para onde vai pedro passos coelho?
Nada escrevi acerca do debate travado entre Adolfo Mesquita Nunes e Vasco Pulido Valente, sobre o tema «para onde vai a direita», que teve lugar na semana passada no Grémio Literário. Não estive lá, mas li o magnífico texto que lhe dedicou o José Meireles Graça, mais do que suficiente para uma aproximação ao que por lá se passou. A dedicar-me ao assunto tenderia a dizer o óbvio, que seria redundante: que não há, de momento, um pensamento político e estratégico de direita em Portugal, se por esta for entendido qualquer coisa que escape ao estatismo social-democrata/socialista mainstream, que tem orgasmos múltiplos e prolongados com as «vitórias económicas da geringonça e do Cristiano Ronaldo das finanças», esta semana orgiacamente festejados, «ambos os dois», na Batalha. Como diria também que a nossa tradição direitista em Portugal não é liberal, limitando-se a versões adocicadas de uma democracia-cristã situada entre o beato e o iliberal, o que não me fascina. E acrescentaria ainda que, por muita consideração que tenha pelos dois, que a opinião de um homem estruturalmente avesso ao primado do mercado e de outro que está partidariamente comprometido ao mais alto nível, sempre me mereceriam alguma reserva sobre as conclusões que pudessem retirar num tema como este, por mais interessante que fosse – como certamente foi – o debate.
Acresce ainda que todos os momentos de direita que o país teve, desde o começo do século passado, foram pouco agradáveis e quase sempre terminaram muito mal. Sidónio quis implantar uma ditadura e pagou-a com o próprio sangue; Salazar criou um regime de repressão e de isolamento asfixiante do país e das pessoas; Marcello Caetano criou expectativas que não cumpriu, e acabou dentro de uma chaimite empurrado pela populaça; Sá Carneiro morreu sem ter concluído um ano de governo da AD; dos governos seguintes de Balsemão e Freitas o melhor é nem falar; Cavaco Silva recebeu toneladas e toneladas de dinheiro de Bruxelas para criar o novo «homus cavaquensis», um irredutível e intrépido empresário lusitano que nos deixou um governo liderado por António Guterres; Barroso comprometeu-se a tirar o país do socialismo e pôs-se a andar para Bruxelas assim que pode, legando-nos, em seu lugar, o seu delfim e ex-presidente do Sporting Clube de Portugal, Pedro Santana Lopes.
Neste contexto, discutir uma coisa que não existe ou que, quando aparece, é pouco mais do que desagradável, não se recomenda a ninguém. Mas, sabendo-se que «em terra de cegos quem tem olho é rei», Vasco Pulido Valente disse, pelo que li no texto do Zé, o óbvio ululante: a direita portuguesa tem um «líder natural» que está, de momento, na reserva. De modo que este debate poderia ter tido outra designação: «Para onde vai Pedro Passos Coelho?». Nas últimas décadas, apesar da experiência governativa de coligação com Paulo Portas e o FMI a que teve de sujeitar-se, Passos foi a única coisa a aparecer na direita à margem do pensamento socialista e estatista que sempre a caracterizou. É por isso que é ele – e não o PSD, muito menos Rui Rio – que o PS e António Costa continuam a temer. Porque é dele que pode vir uma verdadeira alternativa ao que está. De resto, o móbil do congresso socialista da Batalha deste último fim-de-semana, foi-lhe inteiramente dedicado: «o PS provou que também sabe de economia e finanças públicas».
Neste seu interregno, Pedro Passos Coelho que reflicta como se pretende voltar a presentar ao país. Não terá terceira oportunidade.
“Passos foi a única coisa a aparecer na direita à margem do pensamento socialista e estatista que sempre a caracterizou.”
!? Onde ele fez semelhante coisa?
Imposto dos sacos de plástico, imposto consignado aos “artistas” , monopólio da ANA mantido. Mais impostos, mais leis marxo-fascistas, mais poder do Estado, mais intrusão do Estado na vida das pessoas. Mais corporativismo sexual.
Isto foi Passos Coelho no Governo.
A única coisa meritória que Passos fez foi dizer não ao BES. Tirando isso aumentou o Socialismo e o poder do Estado tal como os outros, nem uma porcaria de uma privatização fez com jeito.
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Quando escreveu que “Cavaco Silva recebeu toneladas e toneladas de dinheiro de Bruxelas” está a dar a entender que foi no tempo dele que mais dinheiro veio da UE, mas isso não é verdade. A verdade é que foi no seu governo que começaram a chegar as “remessas” da UE, mas nos governos seguintes os valores foram sempre aumentando, com um pico no governo do Santana Lopes, como pode ver aqui:
https://www.pordata.pt/Portugal/Transfer%c3%aancias+p%c3%bablicas+com+a+Uni%c3%a3o+Europeia-2363
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Quais direitas?
A união nacional das esquerdas está a assar no forno.
Exala um cheiro fétido mas o tuga habitua-se facilmente.
No fundo, nada de essencial mudou no sítio, nem direitas nem esquerdas que são uma e mesma coisa, da forma que os invertebrados concebem as coisas.
“…grande é o engano em que vivem as outras nações, pois não tardará muito o dia, fasto sobre todos nos anais desta sobre todas pátria, em que os homens de Estado de além-fronteiras virão às lusas terras pedir opinião, ajuda, ilustração, mão de caridade, azeite para a candeia, aqui, aos fortíssimos homens portugueses, que portugueses governam, quais são eles, a partir do próximo ministério que já nos gabinetes se prepara, à cabeça maximamente o kosta … o Lumbrales das Finanças, feito sem tino, Dizem também os
jornais, de cá, que uma grande parte do país tem colhido os melhores e mais abundantes frutos de uma administração e ordem pública modelares, e se tal declaração for tomado como vitupério, uma vez que se trata de elogio em boca própria, leia-se aquele jornal de Genebra, Suíça, que longamente discorre pela pena do avô de moscivici, e em francês, o que maior autoridade lhe confere, sobre o ditador de Portugal, já sobredito, chamando-nos de afortunadíssimos por termos no poder um sábio”.
Adaptado do Ano da Morte de Ricardo Reis. J. Saramago.
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Mas não foi inclusivamente Passos Coelho que muito antes de Pacheco Pereira e Rui Rio nos lembrou que o PSD não é um partido de direita? (https://eco.pt/2016/12/05/passos-coelho-o-psd-nao-e-de-direita/)
Ou o vosso querido D. Sebastião falou mal?
Quando é que se acaba esta palhaçada de se atirar areia para os olhos da malta? O maior e mais bem sucedido ataque à direita em Portugal e aquele que tem garantido que ela não tem qualquer representatividade partidária é precisamente o de nos andarem a fazer crer à 44 anos que existe uma direita em Portugal. E para isso, tentam nos convencer que partidos ou figuras marcadamente estatistas e socialistas são gente de direita, que coitadinha precisa do nosso apoio para chegar ao poder e implementar as suas políticas… socialistas!
Temos realmente o país que merecemos. É preciso ter muita lata vir para aqui se queixar que não existe um pensamento político e uma estratégia de direita, quando logo de seguida propõe alguém que não é de direita coisa nenhuma (e o afirma de boca cheia!) e que governou melhor que muitos estatistas socialistas. É preciso ter muita lata vir para aqui se queixar que não existe um pensamento político e uma estratégia de direita, para logo de seguida elogiar como magnífico um texto de José Meireles Graça que lá para o fim está a ridicularizar os fundamentos ideológicos que são precisamente pilar do “pensamento e da estratégia de direita” em qualquer parte do mundo.
É verdade sim. Não temos um pensamento político e uma estratégia de direita. Adivinhe lá porquê?
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O maior defeito da direita em Portugal é ser de esquerda .Passos é o mais parecido com a direita mas faltou-lhe algumas coragens. Apesar disso prefiro, é melhor que o portista RR
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Receita para a tempestade perfeita que se avizinha:
Taxas de juro a dez anos sobem hoje 11,35% (ontem aumentaram 6%)
https://www.bloomberg.com/quote/GSPT10YR:IND
Défice comercial duplica no primeiro trimestre:
http://expresso.sapo.pt/economia/2018-05-21-Defice-comercial-de-Portugal-duplica-nos-primeiros-meses-de-2018
Uma bolha prestes a rebentar:
https://sol.sapo.pt/artigo/608263/bolha-imobiliaria-chegou-a-portugal-
A bolsa em queda há cinco dias:
https://eco.pt/2018/05/29/crise-em-italia-arrasta-bolsa-de-lisboa-pela-quinta-sessao/
Pergunta do milhão: porque será reduzido o orçamento comunitário para 2019?
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/europa/uniao-europeia/detalhe/orcamento-comunitario-uma-proposta-que-nao-deixa-ninguem-satisfeito
Quando formos ao charco vão chamar PPC para arrumar outra vez a casa…
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E ainda podia acrescentar o que foi agora publicado no Boletim do IGCP, a saber:
“Evolução da dívida direta do Estado
Em 30 de abril de 2018, o saldo da dívida direta do Estado cifrou-se em EUR 245.451 milhões, aumentando 1,8% face a março de 2018.
Este incremento no stock ficou a dever-se, essencialmente, à emissão do novo benchmark a 15 anos (OT 2,25% ABR2034), com o valor nominal de EUR 3.000 milhões, e ao aumento do saldo de BT, após a realização de 2 leilões, nos montantes de EUR 300 milhões (na linha a 3 meses BT 20JUL2018) e EUR 953 milhões (na linha a 11 meses BT 22MAR2019)”.
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Por mim nem sequer vai ter segunda oportunidade.
Na primeira podia ter reformado o Estado, privatizar a RTP, eliminar centenas de Institutos, liquidar dezenas de “Fundações”, preparar a fusão GNR/PSP, e extinguir dezenas de polícias inúteis género SEF, reformar o Parlamento, mudar a Lei Eleitoral e mais uma dezena de coisas importantes.
Não o fez, não é agora que o vai fazer.
Next.
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Elementar meu caro Arcoson.
A última oportunidade perdida.
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Para mim que vá pr’á …………….!
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De certeza que não será um D. Sebastião. Vai voltar e á força toda.
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