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«res publica«? só se for das bananas

29 Novembro, 2016
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Sua Alteza Real El Rei D. Filipe VI, de Espanha, anda a passear pelo Porto. É uma visita agradável e importante, que deve ser acompanhada das maiores cautelas. Não parece, contudo, que careça de sitiar o centro da cidade – desde a Alfândega à Cordoaria, passando pela Mouzinho da Silveira, Baixa, etc. – impedindo o acesso dos carros particulares a essas partes da cidade. Mas é isso que está a acontecer, desde ontem, com polícias de trânsito impedindo o acesso de carros ao centro da cidade, que mandam, quem para lá tem que ir trabalhar, entrar na cidade pela Ponte do Freixo e por Campanhã. Não me lembro, com franqueza, de nenhum personalidade que tenha visitado o Porto e provocado semelhante alvoroço. Isto faz lembrar o que, outrora, se passava noutras latitudes, na República Centro Africana, por exemplo. Nesse país, quando o Imperador Bokassa ia à Missa, aos domingos, em Bangui, era comum fecharem-se as ruas ao acesso dos carros. Era incomodativo, as pessoas não gostavam, mas, como também ninguém tinha automóvel, ninguém se melindrava, por aí além. Ora, no Porto costuma ser diferente: a cidade é um espaço de livre acesso a todos, como é próprio numa «res publica». De facto, a última vez que a cidade esteve sitiada foi, que me lembre, entre 1832 e 34, por causa da guerra civil entre os irmãos Bragança. Mas, nessa altura, o país não era uma «res publica». E hoje, ao que parece, também não é.

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19 comentários leave one →
  1. licas permalink
    29 Novembro, 2016 11:59

    res nullius,( coisa sem dono), porque “Graças a Deus”
    ele caiu de uma cadeira “E foice” . . .

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  2. FilipeBS permalink
    29 Novembro, 2016 13:05

    Isto parece um prestar de vassalagem…

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  3. André Miguel permalink
    29 Novembro, 2016 13:19

    Que país de provincianos!
    Vão a Madrid ver se alguém dá por ele andar na rua.

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  4. Albert Virella permalink
    29 Novembro, 2016 15:17

    No seu escrito quase que dá a entender, ou insinua, que foi o rei-espargo e mais a sua rainha (em terceira ou quarta mão, segundo rezam as crónicas da má língua da Villa y Corte de Madrid) que exigiram estes condicionamentos, ou mesmo cortes, de trânsito.

    Não será consequência da saloiice que ainda impera naquele recanto do condado portucalense?

    Triste mania de ser mais papistas que o Papa, e para “compensar” fizeram~lhes engolir a pastilha de uma homenagem ao híbrido de gascão e galega que, como demostração de ser um bom filho, surripiou um pedaço dos território materno. Pode ter dado azo a que se “fundasse a nacionalidade”, mas isto não o isenta da totalidade dos seus actos. Haja juízo, por favor.

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    • rui a. permalink*
      29 Novembro, 2016 15:23

      «Dá a entender» aonde? É que o sentido do «escrito» é exactamente o contrário. É mesmo um problema de saloiice nacional. Mas não a aplique apenas ao Porto. Em Lisboa não seria certamente muito diferente.

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  5. 29 Novembro, 2016 15:28

    “entre 1832 e 34, por causa da guerra civil entre os irmãos Bragança.”

    Si yo fuera El Rey dir-te-ia “PORQUE NO TE CALAS”

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  6. licas permalink
    29 Novembro, 2016 16:22

    Para os mais novos:
    _______sabiam que no tempo de Salazar uma esposa que quisesse ir
    deslocar-se a Espanha
    tinha o marido que emitir uma AUTORIZAÇÃO ESCRITA?

    (a “escrava” não podia andar por longe do harém . . . )

    _______para proteger a Fosforeira Nacional os isqueiros eram passíveis
    de Licença obrigatória, paga?

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    • 29 Novembro, 2016 18:03

      vai te foder oh pila mole

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    • 29 Novembro, 2016 18:07

      es um imbecil plia murcha

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    • bst permalink
      3 Dezembro, 2016 16:35

      licas: no tempo de Salazar em alguns países democráticos da Europa as mulheres tinham de pedir licença aos maridos para viajarem para o estrangeiro.
      Foi o governo de Salazar que deu o direito de voto às mulheres – antes da França. Curioso. não é? E em 1933 ou 1934 já havia procuradoras à Câmara Corporativa – uma delas divorciada.
      A realidade é sempre superior à ficção – principalmente quando a ficação parte de gente pouco informada.

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  7. licas permalink
    29 Novembro, 2016 18:28

    No tempo do Salazar quem gritasse na rua
    VIVA A REPÚBLICA
    era detido e entregue à PIDE. . .

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    • 29 Novembro, 2016 19:48

      1 – Salazar manteve a república?

      R: A prova de que Salazar não manteve a república está na descaracterização desta, ao ponto de uns lhe dar rótulo de “ditadura”, ao ponto do próprio Salazar lhe chamar apenas “Estado Novo”, e não “nova república” (sem qualquer escrúpulo ou hesitação, elimine-se dos manuais escolares a seriação de 1ª, 2ª e 3ª república). Essa desfiguração, desmantelamento, como sabemos resulta de actos propositados, não acidentais. Ao contrário de Franco, Salazar (mais instruído nas coisas de Deus, da Pátria e da nossa Monarquia, conhecedor dos círculos monárquicos e integralistas) sabia da impossibilidade da devolução da nossa Monarquia (a qual fica em 1834, e não em 1910 – além do problema da ilegitimidade da linha de D. Pedro IV, e da imposição artificiosa de um regime “monárquico” liberal). Ao contrário do que vimos com os republicanos, no Estado Novo não era o regime, ou ideologia própria aqueles que interessavam alcançar, mas sim o uso das ferramentas disponíveis para proteger Portugal do assalto internacional (autodefesa), e possibilitar a vida dos portugueses, preservar os territórios, restaurar a identidade ferida, e esperar melhores tempos nos quais fosse possível devolver Portugal à normalidade: a sua monarquia própria (anterior a 1834), enfim, a Cristandade

      http://ascendensblog.blogspot.ca/2016/11/a-custo-do-goncalves-arrumemos-casa-i.html

      leitura para ti pilita murcha

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      • bst permalink
        3 Dezembro, 2016 16:37

        Ditadura é um período específico de 1926 a 1933.
        Se ler a constituição de 1933 verá que está lá bem expresso que Portugal era uma república.
        Salazar era republicano.

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  8. SRG permalink
    29 Novembro, 2016 19:09

    Deves estar a delirar ! vai rapidamente ao médico, e de preferência cubano, já que aquilo lá é uma democracia !!!

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    • licas permalink
      29 Novembro, 2016 22:29

      Acho que sim, D. José I , (Absolutimo Esclarecido) a prostituição monástica
      as condenações à morte com esquartejamento do condenado,
      tudo isso teria, acredito, um grande impacto a nível mundial.
      Essas Monarquias podres em que o Monarca assina de cruz
      o que o Parlamento deseja não é mais do que o abastardamento
      da Nação.
      Agora só em certos pontos da Ásia, enfim, é que podemos ter
      verdadeiras Monarquias.
      Uma desgraça

      No tempo do Salazar nada de Partidos Políticos- havia a União Nacional,
      e pronto!
      Os meninos “aderiam” à Mocidade Portuguesa, envergavam uniforme militar,
      e os cintos dos calções eram fivelas metálicas com um enorme S . . .

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      • bst permalink
        3 Dezembro, 2016 16:40

        Calma! O principal responsável pelas barbaridades do reinado de d. José I (entre as quais os episódio da Trafaria, que indignou a Europa) é o Marquês de Pombal – iluminista e maçon.

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  9. 29 Novembro, 2016 20:08

    Se fosse o esquife de Fidel a passar na cidade já seria “uma justa homenagem ao grande democrata e defensor dos direitos humanos, libertador de um povo”

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  10. carlos alberto ilharco permalink
    30 Novembro, 2016 13:39

    Acho muito bem que se tenham rodeado das maiores cautelas.
    Ainda outro dia um maluquinho mostrou como podia ter morto o Rei com a maior das facilidades e já agora o CR7 também.
    Em Espanha são às dezenas aqueles que não se importavam de o fazer.
    Segurança acima de tudo, um dia com problemas salvou a possibilidade de um atentado.

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