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Baleia Azul (não essa, a outra)

29 Abril, 2017

Divididos entre atribuir culpa aos donos dos cães e ao estado por permitir que animais “perigosos” sejam mantidos por irresponsáveis, lá passamos a semana do Dia da Liberdade a discutir mais uma meritória (por inconsequente) causa. Jornalistas passaram a semana a telefonar para hospitais, à procura de casos para documentar, levando o funcionário do estabelecimento a procurar no menu das urgências diárias por casos suficientes para indignar os portugueses. “Tenho um pé amputado por diabetes, ataque de cão não tenho”, terá dito um dos funcionários. “Temos algum artigo sobre os malefícios do açúcar?”, perguntara o jornalista ao editor, tapando o microfone do telefone antes de despachar o prestável funcionário hospitalar com “esta semana não há regulação do açúcar, só ataques de cães”.

baleia-azulAntes que pudéssemos concluir se o estado deve criar formação obrigatória para os que têm cães ou proibir pessoas de terem os tais ditos perigosos, isto depois de se catalogarem devidamente as raças — e aqui não é xenofobia, são cães, não são activistas do Estado Islâmico —, mudamos de assunto indignante — mas mantendo o tema Fauna — para algo mais excitante que mordeduras que dá pelo nome de Baleia Azul. Ao contrário do que o nome parece indicar, não se trata da designação usada para quando o António Costa se apresenta como aristocrata soberano inchado do orgulho de poder ignorar as perguntas no Parlamento sem que ninguém se indigne, trata-se, sim, de um suposto jogo para adolescentes com o objectivo de os levar ao suicídio. Bem sei que, dito desta forma, parece que continuo a falar do António Costa, mas é importante que o leitor reconheça esse natural equívoco antes de avançar na necessária discussão sobre o assunto.

As pessoas estão muito preocupadas com a Baleia Azul e com razão. Os adolescentes são muito dados a actos parvos, mesmo antes de terem idade para votar, como forma de preparação para a vida que levarão como adultos parvos. Para que fiquemos tranquilos — nós, os adultos —, seria necessário que o estado reconhecesse este fenómeno e o regulasse. Por exemplo, podia-se integrar na escola pública a aprendizagem estruturante que consiste em saber lidar com as pressões dos pares para fazer coisas idiotas. Seria até bastante irónico, fomentaria o ensino do sarcasmo e, mesmo que não impedisse adolescentes de se suicidarem através de incentivos nas redes sociais, seria uma oportunidade preciosa para educar os jovens para a cidadania que lhes permita uma longa vida e oportunidade para abortar, mudar de sexo e requerer eutanásia, uma forma muito mais adequada de terminar a vida do que com jogos com nome mais adequado a estabelecimento de lavagem de carros.

21 comentários leave one →
  1. 29 Abril, 2017 11:22

    ” nós os adultos…….
    Ah!ah!

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  2. licas permalink
    29 Abril, 2017 12:05

    Coisas. .

    Em tempos que já lá vão
    O Afonso tem na mente
    Tornar-se independente
    Desse Conde de Leão:
    Condado Portucalense
    Já agora lhe pertence.

    Quer ser Rei de Portugal
    Um chuto nos galegos dar
    Na mamã e o seu par:
    Não se deve levar a mal
    A transar ela andava
    Com certo Conde de Trava.

    Chega ao Papa enfim
    No seu manhoso intento
    Castigador um portento
    Do Mouro querendo o fim:
    Com abraços recebido
    E aprovado o pedido.

    Pagas os emolumentos
    P´ra sempre eu te cobro
    E vai ficar deste modo
    Esquece todos os tormentos
    Duas onças d´oiro por ano
    E fico sendo teu amo.

    Aqueles felizes tempos
    De vistos Gold sem crime.
    Medieval e sublime:
    Agora outros intentos,
    P´ra fim licito embora,
    Da Lei ficando de fora.

    licas fecit

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  3. 29 Abril, 2017 12:21

    E no Brasil, governado por um canalha não eleito , não se passa nada ?

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    • 29 Abril, 2017 12:22

      Estamos a discutir canalhas não eleitos? É um assunto que me interessa bastante.

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    • Tiradentes permalink
      29 Abril, 2017 12:32

      O canalha “não eleito” constava no voto da Dilma como seu vice. Cada retriver brasileiro passou a cão de fila esquecendo que quem votou nele por interposta pessoa mordeu a própria pata.
      Quem elegeu o canalha apoiado pelos outros canalhas em Portugal? foi também o cão de fila “parlamentar” tuga?
      É mesmo cão de fila canalha que não reconhece o parlamento na Venezuela com 2/3 de eleitos continuando a desgovernar?
      Canalhas há muitos e alguns são cães de fila, seja no Brasil ou em Portugal
      Retrivers é que nem tanto

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  4. 29 Abril, 2017 12:50

    “e aqui não é xenofobia, são cães, não são activistas do Estado Islâmico”

    eheheheh

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  5. Rocco permalink
    29 Abril, 2017 15:30

    Genial… Esta baleia é mais acastanhada, mas pode ficar azul. É letal se deixarem.

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  6. Vitor permalink
    29 Abril, 2017 16:45

    Mais um texto antológico do Vitor Cunha, sem dúvida o neoliberal que melhor escreve em Portugal e que sabe como poucos usar a ironia e o sarcasmo para desocultar os planos maquiavélicos e totalitários dos esquerdopatas.

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  7. Mauro Pires permalink
    29 Abril, 2017 18:32

    Borrei me todo com a foto ahahahaahah. O aristocrata Costa, tem que levar com a bancarrota em cima para ser queimado vivo. É a única possibilidade de começar a enterrar o socialismo em Portugal.
    Por falar em xucas: As pernas dos alemães já não tremem- https://portugalgate.wordpress.com/2017/04/29/as-pernas-dos-alemaes-ja-nao-tremem/

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  8. 29 Abril, 2017 19:04

    A raivinha de dentes é muito desconfortável mas costuma passar poucas semanas depois do dente nascer.
    Ora, o dente já nasceu (a geringonça já fez um ano) e até já nasceram outros dentes (o menor défice desde o 25/4, etc.).
    A raivinha já devia ter passado… o melhor é irem ao médico, pode ser alguma complicação maior…

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    • 29 Abril, 2017 19:20

      Não, eu estou bem, não se incomode. Não se importa que eu prefira que não se incomode? Veja lá, não quero que se incomode por não se poder incomodar com o incómodo que o parece incomodar mesmo que a mim não incomode.

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    • Churchill permalink
      30 Abril, 2017 00:26

      Pois, mas não passou, e sempre que vejo o monhé no Parlamento aumenta, até porque a galinhagem do lado esquerdo parece que foi alvo de uma lobotomia frontal.
      Creio que não sou só eu, o resto das pessoas que pensavam que a democracia era um regime em que governava quem vencia as eleições deve sentir o mesmo. Percebo que os defensores de Maduros e afins pensem de outra forma.

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    • Manuel Dias permalink
      1 Maio, 2017 16:43

      Não percebo a data tomada como referência: após o 25 de Abril. Não seria maior a glória se se dissesse dos últimos 50, 60 ou até 75 anos? Há alguma inconveniência em recuar tanto no tempo? Afinal, antes do 25 de Abril, Portugal gastava uma parte do orçamento na “guerra colonial”, deixou de ter esta despesa. E depois do 25 de Abril abriu-se a torneira dos fundos comunitários, coisa que não havia antes do 25 de Abril.

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  9. 29 Abril, 2017 19:05

    VCunha,

    então não se arranja um post com o AC-DC também “roxo” ? E outro ou no mesmo, o MarceloCarmonaThomaz (afinal) “violeta-rosa” ?

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  10. Arlindo da Costa permalink
    29 Abril, 2017 19:48

    Foi António Costa que inventou a Baleia Azul. E que mandou os Rotweilrs morder crianças.
    É pena o Badaró não estar vivo…

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    • 29 Abril, 2017 20:26

      Pessoalmente, acho o Arlindo melhor que o Badaró. Talvez por o Badaró ser muito vanguardista em comparação.

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      • 30 Abril, 2017 10:50

        Pessoalmente acho o Zé cabra melhor que o Vitinho.

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      • 30 Abril, 2017 13:29

        Zé, se eu fosse gajo para mandar alguém foder, correria o risco de tal pessoa acabar por se reproduzir. Já basta a desgraça que foi para a sua mãe. Agora, Zé, regresse lá para o curral que está a afugentar os pardais.

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  11. Churchill permalink
    30 Abril, 2017 00:22

    Eu o que sei é que a miudagem que foi parar ao hospital com a cena do baleia azul já tem idade para decidir se pode mudar de sexo e ter uma operação grátis para isso.
    Não têm discernimento para jogos mas para satisfazer a comunidade lgbtopwer já têm.

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  12. aeiou permalink
    30 Abril, 2017 12:30

    A criação desse jogo grotesto é, essencialmente, o livre mercado a encontrar forma de praticar o ato de seleção natural (Darwin tornar-se-ia liberal, se já não o era)… no mercado adolescente, pelo menos. Quem sabe se, tivesse ele existido há 50 e tal anos atrás, muitos políticos portugueses, inclusive alguns PM, não estariam cá hoje?

    Para variar, porém, pede-se ao Estado que intervenha novamente.

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