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os socialistas não sabem o que é a economia

6 Novembro, 2016
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Onde é que falha esta estratégia socialista de atrair empresas para Portugal, dando-lhes condições para iniciarem actividade, ou seja, subsidiando a sua criação e os seus primeiros passos? Falha precisamente no que o socialismo pensa que é uma empresa, e que, de facto, não é. Uma verdadeira empresa é um conjunto de meios próprios organizados para obter lucro. Um lucro estável e duradouro. Não é, portanto, um mero projecto de oportunidade, de utilização de recursos alheios que estão circunstancialmente à disposição e que, se se perderem, não nos farão grande falta, até porque não eram nossos. Um empresário, daqueles que criam riqueza a sério e não dos que querem viver à custa da riqueza dos outros, olha para um mercado e estuda as condições de médio, longo prazo. Se perceber que elas lhe são e serão favoráveis, arrisca. Se não, irá procurar outro local para investir aquilo que é seu. Financiando os «investimentos», a mentalidade socialista cria falsos empresários, que vão gastar aquilo que não lhes pertence e que não tiveram de se esforçar para conseguir. E mais: não lhes interessarão, por aí além, as condições de mercado, nem perderão muito tempo em analisá-las: já que lhes querem dar dinheiro, vão lá ver o que a coisa pode dar. Se o perderem, paciência, não perdem nada que lhes tivesse custado a ganhar. Por conseguinte, uma economia empresarial saudável jamais se fará com subsidiodependência. Faz-se com estabilidade de mercado, impostos razoáveis e que não são agravados todos os anos, e, sobretudo, sem meninas Mortáguas a influenciar os governos e a ameaçar ir buscar os lucros a quem os ganha. Enquanto não entenderem isto, as políticas económicas socialistas estarão sempre condenadas ao desastre: não criarão verdadeira riqueza e estarão a desbaratar o dinheiro dos outros, colectado por via tributária a quem honestamente o ganhou, para o gastar em aventuras alheias.

23 comentários leave one →
  1. JP Ribeiro permalink
    6 Novembro, 2016 12:57

    Excelente! É isto sem mais.

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    • licas permalink
      6 Novembro, 2016 16:30

      Digo o mesmo.
      Estamos a “dar” benefícios que vão parar a “Vales do Lobo”
      não é assim?
      Parvo de Govêrno.

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  2. 6 Novembro, 2016 13:11

    Caro Rui, no dia em que os socialistas deixarem de se comportar desse modo deixarão de ser socialistas.
    Esperar que os socialistas tugas se comportem de forma diferente é acreditar no Pai Natal.

    O seu post explica claramente qual o investimento que interessa e o que não interessa à comunidade. A questão é que os socialistas se estão borrifando para a comunidade, apenas querem saber dos seus interesses pessoais e de grupo.

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  3. ABC permalink
    6 Novembro, 2016 13:17

    Acontece que com subsídios e incentivos o governo pode escolher as empresas que prefere. Talvez mesmo retirar algum proveito dessas escolhas. Criar condições para que qualquer empresa prospere não dá ao governo garantias de quaisquer proveitos, políticos ou económicos, apenas cria riqueza para o país. E o que é que isso interessa ao governo?

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    • 6 Novembro, 2016 20:01

      «Talvez mesmo retirar algum proveito dessas escolhas.»

      Meter mais uns cê-é-ó entre a tralha do regime, cuja não seria empregada nem como caixa de supermercado sem a utilidade de influenciar os gajos que gerem a cheta que nos tiram à ponta d’arma.

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      • licas permalink
        6 Novembro, 2016 23:03

        Eu cá até complemento o seu texto
        Pois esses CEO são fundamentais para
        manter o regime por ser uma reserva de parasitas
        pós-ministros e afins. É nesses lugares, até se chegando
        ao caso aos “não-executivos” !!!!!!!! apenas esperam
        “com sacrifício pesoal” voltarem a ser membros de novo Governo.

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  4. ABC permalink
    6 Novembro, 2016 13:28

    O que é um banco público?
    Os aldrabões que nos governam insistem na necessidade de ter um banco público, porque potencia a economia, tem uma função social, etc. Mas o que pode ser, na realidade, o objectivo dum banco público? O que o torna diferente dum banco privado?
    A CGD não pode, por exemplo, levar a sua função social ao ponto de conceder créditos a qualquer um. Se relaxar as avaliações de risco, como já o fez, acaba com prejuízos, como os tem. Se baixar taxas de juro ou cortar comissões será acusada de concorrer deslealmente.
    Pode a CGD financiar projectos recusados por outros bancos? Em que termos? Porque razão os outros bancos não os financiaram? Pode a CGD continuar a financiar – como já o fez – projectos suicidas que resultam em prejuízos avultados?
    Espremendo o sumo do que será um banco público, a conclusão óbvia é que a sua única utilidade será financiar o que mais nenhum banco privado financiaria, pelos motivos óbvios de ser um desastre contabilístico. Ou seja, um banco público tem como função diferenciadora perder dinheiro sem limites.
    Um banco público é um contra-senso. Se é para operar como um privado, é redundante. Se é para satisfazer clientelas políticas a alto custo, é de acabar já com ela.
    A discussão sobre quanto deve ganhar o seu CEO, ou se este deve entregar declarações de rendimentos, é irrelevante.

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    • 6 Novembro, 2016 20:03

      «Um banco público é um contra-senso. Se é para operar como um privado, é redundante. Se é para satisfazer clientelas políticas a alto custo, é de acabar já com ela.
      A discussão sobre quanto deve ganhar o seu CEO, ou se este deve entregar declarações de rendimentos, é irrelevante.»

      ABC, este parágrafo deveria ser de leitura obrigatória. Sumula como eu não conseguiria sumariar em tão poucas palavras a utilidade negativa da Caixa Gorda de Desfalques.

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    • Tiro ao Alvo permalink
      6 Novembro, 2016 23:03

      ABC, eu creio que há lugar, em Portugal, para um Banco Público que funcione apenas como Banco de Aforro, que nunca enverede por práticas agressivas de concorrência.
      Não faz sentido ter um Banco do Estado, a oferecer aos seus depositantes a garantia que essa condição proporciona, a tentar concorrer com as instituições de crédito que se dedicam a financiar a economia. Um Banco Estatal deveria apenas servir para captar poupanças, financiar o Estado e pouco mais.
      Lembremos que só nos CTT se podem subscrever Certificados do Tesouro Poupança + e Certificados de Aforro, não se entendendo porque é que a CGD se mantém afastada deste serviço público.
      Com isto tudo quero dizer-lhe, caro ABC, que concordo consigo: a CGD deveria ser privatizada, à excepção dos seus serviços de captação e de aplicação de poupanças. E o mais rápido possível.

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  5. carlos alberto ilharco permalink
    6 Novembro, 2016 13:38

    Nunca tinha lido um texto que explicasse de uma maneira tão simples, mas tão devastadora o que é o socialismo económico.
    Muito obrigado.
    Devia ser distribuído nas escolas.

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  6. ricardo permalink
    6 Novembro, 2016 17:50

    Os verdadeiros empresários vão para outros lados onde possam ganhar dinheiro, criar empresas e deixá-las aos filhos.
    Ficam aqueles que vão ser as vítimas dos espertos, dos burocratas, e dos trafulhas da política

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  7. Ar Cansado permalink
    6 Novembro, 2016 18:04

    por outras palavras … ficaremos sempre como a Cuba do Fidel.
    O resto são cantigas
    Com socialistas e comunistas os empresários terão que ser sempre subsidiados e só avançam com dinheiro emprestado pelos bancos do estado e por isso começam, ainda antes da empresa ser fundada, a dividir o capital emprestado e a deixar o resto da massa falida para 6 ou 7 anos depois o contribuinte pagar

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    • Manuel permalink
      6 Novembro, 2016 18:29

      Totalmente correcto.E, já é assim desde o 25 Abril de 1974. No antigo regime, os empresários eram pobres, mas as empresas eram ricas, agora é o inverso.

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    • 6 Novembro, 2016 20:06

      Se não fosse aquele estorvo da Europa, já estaríamos a dançar colas e boleros e bachatas nas caraíbas.

      Costa provará que estar na Europa não é igual a ser afluente.

      Já fomos ultrapassados em PIB per Capita pela República Checa. Estamos a um ano de ser ultrapassados pela Lituânia.

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  8. LTR permalink
    6 Novembro, 2016 20:38

    Qimonda, LaSeda, Pescanova, CGD, etc. É somar tudo e ver quando dá a parte da festa que se conhece. Diziam eles da Qimonda que se tratava de transferência de tecnologia.

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  9. lucklucky permalink
    7 Novembro, 2016 00:10

    Espero que inclua o PSD, CDS e Marcelo nos Socialistas.

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  10. André Miguel permalink
    7 Novembro, 2016 11:12

    Outro erro crasso da esquerda é entender o dinheiro como um bem em si.
    O dinheiro é apenas e tão só uma medida de valor para produtos e serviços, nada mais. Não sendo um bem em si, para que o mesmo exista em quantidade é necessário produzir e fazer coisas, muitas coisas. Por isso a esquerda não entenderá jamais o funcionamento do mercado e odiará sempre o mais capazes de fazer e criar coisas, aliás numa sociedade de esquerda serão estes os seus escravos, a não ser que emigrem ou coloquem o seu capital noutras paragens. Mais ou menos como acontece com Portugal.

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  11. Arlindo da Costa permalink
    8 Novembro, 2016 04:43

    Não sei 🙂 ? Eu sempre fiz economia. Não estou à espera de nenhuma reforma para chegar dignamente ao caixão.

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