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“Ronaldo” Não! É “Pinóquio do Ecofin”!

5 Junho, 2017

É muito fácil construir uma mentira. Sobretudo quando os visados são manipulados por uma comunicação social comprada pelo “establishment” para vender gato por lebre, que explora até à exaustão a  iliteracia de um povo que não lê, não se instruiu, não quer saber porque prefere viver na ilusão. Então que fazem eles? Vendem resmas de ilusões para ocultar a verdade. Uma verdade bem cruel ali mesmo à espreita, prontinha para nos saltar no colo. Lembram-se de Ricardo Salgado, o melhor banqueiro, de Zeinal Bava e António Mexia como os melhores gestores de topo? Pois bem, acredite caro leitor que o quadro não está completo. O nosso “Ronaldo” das finanças em breve se juntará ao grupo destes Pinóquios.

A verdade é implacável na hora de pôr tudo no lugar. Vender mentiras tem prazo, às vezes curto, outros mais longos. Mas não falha. Centeno anda feliz (é só gente feliz neste governo) da vida a propagandear a sua incrível competência que “terá despertado” os senhores do Eurogrupo a “sondá-lo” para Presidente de tão competente! O problema é que é ele próprio a única voz que o afirma com base em fontes ainda por cima portuguesas. Ora, quem é bom não precisa de auto-elogios na imprensa para chamar atenção. Se o faz é marketing de diversão não vá alguém pôr em dúvida sua incrível competência e feitos únicos. Então não foi ele que fez sair Portugal do défice excessivo? Ah! e tal mas a  dívida pública  não parou de aumentar tendo atingido valores recordes… E depois? que importa isso se o défice baixou  uns miseráveis  0,8% à conta de malabarismos contabilísticos irrepetíveis mais conhecidos por “martelanços” e isso nos permitiu sair do PDE? Haverá maior prova de competência que esta? (ah! ah! ah!)

Ora, se por cá se vende ilusões a preço de saldo e sempre à dúzia para ser mais barato, lá fora a música é outra. Aos olhos dos credores que ao contrário do nosso governo fazem contas todos os dias à vida, o MILAGRE tem nome: aldrabice camuflada. Claro que não fazem ondas de imediato. O politicamente correcto impõe que se faça de conta, numa primeira fase, que se acredita nos valores apresentados dando benefício de dúvida. Mas com carradas de avisos. A começar por Shcauble, continuando pela CE, terminando na DBRSFintch e S&P. Exactamente como eu, lá em casa, quando finjo que acredito nas pequenas mentiras dos meus filhos só para lhes dar um pouco mais de margem para mais tarde, caso falhem MESMO poder responsabilizá-los sem que me possam acusar de não ter acreditado neles…

Daí que o rating de Portugal continue e bem no lixo onde ele de facto melhor combina. Qualquer gestor sabe isso. E não vale a pena o “alegre” Costa transformar-se em donzela ofendida e maldizer as agências porque em economia, os números falam mais que a política que se faz à volta deles. Pode vir às televisões dizer ” “Nós não só não fizemos o que eles estavam a fazer, como fizemos mesmo o contrário do que eles estavam a fazer” nem mentir dizendo que baixaram impostos, que aumentaram os rendimentos nem inventar que vão apoiar em mil milhões as empresas.

Porque TODO o português informado sabe que nestes dois OE os impostos aumentaram colossalmente. Que as pensões e salários repostos são apenas dos mais abastados da Função Pública. Que os apoios às empresas é uma miragem no Portugal 2020 porque das 20 candidaturas, 19 são destinadas a apoiar… o Estado!! Que APENAS uma empresa, a Navigator, na 13ª posição, está contemplada. Que a esquizofrenia à volta do défice se deveu apenas para GARANTIR que a torneira dos apoios da CE não se feche e continue de forma secreta a financiar despesa do Estado para estágios e apoios sociais. Que é preciso fazer crer às pessoas que é DISTRIBUINDO dinheiro que a economia flui.

Enquanto os Pinóquios mentem, a realidade são hospitais com uma dívida galopante, apoios à fome suspensos, serviços hospitalares fechados por falta de enfermeiros, fecho de escolas por falta de auxiliares, metros e comboios com linhas e carruagens paradas, PSP sem verbas; bombeiros a andar de comboios e autocarro, o poder de compra nulo.

A verdade é que a economia gere-se. E gestão não tem cor política. Faz-se sempre da mesma forma equilibrando receitas com despesas, estimulando a produtividade no âmbito dum crescimento sustentável que permita distribuir dividendos e não dívida. Que o digam os idiotas que quiseram criar um restaurante assente nos princípios marxistas, nos EUA, e fechou num ápice.

A única verdade deste governo é que fez efectivamente uma gestão diferente mas SÓ nos gastos indiscriminados completamente à toa sem acautelar o futuro.  Em linguagem corrente “gastar à fartazana sem olhar a meios”.

Por isso, não, não temos um “Ronaldo” nas finanças! Temos um Pinóquio e vai nos sair bem caro…

23 comentários leave one →
  1. Juromenha permalink
    5 Junho, 2017 13:30

    Uma sugestão, como complemento de leitura :”El mito del milagro económico en Portugal”, de Juan Ramón Rallo , 05/6/17.
    http://www.elconfidencial.com

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  2. manel z permalink
    5 Junho, 2017 14:20

    Fintch?

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  3. ABC permalink
    5 Junho, 2017 14:40

    A memória é curta. Ainda recordo os “superávites” do Sócrates. Devo ser o único.
    Os nossos gestores premiados são uma anedota – agora calhou a bola ao Mexia. E há dias deram uma comenda qualquer ao Nuno Amado – rebentou 90% do valor do BCP, mas vendo bem as coisas, houve tantos a rebentar mais que isso, que é, de certo modo, um feito. Só 90%. Enfim…

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  4. 5 Junho, 2017 14:45

    Excelente.

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  5. 5 Junho, 2017 14:46

    Post oportuno e na mouche !

    De facto, AC-DC + MCenteno + MCThomaz = a só sorrisos de contentamento. Para a populaça-NADA não há realidade para além deste súbito e alarve bem-estar proporcionado pela geringonça.
    Claro, foi (como logo eu assinalei no Blas), uma eficaz e abusiva propaganda do governo para entusiasmar e aquietar o maralhal que gosta de notícias-arco íris.
    MCenteno-o-Ronaldo das finanças no ECOFIN dadas as suas competências e visão de futuro ? Por que não, se há anos foi co-dirigir a massaroca europeia essoutro competente VConstâncio ?

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  6. Vitor permalink
    5 Junho, 2017 14:47

    Os socialistas são uma cambada de gatunos e de mentirosos. Infelizmente o povo português é pouco exigente e carece de literacia financeira. Somos um povo com qualidades: paciência, resiliência, generosidade e simpatia. Mas temos os nossos defeitos: pouca exigência, pouca seriedade. Metade dos portugueses vive encostado ao Estado, ou pela forma do subsídio e da pensão ou do salário de funcionário público. É essa metade que rejubila com o vígaro da má sintaxe e da péssima dicção. A outra metade sustenta a primeira, sem força para dizer que não, aguenta, aguenta e vai vivendo na esperança de que o Estado não atrapalhe, não apareça, não dê cabo do pouco que ainda vamos criando. Uma vez perguntaram a Platão: “qual é a tua definição de homem feliz? E ele respondeu: um homem feliz é o que parte antes dos filhos. Eu acrescento: “e que nunca precisou de estar numa fila da segurança social ou do centro de emprego” Outro acrescento: “e que nunca se cruzou na vida com um filho da puta de um cobrador de impostos ou de um burocrata da segurança social ou da ASAE. Em Portugal há cada vez menos homens e mulheres felizes.

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  7. Baptista da Silva permalink
    5 Junho, 2017 17:28

    É poupar agora para os tempos negros que já estão no horizonte.

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  8. 5 Junho, 2017 19:38

    Confesso que me ia dar ao trabalho de chamar a atenção para as falácias, as afirmações não documentadas, a demagogia…

    Mas eis que chego ao último link e deparo-me com um site que se apresenta assim:

    “O ILISP é um think-tank liberal criada no dia 1° de junho de 2014, na cidade de São Paulo, Brasil.”

    E então concluí: “A sério, não vale a pena…”

    #nuncaacabem

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  9. Alain Bick permalink
    5 Junho, 2017 19:41

    corriere
    Londra, identificati attentatori: uno era apparso in documentario sulla jihad

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    • 5 Junho, 2017 20:56

      Óbvio que a quase totalidade dos terroristas desde o 11 de Setembro já viviam –e vivem– na Europa e nos EUA.
      Também evidente que outros já entraram e instalaram-se no Ocidente após aquela data, entre eles uns quantos refugiados das guerras na Síria, Iraque, etc..
      Inglaterra tem sido muito permissiva às suas propagandas, arregimentações e formações de assassinos “em nome” do Islão. Londres, presumo, está infiltrada desde há anos, basta ir lá de quando em quando para verificar cenas, ajuntamentos, discursos anormais no espaço público.
      E o pateta, racista do Trump que não se imiscua nem deturpe no que disse o mayor londrino. Aquando da campanha eleitoral garantiu(!) que se fosse eleito daria 1 mês aos militares norte-americanos para eliminarem o EI, ISIS, DAESH… Ele que cuide, se souber, dos assuntos internos. E se alguma vez houver razia dessas seitas por parte dos norte-americanos, deve-se às suas estratégias e não ao conhecimento, à tática do ignorante DT.

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  10. Manuel permalink
    5 Junho, 2017 21:42

    A Cristina a escrever a realidade, mas a propaganda é de tal ordem que até o PSD e o PP devem acreditar na narrativa de Costa&Marcelo.

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  11. Viriato de Viseu permalink
    5 Junho, 2017 21:59

    Como sempre…excelente artigo!!!

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  12. 5 Junho, 2017 23:42

    Como é possível à oposição convencer a populaça-NADA que o país não está safo de novos problemas económico-financeiros, como pode colher atenções, apoios e votos, como consegue penetrar na comunicação social, se temos um PR deslumbrado com o cargo, pateticamente irresponsável e nitidamente apoiante de tudo o que o governo faz e diz ?
    Hoje, mais esta do MCThomaz: “o país estava perdido” (em termos psicológicos), “carecido de afectos”. Ele, trouxe “uma viragem política fundamental”.
    E não há um jornalista livre e inteligente que fundamentadamente o contrarie em directo…
    Se o P”S” vencer as autárquicas e as legislativas, agradeça a este PR estouvado.

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    • 5 Junho, 2017 23:58

      Adenda: repare-se neste pormenor do MCThomaz, trouxe “uma viragem política fundamental”. Uma ousadia, mais uma muleta para a geringonça e para o P”S” que os tugas absorverão sem questionar que “viragem política” foi essa. A única que houve foi um partido perdedor das legislativas afastar quem as venceu e governar numa coligação abençoada por um PR que podia presidir por exemplo a um país onde quase tudo politicamente pode acontecer.

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  13. 5 Junho, 2017 23:48

    Custa-me escrever isto, mais uma vez, mas provavelmente a maioria dos irresponsáveis tugas terão consciência das suas vidas e do que é a “classe” política que os suga até ao tutano de várias formas e com todos os meios, só depois de mais umas quantas bancarrotas. Talvez –talvez…– caiam em si.

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  14. Luís permalink
    6 Junho, 2017 02:38

    Nada tem sido feito para mudar a estrutura da economia portuguesa de Norte a Sul, do litoral ao interior. A produtividade continua baixa e para mudar será necessária uma década de dor pois temos vários sectores sobredimensionados. Portanto o aumento da produtividade implicará desemprego e encerramentos durante alguns anos, mas por outro lado existem potencialidades por explorar que criariam mais emprego, e por vezes não se exploram para proteger interesses instalados.

    Um caso paradigmático que demonstra que não temos emenda é o que se passa no turismo. Segundo um estudo de opinião recente cerca de 90% dos lisboetas estão satisfeitos com os turistas. Certamente que os jovens que estavam desempregados e que agora trabalham no sector também estão felizes, mas não têm voz. Quem ler os jornais portugueses fica com a sensação que os portugueses estão fartos dos turistas e que querem que se vão embora. Quem manipula assim o espaço mediático? Os jornalistas, que são de Esquerda, com o apoio, por exemplo, do capital… sim do capital!

    Um dos sectores que mais se tem mexido para mexer na legislação são os hoteleiros, que não querem concorrência. Quando o arrendamento era desregulado, como foi por exemplo no Algarve durante décadas, não havia problema. Mas quando se regula em Portugal, a tradição diz que o sector económico próximo do poder político tem de ter uma lei à sua medida. Era assim na Monarquia, era assim no Estado Novo, tem sido assim em democracia. E o governo PSD/CDS teve a ousadia de fazer uma lei do alojamento local moderna, que regulava sem impedir o negócio nem fazer vida negra a quem queria arrendar a sua casa a turistas! Que ousadia, quando na realidade deveriam ter feito uma legislação tão barroca e com impostos tão altos que obrigasse o cidadão comum a desistir da ideia de se meterem no negócio do alojamento turístico…

    Na realidade os mais prejudicados são os pobres e as classes médias. Uma família que esteja em dificuldades pode encontrar a sua tábua de salvação arrendado o quarto vazio que têm em casa a turistas. Uma família endividada por ter feito obras no prédio que herdaram podem livrar-se mais rapidamente da dívida se arrendarem a turistas. Um estudante que não tenha pais ricos pode agora viajar graças aos preços das low cost e graças aos quartos baratos que encontra no airbnb. Mas nada disto conta para Catarina Martins ou Jerónimo de Sousa. E curiosamente, ninguém lhes tira a máscara na comunicação social portuguesa, onde continuam como as caras das grandes causas que defendem os pobres e os oprimidos.

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  15. Luís permalink
    6 Junho, 2017 02:56

    Recordo-me de há dez anos meio Porto estar em ruínas, da Mouzinho da Silveira com casas escuras, sujas, devolutas, ruelas a cheirar a urina, droga e criminalidade. Há dez anos ninguém se perguntava por que motivo o Porto parecia um cenário de guerra, uma Detroit europeia. Ninguém queria ir viver para lá, não se falava dos preços das rendas, da falta de casas para arrendar. O país continua endividado, não há capital, e o turismo podia pagar a recuperação das cidades. Podia… mas os jornalistas e a Esquerda não querem, e até parte da Direita. Se há dez anos ninguém queria viver nos centros, se a populaça queria estar num condomínio nos subúrbios com garagem e marquise, agora parece que meio Portugal quer morar no centro de Lisboa e do Porto. Mudaram rapidamente de opinião em poucos anos? Não me parece…

    O que está em causa nesta questão do turismo é uma mistura de particularidades culturais que deveriam ser moderadas por quem manda, pois são antigos defeitos da alma que lesam o interesse comum, com ideias de Esquerda que se entranharam no espaço mediático, especialmente depois do 25 de Abril.

    A particularidade cultural que se opõe ao turismo é o vício nacional chamado inveja, o mesmo que já no século XVI levava às denúncias contra os cristãos-novos, quando eram endinheirados ou tinham mais outros atributos que faziam o vizinho sentir-se diminuído. Já as ideias de Esquerda opõe-se ao lucro, o Baptista Bastos dizia há uns anos ao Prof. Agostinho da Silva, «nós os poetas somos contra o lucro». É uma mistura difusa de ódios, ao lucro, iniciativa individual, dinamismo económico, internacionalismo da indústria turística, resistência à mudança. Álvaro Cunhal, por exemplo, estava contra o desenvolvimento do turismo algarvio…

    A tudo isto mistura-se a cultura estatista que cresceu em Portugal nos últimos séculos. Que ousadia essa de haver jovens que ganham uns trocos a fazer de guias turísticos, ou de haver quem arrende a casa a estrangeiros! Não, tudo precisa de licença, regulação, taxa, inspecção. O Estado e quem o compõe e dele depende não pode permitir que haja rebeldes, que se atrevam a ser independentes. É preciso dar a sensação que quem manda continua em Lisboa. Vocês agora podem arrendar ou passear turistas, mas é porque nós o Estado deixamos, e é com as regras que nos quisermos, não à vossa maneira, que era o que mais faltava!

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    • Manuel permalink
      6 Junho, 2017 07:24

      Excelentes comentários. Conheço a realidade do arrendamento/imobiliário no centro de Lisboa e Porto, foi e é, como descreves.

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    • 6 Junho, 2017 09:54

      Quando o AC-DC deu a golpada ao AJSeguro, a dívida do P”S” era c. 22 milhões de euros. Dívida já herdada pelo AJS. Apesar de elevadíssima e impagável para um partido político, todo o mundo “socialista” era rosa, publicamente omitido, internamente inquestionável de modo a esclarece-la de vez. Mais uma imagem de marca “PS” a gerir dinheiro.
      Entretanto está nos 20 milhões. Talvez uma secreta varinha mágica a resolva nos próximos anos sem a ajuda da banca…

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  16. Arlindo da Costa permalink
    7 Junho, 2017 18:23

    Está difícil – para algumas pessoas atarantadas e saudosas do miserabilismo passista… – que o Prof. Dr. Mário Centeno, nada tem a ver com o lentificado do Vitor Gaspar e a varina incompetente Albuquerque.
    Sejam científicos. Deixem estes estados de alma parra a Poesia…

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