uma impossibilidade metafísica
A propósito das ameaças de sanções de Bruxelas ao governo da geringonça, tem havido muita gente a afirmar que elas são uma forma de pressão para que não exista um governo de esquerda em Portugal. Têm razão. Ou melhor, têm parte da razão, porque um governo de esquerda em Portugal, e na União Europeia, não constitui qualquer problema. Ele há vários por aí, bastando referir os de Itália e França, como bons exemplos. O que não é possível na União Europeia, e esta é a parte involuntariamente razoável do argumento, é haver governos de extrema-esquerda, como o primeiro do Syriza, que, de resto, rapidamente se acalmou.
E não é porquê? Porque, entre outras coisas, diz o artigo 120º («Política Económica») do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia: «Os Estados-Membros e a União actuarão de acordo com o princípio de uma economia de mercado aberto e de livre concorrência». Isto quer dizer, entre muitas outras coisas, que o Mercado Comum, a essência da União Europeia e de toda a construção económica comunitária, desde 1957, é um espaço de liberdade económica, fundado sobre os princípios económicos capitalistas do livre-mercado, do mercado aberto e da livre-concorrência. Isto é, como se sabe, a antítese do pensamento da extrema-esquerda, que não acredita no mercado. Mas, lamentamos, é condição fundamental para que um Estado possa pertencer à União Europeia. Nesta medida, se as instituições da UE verificarem que um governo de um Estado-membro dirige as suas políticas contra estes princípios poderá sancioná-lo e, no limite, até mesmo expulsar esse país. A União Europeia é um espaço de países que acreditam e praticam os princípios da economia capitalista. Goste-se disso ou não.
É daqui que resulta o principal drama do governo da geringonça, que mais cedo ou mais tarde terá de ser resolvido pelas partes que o compõem, ou pela realidade dos factos: ou o governo se converte à ideologia do Bloco e do Partido Comunista e põe Portugal fora da União Europeia, ou o Partido Comunista e o Bloco passam a acreditar – e a defender – o modelo capitalista da economia de mercado e deixam de ser o que são. Que esta coligação contra-natura se aguente, durante algum tempo, em contestação à memória do anterior governo de direita está visto que sim, que é possível. Que se aguente muito tempo e se transforme num projecto político consistente e consonante com os princípios da União Europeia é uma impossibilidade metafísica.
Absolutamente de acordo. Já esta tarde havia feito essa tradução num comentário a essa noticia no Observador. Acrescento agora que esta ameaça de sanções é também um aviso a Espanha para ter cuidado com uma segunda tentativa de golpe do PSOE com o Podemos do Iglesias do rabo de cavalo e do seu desavindo escudeiro Errejon que mais parece o Topo Gigio.
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Os Espanhóis já puseram os banqueiros Alemães a tremer dos joelhos?
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Já e foi um forte abalo na escala de Richter de forte magnitude. Consta-se que no largo da rataria se sentiu o abalo…
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Outra impossibilidade metafísica é a política económica de um governo de extrema esquerda ser bem sucedida. Por isso já sabemos qual vai ser o resultado disto.
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Devia-se sempre começar por aí.
Não é por pancas da UE ou regras de burocratas. É porque esquerda significa sempre, em qualquer parte do mundo, em qualquer momento histórico, falência económica.
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Por isso, é que o socialismo tem que ser implantado à força porque, de livre vontade, ninguém quer essa merda!
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Rasputine, o Antonio Gramsci já tratou dessa questão. Não é à força, é por meios mais suaves. E já está!…
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Diria mais, pena haver países onde a democracia significa falência económica. Pena esses países serem africanos, ou Portugal.
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O resultado já se sente. Ou ainda não reparou que já lhe estão a ir ao bolso mais do que com o governo anterior?
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A doença infantil da democracia portuguesa. Até 2010 sob o domínio do Bloco PS-PSD-CDS…agora nas mãos do PS-PCP-BE. A pedir gente adulta.
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Muito bem explicado.
Correcto e afirmativo.
Só que o cocheiro da geringoça ainda não percebeu isso e o centeno das dúzias muito menos
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muito bem explicado
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Nós não contamos – nem sequer para (mau) exemplo.
Estamos, mais uma vez, atrelados, e sujeitos, a Espanha.
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Ouvir delirio “liberal” a falar do “capitalismo” e do “livre mercado” na EU, parece a ouvir um comunista a falar sobre a URSS muda só muda semântica . Uns meteram a luta de classes no saco assim que chegaram ao poder e em nome da igualdade passaram a se declarar, mais iguais que os seus camaradas . Os outros metem o capitalismo na gaveta, assim que os mercados estoiram e o bancos entram em falência, exigindo em nome da salvação capitalismo que os estados intervenham e queimem o futuro dos cidadãos para lhes salvar o rabo, enquanto por debaixo da mesa em nome do “livre mercado” corrompem os politicos para criarem regulações atrás de regulações que lhes protejam os negócios, e imponham cotas de produção à empresa do zé e da maria.
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Escrevam o que eu digo: a «Europa» está por dias.
Acho que muita gente já percebeu…mas há quem, aqui, a queira a(pro)fundar 🙂 ainda mais.
É de loucos!
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Coitada da Europa, está muito mal. Nós aqui é que estamos bem, com sol e praia.
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e a selecção na final do Euro-2016.
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Quando todas as instituições do Estado já estão nas mãos dos colectivistas, por aqui ainda se pratica uma terminologia bolorenta e ultrapassada, usando expressões como esquerda, direita, extrema esquerda, mercado aberto, livre-concorrência, etc., etc.
Tudo isso já se esfumou definitivamente.
Agora o que prevalece na vida corrente são as ideias de Gramsci e, complementarmente, de Keynes, que se destinam a preparar as bases para toda a gente aceitar o Marxismo, suavemente e sem dar por isso.
Ninguém escapa. Como se vê, até os intelectuais e académicos estão a colaborar activamente.
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Concordo. (mas isso é só nos facebooks e nos jornais)
O povão nos facebooks gosta muito de justiça, e julga que o estado é solução, mas estão enganados, vão provar do veneno.
Costumo dizer que devíamos ter um governo do Vasco Gonçalves de 40 em 40 anos, ajudava a por as coisas no lugar.
A geringonça é esse Governo, gostava que fossem mais comunistas nas medidas. (destruição é necessária)
No entanto o liberalismo nunca há-de morrer porque vamos ter sempre o povão a votar na esquerda, por despeito, cobiça do alheio e desonestidade.
O comunismo quer acabar com os valores Judaico-cristãos, porque é pecado roubar, e o socialismo é a ideologia do roubo.
O comunismo quer acabar com os valores Judaico-cristãos, porque é santo fazer caridade com caridade não necessito de socialismo.
A guerra à igreja por causa dos Gays, pedofilia (crime), este papa facebook, são resultados das guerras comunistas conta a igreja. O apoio de países muçulmanos isto é uma tentativa da destruição dos valores Judaico-cristãos.
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“é um espaço de liberdade económica” tenho muitas dúvidas sobre esta frase, pois quando de tem PAC, PCP (Política Comum das Pescas), e a própria essência da UE com a origem no Tratado CECA,
São tudo menos características de um Livre Mercado.
O livre mercado não necessita de estados nação a definir cartéis dentro deles.
A UE é de esquerda na sua origem, sendo a possível liberdade a cenoura na ponta do pau.
Se existisse liberdade económica, porque é que os governos tem que financiar industrias para elas se instalarem no seu pais?
Se existisse liberdade Portugal com a sua mão de obra barata teria o maior salto industrial da UE.
Desculpem o meu cepticismo mas não faz sentido.
Liberdade económica não é destruir tecido produtivo deliberadamente.
Onde é que Portugal pode concorrer?
-> Agricultura – não
-> Pescas – Não
-> Industria – Não
-> Serviços – Sim (Os tratados foi antes da revolução informática)
-> Turismo – Sim (não se lembraram) Era irrelevante mas com as guerras pelo mundo temos aproveitado.
NOTA: Estou satisfeito com as sanções, isto é socialismo contra socialismo.
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“extrema-esquerda, que não acredita no mercado”, o idiota que escreve isto acredita que o MERCADO é uma criação do capitalismo, ó imbecil, o MERCADO já existia muito antes do capitalismo e o MERCADO, vai continuar muito depois do capitalismo ser atirado para o caixote do lixo.
Tira as palas, burro!
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ò besta quadrada, que merda é o capitalismo, grande animal que nem sabes o que é ou quando começou.
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isto é um insulto.
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E o que o animal escreveu é o quê? um piropo? «o idiota; ó imbecil »
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O que era o “mercado” dos romanos e suas taxas de juro, grande animal?
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Tanto leninezito de trazer por casa que anda por aqui a cheirar. Claro que o mercado “comunista” é que é bom, só que de mercado não tem nada. Claro que o mercado vos dará a corda com que hão-de enforcar os capitalistas. Claro que União europeia soviética é que era justa, só que não teria carrinhos com ABS nem smartfones. Burros são todos aqueles que não vêem as delicias do socialismo, nem o sol na terra, nem como o destino do Trotzky foi um bem para a humanidade.
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Por favor não comentem os comentários dos comunistas que escrevem (poluem) neste blogue.
Quando reparam em m…. no passeio público vocês baixam-se para provar ou simplesmente evitam pisá-la?
Desviar e seguir em frente como Homens livres.
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Ou são bloqueados, como eles fazem a toda a gente que não é comuna; ou se insutla
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Os Portugueses vão ter que optar. Tarde ou cedo. Viver nesta indefinição é como a morte lenta.
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A opção que iremos tomar não é para o nosso tempo de vida. O socialismo germina na inveja e a inveja é um mal quase impossível de erradicar.
Concordo com Rui A. e com Vasco. Contudo a luta continua!
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