25 de Abril de 2017
Chegou aquela altura do ano. Aos 43, ainda restam alguns anos até que a menopausa aniquile a vontade de se relacionar com ele com genuíno entusiasmo. Passou tão depressa. Para já, está no que considera ser o pico sexual, desprovida de pruridos, disposta a experimentar novas posições e, bolas, antes que mude de ideias, o tal ménage à trois que ele acabou por confessar que há muito desejava. São adultos, estão juntos há tanto tempo, não faz qualquer sentido sentirem ciúmes por algo que nem sequer envolve afectos, que não passa de luxúria inconsequente.
Ah, mas os miúdos… Sempre com problemas. Tiram a vontade a qualquer um. Não há contraceptivo mais eficaz que os dispositivos extra-uterinos que dormem no quarto ao lado. Deviam passar um fim-de-semana a sós, sem filhos. Um restaurante agradável, nada de fast food e happy meals, uma refeição sem brinde de plástico e uma garrafa de vinho para os dois. Este mês não dá: há o torneio de futebol e, no Domingo, as compras para a mãe dele, que foi operada à anca. Para o próximo também não, que é o da certificação lá na repartição e terá que trabalhar horas extraordinárias. Depois vê-se. Agora é que era bonito, que é Primavera. Talvez no Verão.
Não é que sejam infelizes, mas discutem muito. Falam muito e escutam pouco. Um dia que os filhos saiam de casa, continuarão juntos? É cedo para saber, ainda são pequenos. Mas, depois, será tarde para arranjar outro, não? Para se apaixonar outra vez? Além de que é uma canseira e as feições começam a enrugar, além do cabelo, o que exige tinta semanal para afastar as raízes brancas como cal. Não se pensa nisso. Espera-se que corra pelo melhor. É confortável acreditar que ficarão sempre juntos, nem que a paixão esmoreça.
Festeja-se o aniversário, que os miúdos ficam contentes, mesmo que não apeteça lá muito. O que saberia bem mesmo era passar o dia no sofá sem que ninguém chateasse.
adaptação
‘ na vida sum viandante
há sempre uma revolução que passa
só tu passaste impante,
causate a nossa desgraça’
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As primeiras fodas até foram perfeitas, inesquecíveis. Algumas posteriores também. Sem preservativos. Surgiram duas gerações magníficas.
Mas há quem, nostálgico, ainda prefira usar ceroulas na Primavera, no Verão e durante a foda. Com preservativos ou só de quando em quando, como o Morgado, para fazer filhos. Admiradores destes ainda os há.
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Olhe, a 5 de Outubro comemora-se a implantação da República, que já tem a bonita idade de 107 anos, apesar de haver bastantes monárquicos. O 25 de Abril ainda é um jovem, nem meio século tem. Ainda há fascistas? Claro que há. Fazem parte do folclore.
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Duvido que hajam “bastantes” monárquicos.
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Se você estivesse atento perceberia que há mais fascistas agora do que antes. Mas, pronto, prefere sair despenteado à rua.
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Acredito que a sua rua ande cheia de fascistas penteadinhos.
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Só aqui no blasfêmias há buè
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Eu sei, a gente topa-os pelo avatar.
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> há mais fascistas agora do que antes.
A coisa mais verdadeira já aqui escrita.
Em 1974, o país era anti-salazarista.
Agora não.
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Os fascistas de amanhã se chamarão de anti-fascistas (Winston Churchil)
Com a quantidade de “anti-fascistas” fora das ruas do VC as palavras dele são proféticas
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Concordo com o comentário de MJRB. Nomeadamente no que toca à qualidade.
Quanto aos seus comentários mais recentes, e não menosprezando a questão estética aflorada pelo autor, parece-me que o senhor está a tentar lançar algo que me apetece designar como »iliteracia caviar«.
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Quando saboreio excelente caviar esqueço-me de tudo mais, inclusivé ocasional iliteracia.
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Caro MJRB,
O problema é que, como escrevi acima, a quase totalidade dos recentes comentários do Sr. Piscoiso tendem para a tal »iliteracia caviar«. Problema nada ocasional.
E atrevo-me a desconfiar que, no caso do Sr. Piscoiso, é mais sucedâneo do que um carregado Ossetra.
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Hoje é o dia de Natal dos comunistas.
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VCunha,
(…)”há mais fascistas agora do que antes”. Esse “antes” é, quando ?
Quanto aos “penteadinhos”, Piscoiso 1 – 1 VCunha.
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Venha o cabeleireiro/a para desempatar.
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“Antes” é quando o Piscoiso não usava o termo.
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Se não é ingerência minha a mais no vosso penteado, é “antes”, ou depois do 25 de Abril de 1974 ?
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Depois. Em 2005 morreram os fascistas, em 2011 ressuscitaram em força. Agora estamos naquele ponto em ainda dá gozo usar a palavra quando achamos que quem a ouve sabe tanto disso como nós.
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VC, 16:06,
2005-2011: sempre o JSócrates como charneira, epicentro, porra ! Duvido que “o menino de ouro do P’S'” aguente tanta desconsideração e crescentes acusações…
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O 25 de Abril ainda está com as hormonas a pinchar e numa fase perigosamente reprodutiva.
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Para o Vitinho com amor e carinho
António de Oliveira Salazar.
Três nomes em sequência regular…
António é António.
Oliveira é uma árvore.
Salazar é só apelido.
Até aí está bem.
O que não faz sentido
É o sentido que tudo isto tem.
Este senhor Salazar
É feito de sal e azar.
Se um dia chove,
O sal,
E sob o céu
Fica só azar, é natural.
Oh, c’os diabos!
Parece que já choveu…
Coitadinho
Do tiraninho!
Não bebe vinho.
Nem sequer sozinho…
Bebe a verdade
E a liberdade.
E com tal agrado
Que já começam
A escassear no mercado.
Coitadinho
Do tiraninho!
O meu vizinho
Está na Guiné
E o meu padrinho
No limoeiro
Aqui ao pé.
Mas ninguém sabe porquê.
Mas enfim é certeiro
Que isto consola
E nos dá fé.
Que o coitadinho
Do tiraninho
Não bebe vinho
Nem até
Café.
Fernando Pessoa
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Au au au!
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retriver,
esse poema é do génio MAlegre que o escreveu com 3 anos de idade ! Um dia veio com os pais a Lisboa, deixou-o à porta do Palácio de São Bento. O polícia de giro encontrou-o, leu-o e entregou-o ao chefe. Este era comensal habitual do Martinho da Arcada, mostrou-o ao FPessoa e este publicou-o como se fosse o autor.
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Não sei quem é e que idade tem o Vitinho.
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Esta gaja é a São? Diminutivo de Revolução d’Abril? Está cada vez mais acanaviada, parece muito mais velha, já só os que não arranjam melhor lhe pegam, e é uma vez por ano…
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Os que celebram o 25 de Abril como se de um fóssil de estimação se tratasse, acabam por nega-lo feitos autênticos fósseis.
Como se esse episódio não tivesse acontecido naquele dia, nunca mais seriamos capazes de sacudir a carapaça.
Empedernidas, agrilhoadas e sombrias estátuas.
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Resta saber quem são esses que tratam como fóssil.
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Ontem como amanhã a musica não engana.
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SEMPRE !
Naquela leda ilusão
D´habitar o Paraíso,
Afinal falta de sizo
Já que escassiava o pão:
Nem toda a gente o comia
Muita fome e agonia.
De escassez basta havia,
Salazar é quem mandava
A Economia travava,
Nesta terra calma e pia:
Indústria condicionada
CUF, Mellos e mais nada.
Os sabões do Ultramar
Mais os óleos da Guiné
A Agricultura até
Era a horta e o pomar:
Assim íamos vivendo
Com poucas ambições tendo.
O vinte cinco d´Abril
Nem tudo trouxe acessível
A coisa é discutível,
Livou-nos da vida vil?
Pois há quem de tal duvide:
Não chega matar a PIDE. . .
licas fecit
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Hoje a senhora doutora Paula Ferreira EDITOR-EXECUTIVA-ADJUNTA no Jornal de Notícias, chama fascista à Le Penn.
Ontem comendo uns caracóis com uma amiga ela chamava-lhe nazista.
Estas duas senhoras no tempo do fascismo e do nazismo andavam de fraldas e alimentavam-se a biberão.
Pessoas com menos de 40 anos o 25 de Abril é igual ao 5 de Outubro e ao 1º de Dezembro.
É um feriado para aproveitar da melhor maneira.
Continua a haver o folclore dos desfiles este ano sem tesão porque não há reclamações.
Nunca acabará, ninguém deita fora um feriado que este ano de canonizações, deu o milagre de calhar numa segunda-feira.
Mais uma ponte 25 de Abril.
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