Saltar para o conteúdo

O que diz Vasco Pulido Valente?

27 Maio, 2018

Para onde vai a Direita?

Segundo o relato de José Meireles Graça, Vasco Pulido Valente defende que “o CDS devia estar menos preocupado em esgaravatar mais 3 ou 4% de votos ao PSD e mais em falar à nova classe média, a dos 48% de jovens portugueses qualificados que ganham sem esperança 1.000 ou pouco mais euros, e que ou são abstencionistas ou votam no Bloco, e às antigas profissões liberais que foram forçadas a evoluir para trabalhadores assalariados; Rui Rio é um líder regionalista que quer encher o país de pequenos napoleões locais, com o respectivo séquito de funcionários e esferas de poder, sem nenhuma ideia nacional que preste; o CDS é um partido pequeno porque a seguir ao 25 de Abril não existia para colonizar o Estado, como fizeram o PS, o PSD e o PCP, e portanto o poder, os lugares e as clientelas foram acaparados; o PCP de hoje não é o mesmo PCP que o PS hostilizou in illo tempore, a sua perda de poder e influência, no Alentejo e, por exemplo, em Almada, significam que o PS pode conviver com ele desde que num clima permanente de regateio – é o que a geringonça faz, regatear; e a direita tem hoje em Portugal um líder natural – que não nomeou mas se inferiu ser Passos Coelho, que estava presente.”

O texto completo está aqui disponível.

*

 

 

7 comentários leave one →
  1. Zé Manel Tonto permalink
    27 Maio, 2018 10:56

    “o CDS devia estar menos preocupado em esgaravatar mais 3 ou 4% de votos ao PSD e mais em falar à nova classe média, a dos 48% de jovens portugueses qualificados que ganham sem esperança 1.000 ou pouco mais euros, e que ou são abstencionistas ou votam no Bloco”

    Em primeiro lugar, o que é que CDS e PSD têm a ver com direita?

    Fazendo a vontade à esquerda nacional e assumindo que esses dois partidos de esquerda são de direita, esses 48% de jovens podem ser qualificados, mas são estupidificados. 12 anos de ensino não superior, mais 3, 5, 8 ou mais anos de deseducação universitária, sempre metidos numa placa de Petri marxista, faz com que a maioria seja completamente incapaz de perceber algo tão simples como a lei da oferta e da procura.

    Ainda ontem tive uma conversa com um exemplar dessa espécie sobre as rendas e como “é impossível arranjar casa”. Dizia a menina que andam a ser cobradas rendas altas por apartamentos que não valem esse dinheiro. Quando eu disse que se alguém paga a renda pedida é porque quem paga aceita que o apartamento vale esse dinheiro, deu para ver que o tico e o teco estavam a bater furiosamente um no outro, e que aquele argumento herético nunca lhe tinha passado pela cabeça. Mas continuou a dizer que não, que não valiam o que pedem e que as rendas deviam ser limitadas.

    Esse país é um curral mal frequentado. Ainda bem que já me pus ao fresco.

    Gostar

    • Lucklucky permalink
      27 Maio, 2018 14:12

      “Em primeiro lugar, o que é que CDS e PSD têm a ver com direita?”

      Ora bem. O PSD, CDS são a chama menos agressiva do Socialismo para que o sapo aqueça na panela sem notar que se vai queimar.

      PSD, CDS delenda est.

      O caminho é a Venezuela.

      Gostar

    • carlos alberto ilharco permalink
      27 Maio, 2018 21:23

      Nem mais, e a moça provavelmente lá vai votar sem a mínima ideia política.

      Gostar

  2. Mario Figueiredo permalink
    27 Maio, 2018 12:21

    Com a devida vénia a VPV, ele serviu uma mão cheia de nada e os bons costumes dizem que ainda devemos aplaudir e agradecer. Zé Manel Tonto acima já disse o que havia a dizer em relação a esse plano magistral de VPV que não se percebe nem vale um chavo. Eu quero abordar outro assunto — o parágrafo que vem a seguir à citação:

    “Após as apresentações poucas intervenções houve: apareceram, como aparecem sempre, os clássicos liberais verberando no essencial a ausência de pendor liberal dos dois partidos de direita; e os conservadores católicos verberando no essencial a ausência de encíclicas papais nos programas dos mesmos partidos, nomeadamente em questões como o aborto e a eutanásia. AMN despachou os primeiros com característica habilidade, no essencial salientando a ideia de já não ser nada pouco se se conseguir infiltrar alguma dose de liberalismo nas políticas públicas; e VPV aconselhou os críticos conservadores exaltados a dirigirem as suas objurgatórias à ICAR, que não é menos tíbia do que os partidos ditos de direita, e por alguma razão será, a defender as causas que os apaixonam.”

    É assim em estilo satírico que se serve o regime e se ajuda a propagar esta maravilhosa nova moda em que os partidos políticos devem deixar de se guiar por princípios ideológicos e em vez disso, não sei, viver num constante estado de realpolitik talvez.

    Em um parágrafo, o autor (e resta saber se VPV também, ou se o autor apenas o percebeu mal) ridiculariza o principal pilar do pensamento político que é a ideologia política. Para ele seguramente, o liberalismo clássico ou o conservadorismo católico, apesar de terem construído precisamente todo o edifício político da direita onde o autor se apoia hoje, são coisa menor e motivo para a malta toda se rir e atirar para canto com ares de filho-da-puta condescendente.

    O problema é que esta ideia que os partidos políticos se devem libertar da ideologia política e partidária é precisamente o que motiva a política populista feita apenas de causas e que gera o populismo bobo que dá liberdade de voto em assuntos tão importantes como a eutanásia e condenando as decisão políticas de um país ao acéfalismo populista do momento. É também o que leva às geringonças e às cabeças enterradas na areia para manter tais geringonças. E leva também à perca das balizas morais que permite que hoje o líder do Podemos compre uma casa de 600 mil euros e ainda se permita discutir a sua permanência.

    Depois, temos os partidos políticos que ainda mais dificilmente se distinguem uns dos outros. Sem ideologia, às gargalhadas com a piada do autor, vamos todos seguindo para este mundo novo que tanto interessa a uma certa casta política, que é a de não se conseguir distinguir uma zebra da outra.

    Liked by 2 people

  3. Juromenha permalink
    27 Maio, 2018 13:40

    Surpreende-me que um tipo da lucidez, finura analítica florentina, sabedoria e cultura do calibre (único) de VPV se empenhe em utilizar o termo “país”.
    Mas a nostalgia, aliada ao sentimento irreparável de perda (definitiva) , prega-nos estas partidas…

    Gostar

  4. 27 Maio, 2018 19:22

    PSD e CDS de direita? Brincámos?

    Gostar

  5. Arlindo da Costa permalink
    27 Maio, 2018 20:34

    A Direita deve é fazer um retiro espiritual no deserto do Saara. Lá, à noite, é fresquinho. Bom para as ideias.

    Gostar

Indigne-se aqui.