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Por que Portugal Arde Tanto?

31 Julho, 2017

Não faz sentido nenhum um país tão pequeno e com florestas pouco densas arder todos os anos. Portugal com uma área de cerca de 90.000 km2 representa 1% da área total da Europa. No entanto tem uma área ardida neste momento que corresponde a 33% da área ardida em toda a Europa!! Por muito que se desculpem com SIRESP, com plantações de eucaliptos, com reordenamento territorial, com comandos da ANPC ou MAI, com falta de limpezas das matas, com o diabo da natureza, há muito por explicar que vai além do mencionado e que ninguém aborda: como se dão as ignições e porquê. É por aqui que devemos começar e depois varrer os restantes problemas um a um. Porque são demasiados e alguns roçam a criminalidade.

Portugal não arde por acaso. Arde essencialmente por mão criminosa. Todos os anos. Dezenas de pirómanos são detidos mas nunca são condenados com penas exemplares. Logo, compensa ser pirómano, receber uns trocos para tabaco de gente com interesses que sabe que a maioria deles são inimputáveis ou ficam livres por falta de incidentes criminais. Sem penas verdadeiramente dissuasoras é um negócio lucrativo para ambas as partes. É o negócio dos incêndios que todos ignoram e ninguém trava.

Depois vem a falta de vigilância. Ora, é sabido que estes fogos só são bem sucedidos porque não há ninguém a bater o terreno amiúde. Logo, qualquer idiota pode ou com isqueiro ou com bombas incendiárias iniciar um incêndio sem problemas, algo que no passado era impossível com nossos guardas florestais. Aqui o alerta é fundamental para uma intervenção rápida. Onde estão eles? Também deixou de haver cantoneiros que limpavam matas. Porquê? Não é para isto que o Estado deve canalizar os impostos?

Resolvidas estas questões prioritárias, vem o resto: os bombeiros. Como é possível combater fogos com eficácia sem que todos os bombeiros sejam profissionalizados, altamente qualificados, preparados e bem remunerados? E as chefias? Como pode haver um combate eficaz com estas corporações sem autonomia, a responder perante um cem número de chefias que se descoordenam, atrapalham, enganam-se, atropelam-se umas às outras e nomeadas por filiação partidária em vez de competências na área?

No Canadá, um país com grande mancha florestal densa, não arde como nós. Como é possível? A resposta é simples: os serviços florestais são totalmente profissionalizados, com pessoal altamente treinado, formado e qualificado, e possuem TODOS os meios e equipamentos necessários para poderem fazer prevenção, vigilância e combate a incêndios. Possuem verbas suficientes para que possam adquirir e manter operacionais todos os equipamentos necessários e são muito bem remunerados. Os Rangers Florestais (assim são designados), possuem um estatuto e poderes iguais a uma força policial e um modelo de organização, responsabilização e de cadeia de comando altamente definida, hierarquizada e de inerência militar. Podem multar incumpridores dos regulamentos de segurança, regulamentos florestais, etc. Podem decretar prisão, podem decretar evacuações, podem impor perímetros de exclusão e segurança, podem direccionar, condicionar e proibir o trânsito automóvel, podem fazer notificações e levantar autos, têm um vasto poder e competências. São autónomos. Não dependem de uma interminável lista de chefias e comandos de vários organismos. Por isso na hora de agir, são eficazes. Espanha aqui mesmo ao lado tem o UME (Unidade Militar Emergência) que nos valeu já este ano por 3 vezes! Mas incompreensivelmente só são chamados quando tudo está mais do que descontrolado apesar dessa ajuda, accionada pelo Protocolo Bi-Lateral Luso-Espanhol ser gratuita.

Para finalizar temos o famoso SIRESP que NUNCA funciona em situações de emergência mas “carinhosamente” é mantido, sem o reverter de imediato, porque segundo a ilustre ministra “é preciso resolvê-lo com seriedade e sentido de Estado” (audição parlamentar de 27 Julho) Hã?!! Importa-se de repetir?!!

Por muito que doa ouvir, somos um desastre em matéria de prevenção e combate a incêndios. Não fosse a preciosa ajuda internacional que intencionalmente só vem depois da calamidade, e as coisas teriam contornos piores. E a razão é simples: tudo se faz neste país para que tudo falhe. Os interesses obscuros dos negócios do fogo dominam o sector. Porque é nas falhas que se refugiam para justificar mais aquisições ruinosas para o erário público mas extremamente lucrativas para quem as vende. Nada a fazer enquanto os políticos não pararem de se imiscuir nestes negócios.

Não serve de justificação os eucaliptos das celuloses porque esses não ardem nem a suposta negligência dos pequenos proprietários porque mesmo esses, têm as matas melhores que o maior deles, o Estado, com TUDO sempre ao abandono, nem inventar plantação de árvores de substituição que não ardem (que coisa mais ridícula). Por este caminhar, alguém irá sugerir a contratação de Joana Vasconcelos para a criação de uma floresta que não arde.

Não me admiraria mesmo nada… Idiotas suficientes para isso, já temos.

54 comentários leave one →
  1. PSC permalink
    31 Julho, 2017 12:20

    Muito Obrigado Cristina Miranda.
    Será que alguém vai acordar? Duvido!

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    • Cristina Miranda permalink
      31 Julho, 2017 12:59

      sei lá… há tanto cego por aí… repare nestes comentários e já fica com 1 ideia

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  2. jmpg permalink
    31 Julho, 2017 12:27

    Que grande caldeirada de sentenças .A senhora de incêndios, matas , bombeiros e pirómanos parece-me perceber pouco . Não aumente a confusão e as teorias . A mata arde porque não é limpa . É tudo

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    • oscar maximo permalink
      31 Julho, 2017 12:48

      É verdade, e diria mais, quando for tudo um deserto, nem vão ser precisos bombeiros.
      Mas eu poria a resposta de forma um pouco diferente. A mata arde porque há políticos como o Cavaco, que achava que o futuro do país estava exclusivamente na prestação de serviços. Quis ser o bom aluno e implementou o combinado anteriormente, que era pagar o abandono dos campos. Já foi há muito tempo, mas dificilmente esta situação é revertida.

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      • JMS permalink
        31 Julho, 2017 13:10

        Cavaco implementou o negociado e combinado por Mário Soares, ou já se esqueceram?

        E nas pescas também.

        Não é por caírem sempre em cima do mesmo que conseguem mudar a História.

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      • Miguel Galaz permalink
        1 Agosto, 2017 10:50

        Limpar florestas não é um serviço?

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    • Cristina Miranda permalink
      31 Julho, 2017 12:59

      o’ valha-me Deus. arde sozinha queres ver?

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    • Thebones permalink
      31 Julho, 2017 14:06

      Ja bush, esse brilhante e intelegentissimo presidente norte Americano, preconizava uma solucao parecida…cortem as arvores, sem elas ja nao teremos incendios!

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  3. piscoiso permalink
    31 Julho, 2017 12:31

    Pois é o negócio dos incêndios, ateados por mãos criminosas. Tem razão.
    Há dividendos que até são políticos.
    Como está a contagem dos mortos?

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    • Cristina Miranda permalink
      31 Julho, 2017 12:58

      já apareceu mais uma. o marido foi contabilizado na lista oficial. ela que ía ao lado, não. Em breve desenvolvo este assunto.

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      • 31 Julho, 2017 13:18

        gajas e gajos comentadores criticam o PPCoelho e a ACristas por terem exigido a reveleção da quantidade de falecidos, Depois, alarvemente, gozam perguntando “como está a contagem dos mortos ?”
        Nas tv’s, outros comentadores também criticam o PPC e a AC, embora reconhecendo que o governo esteve mal em todo esse caso…

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      • Thebones permalink
        31 Julho, 2017 14:09

        Estas a ver o coiso…nao devias ter perguntado! Asneirento, com o siempre.

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      • 2 Agosto, 2017 13:19

        A mulher não estava lá intencionalmente. Tinha sido arrastada pelo heteropatriarca.

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  4. 31 Julho, 2017 12:43

    A monocultura e o fim dos guardas florestais, uma medida tomada em governos socialistas e continuada por governos PSD/CDS, são os principais motivos do ocorrido em Pedrógão Grande.

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    • Cristina Miranda permalink
      31 Julho, 2017 12:57

      Não Abel. É ineficácia dos meios. Inércia. Pedrógão esteve sem ajuda 5h. Cinco horas de fogo a lavrar é muito tempo amigo. Vamos nos deixar de merdas, ok?

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      • Os corruptos que se cuidem permalink
        31 Julho, 2017 22:29

        Claro, Cristina. As primeiras 2 horas são determinantes. As primeiras 2, e já é demasiado!

        Há um cocktail de causas, como bem expôs. Mas, não havendo diversidade florestal (o que há é a tal monocultura), não havendo guardas florestais e, portanto, vigilância, não havendo aceiros para fácil e rápido acesso no combate a incêndios que se declarem, não existindo penalização/criminalização suficiente, não existindo nada disso… ainda há ineficácia no socorro a pessoas e na mobilização dos meios de combate às chamas!!!! Qual é parte deste “simplérrimo” raciocínio que a malta aqui não percebe????

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  5. 31 Julho, 2017 12:48

    No Canadá, quase 40 mil moradores foram obrigados a abandonar as suas habitações por causa dos incêndios.

    As autoridades declararam o estado de emergência na região da Colúmbia Britânica. Há mais de 160 fogos activos, 27 de grandes dimensões. Cerca de três mil bombeiros e 200 helicópteros combatem as chamas.

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    • Cristina Miranda permalink
      31 Julho, 2017 12:55

      160 fogos activos num país com a dimensão do Canadá, é quase nulo. Nós, esta minúscula tripa à beira mar tivemos já 140. Está a gozar comigo? Se Portugal tivesse a área do Canadá, com a nossa ineficácia no combate, com os mesmos incêndios, desaparecia tudo quanto era vegetação. Ah! espera! Não desaparecia totalmente porque vinha Espanha resolver-nos o assunto.

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  6. 31 Julho, 2017 12:52

    Incêndio no Canadá já é maior que Nova Iorque
    07 DE MAIO DE 2016 – 10:47
    O incêndio começou há uma semana e já destruiu mais de mil quilómetros quadrados de floresta e milhares de casas. Cerca de 90 mil pessoas foram obrigadas a sair de casa, incluindo dois portugueses.

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    • Cristina Miranda permalink
      31 Julho, 2017 13:10

      O’ Abel, a sério, menos… Não pode comparar Portugal a Canadá porque se o fizer tem de o fazer de forma honesta. Já lhe disse que a escala é MUITO diferente. Não faça dos outros burros. Ninguém aqui disse q Canadá não ardia. O que lhe disseram é que NÃO ARDE TODOS OS ANOS COMO NÓS!

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    • Miguel Galaz permalink
      1 Agosto, 2017 10:53

      Para tentar perceber aqui o argumento: não podemos criticar, porque há incêndios noutros países? Sendo assim, gostava de saber o que é que posso afinal criticar…

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  7. 31 Julho, 2017 12:55

    As autoridades canadianas admitem que não conseguem controlar o incêndio que já obrigou 90 mil pessoas a saírem das suas casas e consumiu 85 mil hectares de floresta desde a noite de domingo.

    “Este incêndio é absolutamente devastador”, disse o primeiro-ministro, Justin Trudeau. “É uma perda a uma escala que é difícil para muitos de nós imaginar”, reforçou.
    As elevadas temperaturas e as rajadas de vento, que chegaram a atingir 70 quilómetros/hora, impossibilitam o controlo do incêndio que provocou a evacuação da cidade de Fort McMurray.

    As autoridades locais reconhecem que o incêndio permanece fora de controlo e que assim vai continuar, apesar de mais de 1.100 bombeiros, 145 helicópteros e 22 aviões estarem no combate.

    O perigo das chamas obrigou a ser decretado o estado de emergência.

    Apesar de não se terem ainda registado vítimas, várias casas foram já consumidas pelas chamas.

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    • Cristina Miranda permalink
      31 Julho, 2017 13:08

      pois… apesar de AINDA não haver vítimas… fundamental meu caro Watson. Quando eles falam em calamidade, em fogos incontroláveis, estão a falar dentro da dimensão deles. È um pouco como você comparar seu nível de vida com os canadianos, está a ver? Para eles o que é considerado 1 incêndio de dimensões graves, para nós é calamidade! Duas realidades diferentes. Duas medidas diferentes. Quer 1 exemplo? No Canadá ninguém percebe como conseguimos SOBREVIVER quanto mais viver. Que parvoice.

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  8. 31 Julho, 2017 13:13

    Post com o essencial. Se lido por políticos, só em diagonal embora concordando.
    A “classe” política não tem, mais grave, talvez não queira ter estratégia para a floresta. Estranho…o ministro Capoulas passou praticamente incólume, permanece silencioso, ninguém lhe faz perguntas não combinadas desde o incêndio em Pedrógão. Também daquela cabeça nada se espera inovador e convincente, mero executor que é de ideias doutros.
    Falta coragem para implantar de vez leis que se não cumpridas punam exemplarmente desleixos e não só. Os incendiários (incluindo quem lhes paga) têm de ser severamente punidos e não tratados como “pobres diabos”.
    O Estado entende que o parco dinheiro atribuído para os bombeiros, sapadores de florestas, guardas florestais, é um gasto e não um investimento. Etc., etc.
    O MCThomaz afirma que é preciso um grande debate acerca. O que é necessário é isto: perguntar (no Outono, o mais tardar no Inverno) ao AC-DC se tem um plano, um projecto. Se tem e decisivo, que seja aprovado. Se não tem ou é medíocre, o PR que diga ao país que a geringonça é mais uma vez incompetente.
    Um país que sobrevive e tem como futuro só o dia-a-dia… Haja bovinização da populaça-NADA,, o síto é fácil de (des)governar.
    A Joana não precisa que lhe encomendem isso. Basta-lhe pensar nessa hipótese, bate à porta do ternurento amigo AC-DC, é logo recebida e apoiada.

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  9. 31 Julho, 2017 13:27

    O sempre atento MCThomaz para tudo o que considera interesse nacional, já terá enviado uma mensagem de conforto ao Ronaldo depois de ter saído do tribunal ?

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  10. henrique pereira dos santos permalink
    31 Julho, 2017 13:37

    1) O único país que contabiliza ignições como Portugal tem mais ignições que Portugal e chama-se Inglaterra;
    2) 1% das ignições são responsáveis por 90% da área ardida;
    3) As áreas em que há mais ignições são onde há mais gente (Porto, Braga) e as áreas onde há mais área ardida é onde há menos gente;
    4) 80% das ignições são num perímetro de 2 kms à volta das aldeias;
    5) a variação diária das ignições é explicada, em 80%, pela meteorologia;
    6) dizer de um país que teve um incêndio de meio milhão de hectares que não arde parece-me estranho
    Poderia continuar por aí fora, mas a conversa das ignições já foi chão de deu uvas e serve de muito pouco voltar a essa treta para explicar o que é simples de explicar: Portugal, e a Galiza (onde se concentram mais de 50% dos fogos de Espanha) ardem muito porque têm uma elevada produtividade primária, isto é, os matos crescem muito, acumulando por isso muito combustível. Enquanto isto não for reconhecido, e se entender que o fogo é um elemento natural, é muito difícil ter políticas sensatas para a gestão do fogo em Portugal e posts como este contribuem para que tudo seja ainda mais difícil.

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  11. Mauro Pires permalink
    31 Julho, 2017 14:01

    Republicou isto em PortugalGate and commented:
    A minha colega Cristina a ser, mais uma vez, assertiva neste caso. Se temos Pirómanos(incendiários que neste caso são “doentes”), muitos deles seguem em liberdade, que respeito merece o Estado Português? Portugal é um SIRESP em tamanho grande, da esquerda à direita.

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  12. 31 Julho, 2017 14:23

    Portugal arde porque tem combustível para arder.
    A única maneira de deixar de arder é a de conseguir que tudo arda. Enfim, que deixe de ter “uma elevada produtividade primária” (em Portugal como na Galiza onde – por acaso e só por acaso… – o “fenómeno” do eucalipto é rigorosamente igual).
    Deste modo, as únicas políticas de prevenção e combate a incêndios verdadeiramente eficazes serão aquelas que possam inibir a tal “produtividade primária”. Ou seja, deixar que arda e deixe de “dar a conta”;
    A prevenção e combate a incêndios devia centrar-se exclusivamente na defesa de pessoas, animais, edifícios e zonas de reserva e parques naturais;
    A legislação associada à proteção contra incêndios devia ser rigorosamente observada. Se não é suficientemente boa, que se altere de forma a tornar-se eficaz na proteção de pessoas, animais e património construído; nos casos em que os particulares o não fizessem, deviam os serviços municipais fazê-lo reclamando dos particulares as importâncias devidas pela prestação desse serviço. No caso de incumprimento, os municípios avançavam processos sumários de penhora de madeira ou propriedades de valor equivalente à dívida. Meios humanos para estas tarefas não me parece que faltem à maioria dos municípios… Nos casos de municípios mais densamente afetados pela tal “produtividade primária” devia considerar-se a utilização de telas anti- germinação recobertas por inertes incombustíveis como solução mais económica e mais permanente.
    Deixar de consumir um cêntimo que seja de dinheiros públicos a combater incêndios em monoculturas altamente inflamáveis seria a primeira coisa a fazer. Enquanto isso não acontecer, vou sentir que também me cobram pesados impostos para defender interesses privados.

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  13. José Domingos permalink
    31 Julho, 2017 15:24

    Nem mais. À corrupção, o compatriota, os boys, tudo do melho, o marido da outra, o ex presidente da câmara desempregado mas do partido, o primo, o tio, parece o açoreano.
    O mais grave é que no Natal já ninguém se lembra dos mortos e dos incêndios, só para o ano.
    Entretanto o ze pagante vai batendo palminhas e salivando, à espera de um aumento do subsídio de natal de 0,003€. Dá um jeitão

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    • 31 Julho, 2017 15:29

      Enquanto a maioria dos tugas desprezar o seu futuro e simultaneamente invejarem outros povos desenvolvidos e com bom nível de vida…

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  14. carlos alberto ilharco permalink
    31 Julho, 2017 16:29

    É tão fácil terminar com a “época ” de incêndios em Portugal que dão belas reportagens nos “teatro de operações”.
    Primeiro acabar com o lucro dos mesmos.
    Segundo profissionalizar os bombeiros.
    Terceiro reinventar os guardas florestais com autoridade policial
    Tudo isso a autora explica, atiram-lhe para cima com um incêndio no Canadá.
    Nem de propósito o meu filho esteve há quinze dias uma semana em Quebec, e disse-me simplesmente, Pai estive noutro planeta.

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  15. 31 Julho, 2017 17:30

    A eficácia dos bombeiros do Canadá È enorme.

    Los incendios que arrasan Columbia Británica continuaban este martes ardiendo sin tregua en esta provincia del oeste de Canadá, donde 40,000 personas evacuadas aún no han podido regresar a sus casas.

    Un total de 159 incendios están activos, de los cuales 60 están fuera de control, y más de 188.000 hectáreas de terrenos y bosques han sido quemadas, según el último informe del centro CIFFC.

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  16. henrique pereira dos santos permalink
    31 Julho, 2017 17:47

    O que sugiro é que antes de ter opiniões sobre o assunto, leiam ao menos isto (não demora muito tempo):

    Click to access JF20170325_JMC_Pereira.pdf

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    • 31 Julho, 2017 18:02

      HPererira dos Santos,
      tenho lido os seus posts no Corta-fitas acerca. Parecem-me com conclusões acertadas, de pessoa entendida.
      Sou um leigo na “matéria”, coloco aqui só uns bitaites e algumas certezas.
      Mas que raio (não é ironia ao tal raio), não há neste post algo certo, que não contribua para dificultar o que já é difícil (ao governo) pelo menos tentar prevenir e solucionar ?

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  17. LTR permalink
    31 Julho, 2017 19:07

    Afinal há ministro responsável pelas estradas, e vai agora (só agora?) limpar bermas e lidar com a segurança das estradas:

    “Pedro Marques realçou que, nas últimas semanas, foram garantidas junto do Ministério das Finanças “as condições de autorização” para o investimento na rede rodoviária, adiantando que muitas das empreitadas são “para lançar já a partir de agosto”. O ministro destacou a importância da conservação da rede rodoviária, uma parte da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP), nomeadamente “a conservação de pavimentos, condições de segurança, sinalização e limpeza de bermas”.” (ECO)

    Que pena ter estado tão calado e a fazer de conta que não era nada com ele! É que não morreram 47 na floresta – foi na Estrada. Sobre as margens legais de distância das árvores só dois ou três tolinhos tocaram no assunto da ilegalidade patente.

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    • 31 Julho, 2017 19:30

      Este (de quando em quando sapador de afectos junto das populações atingidas) mais um, como o Capoulas, tem passado entre as faúlhas da tragédia.

      Afinal, já há algum plano concreto e pronto a ser accionado para entregar às pessoas o dinheiro angariado via donativos ? Ou estarão à espera que estas lhes peçam encarecidamente ? Só falta que um javardo governamental tenha o desplante de dizer ou insinuar que “é dinheiro do P’S'”…

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  18. Manuel A permalink
    31 Julho, 2017 19:46

    Cristina:

    Mais um excelente texto, com excelentes comentários a valorizá-lo e infelizmente, como sempre, manchado pelas “baboseiras” dos 2 ou 3 palermas do costume, que aqui vêm aventar tonterias de débeis mentais que se julgam senhores da verdade.

    Diz o nosso Povo que “Com brutates não labutates!” e “Vozes de burro não chegam ao céu”
    Adiante!

    Mas o Povo também diz que:

    “Mais vale prevenir que remediar”.

    Então, atendamos aos seguintes pontos:

    1- A limpeza do arvoredo e matagal: quanto custa e onde está a mão-de-obra disponível para a fazer atempadamente? Estão os Proprietários em condições de poder pagar sucessivas limpezas sem terem o retorno dos custos envolvidos?

    (Nota: Durante o Outono, Inverno e começo da Primavera, os Bombeiros, as Tropas; os Desempregados, os Beneficiários do RSI e os Presos, não podiam ser aproveitados em sucessivas e periódicas campanhas para a limpeza e ordenamento da floresta?)

    2 – Por razões várias, muitos dos actuais Proprietários desconhecem a localização das extremas dos seus terrenos que só conhecem, nalguns casos, através dos registos e do pagamento anual do IMI.
    Quem é que lhes vai dizer a localização dos mesmos?

    3 – A compra das madeiras está entregue a pessoas idóneas, devidamente registadas e sujeitas a cumprir regras e preços superiormente estabelecidos?

    4 – Depois de cortadas as árvores, que fazer com as ramas e pontas sobrantes que ficam sobre os terrenos? Quem os pode consumir? E os matos que naturalmente aí nasçam e sejam removidos durante as eventuais operações de limpeza, para onde se podem mandar?

    5 – São suficientes e estão devidamente abertos e transitáveis os caminhos que permitam aos Bombeiros fazer o seu trabalho em caso de sinistro?

    6 – Estão minimamente instruídos para as regras de Segurança, os moradores que ainda resistem viver nas suas aldeias onde têm os seus bens e o resto da população em geral?

    (Nota: Qual tem sido o papel da Escola, desde a Pré-primária até ao Ensino Universitário incluído, na divulgação e ensino obrigatório das Regras de Segurança pessoal e colectiva, Higiene e protecção do Meio Ambiente, que quando cumpridas podem salvar muitas vidas?)

    7 – Onde está uma massa crítica mínima de população que deveria estar nas zonas do interior do nosso País caso tivessem condições mínimas de aí levarem uma vida decente e confortável?

    8 – As Autarquias fazem tudo o que é possível para ordenar o seu território? Dão bom exemplo e ajudam o Proprietário a melhorar as condições dos seus terrenos no sentido de evitar sinistros graves?

    9 – O Estado Português tem todos os meios de Segurança Nacionais activos TODO o Ano? E dá bom exemplo nos terrenos que lhe pertencem e administra?

    10 – Os Guardas Florestais, os Cantoneiros das Estradas, os Guarda-rios e Resineiros, do tempo do Estado Novo, homens que conheciam o Território melhor que as palmas das suas mãos, vigiavam o território e apoiavam os Proprietários (assisti a isso ainda menino), o que lhes fizeram? Onde estão? Quem os substituiu?

    11 – As Indústrias transformadoras que estão de alguma forma relacionadas com a madeira estão bem distribuídas nos territórios que a produzem? São suficientes? estão modernizadas?

    12 – Quem é que não conhece os dispositivos eólicos (vulgo ventoínhas), às centenas espalhadas pelos cumes do interior de Portugal?

    Pergunto:

    São ou não favoráveis, aos produtores de energia de origem eólica, as encostas nuas que rodeiam as ditas “ventoínhas”?

    É que me constou que o vento ao circular de encontro às encostas com mato ou arvoredo, perde muito da sua energia e isso reflecte-se no rendimento das máquinas, isto é no número de quilowatts que elas podem produzir.

    13 – Quantas “ventoínhas” vão ser acrescentadas, nos cumes das serras, depois destes pavorosos incêndios, tão depressa os ditos cumes fiquem livres do manto vegetal ora ardido?

    Tenho também em conta o seguinte texto bastante elucidativo:

    https://ionline.sapo.pt/567751?source=social

    Quanto a culpados são, em primeiro lugar e antes de tudo, TODOS OS GOVERNOS DESDE 25 DE ABRIL DE 1974 que tudo têm feito para destruir a obra de Salazar a todos os níveis.
    Meus cumprimentos

    Manuel A.

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  19. Manuel A permalink
    31 Julho, 2017 19:52

    É importante saber quem ganha com o fogo e quanto.
    Por exemplo:

    1- Madeireiros
    2- Empresas de transporte de madeiras
    3- Celuloses
    4- Aviões fretados
    5- Helicópteros fretados
    6- Fornecedores de combustíveis consumidos por toda a maquinaria em terra e no ar.
    7- Fabricantes/comerciantes de carros de bombeiros.
    8- Oficinas de manutenção dos carros de bombeiros
    9- Fabricantes/comerciantes de mangueiras/ agulhetas e outros artefactos de bombeiro (fardas, capacetes, máscaras, luvas, botas, alimentação, etc.,etc.)
    10- Luvas para os compradores/assinantes de contratos
    11- Cangalheiros (se forem chamados)
    12- Viveiristas
    13- Donos das eólicas
    14- Comerciantes/instaladores dos meios de comunicação usados por todos os intervenientes

    P.S. Diz que alguns Incendiários também recebem “qualquer coisinha” pelo trabalhito.
    Sobretudo devem receber subsídio de turno, pois tem havido muitas ignições nocturnas!

    São muitos a fazer negócio.

    Manuel A.

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    • 2 Agosto, 2017 13:29

      As chamadas celuloses não ganham com o fogo. A prova é que as florestas administradas pelas empresas de fábrica de pasta de papel ardem muito menos do que as outras. Na verdade, qualquer bocado de queimado não sai da pasta no processo de digestão e desclassifica-a, tirando a grande parte do seu valor.

      Quanto aos madeireiros, também duvido que ganhem. Madeira queimada não tem grande valor, pois normalmente encontra-se tão rachada que dali não se fazem tábuas nem cernes.

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  20. 1 Agosto, 2017 13:54

    Por falar em idiotias: Já lhe ocorreu que os fogos florestais são fenómenos naturais nas matas mediterrânicas e sempre aconteceram mesmo sem a presença humana? Já lhe ocorreu que todo o território do Canadá está muito acima das nossas latitudes mais setentrionais? Já lhe ocorreu que grande parte do território canadiano está acima do círculo polar ártico? Já lhe ocorreu que, embora os fogos em Portugal se devem a muitos fenómenos e também à incúria, compará-los com a situação do Canadá é uma perfeita idiotice?

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  21. 1 Agosto, 2017 15:32

    O J.Manuel Cordeiro do “aventar” fez uns desenhos para melhor compreensão do do post da Cristina Miranda.

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  22. Manuel A permalink
    1 Agosto, 2017 19:09

    “Por falar em idiotias: Já lhe ocorreu que os fogos florestais são fenómenos naturais nas matas mediterrânicas e sempre aconteceram mesmo sem a presença humana?”

    Xico:

    Isto só pode ter sido escrito por um IGNORANTE, que se calhar nem sabe distinguir um pinheiro de um eucalipto.

    De minha lembrança, (a partir do ano de 1953) não me recordo da ocorrência de incêndios de grandes dimensões na região do pinhal: Figueiró dos Vinhos, Pedrógão Grande, Castanheira de Pêra.

    O primeiro grande incêndio florestal que recordo naquela zona, ocorreu em 1962, veio do lado da Sertã, atravessou a albufeira de Castelo de Bode na zona da Foz d’ Alge tendo passado para o Concelho de Figueiró dos Vinhos onde devastou duas pequenas aldeias (Val do Rio e Casalinho) tendo vindo a terminar nos arredores da Vila.

    Com muito poucos Bombeiros, equipados com pouquíssimas viaturas, sem grandes meios de comunicação, sem aviões nem helicópteros, mas com muita determinação do Povo foi vencido.

    Morreu um único popular.

    O Governo de então mandou reconstruir as duas povoações queimadas, tendo sido inauguradas pelo Sr. Presidente da República Almirante Américo Tomáz em 1963. Há fotografias dessa inauguração solene, na Net.

    O revestimento vegetal do nosso País não arde por combustão espontânea em condições normais.
    Não temos cá a “sarça ardente” bíblica!

    Tem de haver uma fonte de ignição e esta é sempre directa ou indirectamente resultante da actividade humana, excepção feita aos “raios e coriscos”!

    Remeto-o para os meus escritos acima.

    Meus cumprimentos

    Manuel A.

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    • 1 Agosto, 2017 22:37

      Manuel A.
      Numa coisa tem absoluta razão: a minha ignorância. Não a nego. Mas há-de reconhecer que não falei em combustão espontânea. Limitei-me a opinar sobre a idiotice de comparar o ecossistema mediterrânico com o do Canadá. O que pretendi dizer é que o fogo faz parte do nosso ecossistema. Precisamos de aprender a lidar com isso. O território em 1962 era substancialmente diferente do de hoje, pelo que a extensão e duração dos fogos, apesar de tudo o que se diga, tenderão a piorar se deixarmos progredir a tendência. Sou de facto ignorante em florestas e fogos, mas sei distinguir a posição dos paralelos geográficos e não precisamos para a discussão dos nossos fogos fazer comparações com territórios com ecossistemas diversos. Isso, sim, é idiotice e ignorância, para não dizer arrogância de quem quer parecer ter mundo. A sarça era ardente mas não se consumia, e dificilmente provocaria um incêndio por falta de combustível que se resumia ao cajado e às sandálias do Moisés. Ardentes prefiro as noites, e a água ardente. Cumprimento-o na esperança de que não se queime. E se for ao Canadá, dê cumprimentos ao Trudeau.

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  23. 1 Agosto, 2017 20:55

    80% das casas
    O Primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau prometeu toda a assistência necessária à província de Alberta e às vítimas da cidade de Fort McMurray.

    As autoridades canadianas emitiram um aviso de evacuação obrigatória da metade sul de Fort McMurray, no norte da província de Alberta, devido a um grande incêndio florestal, que chegou às habitações.

    “Eu tenho recebido chamadas de vários pontos do país para propostas de apoio às pessoas que estão a precisar e que podem receber ajuda também de amigos e vizinhos.”

    O Serviço de Alerta de Emergência Alberta emitido pouco antes da meia-noite terça-feira deu o aviso de evacuação obrigatória para toda a cidade de cerca de 100.000 habitantes, com excepção do sector em torno do aeroporto sudeste.

    Os fogos de floresta são habituais nesta temporada na província, e as chmas atigiram rapidamente as primeiras casas e parques reservados aos campistas numa área em que companhias petrolíferas empregam milhares de trabalhadores.

    Empresas como a Suncor, Syncrude e Shell também têm racionalizado suas operações para facilitar a evacuação dos lugares ocupados pelos funcionários cuja presença não é necessária.

    De acordo com as autoridades locais 80% das casas de Beacon Hill foram destruídas pelas chamas.

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  24. Manuel A permalink
    1 Agosto, 2017 21:46

    Xico

    Como complemento do que acima escrevi, informo que até ao grande incêndio de 1962, na região que mencionei, não ocorriam incêndios de grandes dimensões, apesar de um coberto vegetal contínuo em grandes áreas e festas de Verão em todas as capelinhas com foguetório e lançamento de balões na maioria delas.

    Depois de 1962, passou a aumentar o número de incêndios todos os anos à medida que a população local foi diminuindo.

    Os interesses são muitos e alguns inconfessáveis.

    Hoje em dia, a televisão e a Net ensinam a atear fogo ao retardador, com meios muito simples.

    Contaram-me, não vi, que uma equipa espanhola que recentemente veio ajudar os nossos Bombeiros nestes últimos grandes incêndios, montou uma grande bandeira espanhola no local onde actuavam e traziam outras nas suas viaturas…

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    • henrique pereira dos santos permalink
      1 Agosto, 2017 21:54

      Coberto vegetal contínuo? Rapado até ao osso. Pode ir procurar um livro (penso que tem um site) de Duarte Belo, chamado Portugal Luz e Sombra. Duarte Belo fotografa em 2011 a partir do mesmo ponto em que Orlando Ribeiro fotografou muitos anos antes. Procure a página que tem a Foz de Oleiros (que é representativa da região) e compare.
      Vai perceber por que razão nos anos 50 ardia (provavelmente mais área) mas com fogos de pastores, pouco intensos e em mosaico, e hoje arde, em intervalos maiores, mas com fogos extensos e muito mais intensos

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  25. Arlindo da Costa permalink
    2 Agosto, 2017 00:16

    Fiz essa pergunta muitas vezes entre 2012 e 2015 e o governo da altura não soube responder.

    Mandou-me emigrar!

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  26. 2 Agosto, 2017 22:13

    Quando não há muitos incêndios há quem diga que a época dos mesmos foi fraca. É quando os milhões faturados pelas máquinas voadores se transformam em milhares. É uma tristeza… aviões e helicópteros enferrujando no chão…

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    • sam permalink
      2 Agosto, 2017 22:41

      As passarolas da ANPC tanto facturam paradas como a voar.

      Fica é mais difícil arranjar ocasião para pôr os camiões a arder. Tem de se arranjar uns acidentes de viação e umas saídas de estrada…
      Basta percorrer alguns quartéis de bombeiros em certas zonas do país. Carros de combate há mais de três anos no parque, é certo e seguro que não tardarão a ser preza das chamas.

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      • 4 Agosto, 2017 15:14

        Pois. A diferença está nos milhões! privados! mais um negócio privado com lucro mínimo garantido pelo Estado. Nunca vão à falência. Só que custam muito mais dinheiro ao contribuinte que os carros de bombeiros parados no quartel…

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