Qual Esquerda, Qual Direita!
Não entendo como ao longo dos séculos ainda não se abandonou a terminologia esquerda e direita, com origem na Revolução Francesa. Pior do que isso foi atribuir uma carga negativa à direita de tal modo que ninguém se quer identificar com ela, quando deveria ser precisamente o oposto. É à esquerda que devemos as ligações aos piores ditadores de sempre, chacinas em massa, privação absoluta de liberdades, fome, miséria e injustiças. A História não mente. Agora mesmo a Venezuela é bom exemplo disso. Mas curiosamente, nas escolas, ainda hoje, passam a ideia que ser de esquerda é ser pelos desfavorecidos das classes trabalhadoras. Ser de direita é ser pelos ricos e opressores. Nada mais falso.
Com efeito, foi com a Revolução Francesa em 1789-1799 que a terminologia surgiu. Quando os jacobinos (radicais alinhados com a baixa burguesia e trabalhadores) e girondinos (moderados com tendência à conciliação e com boa articulação com a alta burguesia e nobreza) reuniram no salão da Assembleia Constituinte para redefinir os destinos de França, os primeiros, em busca de representatividade e legitimidade política, sentaram à esquerda, os segundos à direita, dando lugar a novos modelos políticos, sociais e culturais que viriam a espalhar-se pela Europa. A Revolução francesa era expressamente progressista influenciada pelo Iluminismo francês e os girondinos mesmo ligados à tradição estavam inseridos nesta perspectiva. Dito de outra forma, todos, quer uns quer outros lutavam à época contra a monarquia absolutista, divergindo apenas na forma de chegar à sociedade ideal.
Curiosamente foram os radicais jacobinos, que protagonizaram o Período do Terror onde defendiam o terrorismo de Estado, liderado por Robespierre e que supostamente pretendia fazer uma perseguição aos girondinos, mas que acabou por ser um extermínio de todos os opositores considerados inimigos da revolução, inclusive alguns dos próprios jacobinos que haviam sempre apoiado a mesma. Isto não vos lembra nada?
Nasceu a partir daqui o comunismo, socialismo, fascismo, liberalismo e por aí fora. Na sua base, todos querem uma sociedade mais justa com direitos iguais, sem pobreza, onde todos têm igualdade nas oportunidades. Porém, é a forma de lá chegar que os distingue profundamente. Os comunistas e fascistas acreditam que é no fim das classes sociais com um Estado forte totalitário, que concentra em si toda a actividade económica, distribuindo depois a riqueza consoante as necessidades de cada um, que está a sociedade perfeita e justa. Os sociais democratas e liberais entendem que pelo contrário, o Estado deve ser reduzido deixando livre a economia para fluir e gerar riqueza que depois fortalece o Estado Social de modo a que este assegure direitos fundamentais aos mais carenciados.
Ora, a História já comprovou as duas teorias. Os primeiros deram origem a ditaduras, algumas sanguinárias, sobre uma sociedade de pobreza extrema, manietada, oprimida, sem direitos e estão em vias de extinção no Globo. Os segundos, a sociedades que prosperam e crescem a olhos vistos carecendo apenas de uma maior regulação e controlo, projectando-as a níveis de desenvolvimento jamais registadas antes do século XIX. Dá que pensar. Afinal qual é o modelo amigo dos pobres?
Acredito que é por mera ignorância promovida nas escolas que leva pessoas a pensarem que são de “esquerda” sem na realidade o serem. Porque quem defende o fim das injustiças sociais, da erradicação da pobreza, tem forçosamente de ser apoiante de uma corrente ideológica social democrata ou liberal. Nunca outra. Porque é precisamente ao estimular fortemente a economia, dando liberdade e espaço às pessoas para prosperarem e criarem postos de trabalho, que uma sociedade cresce para a erradicação da pobreza e nunca o contrário. Isto claro, enquanto o Estado Social se dedica apenas a promover o bem estar dos cidadãos. As correntes comunistas, pelo contrário, são desenvolvidas por burgueses e ensinam um grupo a viver a sombra do Estado prometendo prosperidade porque sabem que não podem assumir o poder sozinhos. Precisam de criar uma clientela à sua volta, no Estado, bem “alimentada” com promessas de bons salários e muitos direitos que lhes assegure o voto. E depois, em nome da igualdade condicionam as liberdades de todo um povo para governar “sem opositores”.
Por isso não há cá direita nem esquerda. Há apenas pessoas que acham que o Estado tudo lhes deve garantir sem terem de se esforçar muito, e outros que acreditam que é no trabalho e liberdade individual que se conquistam as coisas.
Sem demagogias e filosofias baratas trata-se apenas , numa linguagem simples, de lutas entre as cigarras e as formigas.
Só isto.
Muito bem Cristina! Cuidado para os canhotos do Júlio de Matos não lhe começarem a xingar por aqui, o ar está e continua perigoso!
Deixo o meu contributo também: https://portugalgate.wordpress.com/2017/04/20/esta-tudo-louco/
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Republicou isto em PortugalGate and commented:
Via Blasfémias, a direita é alvo de bulling.
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Falando de comunistas, basta ver o Alentejo, as Câmaras, é lá que há emprego, trabalhar? Pois.
Mas atacar comunas, ataco todos, eles querem é distribuir, cada um como pode, leu a reportagem dos caciques do PSD? Alguém aproveitou? Ninguém!!!! Nem os jornaleiros.
Esta:
http://observador.pt/especiais/a-rede-da-familia-goncalves-como-se-tornaram-poderosos-no-psdlisboa/
Algo está podre, muito podre.
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Ai há esquerda e há direita sim senhora! Não é só o estado e o seu papel que nos separa! Aliás nem sequer é o estado! É uma atitude, é uma maneira de estar e ser e de encarar a vida! Ai há esquerda e direita há. E eu quero estar na direita! Desta vez não concordo consigo!
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Não entendeu o texto. Refiro-me apenas aos termos “direita” e “esquerda” e a conotação que lhes é dada. E não disse que é apenas o Estado que os distingue. Falo em maneiras de ver a sociedade ideal.
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Pois é isso! Não entendi!
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A confusão que se deseja. Mas o pior é que o engodo é de tal ordem que basta um colante na lapela ou um jornal pendurado debaixo do braço para parecer ser. Um persistente, doentio e arrastado complexo, sempre propagado qual praga assassina da democracia.
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Então, e quem for por uma monarquia absolutista ou uma tirania benévola, como é que faz?
É uma discriminação intolerável …
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ahahahahahahahahahahahahahaha
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Ai ricos tempos, em que autora ainda supostamente com aparelho dental, se lançava à grande conquista dos amanhãs, com os evangelhos do ps segundo socas debaixo do braço proselitando socratices…
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Agora que perdeu o cargo na junta é hora de se fazer à vida e bater liberalices no peito…
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prefácio de …
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Os Narodniks dos fins do século XIX tentaram ensinar o imperativo moral da revolta. Esganiçaram e pouco mais. Provenientes da classe social média-alta aproximaram-se dos inocentes com dotes de oratória e poses teatrais. Cantaram, dançaram, aterrorizaram, enquanto o Illich não os expurgou definitivamente. Os Narodniks do século XXI andam a aproveitar-se do Illich ser velho e decadente. Na história aproveitam-se as oportunidades. Vamos a um suponhamos. Imaginem ordas de assassinos a entrar por todos os lados nas cidades desguarnecidas, embaladas pelos cantos do activismo salobre, adormecidas pelo pó inesgotável. Vemos as notícias vindas da cidade luz hoje sombra, ouvimos as peças dos editores chefe cúmplice. Numa primeira fase, como habitualmente, atentados dobram incidentes, criminosos viram delinquentes. Horas depois a realidade apaga a adulteração noticiosa. Lágrimas de crocodilo afloram nas faces inocentes das virgens requentadas.
A estratégia escorre no leito dos rios vermelhos que as margens policiais oprimem, já dizia o tio Bertoldo que não era peco. Só falta borrar as paredes com a frase repetida “Desarmem a polícia!”. O resto virá por acréscimo.
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Governo lança Estratégia Nacional para o Design. lololololololol
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E já encomendaram o trabalhito ao Design Council no Reino Unido. Centros de saúde sem vacinas e estes a torrar dinheiro no “design”. É mesmo gentinha sem noção…
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Aliás , a península ibérica com os ditadores de esquerda Franco e Salazar são um exemplo dos crimes de tortura, assasinato, prisão , massacres que a esquerda costuma efectuar .
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Podemos acrescentar Hitler, Mussolini, América Central, América do Sul…
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Quer Mussolini quer Hitler eram socialistas.
Nicola Bombacci veja lá de quem era amigo e com quem morreu…
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“Quer Mussolini quer Hitler eram socialistas.”
E eu sou o pai natal
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És mais o burro do presépio…
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És muito ignorante .
“Papa revela que vaca e burro em presépio são invenção”
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Ó minha senhora, se não fosse a luta da «esquerda« durante a História, talvez a sennhora hoje fosse uma «serva da glebe».
Esquerda significa Liberdade e Libertação. Direita significa «Um Atraso de Vida» e Subjugação Individual e Colectiva.
A América, a França e a Rússia são hoje grandes porque tiveram Revoluções de Esquerda.
Estude!!
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Qual luta de esquerdas qual quê!!! Luta de gentes que queriam acabar com a monarquia absolutista. Gentes das quais saíram depois todoas as ideologias políticas que hoje conhecmos. Essa lenga lenga é completamente falsa.
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“Gentes ” que estavam em casa e que de repente dava-lhes na veneta acabar com o poder. Geralmente acordavam de noite e como não havia TV faziam revoluções assim do nada
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Não sabe interpretar o que lê e distorce o sentido das coisas… Brilhante
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“Não sabe interpretar o que lê e distorce o sentido das coisas… Brilhante”
Desvios de direita
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Esquerda significa Igualdade logo significa Opressão. E na Igualdade uns são mais iguais que outros.
A Esquerda e o Socialismo foram os maiores responsáveis pelas matanças de milhões do Séc.XX do Comunismo ao Fascismo passando pelo Nacional Socialismo.
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