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«#metoo josé sócrates»

7 Maio, 2018
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Está na hora de criar o movimento «#MeToo José Sócrates», para reunir as incontáveis vítimas do ex-«menino de ouro do PS», que se está a tornar, de há duas semanas para cá, num verdadeiro Harvey Weinstein português: Adão e Silva, Carlos César, João Galamba, Santos Silva, António Costa e, agora, até a Mariana de todas as nossas causas fracturantes, a sua ex-namorada Fernanda Câncio, todos foram vítimas do homem que mandou no PS e no país por sete anos consecutivos. Mas todas estas estrepitosas personagens têm, também, um outro elo em comum: em algum momento das suas vidas beneficiaram, e muito, do poder de José Sócrates, sem que isso as tenha minimamente incomodado quando o ex-primeiro-ministro tinha alguma coisa para lhes dar.

Tendo passado de viúvas de Sócrates a vítimas de Sócrates, talvez o exercício de repúdio do «menino de ouro» que mais incomoda seja este de Fernanda Câncio, que frequentemente parece confundir os seus papéis de ex-companheira, de ex-beneficiária da vida flauteada que teve com Sócrates, de (ex-) jornalista, de testemunha do processo e, agora, de vítima das inefáveis mentiras do antigo namorado.  É que ele há coisas, por mais que se queira demonstrar que se foi enganada e se tente fugir a eventuais responsabilidades (o ponto central do artigo, para Câncio, é este: «mentiu tanto e tão bem que conseguiu que muita gente séria não só acreditasse nele como o defendesse»), que, por pudor, não se devem fazer. E uma delas é não bater publicamente em mortos. Sobretudo, se nos deitámos com eles quando estavam vivos.

De resto, o que é que ignorava Câncio ao tempo dos factos de que acusa o ex-namorado, que tenha descoberto só agora? Que Sócrates «tratava como insulto qualquer pergunta ou dúvida sobre a proveniência dos fundos que lhe permitiam viver desafogadamente»? Mas não foi isso que ele fazia quando o inquiriam sobre o caso Freeport? Ou sobre a licenciatura ao domingo e a prova de Inglês Técnico? Ou com o processo da Cova da Beira? Onde estava, na altura, a indignada Fernanda Câncio? A passar férias com ele e com Carlos Santos Silva, provavelmente. Ou que, apesar de ter recusado receber pelos seus programas na RTP e rejeitado a subvenção vitalícia de deputado, fazia uma vida de luxos, que a própria Câncio estimulou, ao indicar-lhe apartamentos milionários para que ele pagasse com o seu salário da Octapharma e com a «fortuna» da senhora sua putativa sogra?

A ingenuidade da combativa jornalista Câncio está ao nível das pretendentes a actrizes de Hollywood, que ficavam muito admiradas com o teor das entrevistas de «trabalho» que Weinstein agendava para as suites de hotel? Parece que sim. Pobre moça.

14 comentários leave one →
  1. Artista português permalink
    7 Maio, 2018 09:01

    Coitada da Fernanda. Ela bem queria o apartamento do Chiado que custava apenas 2 milhões. Mas ele não foi nisso pois considerava aquilo um buraco. “Buraco és tu!”. Reagiu ela e com razão.

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  2. Monti permalink
    7 Maio, 2018 09:14

    «incapaz de discernir entre o bem e o mal» segundo Miss Câncio.
    Miss C, incapaz de resistir ao óbvio.
    Tal qual os ouvidos da tribo do PS e de muitos dos eleitores, facilmente caídos no conto do vigário.
    No caso JS, um vigário plenamente doutorado em vendedor-de-banha-da-cobra.
    Das historietas do volfrâmio dos anos quarenta séc XX, passando pela (inexistente) lixeira da Cova da Beira pós Abr74 e até ao ex-PS engenheiro Henrique Neto, este sim um honorável social-democrata que jamais lhe compraria um carro usado mas que ninguém quis ouvir no PS antes pelo contrário, que fazer do homem?
    Que resta hoje, deste pobre poeta pouco andaluz?
    Se não a necessidade de lhe proporcionar uma consulta em psiquiatria, na melhor clínica do país?
    Um Narciso quando ‘adulto’, um doente quando no poder, vale, a sua pensão de ex-PM, senão, de que iria agora viver o maltrapilho antigo estudante na Covilhã?

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  3. weltenbummler permalink
    7 Maio, 2018 09:39

    Dalai Lima
    «segunda-feira, 7 de maio de 2018
    Escuta telefónica

    – Está lá, Santos Silva? É o Zé.
    – Olá, Zé, estás bonzinho? Então que mandas?
    – Era a ver se me mandavas aquela coisa de que eu gosto muito…
    – Como assim, Zé? Tu gostas de tanta coisa… A que te referes?
    – Ora, Santos Silva, tu sabes, aos nosso negócios…
    – Oh Zé, eu não trato dos nossos negócios, trato dos negócios estrangeiros.
    – Não é Carlos Santos Silva?
    – Não, Augusto!
    – Desculpe, foi engano!»

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  4. António Maria permalink
    7 Maio, 2018 10:25

    Se o Pedro Silva Pereira se juntar ao movimento, então sim o ramalhete fica composto.

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  5. 7 Maio, 2018 10:35

    A primeira frase desta lavagem pública de roupa suja feita por Câncio é magnífica: “Vamos tentar uma coisa muito difícil: vamos esquecer que José Sócrates está acusado de uma série de crimes particularmente graves”. Pois agora, sempre que Câncio escrever sobre Sócrates, eu vou começar qualquer comentário por: “Vamos tentar uma coisa muito difícil: vamos esquecer que Fernanda Câncio foi namorada de José Sócrates durante anos e nada percebeu”.

    E já que estou lançado, sempre que António Costa comentar Sócrates vou começar por “Vamos tentar uma coisa muito difícil: vamos esquecer que Antonio Costa foi o número dois de José Sócrates durante anos e nada percebeu”.

    E sempre que Galamba mostrar vergonha, vou começar por: “Vamos tentar uma coisa muito difícil: vamos esquecer que João Galamba foi apoiante, porta-voz na blogosfera e chibo de Sócrates durante anos e nada percebeu”.

    E sempre que os actuais ministros Augusto Santos Silva, Eduardo Cabrita e Vieira da Silva disserem alguma coisa, vou começar por: “Vamos tentar uma coisa muito difícil: vamos esquecer que este ministro foi ministro de José Sócrates durante anos e nada percebeu”.

    Etc, etc, etc…

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  6. 7 Maio, 2018 13:10

    QUE PUTEDO SR. ALFREDO….

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  7. Porfírio Catarino Inês permalink
    7 Maio, 2018 15:15

    Considero ridiculamente ridículo, estes comentários não filtrados e mais ridículos ainda, por quem os profere.Julgo que deveria existir mais morigeração para quem não é morigerado jornalísticamente e incluindo outros comentadores – pelo que os considero temperados de perversão. Pessoas há, que se querem substituir aos tribunais, quando estes por si só, têm decisões bem aquém do razoável e do justo, mostrando com isso ignorância moral com base em acusações muito duvidosas e com algum teor de ordem política. Todos terão o seu papel comentarista, ao qual me incluo, após decisões com legitimidade para tal. Antes de tudo isso, julgo prematuro condenar seja quem for, na praça pública, o que será insanável para quem essas condenações são dirigidas e destinadas. Temos um MP, ainda com doutrinas do tempo da Inquisição; acusa, acusa, materializa o ar e o vento, que embora se sinta, não é visível nem tangível, nem palpável. É uma instituição com um poder judicial sem precedentes, direcionada para condenar sem olhar a meios: basta uma acusação sem fundamento, para que ele arranje matéria suficiente para contornar tudo e todos, afirmando sempre: ” fulano/a….livre, consciente e de livre vontade….”, não se debruçando em averiguar o facto em concreto, bem como o que infelizmente se passa na cabeça do (desgraçado/a). Para isso existe a moral e a lei que deve ser sempre conjugada da melhor forma para a sociedade e o arguido – o que na maioria dos casos não tem final feliz. Aproveito para questionar, se será a prisão o único meio de condenar certas condutas, ou a própria inclusão social o meio mais capaz de estimular o desenvolvimento social. São as condenações feitas na proximidade(tribunais de comarca), bem como o condenado na presença da sociedade, que lhe causa vergonha e lhe ditará exemplos de conduta e socialização – ao contrário das cadeias e condenações severas, para além de ser a melhor (escola do crime); que criam repugnância e ódio quando injustas. Voltando aos comentários, peçam e solicitem a quem lhes possa valer; que um dia se caiem nas malhas da justiça e são condenadas sem haver justiça: vocês mudarão o comentário. Não desejo de forma alguma ilibar seja quem for; mas sim condenar quem prende com prisão preventiva para investigar.Primeiro condena-se, depois aplica-se a pena estatuída. Quando se detêm alguém para averiguar determinada situação e não se tem provas concretas e sólidas – está a ser violado um Direito Fundamental consagrado na Constituição (Artigo 27.º nº2), bem como Princípios Fundamentais ; porque o visado estava a entrar no país e informado do que se estava a passar – o que não podia ser considerado como medida de segurança , como estatuído no artigo supra citado (parte final). Reitero que quem merece ser condenado que seja condenado nos locais próprios e não ao arbítrio de cada um e de forma gratuita. O caso em apreço sei que está carregado de subjetivismo, mas convém pôr de lado as convicções políticas para dar outro ênfase ao comentário.

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    • FGCosta permalink
      7 Maio, 2018 19:02

      Então, tanta mariquice argumentativa, e está a acusar os jornalistas, MP e demais opinadores anti Sócrates de desonestidade, indignidade, e ilegitimidade SEM provas? Ponha-os em tribunal, dê-lhes a benesse de presunção de inocência e esteja caladinho até sair à sentença.

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  8. Arlindo da Costa permalink
    7 Maio, 2018 21:06

    Dizem-me que a Fernanda Câncio já pediu cartão ao PSD.

    Alguém pode confirmar?

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    • carlos alberto ilharco permalink
      7 Maio, 2018 22:07

      Negativo.
      No tempo do Salazar é que as prostitutas tinham que estar registadas.

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  9. Carlos Guerreiro permalink
    8 Maio, 2018 20:44

    Não foi esta criatura que até tinha almoçado com o Miguel Abrantes?

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  10. Carlos Guerreiro permalink
    8 Maio, 2018 21:25

    Agora que sabemos que o Socas era um aldrabão, corrupto que abusava da ingeniudade dos amigos próximos, como fica o PEC4? É para acreditar ou afinal era mais uma mentira do “inginheiro”?

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