Os Economistas Trambolhos

Anda tudo histérico com a última previsão do FMI ao nosso défice. Sim, esse mesmo organismo achincalhado e descredibilizado pelas esquerdas quando as previsões não lhes agradavam.  Como sempre, os economistas trambolhos desta governação não tardaram em rejubilar-se. Mas estão satisfeitos com quê se o controlo do défice é feito essencialmente com recurso ao estrangulamento do investimento público, de pagamentos e aumento de impostos?

O nosso crescimento foi quase nulo. O investimento idem. Sem criação de riqueza o país não consegue solver obrigações sem ser à conta de mais dívida. Daí que, de 128% a dívida esteja agora acima de 133% do PIB. Mais: as receitas fiscais estão a cair e o IVA, que deveria aumentar, em relação ao ano anterior, manteve-se. Para piorar este cenário, os juros caminham a passos largos para os 4%, apenas foram amortizados 2 mil milhões de 6 mil milhões ao FMI e  a dívida pública  de 5 mil milhões não tem ainda reflectida a recapitalização da CGD. A isto junta-se, claro está, um aumento significativo com despesas de pessoal, muito acima do previsto no OE, que já tem uma execução de 91% quando deveria estar nos 84%.

Com este cenário, para conseguir o objectivo da redução do défice, em vez de politicas de estímulo ao crescimento económico e redução de despesa, os economistas trambolhos deixaram cair  o investimento público em 500 milhões. Venderam F16 à Roménia. Deixaram de pagar bens e serviços estrangulando sem pudor a tesouraria das empresas fornecedoras. Pagaram apenas 100 milhões às PPP mas os encargos cresceram  em 400 milhões. Aumentaram substancialmente os impostos indirectos piorando o nível de vida dos cidadãos e das empresas. Criaram  um perdão fiscal  “à la minute”. Porém, mesmo assim e com o beneficiamento da revisão em baixa do défice de 2015, pode não ser suficiente… E mais impostos virão.

Perante este cenário, que fazem os economistas trambolhos deste governo? Congratulam-se, pois claro! De facto é um motivo de grande orgulho ser-se incompetente com diploma universitário. É como se nós, cidadãos, para ver crescer o rendimento lá de casa, suspendêssemos todos os pagamentos de contas ao invés de tentar fazer novas entradas através de salários e ainda por cima aumentássemos essas despesas em vez de as diminuir. A esta hora desconfio que certos professores universitários estão a morrer de vergonha pelos alunos que tiveram… e deveriam ter chumbado.

Infelizmente para nós, cidadãos, estamos perante um embuste que nos vai estourar nas mãos, mais uma vez. Porque o que importa é iludir. É fazer passar a mensagem que tudo está muito bem mesmo sabendo que é mentira. E com a bênção do nosso Presidente que se diz de afectos pelo seu povo (que ironia), os economistas trambolhos vão martelando as contas até ao dia do veredicto.

Que triste sina a deste país, que anda a ouvir os galos a cantar desde 1975 às nossas custas,  sem se importarem com a Nação.