porque o pib per capita do alentejo é maior que o do norte e centro! 🙂

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 17:43

      Olhe que um dia, se calhar, ainda ficará feliz em ser bem aceite a norte. 😉

      ” até porque o pib per capita do alentejo é maior que o do norte e centro! ”

      Até ao dia em que o norte e o centro cortam a mama. Está a ver o problema? 😉

      É que não se esqueça que esse PIB per capita pode ser medido pelo consumo per capita. Consumo esse dependente do… Estado. Onde é que o Alentejo irá buscar massa no dia em que não obterem a massa dos do norte? 🙂

      Lisboa também tem um PIB per cápita superior. Mas no dia em que deixem de parasitar o país, quem pagará o consumo público e privado de Lisboa e arredores? Bruxelas? Duvido muito.

      Já agora. Não é verdade que a CCRLVT tem tantos funcionários do Estado como o norte e o centro em conjunto? Medite nestes números e diga-me. O que acontecerá no dia em que o norte e o centro se divorciam de Lisboa? Quem manterá esta gente toda? Bruxelas?

      “Olhe que não, olhe que não!” 😉

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  11. André Miguel permalink
    8 Novembro, 2015 17:28

    Anti e se o norte é assim tão forte porque diabos desde o Marquês de Pombal a Salazar o vinho sempre foi condicionado no Alentejo em favor do norte?! Ainda hoje o douro é levado ao colo, não obstante o Alentejo em 30 anos ter atingido cerca de metade da quota do mercado nacional em volume e valor. Repito: metade em 3 décadas! O Douro não chega a 10%…

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 17:53

      “Anti e se o norte é assim tão forte porque diabos desde o Marquês de Pombal a Salazar o vinho sempre foi condicionado no Alentejo em favor do norte?! ”

      Essa estória está mal contada. Deixe-me, de uma forma resumida, explicar a coisa.

      O vinho exportado para o Reino Unido dava para pagar as enormes importações de cereais, que sempre fomos deficitários. E a dada altura, as exportações de vinho pareciam o petróleo dos petroregimes actuais. Mas depois surgiu uma grave calamidade. O terramoto de 1755.

      Em 1755, com o Estado falido e grande parte do sul em ruínas, em especial Lisboa, em que os incêndios destruiram as partes que restaram do terramoto e do tsunami, o Marquês de Pombal, crente que ingleses e franceses nunca se entenderiam a sério, como as exportações de vinhos eram a principal fonte de capitais para manter os défices externos Portugueses, decidiu acabar com a maioria das exportações de vinhos do resto do país, concentrá-los no Douro e no Porto/Gaia para melhor tributar estas exportações. Ou seja, a chamada região demarcada do Douro não foi para proteger a qualidade dos vinhos. Ou melhor, em parte foi essa a grande justificação perante o resto do país (acusado, justa ou injustamente por falsificar vinhos) mas na verdade, a demarcação foi apenas uma de controlar a produção de vinhos (já que se perdiam quotas de mercado nas Ilhas) e sua taxação. Impostos esses que serviram para pagar a reconstrução de Lisboa. Ou seja, a Baixa Pombalina foi paga com o suor e o esforço do Douro vinhateiro e os impostos sobre os principais exportadores de vinhos, os próprios ingleses e germanicos.

      Hoje se existe a Baixa Pombalina é porque foi o Douro que a pagou. 😉

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      • antónio permalink
        8 Novembro, 2015 18:10

        Os seus argumentos têm na verdade substância e eu aqui no Porto compreendo bem o que quer dizer. Contudo o que defende é uma utopia, essa secessão nunca seria viável pois não tem dimensão. Seria algo como uma experiência de laboratório aplicada ao caso da Catalunha. Louvo-lhe contudo o esforço pelo exercício.

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      • anti-comuna permalink
        8 Novembro, 2015 18:28

        “Contudo o que defende é uma utopia, essa secessão nunca seria viável pois não tem dimensão. ”

        A Dinamarca não tem viabilidade? E que dizer então do Luxemburgo? 😉

        Não é uma utopia. É realizável e se fará, mesmo que nos custe a admitir hoje. Porque nunca pensamos sequer na sua possibilidade.

        Se verá dentro de pouco tempo. 🙂

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 18:26

      A talhe de foice posso adiantar, ainda, que não foi apenas o Alentejo o mais prejudicado. Mas foi-o. Sobretudo após as políticas salazaristas (embora os problemas venham de muito tempo antes), em que eles acreditaram, a dada altura, que iriam conseguir produzir as necessidades cerealíferas Portuguesas atraves do sequeiro alentejano. Uma estupidez.

      O Alentejo é das actuais regiões do mundo mais propicias a obter elevadas produtividades agrícolas. Incluindo nos cereais, pois até no milho já está ao nível da Normandia. Mas precisa de água. Portanto, é o regadio aliado às modernas técnicas agrícolas que permitem estas elevadas produtividades. Nunca o sequeiro. Daí que o salazarismo começou a pensar em fazer o Alqueva. Que já devia ter sido construído há dezenas de anos.

      O Alentejo tem capacidades excepcionais para produzir boas uvas e grandes vinhos. Assim como quase todo o país, diga-se de pasagem. Basta pensar em Colares, por exemplo. Mas sem água de nada vale aquele sol todo. E é a junção de abundância de água e bastante irraciação solar que permite haver elevadas produtividades agrícolas. Sem o Alqueva…

      Os vinhos alentejanos são excelentes. E foram acusados, no tempo do Pombal de serem falsificados. Ou melhor, foram todos. É verdade que se exportava vinhos para fora dizendo que eram generosos e não o eram. E até era nas Beiras onde mais se recorria a bagas para enganar os clientes estrangeiros, que amíude chegavam a Portugal para competir contra os traders ingleses de vinhos. Mas foi o Alentejo e o Ribatejo que ficaram com a má fama. (A famosa zurrapa do Cartaxo.)

      Na altura quase todas as regiões produziam vinho e exportavam. Os primeiros vinhos que há registo de se exportar para a Inglaterra foram verdes, até. E foram exportados através do porto de Viana. Mas o Vinho Fino, Generoso a que se acrescentou mosto, para agradar mais aos borracholas ingleses (habituados a destilados fortes, tipo gin), foi mesmo produzido nas margens do Douro. E onde os bifes se concentraram em os comprar quando houve as guerras dentre os bifes e os franciús. Daí que eles, os ingleses, foram os principais responsáveis pela criação do agora famoso Vinho do Porto. E que também começaram a sofrer concorrência dos vinhos de fora do Douro, cujo know-how e circuitos de comercializaçaõ dominavam.

      Quando o Pombal precisou de massa, lixou o resto do país, concentrou as exportações através do Douro e assim mais fácilmente conseguiu tributar as exportações de vinhos. As demais regiões lixaram-se, naturalmente.

      Apesar de tudo, o Madeira ganhou fama como até os Açores chegaram a ter vinhos bastantes afamados, sobretudo nas cortes russas e eslavas, com medalhas ganhas em Paris, em concursos europeus de vinhos. Mas o Alentejo foi quem perdeu a tradição de produzir grandes vinhos e até os exportar.

      Mas o Vinho Verde também sofreu imenso. E viu os vinhos alemães, da casta Riesling, ganharam um espaço e fama mundial que pertencia por direito próprio aos nossos Verdes, em especial ao Albarinho, que pode ser mesmo a casta-mãe dos afamados germânicos. Quando tinham sido os Verdes os primeiros vinhos a serem colocados nos mercados ingleses.

      Portanto, dizer-se que o Alentejo foi prejudicado por causa do norte é um erro. O Alentejo foi prejudicado pelo centralismo castrador e parasita de Lisboa e a mentalidade pombalina, que ainda hoje sobrevive na capital do país. O Douro foi apenas um instrumento para pagar as obras na Baixa Pombalina, mas com o grosso da massa a ser desviada do Douro para Lisboa e para Londres.

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  12. Licas permalink
    8 Novembro, 2015 17:52

    Eu quando jóvem o tabaco era servido ao balcão
    e o depósito do carro era enchido por funcionários/a
    empregados na bomba de gasolina.
    As bicas eram servidas ao balcão ou à mesa do restaurante.
    Com o preço do trabalho inflacionado lá se importaram
    as máqinas dispensadoras do tabaco e das bicas,
    e acabarm os gasolineiros/as:.a sua existencia tida por anti-económica.
    A mesma coisa com os Hipermecados que “acabaram” com
    o comércio de retalho.
    Isto, Rocco, é Sociologia/Economia ao mais baixo nível?.

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  13. Licas permalink
    8 Novembro, 2015 18:29

    Os galináceos no verão espojam-se na poeira
    que esgravatam com as patas para se livrarem dos________parasitas.
    Será que o Galo de Barcelos ainda não conhece o DDT?

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  14. Licas permalink
    8 Novembro, 2015 18:38

    O que ao Porto faz falta e tanto nos inveja: o Estuário do Tejo
    iman para Turismo, Desportos Nauticos, Praias Ensolaradas.
    E paisagens deslumbrantes.
    O Porto é escuro, húmido, pardacento, cheio de tabernas,
    e precisou de uma Postura Municipal para que os exemplares
    munícipes deixassem de____________mijar nas paredes . . .

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 18:40

      lol

      Licas, é em Lisboa que os turistas se queixam do cheiro a urina nas ruas estreitas. 😉

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      • Licas permalink
        8 Novembro, 2015 19:15

        Portanto temos de concluir que a Câmara do Porto está
        infiltrada de perigosos Lisboetas. . .

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  15. Licas permalink
    8 Novembro, 2015 19:02

    Esboço de Empreedimento Industrial tipo Norte

    O pai de família engendra uma fábrica de tecelagem de algodão
    empregando meia centena de rústicos que conhecem incomparavelmente
    melhor “a psicologia mórbida das vacas” do que o trabalho que irão fazer toda a vida..
    O filho do dono, por não dar nada nos estudos e fazer gazeta na escola vai ser
    obrigado (e com que resistencia, e com que resmungice) pelo papá a trabalhar
    na fábrica como sub-Gerente.
    A tecnologia já tem 20 anos de atraso mas ninguém se rala com isso.
    O jóven, claro, precisa de dois carros de luxo e bastantes “bonecas” para
    desenfastiar o ter de estar presente para só para assinar uns papéis porque entretanto
    o pater está velho e tem contratado um Gestor.cuidando de manter vivo o empreendimento.
    Ninguém se rala em modernizar observando o que se passa lá fora em novidades tanto técnicas
    como empresariais.
    A fábrica acaba por produzir tecidos, ou que ninguém quer, ou super-caros em relação
    à concorrência. O filho (entretanto o pai morreu) agora com filhos adolescentes vende a fábrica
    a um ferro-velho. KAPUT.

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  16. 8 Novembro, 2015 20:21

    Anti, vamos a isso

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 21:52

      É a única hipótese de salvarmos os próprios Portugueses a norte e centro do país. 😉

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  17. André Miguel permalink
    8 Novembro, 2015 21:32

    Anti, tudo o que escreveu só reforça o que penso: quando o Alentejo se livrar do vírus comunista, será imparável. 😉

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    • anti-comuna permalink
      8 Novembro, 2015 21:55

      Eu concordo consigo. O problema é que eu olho para os comunas e vejo lá muitos putos. Nascidos após o 25 de Abril e tudo. Alguma coisa muita errada vai para o sul do país. Como não acredito que a genética explique muito estas coisas, ou grande parte delas, só concluo que é o ambiente social, cultural e político que cria estalinezinhos mesmo nos dias de hoje, após tantos anos sobre a queda do Muro.

      E ainda se vivessemos numa sociedade sem informação… Gulp.

      Mas também concordo consigo. Eu penso que as potencialidades do Alentejo são fantásticas mas as pessoas vivem noutro “cumprimento de onda”. 😉

      E até gosto bastante do Alentejo mas, pronto. Aquelas gentes que mandam…

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      • André Miguel permalink
        9 Novembro, 2015 20:41

        Como Alentejano (e liberal, já viu?!) qualquer dia com mais paciência eu explico-lhe o porquê daquela mentalidade dominante. Olhe o Mises já explica muita coisa. Mas há esperança, podemos pegar outra vez no exemplo dos vinhos e ver como este sucesso recente é construído por jovens, arrojados, empreendedores, muitos pegaram em projectos caducos dos pais e aí estão eles a dar cartas no mundo vinícola. Veja a idade dos gestores e enólogos do que melhor se faz por lá e terá uma surpresa (Rita Soares, António Maçanita, Tiago Cabaço, João Paulo Calado, Nelson Rolo, etc)…
        E depois existimos nós, emigrantes, que como bons alentejanos não esquecemos a terra e lá estamos todos os anos. A partir pedra. Pode ser que um dia voltemos.

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  18. Pavlov and his dog permalink
    9 Novembro, 2015 05:21

    Eu nao acredito que o cavaco de posse so parodiante para fotmar governo, ele nunca vai cair nessa porque ja tinha visto a jogada bem longe… Sabe bem quem o parodiante e… O que o cavaco vai fazer e eu aposto dinheiro Sem problema e, vai deixar um governo em gestao e quem vier a seguir que apague a Luz

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