Douche Vichy
O que eu gostaria, mas sou só eu e alguns milhares, era de uma oposição que servisse de travão à absoluta submissão da sociedade civil ao regime tentacular do Partido Socialista. Gostaria de uma oposição que gritasse com vernáculo sobre a vergonhosa ordem do fisco para que fossem cortar mato antes de se tornar normal que a CGD mande lavar dentes e a RTP mande comer tofu em refeitórios hospitalares. Gostaria de uma oposição que gritasse com vernáculo que redução de vagas universitárias com o único fito de obrigar famílias a despesas de alojamento em cidades do interior por meia-dúzia de anos para embelezar estatísticas é literalmente porco. Gostaria de uma oposição que gritasse com vernáculo que quotas agrícolas e autorizações prévias que impedem cada um de plantar o que bem quiser é pressuposto do mais ortodoxo fascismo. Gostaria de uma oposição que denunciasse, aos gritos e com vernáculo, que um país disposto a pagar cirurgias ao dobro do custo que teriam se contratadas a privados e que se dispõe a discutir rendimentos básicos incondicionais sem perceber o patético estado da corte é triste. Gostaria de uma oposição que gritasse com vernáculo que um primeiro-ministro que graceja com vítimas de incêndios merece o mais puro desprezo humano. Gostaria de uma oposição que gritasse com vernáculo que um presidente que existe apenas para se justificar a sua existência em reeleições é uma lamentável demonstração da podridão do regime. Gostaria de uma oposição que impedisse, na medida do possível, a azeiteirada em forma de Opel Corsa rebaixado e com aileron que é a suposta modernidade social do homicídio hospitalar sancionado. Gostaria de uma oposição que, ao contrário do que eu fiz neste parágrafo, pegasse em assuntos que não foram notícia só durante esta semana.
Mas parece que vou ter diálogo e cooperação estratégica. Quem também teve muito diálogo e cooperação estratégica foi aquele senhor, o Philippe Pétain.
Já lá vão mais de 24 horas desde que o PS infestado pela esquerda manifestou a vontade de proceder à povoação do interior pela força fechando vagas no superior em Lisboa e Porto (sem referência aos procedimentos aplicáveis à família Cunha) e ainda não se ouviu nada. Há dias foi um curso “rápido” para os meter lá dentro à pressão, e outro para os lá fazer turbo-doutores ou mestrados em fornadas de microondas, e também nada. O acordo pornográfico segue à frente da barriga com anos de gestação, e nada. Sobre a dívida que agora se mede em função do PIB quando no ano passado foi o da maior cobrança de impostos de sempre em função do mesmo PIB, e da adaptação dos calculos à conveniência, nada. Ainda por cima o tempo insiste em não parar.
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O Philippe Pétain deu tanto diálogo e colaboração estratégica, que conseguiu por a policia francesa a arrebanhar judeus para os enviar para campos de concentração… Existirá sempre alguém sem consciência que a troco de nada se oferece para ser figurante de segundo plano. Que seja muito feliz nesse papel.
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A oposição poderia também aproveitar e abordar o natural estado de conflito criado pelo populismo socialista quando decidiu introduzir as classificações dos funcionários públicos, e os seus efeitos mais do que perniciosos, traduzidos em guerras, mal estar e expectáveis ocultações, como é óbvio, porque ninguém quer ficar com a ficha preta. Isto para não falar nos resultantes efeitos de natureza política e de militância partidária. Andamos nesta autêntica fantochada de distrações há anos.
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Este texto devia ter uma recomendação em rodapé: aconselhável a leitura pelo grupo parlamentar do PSD.
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Sem dúvida. Precisamos de oposição novinha em folha! Podem-lhe chamar populista, mas a pouca vergonha tem que acabar.
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Uns dizem, e bem, que estamos num qualquer PREC rosado.
Outros falam em acordos de regime com a parte menos má da canalha socialista.
No mínimo que se ouçam ambas as vozes…
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Bem, oposição temida, a geringonça não tem nem terá. Há a única esperança de o RRio mandar uns bitaites para fazer prova de vida via voz grossa da Fraga, porque a dele não convence nem intimida.
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Deixe lá Sr.Cunha, quando isto bater nos fundilhos vai ver a quantidade de gente a dizer coisas parecidas mas que ninguém os ouviu e patatí patatá enquanto se está na fila para as prateleiras vazias do super ou para levantar 5€ no multi …
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Extraordinário artigo e a confirmar que Vitor Cunha é de facto – a par de Alberto Gonçalves, Paulo Tunhas, Mitha, Helena Matos e mais alguns – um dos melhores como nossa reserva moral. Muita, muita pena por não escrever no Observador. Espero que isso se concretize um dia, e que esse dia chegue tão breve quanto possível.
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Há dias passava na TV o discurso sempre aguardado de um autarca do PSD no congresso, empolgante e sem papas na língua, que um canal que transmitia em direto interrompeu a meio, precisamente quando ele falava de corrupção, para dar a palavra a António José Teixeira 🙂
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Cara Adriana,
Permita-me discordar de si num ponto. Acho que o “nosso” Vítor Cunha está muito bem por aqui na medida em que não será insultado como os outros que nomeou por parte da esquerdalha. Só para defender alguns desses nomes, fui bloqueado sem dó nem piedade. No entanto, os sinistros Justinos, Zés Marias e outros idiotas úteis insultam e passam impunes. Não percebo o critério dos responsáveis do Observador.
Desculpem o desabafo…
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“Gostaria de uma oposição que gritasse com vernáculo que quotas agrícolas e autorizações prévias que impedem cada um de plantar o que bem quiser é pressuposto do mais ortodoxo fascismo” – neste ponto deverá queixar-se da UE e sua famosa Política Agrícola Comum.
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Queixo-me é de quem executa. Aquilo que se diz por lá em Bruxelas nunca foi para se escrever.
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Há meses, quando morreram dezenas de pessoas num pequeno trecho de estrada, dizia o ministro das obras públicas que as árvores e a limpeza estavam conformes às regras (nós a vê-las enconstadas aos rails). Agora mandam mensagens-aviso para e aparecem gráficos a indicar distâncias mínimas de 50 e 100 metros. O problema é portanto morrer queimado em casa, ou então o problema é que as pessoas já são novamente números (por onde andará o senhor doutor Sampaio?) e a preocupação é poupar no orçamento não pagando reconstruções.
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O problema é que um partido que governa a maior parte do tempo não se pode dar ao luxo de ter responsabilidades. O que até está bem, que não são eles que se elegem sozinhos.
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Vichy sim é um bom título a empregar aos militantes e dirigentes do PSD e CDS.
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O caso é que temos um Orgão de Comunicação Social Único – tem muitos nomes : TVI, SIC, RTP, Expresso, Publico, DN mas pensam todos e dizem todos o mesmo.
Logo é único.
Isto tem como resultado o Partido Único – também com muitos nomes : PS, PSD, CDS, BE, mas também defendem todos o mesmo.
Um quase para o PCP que ainda sonha com o Gulag.
Isto é claro representa uma sociedade doente e a definhar.
Sem Oposição.
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A crónica é boa,a oposição assim assim.
Na minha opinião não é aqui que está o problema.
O problema está em a comunicação social estar domesticada e comer toda da mão do PS.
Bem podem vernacular à vontade, não são ouvidos.
Não é nos blogues ou nas famosas e inúteis redes sociais que se faz a cabeça dos tugas.
É nos jornais e nas televisões, e aí estão imbatíveis.
Penso eu de que.
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O Preito de Vassalagem que R. Rio se apressou de cumprir face ao 1º Ministro numa “audiênca” de mais de duas horas, reflecte o estado a que chegou a Democracia cá na Parvónia.
Lembrai-vos de um facto passado há umas décadas.“ O SED (Partido Socialista Unificado) foi fundado em abril de 1946, após as forças soviéticas que ocupavam a Alemanha obrigarem a unificação do Partido Comunista da Alemanha (KPD) com o Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD).” Governo da RDA até à Queda do Muro de Berlim (1989). Por outro lado, na actualidade, temos o PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela) fazendo uma geringonça com os Partidos Comunistas e, sem o declarar abertamente, aposta tornar-se Partido Único.
Qual será o risco que estaremos a correr na nossa actualidade política? Tomo a liberdade de indagar aos Blasfemos. . .
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licas PERMALINK
23 Fevereiro, 2018 16:05
Exemplo como a Esquerda “entranhada” actua perante um protesto popular.
“ O levante foi violentamente reprimido por tanques do Grupo de Forças Soviéticas na Alemanha e pela Volkspolizei. Apesar da intervenção de tropas soviéticas, a onda de greves e protestos não foi facilmente controlada. Mesmo depois de 17 de junho (1953), houve manifestações em mais de 500 localidades.”
Na Venezuela sabemos como actua Nicolàs Maduro.
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Esta é terra de ladrões por excelência:
Basílio Horta o transfuga do CDS, agora Presidente da Câmara de Sintra reeleito pelo PS, quando obrigado a declarar os bens
__________65.000 Euros
Notificado a confirmar, afinal passou a 6,5 Milhões,
__________6.500.000
Ou seja 100 vezes mais…
Agora nós, o povo, a “debitar sentenças à borla”, que é coisa que o Juiz Rui Rangel se abstem de praticar. Digo eu.
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O seu primeiro parágrafo caracteriza bem o caminho perigoso que estamos a trilhar. Sorrateiramente estamos lá.
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Isto não vai lá com vernáculo. Conhece algum regime socialista que não tenha caído com uma grave crise económica ou pela violência?
Com uma população envelhecida e ignorante pela violência não será, já a dívida e a demografia acredito que colocarão a tugalandia onde merece.
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