Caro Sr. Presidente, Lembra-se da Minha Carta?
Eu sei que a leu apesar da ausência total de resposta. Embora a esperança de poder despertar em si algum sentimento que o fizesse reavaliar sua actuação, tive sempre consciência que o politicamente correcto poderia ter mais força. E teve. Infelizmente. Tudo continuou igual com elogios rasgados a uma governação cheia de falhas, perigosamente a roçar na irresponsabilidade. Lembra-se das minhas palavras sobre um défice que não passava de um embuste? Pois tem aqui, na tragédia de Pedrógão Grande a confirmação dos medos que lhe transmitia a aos quais lhe pedia ajuda.
Uma governação que maquilha números com suspensão de pagamentos a fornecedores, cortes a torto e a direito na despesa pública, suspensão total de investimento público crucial em vários segmentos, nunca deveria ter do nosso Presidente da República qualquer apoio senão o da responsabilização. Porque quem apoia cortes e suspensão de pagamentos cegos, assina sentenças de morte num povo indefeso. Hoje foi Pedrógão Grande com o maior e mais mortífero incêndio de que há memória. Amanhã será num hospital, numa escola, numa estrada, numa ponte, num edifício, num sismo, numa inundação, num transporte público.
Depois, virão a público todos emocionados dizer que tudo foi feito. Que foi uma calamidade. Que foi imprevisível. Justificarão com tudo e com nada a inoperacionalidade de um Estado que serve apenas para tirar 70% do rendimento das famílias e que já tem em curso mais aumentos de impostos. Mas na hora de cumprir sua função, demite-se de todas as responsabilidades com o apoio incondicional do nosso Presidente. Como é possível em pleno século XXI, num país da Europa, ter gente no governo assim com seu aval?
Tinha declarado no ano passado que iria acompanhar durante o inverno tudo de perto para que nunca mais vivêssemos situação tão dramática como em 2016. Mas, esqueceu-se de nós. E à nossa sorte, ficamos sem ninguém para nos socorrer e proteger das malditas chamas. E mais de 200 pessoas sofreram as consequências. Não há agora nenhum afecto que reponha a vida como ela era para estas vítimas. Não há palavras nenhumas que façam regressar quem partiu de forma tão macabra. Não há abraço nenhum que apague da memória o que esta nossa gente viveu no meio do inferno. Não há solidariedade nenhuma que traga de novo o que se perdeu. E mesmo assim volvida uma semana não há um único responsável assumido por esta catástrofe! Acha isso normal?
Pois eu lhe digo, que por eles, pelos seus que sucumbiram, por nós, gritarei a minha revolta todos os dias. Transformarei a minha indignação em palavras de ordem. Levarei minha voz até onde for preciso, seja cá seja na UE para que ACABE de vez esta impunidade severa e vergonhosa de quem sucessivamente nos governa e não cumpre com seu dever para com a população. Quero ver REVERTIDOS todos os contratos ruinosos que servem clientelas em vez de prestar serviço às povoações.
Porque basta! Sr. Presidente, basta! Porque somos nós que estamos a morrer. Somos nós as vítimas. Mas também somos nós quem tem obrigação de por no lugar quem se demite das suas funções e não cumpre com seu dever de servir o cidadão que os elege.
E nós só descansaremos quando nossos direitos forem cumpridos. Integralmente.
Com os meus melhores cumprimentos.
Cristina Miranda
Isto não é uma estrada, é uma incineradora. É muito conveniente discutir este caso como se fosse um fogo florestal. Enquanto em Inglaterra estão a sanar o problema dos revestimentos idênticos ao do prédio que ardeu há duas semanas por causa de um frigorífico, nós por cá estamos a discutir o frigorífico. O presidente, essa língua de metro já toda chamuscada e sem emenda possível, perante os escândalos de mentiras à hora e perante as gravíssimas acusações já proferidas, como as relatadas no Expresso relativas às fitas do tempo, remete-se, agora, ao silêncio. Logo agora! Com esta gente ao leme vamos longe. Até dá vontade de ouvir o Henrique Neto.
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Ouvi dizer que as árvores têm que estar a 10 metros da estrada.
Não estão.
Ora então primeiro responsável é o órgão do poder local, seja a Junta seja a Câmara
Não podem assobiar para o lado.
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Excelente pedrada no charco em que este país de 900 anos se tornou, jovem Cristina.
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Com este incêndio, 90% da comunicação social veio pela força à tona com um “SIRESP” estampado na testa e sorriso amarelo.
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Mais uma Cátedra da Cristina!
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É preciso não deixar esquecer este assunto, os Mortos não nos desculparão.
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E os Futuros terão vergonha!
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Mais uma vez temos de pedir desculpa aos Mortos, por terem de aguardar num carro frigorifico de transporte de peixe a autópsia, dado que o carro para o efeito da “proteção” civil estar avariado.
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Alguém viu, ouviu ou leu alguma reportagem num dos hospitais que receberam os feridos dos incêndios a indagar do estado de saúde deles?
Devem estar à espera que o moço dos afectos passe por lá…
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Mas o que é que eles podem dizer, ainda nem sequer identificaram todos os feridos.
Uma semana depois ainda há desaparecidos.
E ninguém é responsável, teremos Ministro da Saúde?
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«Porque basta! Sr. Presidente, basta! Porque somos nós que estamos a morrer. Somos nós as vítimas.»
Mas que exagero, Cristina. Isto é prosa de «Correio da Manhã» o do ex-jornal «24 Horas».
A Cristina é capaz de fazer melhor. Quem a conheceu dos tempos universitários sabe isso.
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Sim, morreram 64 pessoas, uma estatística, portanto! Qualquer texto que ponha em causa a magnífica magnificência do Tony Costa é um manifesto exagero.
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What?
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Exagero onde, criatura? Quer ver q tive alucinações e não são mais de 200 vítimas deste incêndio?
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Não foram 200 vítimas, Cristina Miranda. Foram 2000… ou melhor, foram vinte mil. Ponha antes duzentas mil. Talvez assim, alguém lhe tome atenção. What?….. (porque não disse antes «porquê» como dizemos cá na nossa terra)… Esta Cristina só diz disparates.
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O que anda a fumar? O’ Manel ti lembras-me alguém q bloqueei no Facebook 😉 Andas a ver meus vídeos… hummmm
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Macaquinho de imitação a seguir o guião escrito pelo Rato.
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Cristina, o seu líder e querido – Pedro Passos Coelho – pediu desculpa por ter usado uma informação não confirmada sobre um suposto suicídio por falta de apoio psicológico às vítimas da tragédia de Pedrógão Grande. Afinal, a Cristina bem tentou, mas o seu líder ainda fez pior. Tente na próxima vez.
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Enquanto 1 dos líderes da oposição mentiu involuntariamente induzido em erro por 1 entidade credível q irresponsavelmente fez passar 1 informação não confirmada, OS GOVERNANTES MEDIOCRES que você defende AINDA NÃO PARARAM DE MENTIR de forma VOLUNTÁRIA e CONSCIENTE desde q se deu esta tragédia.
PS: não tenho líder. Caminho sozinha na minha luta. Não sou carneiro.
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Infelizmente, Cristina, todas as ovelhas de Passos Coelho (a qual incluo a Cristina), mentem de forma descarada. Desde que este caso aconteceu, a Cristina não tem parado de o usar politicamente e de modo agressivo. Não basta os que morreram e a explicação do fenómeno natural. Quase que aposto que se viesse um terramoto ou um maremoto, a Cristina culparia o MAI e o governo.
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Muito bem, Cristina Miranda.
Esta “classe” política, quase toda, da esquerda à direita, merece-me cada vez mais desprezo pela sua incompetência, hipocrisia e canalhice.
Admito que o MCThomaz esteja a descansar ou a trabalhar (finalmente) em Belém, mas tenho estranhado a sua ausência desde há uns três dias. Outra hipótese, férias no estrangeiro para não dar beijos e abraços.
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Sempre pode ir ao site da presidência consultar a agenda do Beijinhos.
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Grato pela sugestão. Desde o dia 23 (recebeu o PPCoelho) não há notícia. Deve estar amarrado à secretária a trabalhar ou o PPC disse-lhe algo que o chocou…
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Deve estar de birra porque não foi ao Porto dar marteladas!
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Como bem escreve hoje Ribeiro e Castro no Público: “O espírito dos ataques ao Presidente vem das claques de futebol”.
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O José Ribeiro e Castro de quando em quando (talvez influenciado por excitações e companhias nada recomendáveis) recorre a populismos e a termos populistas.
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O que sucedeu em Pedrógão Grande é um libelo acusatório contra aqueles que queriam desmantelar as funções do Estado e que proclamavam o laisser faire, laisser passer.
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Libelo? Uau, quem te escreveu o guião de hoje?
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porra, o Arlindo está chiquérrimo com termos franceses…
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Está chique a valer. O Francês é que foi tirado nas Novas Oportunidades ao domingo, 30 de Fevereiro, porque escreve-se: laissez-faire, laissez-passer.
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Exactamente, caro Rasputine!
É que vara torta nunca se endireita, por muita “iducação” que tenha.
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O senhor Presidente da República encarrega-me de responder à sua inquietação
“Como é possível em pleno século XXI, num país da Europa, ter gente no governo assim com seu aval?”
É possível porque o estimado povinho votou neles, aliás eles próprios se consideram como uma emanação do povo.
A bem da Nação.
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António Costa:”Eu nem ganhei as eleições, o culpado é que ganhou, o Passos. Ora essa, era o que mais faltava.”
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Sra D. Cristina tome lá mais um escândalo quentinho! O presidente da câmara de Cascais entendeu entregar um terreno de 5000 m2 pelo prazo de 50 anos e 744 € mensais à associação de judeus chabad para construção de uma sinagoga no meio de uma urbanização residencial em exclusivo sacrificando os espaços verdes. O disparate da decisão só encontra explicação no vil metal. É o sacrifício do património público e dos cidadãos tributáveis a obscuros negócios.
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“Agora apague” esse comentário, sff.
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Mais uma vez, obrigado.
O problema, é que “deste pântano não se sai a nado”
Isto não vai dar nada, o PPC foi chamado de governante criminoso, em 2013, agora é só um problema.
O descalabro, para mim, começou com o fim da JAE, aliás história muito mal contada.
E não saímos disto
A incompetência no seu melhor
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> poder despertar em si algum sentimento
Não vale a pena, os publicitários só têm imitações disso.
Como os vampiros, sugam os sentimentos genuínos dos humanos para se alimentarem.
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Só me resta dar os parabéns à Cristina Miranda pelo excelente post.
Partilho os mesmos sentimentos e revolta profunda perante a situação a que o nosso país chegou.
E aturar certos trolls que por aí abundam? Nem neurónios têm para pensar na estúpida ideologia esquerdalha que tantas centenas de milhões de mortos causou. Nunca lhes fez impressão. Sorte deles que vivem numa sociedade tolerante, fossem para a Coreia do Norte, Cuba ou Venezuela que iriam ver o bem bom socialista-comunista.
Tristeza…
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