Adoro o dia de eleições!
Levanto-me às oito, visto rapidamente os calções e a t-shirt do Che, calço as sandálias e corro para a mesa de voto. Adoro o dia de eleições: representa a democracia em funcionamento, a força fundamental que assegura a liberdade das pessoas. Dou à senhora/senhor/outro presidenta/presidente/presidento o meu cartão de cidadão, renovado há dias para o evento, só para ter a certeza que está tudo em ordem, apesar do anterior ainda ter validade por mais três anos. Sei de cor o número de eleitor, que confirmei com o serviço gratuito de SMS e re-confirmei com o serviço online com o meu Magalhães. “Vitor Manuel Gaudêncio Parreira da Cunha” — diz a senhora/senhor/outro presidenta/presidente/presidento —, “cidadão número 10926724, eleitor B traço 1016”. Mostro a toda a mesa a tatuagem no ante-braço, a do número de cidadão com código de barras, perante a aprovação dos meus superiores, um dos quais apresentando-me o boletim de voto, o cálice de onde sorvo todo o meu poder de cidadão. Hesito em profaná-lo com uma cruz, tal o êxtase de beleza que um simples boletim apresenta para um verdadeiro amante da democracia. Faço a cruz, devagarinho, sem sair das margens, bissectrizes exactas para uma escolha plena de consciência. Abandono o local de voto com a melancolia de fim de Verão, a de que passarei mais um longo ano apenas à espera de repetir o momento de dever e direito cívico.
Os meus filhos dizem-me que a televisão não funciona. “Claro que não, hoje não há televisão! É dia de eleições!” — respondo, bruscamente, que o papel de um pai é educar as crianças para o que realmente importa na vida. “Não há futebol, não há andebol, não há cinema, não há teatro, não há música, não há internet… até não há sol, o mar está revolto, com bandeira vermelha mais aquela roxa das alforrecas… não há restaurantes, não há bares, os piqueniques estão proibidos, não há postos de gasolina abertos e as portagens são novecentas vezes mais caras… e, já agora, digam à vossa mãe que não há sexo, graças a Deus, que hoje é dia de eleições”.
Eu, por norma, faço sempre sexo no dia das eleições, apesar de ter já metido o meu voto na urna.
Espero que o governo do nosso PM, Dr. António Costa, não legisle a proibir esta minha liberalidade…e, vamos ser sinceros, necessidade vital…
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Até porque o seu marido já está à espera.
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Piadinha de oportunidade. Mas que não funciona com o Arlindo 🙂
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Faltou referir a esferográfica ranhosa presa por um fio, com que fez a cruz. Ainda levou a mão ao bolso procurando um canivete para cortar o fio, levando a esferográfica como troféu. Ganhava alguma coisa.
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Não era ranhosa, era uma caneta da Mota-Engil.
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Se votar em Lisboa, são canetas da Teixeira Duarte.
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Ou a caneta do Solverde, os senhorios do costa enquanto esteve no tacho CML
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isso era como votar no PSera votar no BES e no Ricardo Salgado
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As irmãs dos meus pais, estão muito preocupadas porque ainda não tiveram aquela isenção do IRS que não pagavam, e que, com ela iriam comprar a caneta para votar…… e estão preocupadas porque depois do voto costumavam ir ao cinema que…tem medo que seja proibido tal como o futebol.
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A minha era da Teixeira Duarte…
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Ah ah ah, muito bom. Aliás, tudo muito bom incluido os comentários que completam a idéia do artigo inteiro👏👏👏
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A caneta amarrada mostra logo o civismo do pessoal. Nas últimas eleições o fio era tão curto que só dava para votar nos dois primeiros ou nos dois últimos. E nas próximas já devemos votar com lápis – a bem da mãe natureza os votos, perdão, os boletins, serão apagados e reutilizados.
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Será que a indignação do governo seria a mesma se os jogos fossem Benfica-Maritimo e Porto-Sporting? Gostava de ser bruxo.
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Esta decisão do desgoverno (entretanto amaciada com a estorieta para idiotas úteis de a ponderarem) não surgiu sem umas conversas com “homens do futebol”, presidentes de alguns clubes, Liga, FPF, agentes e, televisões.
APimentel,
pergunte ao imberbe, inactivo e incompetente secretário de estado do Desporto…
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Caro Vitor, não esclareceu se levava as sandálias com ou sem meia branca.
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Cruz no boletim de voto é Islamofobia segundo os Marxistas e ainda mais outras fobias segundo o Lidl.
Cada um deve poder colocar o que verdadeiramente o/a/it identificar, por exemplo um membro do PAN deve poder colocar uma caganita de mosca.
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“:O)))))))))))
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Óptimo Post !
Sobre o assunto já coloquei opinião no post anterior. Este desgoverno tende cada vez mais a tentar bovinizar os tugas em geral.
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E a Liga, servil, mais acentuou o atestado de menoridade passado aos tugas, ao adiar o SportingCP-FCPorto para as 19h30…
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O Totalitarismo do complexo político-jornalista democrata aumenta a cada ano.
.
Não toleram que a “vida dos outros” possa ter outras prioridades do que a Política.
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Tanto barulho por causa de uns jogos de futebol.
Por acaso já leram a opinião de hoje de Pedro Proença sobre o futuro da Liga Portuguesa?
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Claro que não pode haver futebol no dia das eleições! Os video-árbitros estão todos mobilizados para as mesas de voto não vá acontecer um eleitor meter o boletim na urna com o pé ou em posição fora de jogo.De qualquer modo também não deveria haver jogos na véspera não vá um eleitor, lixado com um frango, penalty não assinalado ou uma falhanço de baliza aberta contrariar o sentido de voto que levou horas, senão mesmo dias ou semanas, a ponderar. A democracia não pode ser subvertida. Vamos sugerir a adopção destes princípios pela UE.
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Hoje quis fazer um serviço publico e deixei este comentário no blog dos falhados para receber a minha avença habitual:
“Boa tarde”
Maliciosamente e pirateando o meu comentário acrescentou.
Assinado: Paneleiro Comuna.
Que eu sou homossexual já sabia, agora que ele era comunista nunca me passou pela cabeça.
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Logo vi que você era paneleiro.
Já desconfiava isso pelos seus comentários no Observador.
NB: Sou politicamente incorrecto por isso digo o que tenho para dizer e sem espinhas.
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Muito agradecia que algum dos Snrs Comentadores me esclarecesse se os Partidos Políticos que concorrem a estas eleições, também vão receber dinheiro do Estado por cada voto expresso, como recebem nas eleições legislativas; uma imoralidade quanto a mim.
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Dinheiro do Estado não recebem.
Mas não será caso virgem alguns autarcas eleitos receberem em tempo certo (normalmente no penúltimo ano de mandato) umas “atenções” de empreiteiros, banqueiros, comerciantes e até…de proprietários de casas e “casonas”, duplex & tal.
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Não percam a possibilidade de exercer o supremo dever cívico de colocar o papel na urna nas próxima eleiçáo – pode bem ser a última. O Kim enviou mais uma pastilha que sobrevoou o Japão. A pastilha voou 20 minutos e percureu 7.000 km. O alcaide da Samsung quis dizer que estava vivo e vai daí, enviou um daqueles morteiros que indiciam que o fim do fogo de artifício acabou. Aguardemos por notícias do papagaio loiro.
Se tivéssemos o botas no governo, ainda poderíamos aspirar a ficar fora da contenta
.
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Naturalmente: contenda
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Assim mesmo Vitor. Já dizia o mafiosos patriarca Kennedy do Partido esclavagista Democrata da clinton que votar era bom para a democracia e que, antes do almoço, já tinha votado 7 vezes.
Agora que o autarca PS de Lisboa tem jeito para o património imobiliário … isso tem. Melhor só o ex de Braga, também socialista.
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E o teatro, o cinema, os museus, os restaurantes e tascas de petiscos, os bailaricos, os jogos tradicionais como o do pau, da malha, o pião das nicas, os concursos de bigodes, e mesmo da dimensão das peidas e até dos decibeis dos concursos de peido?
E os retiros da mais nobre profissão do mundo que o Ti Alfredo cantava com “A Viela” ?
Mas antes de tudo isto e não sei quantos mais é seguramente inconstitucional.
Não podem condicionar a liberdade de opções do cidadão até porque, e bem, deitar o voto no caneco não é obrigatório.
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No cemitério dos prazeres as urnas estão todas ocupadas. É a democracia!
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Para ficar mais in, o título devia ser: “Amo o dia de eleições” Ou mais simplificado: “Eleições, eu te amo”.
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Caro VC,
Excelente post!
Mas tenho ideia que não se pode levar t-shirts do Che (por motivos óbvios!) para exercer o seu direito de votar. Mas está muito bem apanhado, tal como o resto.
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Caro Vitor, permita-me que o trate por Vitor, é que já levo algum tempo lendos os seus deliciosos “posts”. Parece-me, e é apenas uma opinião pessoal, que se esqueceu de fechar os centros comercias.
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Para além desse sagrado ritual que descreve, eu ainda acendo umas velinhas aos santinhos Marx, Engels, Lenine, Estaline, Mao, Pol Pot…
Nesse dia, seja inverno ou verão, não tiro a minha ushanka com a cruz da URSS e trato toda a gente por tovarish!
Ainda procuro (em vão) filas que relembrem a distribuição democrática de bens, mas só encontro as filas para as urnas de voto, aí os fascistas da mesa de voto correm comigo, porque dizem que só posso votar no PC uma vez!
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MJRB
Compreendido!
Muito obrigado pelo esclarecimento.
A Meteorologia avisa que as temperaturas vão baixar. convém que os nossos governantes se munam atempadamente de LUVAS, para evitar as frieiras…
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Que tal:
Mesas de votos nos estadios de futebol controladas pelo video-voto?
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