acção humana
Quase todas as semanas temos tido sinais contraditórios sobre a evolução da nossa economia, de tal modo que os políticos, consoante as suas preferências e os seus interesses, utilizam esses dados de acordo com as suas diferentes e contrárias conveniências. Nuns dias temos o Banco de Portugal a rever em alta o crescimento, noutros o Conselho Económico e Social revê em baixa; depois o Índice de Confiança dos empresários e consumidores é mais optimista, para ser mais pessimista na semana seguinte; mais tarde, um relatório do FMI é-nos simpático, mas logo depois vem o INE e estraga-nos a festa; numas semanas a Comissão Europeia adverte-nos de que as coisas não vão bem, para, pouco depois, a mesma Comissão nos aprovar o orçamento sem fazer críticas de substância.
Isto quer dizer, essencialmente, uma coisa: que quase nenhuma desta gente percebe nada de economia. Para eles, a economia são estatísticas, números, mapas, modelos matemáticos, efeitos experimentais, demonstrações complexas, cálculos e previsões científicas. Ora, a economia é coisa muito diferente: são as pessoas e as suas acções, e estas não são planificáveis, nem inteiramente previsíveis, nem determináveis por modelos matemáticos desenhados nas mesas de técnicos e burocratas dos ministérios. A economia são as pessoas nas suas relações permanentes de troca e interacção. É o «mercado» e o «mercado» somos todos nós: quanto mais livre ele for, mais livres nós seremos.
Pois bem, as pessoas agem em razão das suas preferências subjectivas, dos seus interesses e necessidades, fazendo-o, por princípio, de acordo com as regras da sensatez e da prudência, de acordo com a informação que conseguem adquirir e a percepção normal que têm das coisas. Infelizmente, para conseguirem resultados políticos e eleitorais, os governos frequentemente falseiam essa informação para conseguirem apoio eleitoral, como sucede, infelizmente vezes de mais, quando incentivam o crédito e expandem artificialmente a massa monetária, sem que isso corresponda a um crescimento real da economia. Estão a dizer às pessoas que devem e podem gastar, mesmo que elas não necessitem de o fazer e sem que tenham disponibilidades geradas pelo acréscimo da produção ou da poupança.
Posto isto, o que se tem passado em Portugal, no últimos meses, é que a percepção geral das pessoas, sobretudo dos que mais directamente operam na actividade económica, como sucede com os empresários, é de que as coisas estão muito longe estar bem. São pessoas prudentes e sensatas, que sabem que as grandes reformas estão por fazer, que a dívida pública continua a crescer e que os sinais de crescimento são muito frágeis, estão bem aquém das necessidades do país e da sua gigantesca dívida, e, sobretudo, são facilmente reversíveis. As outras pessoas também não estão propriamente optimistas, mas têm sido instrumentalizadas pelo governo e pelos seus parceiros com um discurso político de confiança e de optimismo, no qual o primeiro-ministro é especialista e que tem beneficiado de políticas irresponsáveis do Banco Central Europeu, cuja factura já todos pagamos sem disso nos apercebermos. O socialismo acredita mesmo que o crescimento da economia se resume a estímulos sobre a procura, gerados num ambiente favorável ao consumo, e é isso que esta gente tem vindo a fazer.
Para além do desconhecimento de quem faz e interpreta os dados económicos, a divergência sobre as notícias da nossa realidade resulta também disto: umas reflectem a opinião dos agentes económicos directos, enquanto outras transmitem os efeitos da propaganda política e das suas medidas “salvíficas”. Em tempo veremos quem tinha razão.
Impressiona e preocupa a facilidade com que este governo anuncia praticamente todos os meses “grandes medidas”, médias e mega-decisões com o dinheiro dum Estado falido, com um resgate por pagar e. com uma economia só pontual e ocasionalmente mente evolutiva.
Mas a populaça-NADA gosta de ver arco-íris sobre o caos por ela provocado ao ignorar a realidade desde 2009.
(Cada vez que me lembro da lata do AC-DC que num debate para as legislativas disse ao PPCoelho que foi o PSD quem pediu o resgate…).
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Ao falar em populaça-NADA o caro MJRB demonstra que não percebe nada de acção humana, logo não percebe nada de economia.
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Populaça-NADA é um termo meu, do qual não abdico para identificar a populaça indigente, ignorante, desinteressada pelo seu futuro e do país.
O caro PiErre tem razão nisto: de economia percebo pouco e de mega-economia pouquíssimo.
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A verdade é que eu não sei o que é essa coisa de mega-economia.
Também é um termo exclusivo do caro MJRB?
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Anunciar é tal como o Arcanjo. Todos Mestres em publicidade. O aborrecido, chato e maçador, é que nada se faz, nada se conclui — excepção honrosa para o Arcanjo.
O importante, agora, é que é um excelente post.
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“Em (devido) tempo veremos quem tinha razão”, quando estivermos, outra vez e amargamente a pagar estes devaneios.
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Num dia a emigração na geringonça cabeça do PM é um cancro da anterior governação e no outro a diáspora é uma festa. É espantoso o circo e a miséria em que se transformou este país 🙂
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Gostei deste excelente texto de rui.a.
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Mas eu esclareci-o que nada percebo de mega-economia…Termo que ouvi há anos dum economista que de tão mau, não passa de contabilista duma mercearia, com tintol à disposição quando mexe na papelada.
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Este Natal os portugueses pensam gastar mais. Noutra notícia, o crédito ao consumo disparou. Evidentemente a Banca aprendeu com a crise. Aprendeu que se safa.
Moral da história: estou farto de pagar os natais dos outros.
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Enquanto o SLB for ganhando o País (são seis milhões de adeptos) vive contente, come uns coiratos bebe umas bejecas e aumenta todos os índices altamente complexos que os senhores economistas descobriram e que só eles percebem.
Ora um País onde a saúde económica depende de um bom pontapé de Pizzi ou uma boa defesa de Ederson, não pode ir muito longe.
E não vai, provavelmente nem mesmo o SLB irá para lá desta eliminatória da Champions.
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Quatro milhões descontentes é muita gente !…
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nem mais .isto está de pantanas . o mês de novembro foi de fugir , dezembro está igual , vamos ver estes dias a seguir. mas quando se lê os jornaleiros ( trabalham à jorna 🙂 ) isto é mel a correr por todos os lados.
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Sem dramatismos, a situação é preocupante e os investidores vivem quase em pré-pânico. A “economista”, premiada pelo observador, provocou dano insanável no que concerne ao imobiliário e lá se foi parte do trabalho do Adolfo Mesquita Nunes. A próxima tarefa da esquerdopata vai ser arrasar o arrendamento e o alojamento local.
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Retrato fotoshop da geringonça:
PCP ( e filial CGTP) não concorda com ordenado minimio proposto….
Pergunto:
Se fosse no tempo do governo anterior, que atitude tomaria a CGTP?
Isto é importante, porque define bem a hipocrisia d’um partido que, de tanto “baixar as calças”, vai definhando dia a dia!
Idem BE
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Para o PCP,
Quanto pior, melhor! Observem.
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O BE tem provocado mais dano ao investimento,considero-o, neste momento, mais nocivo ao país.
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A percepção geral e o sentimento comum é que a economia está a crescer assim como a confiança.
Abençoada mudança que se verificou em Portugal.
Devemos estar agradecidos a quem quis salvar Portugal.
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Se escreveres isso vinte vezes, o crescimento, que anda pouco acima de zero, aumenta para aí umas dez vezes mais. Se escreveres cinquenta vezes, só aumenta vinte vezes mais. Mas se escreveres cem vezes, ganhas um prémio do Partido. Mãos à obra, portanto!
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O António Costa faz concorrência com a Nª SRª de Fátima a salvar Portugal.
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Crescimento económico; diminuição do déficit; diminuição do desemprego; aumento da confiança na economia; mais rendimento disponível, etc.
O que é que vocês querem mais?
O Pai Natal?
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Ó Arlindo…parece que acreditas ainda no Pai Natal. Então não vês que quando a ‘esmola’ é muita o pobre desconfia?
Ó Arlindo, está tudo martelado. O que interessa é o PS ganhar balanço para ganhar eleições. O que estescharlatães querem é dar com os pés no PSD/CDS e atolar o País mais à esquerda.
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O que se quer mais ?
Queremos o privilégio de receber afectos pessoais do Marcelo Craveiro Thomaz e do AC-DC. Beijinhos, abraços, e que o Marcelo diga que se lembra de fulano e cicrano da universidade ou do Procópio, ou que se cruzou connosco na esquina da rua tal em 1982.
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Comprei, num antiquário, um cagalhão que boiava no rio Tejo no dia em que o Afectuoso nadou por lá. Vou enviá-lo como presentinho!
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Arlindo, a economia cresce, mas poucochinho … menos que em 2015. Que chatice.
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O Arlindo DO Costa
é que acredita no Pai Natal. Por exemplo, crê que o consumo neste período está a bater record desde por exemplo 2006… Que há muito dinheiro para gastar — e se houvesse, devia-se à presença do AC-DC e do seu governo…
Acredita em tudo o que a propaganda emite. Na Coreia do Norte também há bovinizados.
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Hoje, na ARepública a ACristas ofereceu prendas especiais ao AC-DC. Este, e a propósito, tentou fazer uma gracinha com o PPCoelho, que ouviu com cara nada simpática. Acto contínuo, numa atitude louvável e de líder abandonou o hemiciclo, deixou o AC-DC a falar sozinho.
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Bem…concedo: o AC-DC consegue falar, expressar-se um pouquinho melhor do que o Jorge Coelho. Mas ouvi-los é autêntico insulto à inteligência.
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Excelente análise Rui A. Este texto deveria ser lido pelos “especialistas” económicos mixordeiros que temos no país. Ainda estou para saber quem vai “entrar” com a massa para os credores do Novo Banco.
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