Saltar para o conteúdo

uma vitória de pirro

23 Abril, 2017
by

macron

É bem provável que Emmanuel Macron ganhe, à segunda volta, as presidenciais francesas. Apesar do voto em Mélenchon e em Fillon não ser automaticamente transferível para o ex-ministro socialista, até porque, sobretudo no primeiro dos dois candidatos votaram eleitores sociologicamente muito mais próximos de Le Pen, o elevado índice de rejeição à líder da FN deverá ser suficiente para que ela perca estas eleições. Esta será, porém, uma vitória de Pirro, que poderá não ter outro efeito que não seja o de adiar, por cinco anos, um desenlace fatal da vitória da extrema-direita. Os sinais disso são claros. Primeiro, já nestas eleições, 41,2% dos franceses votou contra a União Europeia e não se antevê que a União lhes venha a dar motivos para reverem a sua posição, num futuro próximo. Segundo, porque a islamização de França, onde reside a origem do terrorismo que tem assolado o país, não se resolve com «políticas» de imigração ou outras, porque o tempo para isso já lá vai. Hoje, a comunidade muçulmana francesa é gigantesca, não se acultura, cresce enormemente e continuará a querer ver o Islão implantado nas terras gaulesas. O fim do terrorismo nesse país é uma distante miragem. Por fim, porque Macron, sendo eleito, será um presidente sem partido, o mesmo é dizer, sem exército, que terá de negociar, a par e passo, qualquer medida estrutural que pretenda pôr em marcha. Ora, com um Partido Socialista à beira da destruição e com a Frente Nacional a ultrapassar a direita republicana clássica, não se imagina que o sistema partidário se submeta ao novo presidente, que tratará de desgastar o mais que puder. E como Marcon não é, seguramente, de Gaulle, será no quadro da V República que o próximo presidente será eleito. Daqui por cinco anos, com mais terrorismo, mais contestação europeia e mais conflitualidade política. Não vai dar bom resultado.

41 comentários leave one →
  1. sam permalink
    23 Abril, 2017 20:38

    Vamos esperar pelas legislativas, pode ser?

    Gostar

  2. Mauro Pires permalink
    23 Abril, 2017 21:06

    Exactamente. Aliás, pelas resultados actualizados de agora mesmo, François Fillon está com 1,7% de Marine Le Pen, e dentro da margem de erro, muito dentro mesmo, não me admiraria que passa-se para a frente e fosse Macron-Fillon. O populismo perdeu agora, mas se Macron for fraco, daqui a 5 anos vai ser o terror.

    Gostar

  3. 23 Abril, 2017 22:35

    Obviamente não o desejo, mas se houver mais um atentado encomendado de mediana magnitude nos próximos dias, muito provavelmente a Le Pen ganha na segunda volta.

    Gostar

    • Luis permalink
      24 Abril, 2017 06:04

      Se o sacana do comunista der a entender ao seu eleitorado que e para estoirar tudo de vez… as coisas ficam tremidas. E ja o esta a fazer…

      Gostar

  4. lucklucky permalink
    23 Abril, 2017 22:46

    Segundo a identificação que fazem de si próprios os moderados “de poder” , humanistas, não populistas, não fóbicos criaram uma montanha de problemas.

    Gostar

  5. José Domingos permalink
    23 Abril, 2017 22:55

    Depois de ver publicado, pelo expesso, o livro Portugal sem pio, gostava de ver esse “jornal” de referência, publicar o livro do Rui Mateus, Contos Proibidos, também e á semelhança do outro, censurado.
    É que eu, tenho a impressão que vivo num país democrático e de direito.
    Será?
    A Le Pen, se não ganhar na segunda volta, ganha daqui a cinco anos.
    A esquerdalha a cavar a própria sepultura.

    Gostar

  6. 23 Abril, 2017 23:05

    macron 23%
    le pen 23 %
    fillon 20%

    hahaha , ai outra vez o brexit e o trump ……

    Gostar

  7. vgt permalink
    23 Abril, 2017 23:05

    O “elevado nível de rejeição” não é à Le Pen – mesmo que não seja uma simpatia. A rejeição foi e é à saída do euro.

    Gostar

    • Tiradentes permalink
      24 Abril, 2017 07:45

      rejeição é uma bonita palavra mas para um conto de fadas…… tem é medinho, caguefes, cobardia, não querem perder os privilégios…….
      é como aqui…… a maioria vocifera contra a Europa,da Merkl, dos bancos, da austeridade,…..abanam o capacete cada vez que a nossa Catarina Le Pen fala…..mas o que querem é “putas e vinho verde”

      Gostar

      • 24 Abril, 2017 08:09

        Querem o que é bom, e enquanto o pau vai e vem folgam as costas…
        A Ocidente nada de novo…

        Gostar

  8. 24 Abril, 2017 02:24

    O PS maquilhou o Macron e parece que surtiu efeito.
    Os xuxas de lá são iguais aos xuxas de cá. Fazem todas as aldrabices para se aguentarem no poder.
    Se o Macron ganhar a presidência fica tudo na mesma. Degradação da economia e mais terrorismo.
    E os patriotas franceses vão ter que esperar mais 5 anos para resgatar a sua pátria.

    Gostar

    • 24 Abril, 2017 02:39

      O pacifismo patológico da democracia é um grande aliado do islão e da elite corrupta que a sequestrou. É mais que tempo de tomar armas…

      Gostar

      • 24 Abril, 2017 08:13

        pegar em armas para quê? só se lá para onde me mandarem houver cerveja fresca, Facebook e gajas boas! Ah. e um bom ordenado!

        Gostar

      • sam permalink
        24 Abril, 2017 11:01

        Terás tudo isso.
        E uma mina na borda da estrada.

        Gostar

  9. Arlindo da Costa permalink
    24 Abril, 2017 02:58

    Obviamente que o eleitorado do ex-PC francês vai votar Marine Le Pen.
    Nunca num ex–ministro do Hollande e antigo administrador do Banco Rotschild.

    Gostar

  10. Luis permalink
    24 Abril, 2017 05:39

    O que demonstram estes resultados e a evolucao das sondagens e que nao teria havido Le Pen na segunda volta SE o candidato da Direita tivesse sido outro.

    Os pensionistas que sao quem menos se abstem votaram em massa em Fillon, e nao em Le Pen. O eleitorado que mais votou em Le Pen foi o que esta entre os 25 e os 55 anos, e tambem os funcionarios publicos. Fillon era demasiado liberal aos olhos do pesado funcionalismo frances, e por outro lado os escandalos que vieram a publico provocaram uma queda imediata de 10% nas intencoes de voto.

    A analise sociologica do Brexit e da eleicao de Trump demonstra que os mais jovens rejeitaram em massa a saida da UE e os Republicanos. Contudo, o mesmo nao sucedeu na eleicao francesa! Os mais jovens votaram em massa num comunista, Melechon, os mais velhos em Fillon, e quem tem entre 25 e 55 anos e e pobre, tem pouca formacao escolar, baixos rendimentos ou e funcionario publico votou em massa num dos extremistas, Le Pen ou Melechon. Isto nao permite antever nada de bom para o futuro politico da Franca. Se este padrao se mantiver dentro de 5 anos um candidato da Frente Nacional ou um comunista poderao vencer as eleicoes em Franca.

    Um conjunto de paises do Sul -em menor grau Espanha, mas notoriamente Italia, Portugal, Franca e Grecia- sao incapazes de se reformar em democracia. Se eu “mandasse” o que faria? Para salvar a UE, projecto em que acredito, acabaria com o euro de forma organizada e voltaria a antiga CEE, uma uniao apenas com livre circulacao de pessoas, bens e servicos, e cooperacao mais aprofundada em alguns sectores, como a Defesa. O euro apenas serve para paises que se conseguem reformar em Democracia, como a Alemanha ou a Holanda.

    Liked by 1 person

  11. Luis permalink
    24 Abril, 2017 05:54

    A Franca tem um elevado desemprego jovem. Alem dos mais, os jovens sao muito mal pagos, em comparacao com os mais velhos. Situacao identica ocorre em Portugal, Espanha, Italia ou Grecia, o que tem motivado a emigracao para paises do Norte. Esta emigracao acentua ainda mais o problema do envelhecimento no Sul, muito mais grave que no Norte. Italia e Portugal sao provavelmente os dois paises do mundo com menor indice de fertilidade. No Sul muito jovens culpam o “sistema” pelos baixos salarios e pelo desemprego. E neste contexto que os comunistas conseguem o apoio dos mais novos. Os jovens rejeitam a Direita populista, que consideram racista. Contudo aderem ao comunismo. Foi o que sucedeu com Melechon e e o que sucede em Portugal com o BE.

    Por outro lado, o desemprego jovem e muito baixo no Norte e nas ilhas britanicas. Estes paises tem leis laborais mais liberais, apostam mais na formacao tecnica e menos da formacao universitaria, ao ponto de terem de importar licenciados do Sul. Ha genericamente uma maior desregulamentacao, mais concorrencia e menos proteccionismo, embora por vezes os impostos sejam altos, como sucede nos paises nordicos.

    Contudo, no Sul e impossivel reformar. Os sindicatos dominam a rua e nao permitem que se mexa nas leis do trabalho. Os mais velhos nao querem reformas que ponham em causa a sua pensao, mesmo que isso implique cortes apenas para as pensoes mais elevadas. As corporacoes profissionais temem a concorrencia e que haja uma maior independencia dos profissionais liberais. Sectores instaladas e altamente regulamentados rejeitam as novas tecnologias. A cultura altamente burocratica e a tentacao de tudo regulamentar ao infimo pormenor esbarra na realidade dos novos negocios e das novas tecnologias, que exigem mais flexibiidade e muito menos regulamentacao. Os proprios juristas nao tem qualquer formacao tecnica para regulamentar o que lhes e exigido, cometendo frequentemente erros que impedem a actividade de novos negocios.

    Sendo assim, por tudo o que foi exposto, avizinha-se um futuro muito negro para o Sul da Europa. George Orwell dizia que o povo ingles intuitivamente presente o futuro e silenciosamente faz as mudancas necessarias. Talvez os ingleses tivessem intuido a catastrofe que se desenha no Sul para os proximos anos e tenham decidido sair a tempo de evitar uma entrada em massa de imigrantes desesperados ou de pagar a salvacao de economias arruinadas.

    Liked by 1 person

  12. Luis permalink
    24 Abril, 2017 05:59

    O “modelo” de Portugal e genericamente o que foi parido pelo 25 de Abril. Com uma diferenca, os sectores nacionalizados evoluiram para monopolios e oligarquias privadas ou com controlo discreto do poder politico.

    O “modelo” de Espanha saiu do fim do Franquismo, mas em Espanha nao houve nada igual a um PREC, nem o trauma da saida do Ultramar.

    O “modelo” de Franca e de Italia sairam do pos Segunda Guerra.

    Portanto, tudo paises que so mudam com revolucoes, guerras, catastrofes. E tudo paises que nao tiveram a Reforma Protestante…

    Gostar

  13. Luis permalink
    24 Abril, 2017 06:03

    Os nordicos fizeram reformas profundas entre o final dos anos 80 e o inicio dos anos 90.

    O Reino Unido mudou radicalmente com a Tatcher e o seu PIB per capita finalmente convergiu com o alemao e o frances.

    A Alemanha reformou-se bastante nos ultimos 20 anos. A Holanda tambem. A Polonia cresce e rejeita o socialismo. A Austria continua com boa saude economica.

    So quem nao mudou nada foi o Sul… o atraso ja e de 30 anos!

    Liked by 1 person

    • 24 Abril, 2017 17:17

      “Reino Unido mudou radicalmente com a Tatcher e o seu PIB per capita finalmente convergiu com o alemao e o frances.

      E a pobreza aumentou exponencialmente !

      Gostar

      • lucklucky permalink
        24 Abril, 2017 19:09

        “E a pobreza aumentou exponencialmente !”

        E retriver como esquerdista mente.

        Nunca a Inglaterra foi tão pobre como nos anos 70 depois de décadas de Socialismo de Esquerda e Direita.
        1970 já a Alemanha destruída pela 2 Guerra era mais rica que a Inglaterra.

        Nos anos 70 havia ingleses a pedir nas ruas.

        Gostar

    • Luis permalink
      25 Abril, 2017 23:16

      Poderao ter aumentado as diferencas sociais MAS os pobres ficaram MUITO mais ricos. E aumentaram as oportunidades para os mais pobres. Portanto o caro retriver mente.

      Gostar

  14. licas permalink
    24 Abril, 2017 10:09

    MJRB PERMALINK
    23 Abril, 2017 22:35

    Nós sabemos muito bem que a campanha é uma coisa, onde entram carradas de exageros radicalizantes, e a posterior prática do eleito Presidente (qualquer que ele seja) outra coisa que pode ser bastante diferente . . . No entanto, é óbvio, que Le Pen constitui um perigo, pelo menos potencial . . . a primeira vítima sendo a UE, seguir-se-ia o “patrioteismo” de que afinal os Franceses são bastante atreitos (allons enfants de la Patrie. . .) Uma “pitada” de orgulho pátrio até, por vezes, vem a propósito, mas se se exagera no “condimento” fica tudo estragado.
    Eu ainda confio no bom senso do eleitor francês ao escolher o “menos mau” dos candidatos a Presidente na 2ª volta. A ver vamos, keep calm.

    Gostar

    • 24 Abril, 2017 12:18

      Eu votaria Macron. Ontem e a 7 de Maio.
      Le Pen é inócua, aventureira e oportunista.

      Gostar

      • sam permalink
        24 Abril, 2017 13:34

        Mas ainda está para nascer quem saiba quem é realmente Macron.

        Gostar

  15. licas permalink
    24 Abril, 2017 13:31

    Me too, of course. . .

    Gostar

  16. 24 Abril, 2017 14:01

    sam,

    Já nasceram os que “sabem” quem é Le Pen e Macron. Está evidenciado.
    Ontem e a 7 de Maio votarão nele muitos mais.
    Le Pen é uma arruaceira irresponsável, politicamente primata. Se a França saísse da UE, Portugal, mais ano menos ano, sofreria consequências gravosas. E os emigrantes portugueses que se cuidassem porque Le Pen gosta tanto deles como o lobo do capuchinho…

    Gostar

    • sam permalink
      24 Abril, 2017 15:31

      Não discuto a Le Pen.
      Mas o Macron é um camaleão.

      Gostar

      • 24 Abril, 2017 16:29

        respeito-o por não discutir a Le Pen; permita-me que a desconsidere e…acredite (porque única alternativa ao descalabro) no Macron.

        Gostar

      • sam permalink
        24 Abril, 2017 18:50

        A ver se me faço entender: não estou a discutir contigo a Le Pen. Tu tens a tua ideia formada, eu tenho a imha ideia formada, todos sabem o que se pode esperar dela.
        Relativamente a Macron é que eu acho que as incógnitas são muitas. O que não tem que ser uma coisa necessariamente má; é o que é. Sabemos que é a única alternativa; mas fica ainda por compreender verdadeiramente que tipo de alternativa.

        Gostar

  17. Antonio Sérgio permalink
    24 Abril, 2017 15:54

    Hollande: “A extrema-direita expõe o nosso país a um grande risco”

    Gostar

  18. Anónimo permalink
    24 Abril, 2017 17:04

    Pois, pois, excelente, sincrético post. “Rei sem tropas é (será) lacaio”.
    Só que não parece que “isto” vá aguentar, durar, 5 anos.
    Uma análise da distribuição do eleitorado mostra várias claras, profundas, divisões internas….

    Gostar

  19. 24 Abril, 2017 17:08

    Alguma vez a Le Pen disse aos franceses (e não só) COMO erradicaria o terrorismo no país, COMO mandaria identificar e deter terroristas franceses ou infiltrados ? Seria a olho, por delação simples, todos os muçulmanos vigiados ?
    Mais essa estorieta de encerrar fronteiras…

    Gostar

  20. 24 Abril, 2017 19:14

    sam, 18:50,

    tu-cá, tu-lá com tanta coisa formada, estamos numa formatura ?

    Surgiu ontem a primeira evidência que os eleitores franceses sabem quem é a Le Pen e o Macron, foi isso que eu referi.

    Gostar

    • sam permalink
      24 Abril, 2017 21:33

      E o que eu referi, e reitero, é que ninguém sabe verdadeiramente quem é Macron.
      As pessoas sabem o que querem dele, o que esperam dele. Sabem que ele não é a Le Pen. Sabem por onde ele andou, em que meios se tem movido. Sabem que não tem medo de decidir nem de estar sozinho. Mas estou convicto de estarmos todos perante uma caixinha de valentes surpresas.

      Gostar

  21. Buiça permalink
    24 Abril, 2017 21:51

    O que exactamente faz de Macron um líder fraco…? Não pertencer a um dos partidos corruptos do regime? O agregar votos de todo o espectro partidário? O facto de no frente a frente não perder uma única discussão seja com le pens, chavistas, senadores xuxalistas ou de direita, operários ou patrões? Será por já ter trabalhado na vida, com mérito, perceber de economia, ser formado em filosofia e finanças públicas em vez de ter como única experiência de vida umas jotas e lutas partidarias…?

    Gostar

Indigne-se aqui.