Caro cronista do ECO…
Caro cronista, como leitora assídua do Observador, permita-me umas palavras acerca deste seu texto:
É desonesta, sua comparação de Bolsonaro a Chávez porque as suas alegações são exactamente o que Haddad promete no seu programa eleitoral: controlo dos média pelo Estado; aumento de impostos sobre propriedade privada; desmilitarização das forças policiais; penas mais leves para criminosos; reforma do sistema judicial de forma a reduzir o poder de investigação do ministério público federal; novo processo de constituinte para aumentar o poder do Estado. Quem é o anti-democrático, afinal? Quem é que camufladamente quer implantar uma ditadura? Sabia que o socialismo é apenas um meio para atingir o comunismo? Pois. Bem me parecia…
Em contrapartida, Bolsonaro promete um país livre, sem diferenças entre as pessoas, com liberdade de imprensa, combate aos criminosos e corruptos agravando-lhes as penas, mercado livre, respeito pela propriedade privada, fim do marxismo cultural, fim da ideologia de género nas escolas, mais policiais na luta contra o crime, mais segurança, defesa dos valores e cultura ocidental, separação total dos poderes, justiça sem interferência governamental. Onde está o tal discurso “mais anti-democrático” nisto? Se os viu escritos por aí, então é porque também foi vítima das manipulações dos nossos média que cortam frases fora do contexto para propagandear uma agenda claramente esquerdista/marxista e assim construir uma imagem falsa do candidato de direita. Quando ele disse, referindo-se aos corruptos criminosos do PT: “essa turma se quiser ficar vai ter de se colocar sob a lei de todos nós ou vão para a cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos da nossa pátria”, escreveu a imprensa, que ele iria prender todos os opositores de esquerda. Meias verdades não são verdades. São fake news. Nem a actual Constituição brasileira permitiria tal. Mas claro, isso não convém dizer.
Neste vídeo que lhe recomendo, e deixo o link aqui https://www.youtube.com/watch?v=7fxTF48Z52E ele diz textualmente: “Qual a diferença minha pra negro? Ele é inferior a mim? Obama chegou lá como? Mérito! Se querem democracia é assim, artigo 5º da Constituição. Todos nós somos iguais, ponto final! Quanto a negros serei daltónico: todos terão a mesma cor. Vocês (imprensa) é que foram pervertidos ao dizer que direitos humanos é defender minoria. Não é. Devemos brigar por minorias? Não! Nós temos de brigar para que TODOS sejam iguais perante a lei”. Isto é ser homofóbico? Isto é discurso de ditador? E os deputados do PSL, já olhou bem para eles? Quer mais multiculturalismo que isso? E o eleitorado, cheio de mulheres, gays, negros, de todas as culturas e raças, jovens e séniores, mais e menos formados, mais e menos ricos, mais de 50 milhões! Quer mais diversidade votante que isto? Não brinque com coisas sérias.
Se o discurso de Bolsonaro não é justificável como pode justificar seu discurso a favor de Haddad, que de forma aberta venera e apoia a ditadura de Maduro e de Cuba? Os discursos de extremistas marxistas agora são bons? Quem é aqui o candidato amante e apoiante de ditadores? Foi ou não foi o PT que além de apoiar ditaduras, financiou-as?
Acusa alguns dos cronistas do Observador de espalhar ódio com as suas opiniões. Mas agora pensar diferente, argumentando seus pontos de vista, é espalhar ódio? Que fundamentalismo vem a ser este? Estamos em ditadura?
Sim, a disputa é mesmo entre a liberdade de um mercado livre, numa sociedade igualmente livre, na figura de Bolsonaro, contra a servidão a um regime onde o Estado concentra em si toda a economia e controlo da sociedade, representada e defendida por Haddad, debaixo do comando do presidiário Lula da Silva que controla o partido a partir da cadeia. Está tudo explicadinho nos programas eleitorais de cada um. Vá ler!
Dizer que não é uma escolha contra a corrupção, porque só Lula foi preso, Dilma ainda não, Haddad não foi acusado de corrupção e o partido não é todo corrupto, é ainda mais desonesto. Não meu caro, Lula não roubou um país inteiro sozinho. É do conhecimento público que o PT transformou-se numa organização criminosa gigantesca onde poucos escapam; Dilma ainda não é acusada porque beneficiou de imunidade parlamentar e Haddad sua opção “democrática” está sim acusado de corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro (fonte DN). Anda só distraído ou é mesmo má fé?
Mas tem razão quando cita que “ uma sociedade aberta não pode tolerar o intolerável, sob pena de se fechar definitivamente”. Só não entendo porque defende o intolerável na pessoa de Haddad e tudo o que ele representa quando a História já nos ensinou a todos que o socialismo mata a democracia. Quando o legado do PT no Brasil já demonstrou isso inegavelmente.
A responsabilidade da comunicação social é não fazer juízos de valor a um povo que decide nas urnas, democraticamente, aquilo que entende ser o melhor para si. Nem ser fundamentalista, muito menos parcial. A comunicação social tem o dever de informar com isenção e respeitar os cidadãos nas suas escolhas, sem rótulos e frases ou adjectivos tendenciosos. Já agora onde estava você quando o povo da Venezuela escolheu Chavez? Porque não se insurgiu alertando para a ameaça duma ditadura etc. etc e tal?
O que distinguiu o Observador até hoje foi o facto de nunca vedar qualquer opinião dos seus cronistas mostrando que em democracia todas as opiniões são válidas, todos os pontos de vista interessam mesmo divergentes. Porque o que mata um jornal e afasta leitores é sentir que o mesmo só serve um grupo de pensadores, todos em sintonia. Não é assim que se contribui para uma saudável construção de opiniões. Quem foi que disse que há opiniões mais válidas que outras? Isso não é liberdade de expressão, é censura, castração do pensamento.
É precisamente essa liberdade que o Observador dá que faz dele a minha referência jornalística. Porque assim posso exercer a minha liberdade de escolher quem quero ler e não ter de ler apenas o que é escolhido para mim. E é nas diversidades de opiniões que formo a minha.
No dia em que o Observador se deixar manietar por estas críticas de pequenos ditadores de pensamento único, morre.
Parabéns, gostava de saber escrever assim. Há alguma informação que apregoa que o Brasil é um país atrasado, mas se formos ver a demora dos processos judiciais verificamos que Lula já está a cumprir pena o “nosso” ainda faltam anos para se iniciar o julgamento. PF imprensa “livre” e “democrática” deixem o povo brasileiro decidir livremente
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Bravo, Cristina! Aplaudo de pé! Excelente texto. Também eu ando farta da cegueira ideológica deste povo ignorante. Nada lêem, tudo comentam.
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O olho de falcão de Dinis para avaliação de políticos é de uma credibilidade a toda a prova. Afinal, foi dos poucos resistentes à unanimidade mediática em torno do “Eng.” Pinto de Sousa, em que quem o criticava “levava”. Muito parecida, afinal, com quem ousa a criticar os “sucessos” contemporâneos.
Ora, com tamanhas provas e reputação na análise política, é normal que continue a ter credibilidade…
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Muito bem Cristina. A postura da c.s. tuga já tresanda, e a situação é mais grave quando se trata da RTP (suportada pelos nosso impostos). Já não posso ouvir o correspondente Luis dançarino (Rio de Janeiro), que não tenta sequer disfarçar a sua opinião ! Pagam-lhe para informar, não para dar a opinião dele! Devia haver qq coisa no estatuto dos jornalistas que os diferenciasse dos comentadores, e se há, este já devia ter ficado sem a carteira profissional (se é que a tem).
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“Acusa alguns dos cronistas do Observador de espalhar ódio com as suas opiniões. Mas agora pensar diferente, argumentando seus pontos de vista, é espalhar ódio? Que fundamentalismo vem a ser este? Estamos em ditadura?”
Você vetou-me dum blogue que nem é seu por discordar de si.
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Não está vetado. Apenas controlo a sua má educação. Chamar cretinices às minhas crónicas não é aceitável.
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Mas há outros 19 colaboradores neste blogue que nunca me vetaram comentários. Não pode controlar a minha má-educação sem me bloquear totalmente os comentários ao que os outros 19 escrevem?
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O que se passa nas caixas de comentários dos outros, não me diz respeito. Aqui, todos podem opinar desde que o façam sem ofensas à minha pessoa. Ponto.
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Eu estou a ver se entendo a organização deste blogue. O seu veto cortou os meus comentários no blogue todo. Não foi só na sua secção. Ainda estou à espera que me expliquem se foi erro ou decisão geral.
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Um comentário meu a um post de Helena Matos está a aguardar moderação. Duvido que da Helena Matos. Portanto o que se passa nas caixas de comentários dos outros bloggers do Blasfémias parece que também lhe diz respeito, intencionalmente ou não. Quando puder saír do castigo avise-me.
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Negativo. Não me diz de todo. Só pedi pra mim.
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Vejo com apreensão, a caminhada para o socialismo do povo venezuelano, com o maduro a pedir ao trump, para abrir as fronteiras e deixar os caminhantes entrar e assim fugirem á miséria criada por ele próprio e não só.
É como o pastel de belem pedir ao rei de Espanha para deixar entrar os tugas, dizendo que isto aqui é uma miséria franciscana.
Os brasileiros vão sair do inferno da esquerda, já dançaram com o diabo.
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Caramba Cristina, que categoria de texto! Como aliás é a sua norma. Mais escrevera e mais acertara. Concordo com tudo. Muitos parabéns. Tomara que houvesse bastantes mais mulheres e homens em Portugal (nos blogos e na imprensa falada e escrita) da sua fibra – com a mesma honestidade intelectual, frontalidade, objectividade e imparcialidade e os portugueses seriam indubitàvelmente mais livres e muito mais felizes.
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Então os supostos ladroes que fugiram no Porto e que foram apanhados em Gondomar e que foram fotografados de maneira indecorosa segundo os direitos humanos,
Agora o telelixo já não fala que os pequenos batiam e torturavam idosos que assaltavam, segundo os mesmos, mas há uns dias.
Critérios enviesados.
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Bravo Cristina.
Tenho muita família no Brasil e sigo atentamente tudo o que se lá passa.
Bolsonaro vai ser a salvação do Brasil. Vai salva-lo das grilhetas do comunismo.
Só os bandidos, mafiosos, estrupadores, assaltantes, corruptos etc. é que têm a temer Bolsonaro.
Para as pessoas de bem nada vai acontecer a não ser andarem nas ruas mais tranquilas porque a criminalidade e a mortandade (62 mil por ano) vai decrescer!!!
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A Cristina Miranda foi simplesmente BRILHANTE. Sem surpresa, porém, pois tem sido esse o seu timbre.
E aproveito por isos para lançar o repto a quem de direito (e inclusive à própeia, embora depreenda que não depende só dela): para quando a presença, nem que meramente pontual, no Observador?
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Caro Viriato, é melhor não ser tão optimista ou ainda acaba como o Costa a acreditar em vacas voadoras! Mesmo com a ajuda da IURD, não creio que seja possível tal milagre num futuro próximo, mas concordo que pelo menos é expectável que ele inicie essa enorme tarefa.
Quanto ao comentário da Maria, embora concorde, mas é melhor não exagerar porque a Cristina pode inebriar-se com tal elogio e ceder à tentação de enveredar por carreira política. Depois já se sabe, más companhias, o poder corrompe … e lá se vai uma excelente cronista !
Podia citar alguns exemplos recentes, mas penso que a comparação seria de muito mau gosto … 🙂
Cristina, para além do seu estilo de escrita, aprecio também a preocupação com a “higiene” nos comentários.
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Nota : o comentário anterior foi feito antes de ler o artigo : “A direita tuga”, e seus hipercomments … deu para entender o motivo 🙂 🙂
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Se mais indícios fossem necessários de que o retângulo (e já agora, boa parte da Europa) está perdido por muitos e maus anos, esta história das eleições no Brasil trá-los em abundância.
A quantidade de mentiras e distorções vomitadas e opiniões completamente idiotas (não é um insulto, é o termo correto para as enormidades que ouço e leio) é sintoma de um país doente, resultado do domínio completo da esquerda durante décadas.
O Brasil também esteve assim durante décadas, basicamente desde o fim do regime militar em 1985. Parece que está finalmente a acordar e a começar (palavra chave é “começar”, porque não são 4 anos de direita que limpam a m… que a esquerda fez em 30) a libertar-se desse domínio.
Admiro a tenacidade de pessoas como a Cristina, que remam contra a corrente, mas não me iludo quanto às possibilidades de alteração do quadro triste do retângulo. Continuará a ser um atraso de vida, um país medíocre em relação ao que poderia ser, salvo de um destino pior apenas porque parte da autonomia foi cedida a europeus do norte (imaginem o que seria a geringonça com poder de criação de moeda e sem a UE para impor o mínimo de sanidade).
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Fantástico como se consegue de repente transformar Bolsonaro num “defensor de um “país livre, sem diferenças entre as pessoas, com liberdade de imprensa, combate aos criminosos e corruptos agravando-lhes as penas, mercado livre, respeito pela propriedade privada, fim do marxismo cultural, fim da ideologia de género nas escolas, mais policiais na luta contra o crime, mais segurança, defesa dos valores e cultura ocidental, separação total dos poderes, justiça sem interferência governamental.” O homem que diz que a ditadura militar “não era uma verdadeira ditadura”, que fecharia o congresso, cujos filhinhos afirmam que se for preciso prenderiam qualquer juíz do Supremo Federal, que defende a tortura e a morte, que defende alto e bom som no congresso um notório torcionário é o defensor disso tudo. Por amor de Deus, e um bocadinho de senso? Haddad pode ser o representante de um partido altamente corrupto – ou seja, integrou-se bem na política brasileira – e defender algumas ideias profundamente erradas, mas que eu saiba nos 13 anos que estiveram no poder o Brasil não se transformou propriamente num estado marxista (Lula era acusado de se ter transformado num “neoliberal”, lembro-me bem), e se acabou preso é porque a justiça não estava exactamente controlado pelo PT. E sobre as afirmações em que ele diz que a “petralhada” vai ser presa ou tem de ir embora, não são fake news, a não ser que lhe tenham posto uma fala diferente: ele disse mesmo isso num comício gravado em directo. E se quer saber, o sr. Bolsonaro é muitíssimo mais parecido com o sr. Maduro do que querem fazer crer. A mesma boçalidade, o mesmo desrespeito para com os adversários, o mesmo desprezo pelo estado de direito e pela separação de poderes, o mesmo nacionalismo bacoco acompanhado por um estilo militarista de caserna.
E já que defende a liberdade de expressão, acho que ela se aplica também ao David Dinis, que escreveu um lúcido e corajoso texto sobre o que realmente importa, mesmo sabendo que os antigos compagnons de route lhe iam cair em cima, como aliás já aconteceu. A não ser, claro, que a liberdade de expressão só sirva para defender e exaltar o sr Jair como novo “salvador da pátria”.
PS: espero que não me corte este texto, a exemplo do que já aconteceu, enquanto deixava estar comentários panfletários de uma negacionista do Holocausto.
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E… já temos aqui um digno representante da grande maioria da tugalandia que opina sobre as eleições brasileiras a debitar as palermices e distorções do costume sobre assuntos que desconhece.
É muita asneira para desmontar e tenho de ir dormir que já é tarde. Volto cá quando arranjar um pouco mais de tempo. Entretanto, e como internet todos têm, é só pesquisar o tal discurso para ver que entre o que o Bolsonaro disse e o que dizem que ele disse há uma grande diferença. Como em praticamente tudo o que diz respeito ao gajo.
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As minhas opiniões são baseadas no muito que li e vi sobre a política brasileira e as últimas eleições. Não há aqui qualquer distorção. Mas terei todo o prazer em discutir isso e espero a sua “desmontagem” se não se remeter à chalaça habitual e às piadinhas patetas que os ufanos tantas vezes usam para disfarçar a sua incapacidade para o debate.
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Uma das principais características da escumalha é fazerem-se de vítimas quando são os eternos agressores. Só teatro comuna
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Eu, Português, 43 anos de Brasil, conhecendo este País (Brasil) nas suas entranhas, vinha me sentindo profundamente envergonhado c/ a cobertura da imprensa Portuguesa e os comentários dos sabichões de sempre. Pensava p/ com os meus botões, como podem estas pessoas opinar sobre algo que revelam desconhecer completamente?Como é possível?? Felizmente acabei de ler algo que, em certa medida, me aliviou. Parabéns Cristina.
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