O especulador
Um empresário é aquele identifica (mais rápido e melhor do que outros) oportunidades no mercado de fazer lucro, combina recursos e orquestra as operações para produzir esse bem e serviço, arriscando recursos e património próprios.
Um especulador é aquele que procura antecipar as condições futuras do mercado e com essa análise atenta e muitas vezes profissionalizada procura ter ganhos com esse conhecimento diferenciado que possui.
O especulador, portanto, é tipicamente um first-mover: compra quando a procura de um determinado bem é diminuta (e preço está baixo) e vende quando a procura desse bem é grande (e preço está alto). Há algum mal nisto? Seria preferível o especulador não colocar no mercado os produtos precisamente na altura em que as pessoas necessitam deles e os querem comprar?
Estou mais do que acostumado a que socialistas, trotskistas e comunistas menosprezem e, no fundo, sejam contra os empresários, entendidos aqui como empreendedores.
Já me causa alguma surpresa que à Direita muitos cedam ao politicamente correcto e à novinlíngua ao terem o cuidado de afirmar em público não quererem ser confundidos com apoiantes da especulação.
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Telmo, não especule.
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“O especulador, portanto, é tipicamente um first-mover: compra quando a procura de um determinado bem é diminuta (e preço está baixo) e vende quando a procura desse bem é grande (e preço está alto). Há algum mal nisto?”
Não sei, a crise financeira de 2008 diz-lhe alguma coisa ?
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A si parece que não…
Diga Maschinengewehr 42: quem é que não pode pagar o que pediu emprestado?
O único especulador ilegítimo é o Estado pois até usa violência agressiva para o efeito.
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Karl Marx também dizia o mesmo sobre Estado, e apelava a sua abolição, mas lucky não é um marxista pois não , pois não…
Agora vá lá continuar a sua luta separatista catalã contra o opressor Estado de Castela alinhado com os seus amigos marxistas de que berra constantemente detestar.
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Há um erro de apreciação relativamente ao especulador, porque de facto ele não compra em baixa para vender em alta. Compra em qualquer momento desde que a sua compra sustente ou seja sustentada por uma pequena subida. Em suma é um short seller ao contrário de um investidor e nos antípodas de um investidor tipo Muffet. Logo a resposta é sim: o especulador está tão a mais quanto um comunista, e um financeiro comum está tão a mais quanto um socialista. Bem vindos são os empreendedores e os investidores de longo prazo, esses fazem economias sólidas.
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Então o especulador comprou algo a outra pessoa que queria que lhe comprassem e vendeu algo a outra pessoa que queria comprar.
Todos de livre vontade e sem violência. Fantástico. E raro.
Já a violência agressiva do Estado para “fazer o bem” é elogiada. Ou o estado expropriar – ou seja com violência – algo para vender a um investidor de longo prazo.
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Lucky, concordo consigo, mas então como chamar a quem vende acções a descoberto? Especulador ou investidor?
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Especulador, André. Sem dúvida,
O problema não está aí. O problema está na diabolização que a esquerda tenta fazer da especulaçáo e dos especuladores, em nada diferente da forma como tentam diabolizar a iniciativa privada. Daí a tentativa deles de reescrever o sentido da palavra.
O LuckyLucky cai na armadilha e mostrasse desnecessariamente defensivo, dando força à tese da esquerda.
O problema não é como lhes chamamos. Chamamo-lhes como aparecem em qualquer 101 de economia. O que é preciso é contrariar a narrativa da esquerda que isso é mau. Não é.
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É preciso contrariar e pôr um fim nesta ideia que especulador é uma palavra má.
Ainda há poucas dias em Dublin ouvia a palavra ser atirada sem qualquer medo ou preconceito durante o telejornal de um cana estatal de televisão. Mas em Portugal todos fogem dela como um estigma. Precisamente porque nos deixámos consumir por este regime Abrilista e a sua narrativa de esquerda que varre o parlamento português de uma ponta à outra.
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André Miguel,
Resposta à sua pergunta: temerário.
Ou idiota.
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“Já me causa alguma surpresa que à Direita muitos cedam ao politicamente correcto e à novinlíngua”
O problema é que também nós deveríamos começar a adoptar uma novinlíngua. E a primeiríssima regra semântica desta nova língua é que a direita não existe em Portugal e que em lado nenhum do mundo o Socialismo é, pode ser, ou sequer se aproxima, da direita. Portanto o que o Telmo está a observar é apenas a esquerda portuguesa, que numa sua versão mais soft (na forma do PSD) colabora na tentativa de reescrever os manuais de economia. O que o Telmo definitivamente não está a observar em lado nenhum é uma tal de “direita”.
Esta novinlíngua que proponho adoptarmos não é portanto uma língua que observa e reescreve a realidade. Isto é, não é uma novinlíngua de esquerda. É, isso sim, uma novinlígua que observa e abstrai a realidade. É uma novinlíngua da direita.
Posso parecer um chato. Até posso ser um chato. Não me importo. Mas é urgente de uma vez por todas avançamos com este processo de reeducar a nossa sociedade na reposição da verdade política que foi perdida quando se estabeleceu o actual regime Abrilista. Só assim poderemos aspirar a uma sociedade informada e ao nascimento de uma Direita, com maiúscula, em Portugal — não poderá existe maior desígnio nacional neste graves tempos que vivemos momento para qualquer pessoa de direita.
O que não pode continuar a acontecer é continuarmos a chamar de direita uma coisa que não é, nem nunca foi, de direita e com isso contribuir para o escamotear da verdade política portuguesa e o amordaçar de qualquer possibilidade de uma direita vir a existir neste país.
Caro Telmo, veja bem. Apenas com este exercício já o seu post ficaria inteiramente explicado e não restariam dúvidas a ninguém — e muito menos a si — porque é que o PSD se cola ao principio do speculatorem-malus.
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Correcção. Onde se lê:
não poderá existe maior desígnio nacional neste graves tempos que vivemos momento para qualquer pessoa de direita.
Deverá ler-se:
não poderá existir maior desígnio nacional para qualquer pessoa de direita nestes graves tempos em que vivemos
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Exactamente!
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«…Este processo de reeducar a nossa sociedade na reposição da verdade política»… para alguém de direita, lembra bastante a esquerda.
Só não ainda não entendi isso de um especulador ser coisa boa. Alguém que multiplica dinheiro sem produzir nenhum serviço, nenhum produto, nenhum posto de trabalho, nada de útil à sociedade, alguém que inflacciona artificialmente o valor de algo para mamar umas lecas fáceis, é bom para quê e para quem, além de si próprio?
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Mas há partidos de direita em Portugal?
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O SOCIAL-FASCISMO É UM REGIME CASTRADOR
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“Um empresário é aquele identifica (mais rápido e melhor do que outros) oportunidades no mercado de fazer lucro”
Errado. Identifica lacunas de mercado que ele poderá cobrir com melhores produtos e serviços, o lucro será a consequência do seu sucesso.
Lucro pelo lucro mais vale aplicar o dinheiro a render ou comprar acções, dá menos trabalho e é mais seguro.
E um “especulador” na boca de um socialista é apenas alguém que faz dinheiro sem a permissão do Estado.
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O especulador é a antítese do empresário.
O especulador nada produz, mas pode arruinar uma economia inteira.
Só compara um empresário a um especulador, quem nunca teve que pagar ordenados no final do mês.
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Ai santa ignorância, whatever.
Queria tanto voltar a ser criança assim.
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Estava à espera de um argumento do Francisco sobre o benefício que a acção do especulador traz à sociedade à economia e a Nação . Não li nada. Criar uma narrativa do género, tudo o que os nossos adversários e inimigos, propagam e proselitam, nós dizemos o contrário, é apenas maniqueismo partidário e politica de terra queimada.
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Aguardemos.
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Estava à espera de um argumento do Francisco sobre o benefício que a acção do especulador traz à sociedade à economia e a Nação . Não li nada. Criar uma narrativa do género, tudo o que os nossos adversários e inimigos, propagam e proselitam, nós dizemos o contrário, é apenas maniqueismo partidário e politica de terra queimada.
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Se eu lhe vender hoje acções a 2 euros, mas só as compro daqui a 5 dias, quando sei que valerão apenas 1,5 euro, ganhei dinheiro e qual foi o prejuízo causado à “economia e à Nação”?
Se conseguir argumentar e justificar o suposto malefício desta especulação talvez dê algum credito às suas ideias.
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Mas como é que sabe que vão valer 1,5 euros?
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Aposto na sua queda ou tenho informação privilegiada.
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Pois bem me parecia.
Apostar é no euromilhões e a outra modalidade dá cadeia.
Claro que não estamos a falar de Portugal.
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Se não roubar essa informação ou a obter pela força dá cadeia porquê?
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O malefício está no próprio exemplo que o Miguel deu. Isso é no fundo a degeneração do livre mercado .A economias para funcionarem têm de ser baseadas na confiança entre as partes que participam nos negócios e que beneficiam mutuamente das trocas de serviços e produtos. Essa relação de confiança implica a autoconsciência de boa fé de quem vende, de que produto ou serviço prestado é de valor e acrescenta benefícios a quem os adquire, como aquele que os adquire precisa de confiar que o produto ou serviço que lhes está a ser vendido é lhe benéfico e fiável. O exemplo que o Miguel deu é precisamente o oposto disso e destroi a base do funcionamento da economia. O Miguel ao saber e ter consciência que o seu produto vai falhar no periodo curto de tempo que referiu como exemplo e ao decidir colocá-lo à venda, sabendo que quem o comprar vai ter prejuizo e sair prejudicado. Está a participar no jogo da “ganancia que justifica as acções”, independentemente das consequências, e a corroer o princípio natural da confiança, aliás explícito no exemplo da histeria do Cartoon que foi colocado. Enquanto esse jogo de ganância e desconfiança histérica estiver de alguma maneira contida e for de pequena dimensão, dentro de um equilibrio dinâmico de soma zero restringido a pequenos participantes particulares que ora perdem hoje ora ganham amanhã, não traz grande problema ao mundo. Mas quando elas aumentam em escala e em corrupção ao ponto como se assistiu à crise financeira de 2008, que não teve só como consequência o colapso do dominó financeiro mundial, mas também o colapso da confiança, a catástrofe é brutal e não há nenhuma razão para além da ganância pessoal de alimentar tais comportamentos. Do seu pequeno exemplo que o Miguel deu, até à deliberada venda de produtos financeiros “tóxicos” da goldman sachs é um saltinho de pardal.
Já os especuladores de compra e venda de propriedade imobiliária, sequestram, bloqueiam e corrompem a dinâmica e o fluxo natural da lei da procura e oferta. Sempre que compram propriedades estão deliberadamente a se aproveitar dos constragimentos regulamentares do Estado que a sua capacidade financeira lhes permite sobrepôr, estão a se intrometer e a bloquear o fluxo natural da limitada oferta, e a prejudicar para seu estrito benefício pessoal, quem tem a necessidade legítima de procura de habitação para viver .
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Mas eu não enganei ninguém, nem corrompi seja quem fosse e foi uma troca livre, sem coerção. Qual é o pecado disso?
Continua sem justificar.
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Se você souber que o seu carro vai avariar daqui a 5 dias e o vender antes de avariar a alguém, que não sabe que o carro vai avariar daqui a 5 dias e o comprar livremente sem coerção por um preço baseado nessa perspectiva e não daquela que você sabe e que lhe oculta. Você não está moralmente corrompido nem a enganá-lo ?
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O comportamento das acções, da bolsa e dos mercados internacionais são públicos, já o meu carro só eu o conduzo (e mesmo assim há sintomas de má utilização).
Continuamos com o impasse…
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É normal, o seu ultimo argumento não faz qualquer sentido, é apenas uma deflexão, da questão moral que lhe coloquei paralela ao seu primeiro exemplo. Se quiser faço-lha de forma abstrata, mas receio que seja dificil a alguém assumir a imoralidade das suas posições e acções, porque são sempre os outros os corrompidos e os que que agem imoralmente, nós fazemos parte das “boas pessoas” .
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Quando não conseguimos argumentar atiramos que aquilo que outro diz não faz qualquer sentido, não falha e acabamos a discussão por cima.
Lamento, mas isso não justifica porque o meu argumento não faz sentido. Não basta atirar sentenças, é necessário refutar.
Continuamos na mesma…
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Eu já o refutei logo na primeira resposta à sua pergunta, tudo o resto é apenas a sua dissonância e a sua deflexão para evitar abordar directamente a minha resposta e fugir a questão que lhe coloquei a seguir. O seu argumento é que não há nada de mal na especulação. Mas nós sabemos quais as consequências da especulação e das bolhas financeiras e imobiliarias que produzem. O que refuta sua afirmação absoluta de que não ha “nada” de malefício.
Agora eis outra questão para si, apresente o Miguel o caso de que a Especulação trás na realidade Benefícios, de tal forma que se vivessemos sem ela , teriamos uma sociedade e uma economia menos próspera e empobrecida.
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Não refutou coisa nenhuma, pois não conseguiu contradizer os meus argumentos.
A situação que coloquei foi provocadora e propositada para aprofundar uma questão que não é simples, mas como não chegou lá, eu liberal e capitalista, explico:
Vender acções a descoberto é moralmente incorrecto? Não, desde que seja uma troca livre e sem coerção. É eticamente incorrecto? É. Pois a mais valia que daí advem não é resultado da criação de valor, e este é o cerne da questão: agregar valor. Isto é o motor do capitalismo.
Como já comentei antes, para um socialista a especulação é sempre que alguém enriquece sem o aval do Estado, para um capitalista é sempre que alguém enriquece sem criar valor.
Já Adam Smith dizia que é na procura pela satisfação das nossas necessidades individuais que satisfazemos as necessidades dos outros, quando uma das duas acontece sem a outra: especulamos ou somos socialistas, as duas juntas é o capitalismo.
Não tem de agradacer.
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Deixe-me só perceber. O Miguel é um liberal capitalista que decidiu emigrar para Angola certo ? Tá bom.
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E o que é que isso invalida os meus argumentos e as minhas crenças?!
Mais uma vez: foi uma escolha livre, ninguém me obrigou, não me prejudica, nem prejudico seja quem for. Até crio valor! LOL
E já agora não sou emigrante, sou expatriado, há uma pequena grande diferença…
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“E o que é que isso invalida os meus argumentos e as minhas crenças?!”
So te faz num num hipocrita Fariseu para quem passa o tempo a criticar o regime socialista em Portugal .
“E já agora não sou emigrante, sou expatriado”, há pois está bem, mas tenho a certeza que se apresentar em Portugal como refugiado politico o aceitam certamente.
Veja se percebe uma coisa, vocês pedânticos hipocritas do Adam Smith para quem não há paciência tal como os pedânticos de Karl marx.
Não há Direito à Propriedade nem ao Enriquecimento sem o AVAL do Estado. seja ele socialista, monárquico, liberal , totalitário, ou o raio que o parta. O Direito é em si próprio uma atribuição do Estado. E isso já tinha sido esclarecido à 2000 anos em Mateus 22:17-21 quando lhe perguntaram a Cristo se era licito pagar o tributo a César, ao qual Jesus lhes perguntou acusando-os de hipócritas, a quem era a imagem do cunho da moeda que eles possuiam. Ao qual eles responderam de César.
E já agora quem é o cunho da moeda que o Miguel “liberal capitalista” “voluntariamente” tem no seu bolso e cujo enriquecimento só é possivel com o AVAL do regime do MPLA ?
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Ehehehe
Não tem melhor que isso para argumentar?!
Veja lá que estar em Angola até reforçou as minhas crenças liberais. Pense um pouco e perceberá porquê.
E quanto ao “direito” único e inalienável é a liberdade. Stuart-Mill e Ayn Rand também escreverem umas cenas engraçadas sobre isso.
Como não me consegue refutar fico por aqui. Sorry. Game over.
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Deixe de ser tonto, se quiser ser LIVRE é só ir para o meio do mato . Se quiser associar a liberdade a um “Direito” então tenha em atenção que esse direito só pode ser consagrado pelo AVAL e poder do Estado, ponto. O que raio é isso do “Direito inalienável” ? Vá lá falar isso para a malta enfiada nos gulags.
E de todos os paises a escolher do mundo para um “liberal capitalista” de um “expatriado” fugido do “socialismo” opressivo de Portugal teve logo que escolher voluntariamente o regime da Foice e da Catana. O Miguel é apenas mais um Robles mas na versão liberal como muitos outros seus camaradas liberais, a sua hipocrisia refuta-se a si mesma. Game over a treta vá mas lamber o tomates ao “liberal” Eduardo dos Santos.
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Não conseguindo matar a mensagem, vai de tentar matar o mensageiro.
Passou de discutir o tema da especulação, para a discutir a minha vida profissional, quando a minha explicação sobre o assunto deixou-o KO. Valeu.
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O vendedor quis vender. O comprador quis comprar. Acordaram um preço que ambos consideravam do seu interesse.
Por que raio é que o Estado se quer meter?
O que é que se segue: namoro por quotas e concurso público? Uma reedição d’As Mulheres na Assembleia?
[Sempre é melhor As Mulheres na Assembleia do que a Lisístrata.]
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A especulação pode ter influências diferentes consoante o mercado. Se num mercado de produtos perecíveis o papel de especulador pode fazer sentido, já num mercado de produtos não perecíveis não me parece que o especulador puro, ou seja, aquele que se limita a comprar e vender um imóvel uns meses depois faça muita falta o mercado. A meu ver faz todo o sentido taxar mais pesadamente este tipo de lucro face ao lucro de promotores imobiliários que melhoram e beneficiam um imóvel.
A meu ver a mais valia adicional obtida pelo estado desta forma deveria ser utilizada para descer a carga fiscal sobre a contratação de trabalhadores e sobre atividades com cariz de exportação ou equivalente.
Choca-me muito mais o IVA sobre a eletricidade que pagamos atualmente do que uma taxa sobre especulação imobiliária.
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A «racionalidade» dos mercados tão apregoada pelos liberais da treta que por aqui vegetam 🙂
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É um inferno!
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