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a casinha

30 Junho, 2018
by

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Que saudades eu já tinha
Da minha alegre casinha
Tão modesta como eu
Como é bom meu Deus morar
Assim num primeiro andar
A contar vindo do céu

O meu quarto lembra um ninho
E o seu tecto é tão baixinho
Que eu ao ir p’ra me deitar
Abro a porta em tom discreto
Digo sempre senhor tecto
Por favor deixe-me entrar

Tudo podem ter os nobres
Ou os ricos de algum dia
Mas quase sempre o lar dos pobres …
Tem mais alegria

De manhã salto da cama
E ao som dos pregões de Alfama
Trato de me levantar
Porque o Sol meu namorado
Rompe as frestas do telhado
E a sorrir vem me acordar

Corro então toda ladina
Minha casa pequenina
Bem dizendo o solo cristão
Deitar cedo e cedo erguer
Dá saúde e faz crescer
Diz o povo e tem razão

Tudo podem ter os nobres
Ou os ricos de algum dia
Mas quase sempre o lar dos pobres
Tem mais alegria

13 comentários leave one →
  1. 30 Junho, 2018 11:09

    Rui A.,

    na mouche ! Estocada fatal !

    Liked by 1 person

  2. 30 Junho, 2018 11:26

    Desde a minha juventude impressionou-me a bovinização de elevadíssima quantidade dos tugas com “letras” de canções como esta.
    Foram doses cavalares de canções, filmes, futebol, religião, teatro, literatura, dança, sempre a sedarem o maralhal…

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  3. 30 Junho, 2018 11:37

    ehehehehe

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  4. 30 Junho, 2018 11:38

    ehehehe

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  5. 30 Junho, 2018 11:40

    eheheh

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  6. Mario Figueiredo permalink
    30 Junho, 2018 12:01

    Brilhante, Rui A.!

    E não esquecer um outro hino inadaptado:

    No céu cinzento sob o astro mudo
    Batendo as asas pela noite calada
    Vêm em bandos com pés de veludo
    Chupar o sangue fresco da manada

    Se alguém se engana com seu ar sisudo
    E lhes franqueia as portas à chegada
    Eles comem tudo eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada

    A toda a parte chegam os vampiros
    Poisam nos prédios poisam nas calçadas
    Trazem no ventre despojos antigos
    Mas nada os prende às vidas acabadas

    São os mordomos do universo todo
    Senhores à força mandadores sem lei
    Enchem as tulhas bebem vinho novo
    Dançam a ronda no pinhal do rei

    Eles comem tudo eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada

    No chão do medo tombam os vencidos
    Ouvem-se os gritos na noite abafada
    Jazem nos fossos vítimas dum credo
    E não se esgota o sangue da manada

    Se alguém se engana com seu ar sisudo
    E lhes franqueia as portas à chegada
    Eles comem tudo eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada

    Eles comem tudo eles comem tudo
    Eles comem tudo e não deixam nada

    Liked by 4 people

  7. LTR permalink
    30 Junho, 2018 12:43

    Ainda vamos ter saudades do estado de bovinidade e do Cavaco Silva.

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  8. rão arques permalink
    30 Junho, 2018 13:00

    GRANDES FIGURÕES
    Marcelo entra em campo depois dos fogos, sem que lhe cheguem às narinas a intensidade da fumarada que o vai cercando.
    Ferro, o Bruno da politica que no posto de presidente nunca sacode a manchada pele de adepto, que não é capaz de cheirar.
    Enquanto cantam e já cá canta vão incchando e saltando.
    Pena não ter havido ninguém que em inspiração humorada e instantânea mudasse a letra para aquela casinha Costa do Rato.

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  9. 30 Junho, 2018 15:10

    Quando, por qualquer motivo o boom turístico (vulgo galinha dos ovos de ouro) começar a afrouxar e em queda acentuada e previsivelmente duradoura,, há uma solução dos governantes fatelas: façam uma campanha internacional para atrair a Portugal gente curiosa (investigadores, sociólogos incluídos) por saber que raio de povo é este que tem como ÚNICO “desígnio nacional” o futebol.
    Tragam paletes de chineses, árabes…
    Podem até montar pequenas bancadas numas esplanadas nas quais comentadores futeboleiros (políticos, escritores, jornalistas, advogados, candidatos a qualquer coisa) discutem em voz alta. irritados e quase em vias de facto.

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  10. Teletele permalink
    30 Junho, 2018 16:05

    E não cantaram esta.

    Cada coisa no seu lugar.
    Homenagem a Zé Pedro é uma merecida.
    Homenagem a Camões é outra.
    Palcos diferentes.

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  11. weltenbummler permalink
    30 Junho, 2018 17:27

    ‘à cabeça da manada
    trote largo e para atrás
    ,,,
    as pilecas eram raios’ … que os partam

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  12. Arlindo da Costa permalink
    2 Julho, 2018 19:57

    Belém é o Palácio do Povo. Já não é a habitação da dona Cavaca que cuidava dos naperons.

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