Uma história de jardinagem
Estou tão triste com a morte da minha avó que vou escrever uma canção para levar ao festival da canção da RTP. Pintarei o cabelo de rosa, a cor do PS, convidarei alguém para fingir que canta comigo apesar de se limitar a exibir um visual que me faça parecer gay e direi coisas profundas como o quão não faz mal a avó ter morrido porque eu continuarei a regar o seu jardim, perpetuando, dessa forma, qualquer coisa que ela fazia (continuarei a comer os coiratos de que tanto gostavas é mais difícil de rimar). Jardim rima com fim e também rima com mim, mim, mim.
A velha eutanasiou-se claro. Quer dizer, a reflexividade do verbo significa que decidiu que alguém teria o dever de a executar. Entrou no hospital, ping, ping, pong, dizia a maquineta ligada ao pulmão do velho, e, percorrendo a passadeira vermelha ladeado de macas onde outros idosos lutam pela vida com maleitas pindéricas como pneumonia, sentiu-se aliviada por morrer e não mais regar o caraças do jardim. “Avó, de certeza que queres morrer”? Não se volta atrás: a canção tem que ser escrita. Jardim rima com varandim, de onde vias teu jardim enquanto comias o pudim. Não há mais pudim. Chegarás ao teu fim, por fim, sem mim, mim, mim. Enfim.
Espera aí, velhota, vais para enfermaria das infectocontagiosas que o pior que te pode acontecer é morrer – ah, ah, ah!, suspirou o carrasco feliz pela piada. “Já volto com a injecção da morte digna”. “Eu posso asfixia-la com a almofada!” – gritou a engraçadinha com sarampo. “Ela que venha aqui” – respondeu a isolada com ébola da redoma de vidro. Não! Morrer é com dignidade!
O jardim acabou por ser regado mais duas vezes. Na semana seguinte fui espairecer para Formentera com o outro cantor que se limitou a olhar para os sapatos fazendo-me parecer gay. Dormimos na mesma cama, como irmãos, ãos, ãos.
Ahaha! À g’anda maneira de começar a semana! Obrigado VC pelas gargalhadas.
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AHAHAHAHAHAH
Este foi o máximo
Obrigada, também que já me fartei de rir
Ai os coiratos
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Óptimo post !
Então, o BE não protestou por causa do último lugar da cançoneta tuga ?
Tão simples, tão melodiosa, tão “nossa portuguesa”, tão ar LGBTIRRA, tão se calhar cantada por bloquistas…
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vitorcunha, continua muito bem. Aleluia!
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Credooooooooo!!!!!
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Obrigado
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Tudo muito bem dito
Tudo certo
Mas esta muludia não é mellhor nem pior ka do anu passado.
Simplesmente asquerosa segundo a opinião do “monstro” (1) dos seus pregos.
(1) O mosntro era um estalajadeiro da velha Coimbra. Servia uns “pregos” horríveis.
Numa amena tarde um estudante pediu um prego.
Servido o dito cujo, disse o jovem estudante:
— Òh senhor Fortes, os seus pregos são horríveis, não se podem tragar:
— Óh senhor doitor não diga isso dos meus pregos. Ainda agora saiu daqui um colega seu e disse, simplesmente que os meus pregos eram asquerosos
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Muito bucólico…
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A canção era boa, substitui com facilidade o Valdispert, a moça é lésbica como convêm, é verdade que a Dona Simone a criticou, mas mesmo assim não se compreende que tenha ficado em último lugar.
Talvez o equipamento de preto tivesse dado má sorte.
Podia ir de azul FCP, está na moda.
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Só não percebi porque, em vez daquelas 4 apresentadoras desenxabidas, o festival não foi apresentado pelo Eládio Clímaco, Malato, Goucha, e Cláudio Ramos.
A cantora do cabelo cor-de-rosa (é a Cláudia ou a Isaura?) e a fu…lana que cantou com ela, sentir-se-iam muito mais apoiadas.
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