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Nacionalismo do que gostamos é refresco

23 Janeiro, 2017

Muita gente fala do regresso dos nacionalismos. Por exemplo, Timothy Garton Ash escreve no Observador que “este mundo em que os nacionalismos se reforçam mutuamente é também um mundo em que tanto o poder relativo como a coerência interna do Ocidente estão a sofrer uma enorme erosão de ambos os lados do Atlântico”. Imagino que seja assim que se vêem as coisas quando estamos na academia ou num think tank. Aqui, nos subúrbios, não vejo regresso de nacionalismos, vejo o nacionalismo que sempre conhecemos perder a vergonha ao ponto de se demonstrar no poder. Sim, é o mesmo nacionalismo que, na rua, não acha que o tipo que atira um camião contra uma multidão seja um francês, independentemente do que disser no seu passaporte.

Quando uma Catarina Martins diz que devemos estar preparados para a saída do euro, isso não é nacionalismo? Quando aquele palerminha que aparece ao lado do primeiro-ministro (eu sei, assim não é fácil identificar) diz que as pernas dos banqueiros alemães até tremem se ameaçarmos não pagar as dívidas, isso não é nacionalismo? Quando vamos sacar fundos estruturais e quando criamos PPP ruinosas para construir auto-estradas entre Moimenta da Serra e Moimenta do Vale, isso não é nacionalismo? Quando um país teso discute outro aeroporto para Lisboa, isso não é nacionalismo? Quando não construir linhas de TGV era ficar “fora da rede ferroviária transcontinental”, isso não era nacionalismo? Quando o país pedinte se queixa de uma tirada do Schäuble, porque é “ingerência na democracia nacional”, e que já não é ingerência quando se trata de criticar a eleição de Trump, isso não é nacionalismo? E a grande esperança no Tsipras e no Syriza, que iam mostrar a esses nazis do alemães como era, não é nacionalismo? O Brexit é nacionalismo, mas o discurso do PCP, da Bloca e da agremiação de loucos que é hoje o PS, quando sugerem sair do euro, isso já não é nacionalismo?

Então, agradeço que me expliquem o que é o nacionalismo. Talvez o muro do Clinton não seja nacionalismo, talvez só o segmento do Trump seja. Tentem explicar-me o que é nacionalismo sem recorrer a pessoas. Ficarei agradecido, mas esperarei sentado.

33 comentários leave one →
  1. 23 Janeiro, 2017 22:36

    😛

    Embrulhem

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  2. licas permalink
    23 Janeiro, 2017 22:40

    E exactamente como diz.
    Quanto à Europa não se concebe que ainda se não tenha percebido
    a difereça entre os Europeus unidos (muito embora não prescindido
    das suas particularidades culturais) e o resultado a que este
    mal digerido Nacionalismo, que proventura chegará a se assemelhar
    a 1914, e ao início da primeira guerra mundial. Depois desta ter terminado
    bastou esperar-se 20 anos para que rebentasse a Segunda.

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    • 24 Janeiro, 2017 00:49

      Palavras de um “humanista” internacionalista .

      Palavras de um “autoritário” nacionalista

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      • licas permalink
        24 Janeiro, 2017 08:59

        Fica muito bem incensar políticos que fusilam prisioneiros de guerra (civil)
        e que para cúmulo vêm gabar-se do feito na ONU. . .
        INESQUECÌVEL

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  3. Dinis Brito permalink
    23 Janeiro, 2017 22:46

    “Da esquerda podemos esperar tudo menos duas coisas: coerência e conhecimento sobre economia.” – Rodrigo Constantino

    Eu pessoalmente sou nacionalista. Prefiro ser governado por apparatchiks portugueses em que eu votei do que ser governado por apparatchiks estrangeiros em que a população não votou e nem conhece. O Parlamento Europeu não conta, porque salvo as devidas distâncias, o parlamento europeu tem tanto poder e importância como o legislativo cubano ou chinês, ou seja não vale nada. Obviamente que nacionalismo não tem nada de racismo ou “faxismo” como dizem os justiceiros sociais. Eu por gostar mais do meu filho, não quer dizer que odeie as outras crianças, assim como gostar mais do meu país do que outros não quer dizer que seja racista. Mesmo que a burocracia supracional fosse boa eu continuaria ser nacionalista, esta é a diferença entre o nacionalismo verdadeiro e o “nacionalismo” de ocasião.

    “Quando um país teso discute outro aeroporto para Lisboa, isso não é nacionalismo?” ou “Quando vamos sacar fundos estruturais e quando criamos PPP ruinosas para construir auto-estradas entre Moimenta da Serra e Moimenta do Vale, isso não é nacionalismo?”

    Não, não é nacionalismo. Obras estatais existem em todo o tipo de regimes e isso não é nacionalismo, porque se assim fosse todos os governos da história foram nacionalistas, até os governos fantoches da URSS que existiram na Europa de Leste.

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  4. licas permalink
    23 Janeiro, 2017 22:51

    E cá no Reino da Estupidez ainda se clama, aplaude, e se tenta enaltecer,
    a tremenda tragédia que foi o reinado de 5 décadas de AOSalazar.
    Pobre Povo que agora tem de aguentar tão “parados no tempo” imbecis.
    Mais uma “herança” não dispicienda do Salazarismo.

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  5. 23 Janeiro, 2017 23:05

    Republicou isto em O LADO ESCURO DA LUA.

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  6. 23 Janeiro, 2017 23:14

    Uma mulher repórter que foi até à marcha das “pussys” em protesto contra o “misógino” e “sexista” presidente Trump, é agredida por um homem cobardola activista que nela participava porque sentiu-se melindrado com as perguntas da senhora. E em nome das “mulheres” e da marcha feminista na luta histérica com que se manifestam frequentemente entre muitas balelas, como a violência contra as mulheres, as mulheres feministas, protegeram o cobardola e acusaram a mulher repórter de ter merecido tal agressão por o ter provocado. Isto ao mesmo tempo que na mesma marcha passeavam também as muitas seminuas “vadias” feministas empunhando cartazes , “Eu não estou a pedi-las”, “Parem de culpar as vitimas”
    Isto é um perfeito exemplo da corrupção moral da esquerda em todo o seu decadente esplendor .

    youtube.com/watch?v=S1eb9vQ1vAk

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  7. javitudo permalink
    23 Janeiro, 2017 23:33

    Nacionalismo é assim:
    Tudo de bom para nós.
    O resto para os outros.
    Menos nacionalistas que nós.

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  8. Comuna de Direita permalink
    23 Janeiro, 2017 23:55

    Na muche, nada mais há a acrescentar até porque os visados apenas são naciobalistas de uma retórica que se afunda no pântano da demagogia.

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  9. PiErre permalink
    24 Janeiro, 2017 07:53

    Eu prefiro ser bairrista.

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  10. Rão Arques permalink
    24 Janeiro, 2017 08:54

    Nacionalismo segundo Catarina: “Um erro tremendo eleições antecipadas”. Levante-se.

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  11. licas permalink
    24 Janeiro, 2017 09:41

    “A história conta-se em pouco mais de mil caracteres, mas o espanto perdura. Um condenado em Vila Viçosa a dois anos e dois meses de prisão por violência doméstica viu-se absolvido em Évora, onde os juízes desembargadores ainda se devem reger pelo ‘código do Seabra’, aquele que, no início do século passado e até à década de 60, obrigava a casada a residir no domicílio do marido; a prestar-lhe obediência, e não a autorizava, sem o consentimento dele, a administrar, adquirir, alienar bens, publicar escritos e apresentar-se em juízo. ”

    CM, hoje, com a devida vénia. . .

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  12. Arlindo da Costa permalink
    24 Janeiro, 2017 16:01

    Não quero ser inconveniente mas hoje em dia o PCP é o único partido nacionalista em Portugal.
    Todos os demais são internacionalistas.

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  13. licas permalink
    24 Janeiro, 2017 17:05

    V.C. : não lhe ligue, cuide da sua saude
    Esse AC situa- se abaixo de cão.

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  14. carlos alberto ilharco permalink
    24 Janeiro, 2017 18:53

    Nacionalista é muito simples.
    Querer que tudo o que se compre em Portugal seja feito em Portugal .

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  15. SRG permalink
    24 Janeiro, 2017 20:08

    Nacionalista é um indivíduo que mesmo depois de morto, ainda vai ter pânico do Salazar.
    Estou a falar de alguém que não passa por aqui sem lembrar o pobre coitado, que mesmo depois de morto ainda causa urticária a muita gente !!!

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  16. licas permalink
    24 Janeiro, 2017 21:39

    “Pobre coitado?”
    Diga melhor: o assassino de milhares de jóvens lançados para a morte,
    Deram-lhes uma farada, embarcaram-os e pronto, aguentem-se . . .
    Um político tão capaz que não descortinou de que a Guerra estava sempre
    perdida depois de todos os Africanos (com excepção da África do Sul) se
    encontravam independentes.
    Do Salazar não tenho qualquer medo, dos militantes, desses, sim.
    tenho o dever moral de mostrar o que foi o Salazarismo, até por defesa própria e dos meus descendentes-
    ESTÁ CLARO?

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  17. licas permalink
    24 Janeiro, 2017 22:02

    Aliás, nem medo tenho. De tal maneira que
    desafiei a Zazie e companhia, tão “próximos” do Salazar,
    a fundarem um Partido Salazarista em que o principal
    objectivo seja o de ressuscitar a Constituição de 1933 . . .
    Atrevei-vos . . . vá.

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  18. licas permalink
    24 Janeiro, 2017 23:06

    VC há algum bolo Salazar?
    Mesmo diabético crónico, não me tente, só capaz de arriscar papá-lo . . .

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  19. Buiça permalink
    25 Janeiro, 2017 00:19

    Nacionalista, no sentido pejorativo, é um patriota que não é dos nossos.
    Da mesma forma que há populares e populistas, suponho.
    Mais dificil é entender aqueles que acham que o contrário de nacionalista é liberal.

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  20. licas permalink
    25 Janeiro, 2017 12:16

    Buiça PERMALINK
    25 Janeiro, 2017 00:19

    O cointr+ario de Nacionalista . . . tocou num ponto importante!
    Vamos lá ver: houve, há os intercionalistas do Lenine: prolrétários de todo o Mundo,
    ou também temos de derrubar o Capitalismo, o Fascismo, etc.

    Muito mais modernamente, aqui,também (era fatal que acontecesse) quere-se a
    Europa Unida.
    Pergunto: estes últimos serão Nacionalistas? Parece que não, mas também não
    serão “internacionalistas” no sentido acima . . . . . .

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  21. 25 Janeiro, 2017 21:33

    lembrei-me dum belo professor que tive , Farrelo Lopes , que há quase 2o anos já dizia que o voto viria ser , mais que nada , por questões nacionalista. se calhar pensavam que o bicho homem deixava de ser um animal territorial? que os partidos de massas iam durar para sempre? que as ideologias morriam e a gente não dava por nada ?

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