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Uma questão de estética

11 Dezembro, 2018

As revoluções, além de detalhes menores como causas, motivos e objectivos, necessitam de um mote estético. Uma boina basca com uma máscara alongada e ranhuras para olhos posicionadas em ângulo que expresse ira passa a mensagem da revolução sem o uso de palavras. O discurso existe, mas só depois de introduzido pela componente estética. A revolução é visual, não é filosófica, não é social, não é orgânica.

Os coletes amarelos têm fraca estética. São um produto produzido em massa, na China, decretado obrigatório para condutores europeus, e que simboliza dificuldade, uma avaria, um acidente. Não têm componente mítica, não galopam numa mitologia amplificada. Limitam-se a representar uma situação passageira, incómoda, mas contida no tempo.

Diz-se que haverá no dia 21 uma imitação pálida da fraca “revolução” francesa cá no país. Eu estarei ocupado a ver a árvore de Natal que a câmara municipal já deve ter montado. É uma questão de estética, sabem?

18 comentários leave one →
  1. Gabriel Silva permalink*
    11 Dezembro, 2018 11:42

    Eu tenho tido a dúvida estética em considerar os coletes amarelos ou verdes clarinhos. Inclino-me mais para esta ultima.

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  2. lucklucky permalink
    11 Dezembro, 2018 12:12

    A beleza dos coletes amarelos é que são impostos pelo Estado, logo o Estado não os pode perseguir.

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  3. Vitor permalink
    11 Dezembro, 2018 12:58

    Aqui não se passa nada porque 40 anos de lavagem ao cérebro criaram uma multidão de dependentes que o Estado vai alimentando à custa da minoria que produz, cria e inova. Vamos ter mil anos de socialismo graças aos velhos dependentes da CGA e da SS e aos quase 700 mil funcionários públicos mais as dezenas de milhares que se arrastam nas empresas públicas e sindicatos. Está tudo sob controlo. Empobrecemos gradualmente à medida que caminhamos alegremente e distraidamente para a igualdade na pobreza. Quando formos todos pobres, menos a corja social comunista que se manterá ao leme do Estado, usufruindo das benesses e privilégios, já não teremos energia para parar o veículo que nos conduzirá ao socialismo.

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  4. 11 Dezembro, 2018 13:16

    Podia dar sequência ao seu tratado sobre estética e tentar perceber porque chamam árvore de Natal àquela coisa que teimam colocar todos os Dezembros no Terreiro do Paço.

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  5. Daniel Ferreira permalink
    11 Dezembro, 2018 13:38

    O que seriam dos países europeus sem as habituais novelas maçónicas, vulgarmente narradas como “manifestações do povo” mas feitas por gente pagas por eles mesmos.

    “The best way to control the opposition is to lead it ourselves.” – Vladimir Ilyich Ulyanov, um dos maiores doentes e genocídas do século XX, eternizado como Lenin não vá o povo interrogar-se se o nome seria indicativo de mais qualquer coisa

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    • Daniel Ferreira permalink
      11 Dezembro, 2018 18:19

      E claro, já está marcada para dia 21 a continuação da novela maçónica cá pelo burgo.
      Afinal de contas, o Grupo Oriente Lusitano não passa de um conjunto de idiotas úteis da casa-mãe L’Ordre Maçonnique Oriental, fazendo o que fazem por lá.

      Triste gente

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  6. Carlos Reis permalink
    11 Dezembro, 2018 14:19

    E essa árvore de Natal será a maior de, da, do…? É que nestes casos parece que o tamanho importa.

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  7. JPT permalink
    11 Dezembro, 2018 14:58

    Aqui, mesmo que aconteça, não vai abrir o noticiário. Hoje, no Seixal, o povo em fúria com a supressão de horários, tomou de assalto um cacilheiro e, no telejornal do almoço da TVI, a notícia passou às 13h30. E no CM online, só se encontra fazendo “search” e aparece depois de uns tipos a fazer o amor em Gizé…

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  8. colono permalink
    11 Dezembro, 2018 15:10

    Quando a revolução chegar a Portugal… usaremos o celebre barrete dos forcados…

    O PAN , estará connosco…

    Por falar em PAN… concordo com a proposta parlamentar de proibir os restaurantes, tascas e roulottes, de usarem o termo: Há cachorros quentes”

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    • Daniel Ferreira permalink
      11 Dezembro, 2018 18:40

      o PAN, mais um daqueles partidos patrocinado pelo sr. Rockfeller (para quem não sabe, PETA é só mais uma organização patrocinada por este senhor), com o intuito único e claro de espalhar discórdia e confusão nas sociedades. Isto para além das ligações a associações catalogadas como terroristas. O facto de que são a organização que mais eutanisa animais são mesmo pormenores.
      Obviamente convém perceber que para esses senhores, nós valemos menos que animais e o aparecimento do PAN é mesmo para efetivar esta causa. Introduzem leis onde os direitos dos animais (alguém deve falar animalês para perceber o que eles querem) se sobrepõe aos das pessoas e as condicionam e temos também que se você abandonar um idoso em casa não lhe acontece nada… Mas se abandonar um cão está a infringir a lei. Cada um que tire as suas ilações!

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  9. Tiro ao Alvo permalink
    11 Dezembro, 2018 17:03

    Uma coisa parece certa: na França, tal como aqui em Portugal, uma grande maioria não se revê nos políticos dos Partidos existentes, sendo muito elevada a abstenção e sendo certo que há muita gente que vota constrangida, a pensar “do mal, o menos”.
    Isto quer dizer que se os nossos Partidos, todos os Partidos portugueses, não mudarem a maneira de recrutar os seus militantes, vamos ter na rua, qualquer dia, coletes de uma cor qualquer, talvez azul ou verde, ou até, branca. E eu, não sendo bruxo, arrisco que isso não demorará muito.
    Devo dizer que vejo algumas vantagens em manifestações desta natureza, ou seja, manifestações sem enquadramento político-partidário ou sindical, pois penso que essa é a forma dos políticos profissionais acordarem e dos melhores se chegarem à frente, num novo sistema de eleição, que nos permita castigar os políticos corruptos e sentir-se melhor representado nos órgãos do poder eleitos.
    Este tempo em que consideramos que todos os políticos são corruptos tem de acabar, e era bom que acabasse depressa.

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    • 11 Dezembro, 2018 17:04

      A outra opção é acharmos que os políticos são virtuosos. Prefiro a versão dos corruptos.

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    • Tiro ao Alvo permalink
      11 Dezembro, 2018 17:37

      Victor, talvez não me tenha feito entender: eu não defendo que todos os políticos são virtuosos, pois sem bem que muitos são corruptos, como se tem visto. O que defendo é que se ultrapasse este estádio e que seja possível, no futuro, considerar os nossos políticos como pessoas normais, admitindo que alguns são virtuosos e alguns outros são corruptos, se os deixarem – todos corruptos é que me parece mau.
      E dou-lhe um exemplo: o nosso presidente da Assembleia de República, ao saber que havia deputados que, de forma ilegal, marcavam presenças de outros, disse que essa questão deveria ser, prioritariamente, resolvida pela direcção da respectiva bancada, e pelos eleitores. E eu pergunto: na minha qualidade de eleitor como posso eu castigar um qualquer candidato que se tenha portado mal nesta matéria? Não tenho nenhuma possibilidade, como sabe. Eu voto em listas, organizadas pelos Partidos, por critérios muito deles, e estamos nisto. E não vejo vontade de mudar a lei eleitoral, adoptando um sistema misto, com um elevado número de círculos uninominais. Para eu poder riscar os nomes de quem não gosto e não quero que me represente.
      Como as coisas vão, não vejo forma de mudar, a não ser que seja à força, que desejo, não passe além da força de coletes, sejam eles de que cor for.

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  10. Procópio permalink
    11 Dezembro, 2018 17:53

    O vitorcunha anda chateado, eu compreendo, razões não faltam.
    Ao longo da história tem havido bastas tentativas de escravisar o povoléu.
    São lideradas por gente sem escrúpulos, frequentemente assassinos que dizem prezar a democracia (deles) e amar a libedade (deles) de fazer o que muito bem lhes apetece.
    São curiosamente incentivadas por intelectuais que se julgam muito entendidos, palram muito à volta de cículos quadrados e enganam muito mais.
    Essas tentativas acabam frustradas, sem o sucesso esperado, embora martirizem milhares, por vezes milhões durante algum tempo, sempre demasiado tempo.
    Apesar de todas as mordaças, prepotências e presdigitações a roda pesada move-se.
    Já se ouve aigum ruído, lá longe até crepita.
    Os coletes amarelos não fazem Dior, mas por detrás dos coletes há mais roupa, é na roupa interior que está a estética que precede o movimento. Anime-se!

    O vitor já deve ter passado por esses momentos críticos. Não se começa por mostar a roupa interior, paralizava ainda mais o trânsito, isso nunca. Há os momentos chave.
    Embora a moda portuguesas esteja bem entregue aos vários géneros, os estilos que fazem furor acabam sempre por vir lá de fora.
    Somos preguiçosos por natureza, mas as novidades acabam por ser recebidas de braços abertos. É preciso saber esperar.
    Hoje somos nós os impacientes, amanhã serão outros.

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  11. Procópio permalink
    11 Dezembro, 2018 18:29

    Nem tudo tem que ver com estética.
    No forro das minhas algibeiras já só tenho dois euros.

    O meu sobrinho traduz-me o Guardian, nas novas oportunidades só me ensinaram inglês técnico. Alínea a), como palmar um subsídio chorudo. Está-se mesmo a ver, chumbei.

    “International Monetary Fund (IMF)
    IMF warns storm clouds are gathering for next financial crisis
    Deputy head David Lipton says global banking system is not prepared for another downturn”

    O rapaz dise. não tem nada a ver connosco, O sem tino já enviou a massa.
    Agora já respiram.

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  12. 11 Dezembro, 2018 20:20

    Viver debaixo da Ordem de Bruxelas é assim como …. ser atropelado por um TIR …. daí os coletes amarelos de acidente!!

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