Muitas lojas têm tendência a fechar.
Em algumas, ligadas ao vestuário de cozinha, os clientes podem ter que desamparar a loja.
Outros locais os esperam.
Um bom motivo para relfectir, Alguns dados: 1º trata-se de uma loja histórica, de 1888, num dos locais mais simbólicos de Lisboa, o Chiado. 2º O seu fecho seria uma perda; 3º Trata-se de um estabelecimento de luxo; 4º A permanência da loja não pode ser feita à custa do senhorio. 5
Não se sabe o montante da renda. Uma renda de um sítio naquele local e com aquela área quanto seria? Quanto é a renda paga? Muito provavelmente a renda está muito abaixo do que seria o seu valor em mercado aberto – e as rendas estão congeladas há um século…
A renda em mercado livre é comportável pela empresa locatária? Se não é, porquê, trantando-se de produtos de luxo e de uma empresa conhecida em grande parte do país?
Estando a falar em valores não distantes entre lucros da loja, renda, etc., seria de criar um mecanismo – sério – que, durante um espaço de tempo curto permitisse a adaptação da renda paga daquela que seria a de mercado.
Há lojas daquele género em todas as capitais europeias – que tiveram sempre ou quase, regimes de renda livre.
Se a questão não é a da renda, devia a câmara poder manter, se não a empresa, a fachada, impedindo outro hotel, etc? Num local daqueles, pesosalmente, creio que sim, mas nunca por nunca à custa do proprietário.
Por acaso, é isso mesmo! Uma vez que não se restringiu, por via do licenciamento, a epidemia de edificação de grandes superfícies comerciais fora da cidades (pudera! com os lucros pornográficos que dava converter terrenos rústicos em urbanos), assim se estrangulando o comércio tradicional, então é de elementar justiça taxar essas grandes superfícies para repor aquilo que destruíram. Lendo a HM, dá a ideia que é uma infeliz que viveu numa Portela qualquer (como eu) e que por lá ficou (não como eu), a sonhar com uma cidade de lojas todas iguais, uma loja chinesa aqui, um indiano a vender galos de Barcelos ali, uma “hamburgaria gourmet” acolá e, no meio, 150 alojamentos locais. O “vale tudo” especulativo está para o congelamento das rendas, como o PREC esteve para os 48 anos de Estado Novo: um desastre arrastado trocado por outro acelerado.
Como o JPT por existir “roubou” o lugar no seu emprego a alguém que roubaria o lugar a outro alguém etc etc etc, quanto é que o JPT vai pagar?
E se o JPT inventasse uma tecnologia, por exemplo lampadas LED, ou sei lá o motor de combustão quanto deve ser a penalidade para o JPT para os fabricantes de lampadas de alogéneo e os carros de mulas?
Por exemplo o JPT ao escrever aqui não está a ver TV, quanto o JPT vai pagar a SIC e TVI? também não está a usar os CTT para mandar cartas quando escreve um email logo…
Eu explico. O congelamento das rendas foi muito, MUITO mau, mas teve um único efeito bom: preservar (mumificadas) este tipo de lojas, que é o que uma das coisas que ficam bem nas selfies nos camónes (é isso e aqueles edifícios, que, como não levámos fomos bombardeados por ninguém, tinham os mesmos interiores desde o século XVIII, e que agora estão a ser demolidos para meter placa, pladur e projectores de tecto). E nós queremos camónes, MUITOS! Ora se há dinheiro para ajudar os amigos das obras, com milhões em ajustes directos de praças e passeios; os amigos dos parques subterrâneos com a supressão de centenas de espaços de estacionamento à superfície (só na minha rua serão 36); os amigos da publicidade e meios, com mais campanhas do que as do Napoleão; os amigos dos hotéis e dos condomínios, fechando ruas (Salitre) ou até quarteirões (entre a Artilharia 1 e a Castilho); e já nem falo dos amigos da ILGA, com uma empresa só para eles (todos sabem qual é), e se há imaginação para licenciar e permitir o que todos estes amigos pedem, há de haver um modo de preservar um património que, por puro acaso, chegou aos nossos dias, que tem e cria mercado (veja-se a Lello no Porto) e que só a tacanhez e cupidez inatas do especulador imobiliário e do político que vive a custa dele não detectam (Ok, não só a destes).
Tão simples.
Se o dono da loja não pode pagar a renda que o senhorio tem direito, a CML paga-a e explora a loja.
Com mais de quinze mil funcionários deve encontrar com facilidade três ou quatro com aptidão para a retrosaria.
Também pode dar para servir capilé como a Dona Catarina Portas faz.
JPT, o congelamento de rendas apenas permitiu que lojas históricas não equacionassem o seu futuro, não se adaptando. Em todas as capitais e cidades europeias – onde as rendas nunca estiveram congeladas encontramos pequenas lojas antigas a funcionarem perfeitamente. E no caso das lojas de luxo, como é o caso a que se refere HM, muito mais.
Republicou isto em O LADO ESCURO DA LUA.
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Muitas lojas têm tendência a fechar.
Em algumas, ligadas ao vestuário de cozinha, os clientes podem ter que desamparar a loja.
Outros locais os esperam.
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Se calhar mais uma mega loja chinesa, né?
Essas são boas porque servem de caridade para com a escravatura chinesa
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Um bom motivo para relfectir, Alguns dados: 1º trata-se de uma loja histórica, de 1888, num dos locais mais simbólicos de Lisboa, o Chiado. 2º O seu fecho seria uma perda; 3º Trata-se de um estabelecimento de luxo; 4º A permanência da loja não pode ser feita à custa do senhorio. 5
Não se sabe o montante da renda. Uma renda de um sítio naquele local e com aquela área quanto seria? Quanto é a renda paga? Muito provavelmente a renda está muito abaixo do que seria o seu valor em mercado aberto – e as rendas estão congeladas há um século…
A renda em mercado livre é comportável pela empresa locatária? Se não é, porquê, trantando-se de produtos de luxo e de uma empresa conhecida em grande parte do país?
Estando a falar em valores não distantes entre lucros da loja, renda, etc., seria de criar um mecanismo – sério – que, durante um espaço de tempo curto permitisse a adaptação da renda paga daquela que seria a de mercado.
Há lojas daquele género em todas as capitais europeias – que tiveram sempre ou quase, regimes de renda livre.
Se a questão não é a da renda, devia a câmara poder manter, se não a empresa, a fachada, impedindo outro hotel, etc? Num local daqueles, pesosalmente, creio que sim, mas nunca por nunca à custa do proprietário.
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Acho que sim. Portugal tem muita tradição. Como canta a Sétima Legião.
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Por acaso, é isso mesmo! Uma vez que não se restringiu, por via do licenciamento, a epidemia de edificação de grandes superfícies comerciais fora da cidades (pudera! com os lucros pornográficos que dava converter terrenos rústicos em urbanos), assim se estrangulando o comércio tradicional, então é de elementar justiça taxar essas grandes superfícies para repor aquilo que destruíram. Lendo a HM, dá a ideia que é uma infeliz que viveu numa Portela qualquer (como eu) e que por lá ficou (não como eu), a sonhar com uma cidade de lojas todas iguais, uma loja chinesa aqui, um indiano a vender galos de Barcelos ali, uma “hamburgaria gourmet” acolá e, no meio, 150 alojamentos locais. O “vale tudo” especulativo está para o congelamento das rendas, como o PREC esteve para os 48 anos de Estado Novo: um desastre arrastado trocado por outro acelerado.
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No caso sem questão, os hipermercados não são concorrentes da loja do Chiado. Trata-se de uma loja de luxo.
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Como o JPT por existir “roubou” o lugar no seu emprego a alguém que roubaria o lugar a outro alguém etc etc etc, quanto é que o JPT vai pagar?
E se o JPT inventasse uma tecnologia, por exemplo lampadas LED, ou sei lá o motor de combustão quanto deve ser a penalidade para o JPT para os fabricantes de lampadas de alogéneo e os carros de mulas?
Por exemplo o JPT ao escrever aqui não está a ver TV, quanto o JPT vai pagar a SIC e TVI? também não está a usar os CTT para mandar cartas quando escreve um email logo…
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Eu explico. O congelamento das rendas foi muito, MUITO mau, mas teve um único efeito bom: preservar (mumificadas) este tipo de lojas, que é o que uma das coisas que ficam bem nas selfies nos camónes (é isso e aqueles edifícios, que, como não levámos fomos bombardeados por ninguém, tinham os mesmos interiores desde o século XVIII, e que agora estão a ser demolidos para meter placa, pladur e projectores de tecto). E nós queremos camónes, MUITOS! Ora se há dinheiro para ajudar os amigos das obras, com milhões em ajustes directos de praças e passeios; os amigos dos parques subterrâneos com a supressão de centenas de espaços de estacionamento à superfície (só na minha rua serão 36); os amigos da publicidade e meios, com mais campanhas do que as do Napoleão; os amigos dos hotéis e dos condomínios, fechando ruas (Salitre) ou até quarteirões (entre a Artilharia 1 e a Castilho); e já nem falo dos amigos da ILGA, com uma empresa só para eles (todos sabem qual é), e se há imaginação para licenciar e permitir o que todos estes amigos pedem, há de haver um modo de preservar um património que, por puro acaso, chegou aos nossos dias, que tem e cria mercado (veja-se a Lello no Porto) e que só a tacanhez e cupidez inatas do especulador imobiliário e do político que vive a custa dele não detectam (Ok, não só a destes).
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Tão simples.
Se o dono da loja não pode pagar a renda que o senhorio tem direito, a CML paga-a e explora a loja.
Com mais de quinze mil funcionários deve encontrar com facilidade três ou quatro com aptidão para a retrosaria.
Também pode dar para servir capilé como a Dona Catarina Portas faz.
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JPT, o congelamento de rendas apenas permitiu que lojas históricas não equacionassem o seu futuro, não se adaptando. Em todas as capitais e cidades europeias – onde as rendas nunca estiveram congeladas encontramos pequenas lojas antigas a funcionarem perfeitamente. E no caso das lojas de luxo, como é o caso a que se refere HM, muito mais.
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