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Nanny state

8 Fevereiro, 2019

21 de Agosto de 2009:  na praia Maria Luísa, um grupo de banhistas ignora o aviso “arribas instáveis” e instala-se junto às arribas.. Pelas 11h 30 a falésia desmorona-se. Morrem cinco pessoas. Três ficam feridas. Segundo os jornais terá sido a sombra a trair os banhistas que ignorando o aviso “arribas instáveis” procuram escapar do sol junto à falésia. Para lá do aviso junto à arriba era visível na praia  o monte de pedras caído na última derrocada.

Fevereiro de 2019: sabe-se que em Março vai ter lugar  o processo movido pelas famílias das vítimas contra o Estado a quem pedem uma indemnização civil de 911 mil euros . As famílias das vítimas consideram que existiu “omissão de deveres que competem ao Estado, através de diversos institutos, porque havia uma falésia que tinha de ser monitorizada para não constituir risco”. Apesar das placas colocadas a indicar risco, de acordo com os peticionários, “não foi avaliado o risco real do que poderia representar a queda da falésia”. Segundo estes, a queda do leixão deveu-se à sua instabilidade, provocada pelo desgaste na sua base, o que levou à falta de sustentação.

Confesso que não entendo: quando as famílias das vítimas alegam que “não foi avaliado o risco real do que poderia representar a queda da falésia” estão a falar de quem? Certamente que dos seus familiares adultos que tomaram a decisão de se abrigar do sol junto à falésia e que não só subestimaram a natureza instável da falésia como os avisos que lá se encontravam.

 

 

19 comentários leave one →
  1. Mario Figueiredo permalink
    8 Fevereiro, 2019 18:27

    Eu ajudo, Helena. Por “risco real”, os queixosos referem-se à falta de uma palavra no dito aviso. “Perigo. Zona Restrita. Arribas Instáveis. Mesmo!

    Temos exemplos semelhantes, particularmente nos Estados Unidos, onde sinais de perigo não dispensaram pedidos valentes indemnizações (raramente concedidos), porque se alega ser também obrigação do Estado-Instituto-Empresa-Etc ter lá alguém a monitorizar se as pessoas respeitavam o dito sinal.

    Aqui, para ser franco, o problema não é tanto o nanny state. É mesmo tão e somente a ganância de advogados predadores sobre vitimas do infortúnio.

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    • André Miguel permalink
      8 Fevereiro, 2019 19:53

      A ganância dos advogados?! LOL

      A chico-espertice tuga é que não tem nada a ver com o assunto.

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  2. 8 Fevereiro, 2019 20:06

    não vão roubá-la

    aproxime-se bem e leia com atenção

    E mais- basta fazer pesquisa no Cocanha 2009 mês de Agosto

    A HM e eu não mudámos de opinião contrária

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  3. 8 Fevereiro, 2019 20:10

    a tabuleta discreta que estava há perto de dois anos e mesmo assim não foi capaz de evitar o acidente Isto em “lições de sinalética”

    Na altura, aqui no Blasfémias, fartaram-se de bater nos mortos.

    E havia uma dona Calixto que até tinha andado a mandar serrar a arriba e a coisa ficou ainda mais frágil.
    A dona Calixto era a dona cacique da altura

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  4. 8 Fevereiro, 2019 20:14

    Só relativizei um pouco o caso depois de ter andado pela Cornualha e ver como lá aquilo abate a sério, nada impedindo que até toldos e banheiros tenham mesmo debaixo delas

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  5. Leunam permalink
    8 Fevereiro, 2019 20:19

    As pessoas que se aproximaram da falésia e junto dela se abrigaram provavelmente seriam todas analfabetas e por isso entenderam que o ou os cartazes de advertência eram Publicidade ao Algarve das belas praias!

    Agora a sério:
    Se o Estado português apresentou, atempadamente, as devidas condolências às famílias dos ali falecidos, elas têm que se considerar totalmente ressarcidas do infortúnio.
    Ponto final.

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  6. Velho do Restelo permalink
    8 Fevereiro, 2019 20:23

    Aproveitando que o jornaleco não anda hoje por aqui,
    vou meter um pouco de matemática na coisa!
    Sim, é bonito falar de “riscos”, mas convém saber o que é.
    Confesso que “risco real” não sei o que é, mas risco dum certa situação é a probabilidade desse situação acontecer!
    No caso, a probabilidade de alguma parte da falésia cair em cima de alguém !
    Ou seja, (a probabilidade do material cair) X (a probabilidade ter gente lá em baixo).
    Como é difícil prever quando é que o material vai cair, costuma actuar-se no 2º factor, ou seja, fazer os possíveis para que não haja ninguém no local.
    Mais importante que o risco, são os custos associados, ou seja o custo do acidente e o custo da solução.

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    • Velho do Restelo permalink
      8 Fevereiro, 2019 20:24

      Sim, o $ está sempre presente. Como é que se evita a queda dos materiais ?
      Uma parede de cimento por exemplo! Eficaz, mas pouco razoável.
      Como é que se evita que haja pessoas lá em baixo ?
      Pois, há muitas soluções (avisos, rede, arame farpado, campo de minas …),
      mas nenhuma 100% eficaz, sobretudo porque dependem do bom senso dos visados !
      A solução da “tabuleta/aviso”, pode ser a mais barata, e até seria eficaz se os visados souberem/puderem ler e tiverem bom senso!
      Sim são muitos “se”, mas ninguém disse que a vida era fácil … e eu não gosto nada de pagar pelos erros dos outros !

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      • Velho do Restelo permalink
        8 Fevereiro, 2019 20:25

        Sim, o $ está sempre presente.
        Como é que se evita a queda dos materiais ?
        Uma parede de cimento por exemplo!
        Eficaz, mas pouco razoável.
        Como é que se evita que haja pessoas lá em baixo ?
        Pois, há muitas soluções (avisos, rede, arame farpado, camp0 de minas …),
        mas nenhuma 100% eficaz, sobretudo porque dependem do bom senso dos visados !
        A solução da “tabuleta/aviso”, pode ser a mais barata, e até seria eficaz se os visados souberem/puderem ler e tiverem bom senso!
        Sim são muitos “se”, mas ninguém disse que a vida era fácil … e eu não gosto nada de pagar pelos erros dos outros !

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      • 8 Fevereiro, 2019 20:38

        Tosco- viste onde estava pregada a placa e o tamanho dela?

        Para ver a placa era preciso estares mesmo debaixo da arriba e com o nariz em cima a tentares ler!

        Palermas, facciosos, sempre com o mantra já feito.

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  7. 8 Fevereiro, 2019 20:23

    ehehe

    Achei piada reler o que comentei na altura, aqui no Blasfémias, com post com o mesmo título

    Em 10 anos as pessoas acalmam um niquinho. Até eu.

    AHAHAHAHAHAH

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  8. 8 Fevereiro, 2019 20:27

    Mas continuo a achar que acertei em cheio na mesma mongalhada de sempre e pelo mesmíssimo tribalismo de sempre.

    Aquilo não era um local selvagem. Ponto final.

    Se, para se saber que há perigo da arriba ter derrocada que atinge, como atingiu, vários metros em redor, é preciso chegar lá mesmo o nariz para ler a tabuleta que está em foto no Cocanha, então a imbecilidade é fértil.

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  9. 8 Fevereiro, 2019 20:36

    E as desculpas da “Calixto Precisamente” que até fazia poesia e dizia: ““precisamente, esse olhar, precisamente, foi um olhar sobre o troço e não um olhar sobre o local”.

    E eu traduzi assim: “Eu traduzo, completando as palavras dela- “esse olhar, precisamente, foi do troço e os técnicos até garantiram que nem eram precisas as inspecções obrigatórias pois nada, no troço, indicava perigo de queda de arribas instáveis- as do troço- em geral- e não esta “do local”.

    aqui .
    Quando era mais brava.
    E nem sei, nem me preocupei em saber, de que partido era a maluca e demais malucos das desculpas da praxe.

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  10. 8 Fevereiro, 2019 22:56

    “Máquinas em Movimento” não chega. É também necessário por uma vedação com indicação “Proibida a circulação de pessoas estranhas ao serviço”.
    Quem passar a vedação deve ser pesadamente multada.
    É o que que se faz nos estaleiros… e porque não nas praias ?

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  11. 9 Fevereiro, 2019 01:14

    Eu diria que quem se metia a passar por esta estrada também deveria assumir a responsabilidade de aquilo um dia poder ruir e não responsabilizar o “Estado” e governo.
    Claro que o maniqueismo partidário é como o maniqueismo jornalistico, só se olhe e aponta o dedo para a casa dos outros.

    https://images.impresa.pt/expresso/2018-11-20-pedreira-antes.BMP/16×9/mw-680

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  12. 9 Fevereiro, 2019 09:32

    Esta cretinice dos responsáveis, descartarem-se sempre com a sinalética ou qualquer alínea de treta de algo que, na prática, está errado, é o habitual

    Ainda ontem tentava atravessar uma rua, onde estava um tapume por causa das obras, sem haver o menor túnel ou forma de peão poder passar por essa esquina, com os carros a passarem rentes.

    Tinham polícia a vigiar o trânsito. Eu, e outras pessoas, para podermos chegar aos semáforos (sempre colocados nas esquinas, para depois, quando fica verde, se apanhar com os carros disparados vindos de lado) tínhamos de ir para a estrada, passar por cima de poças de água e tentar que nenhum carro, ou camião das obras que por ali andava, não nos passasse por cima.

    Chego ao pé do polícia, e até com ar meio a rir, digo-lhe: “peão sofre, agora fica em último lugar de protecção”.
    E responde o palerma do polícia. “está ali a placa a sinalizar”.

    Está tudo dito. Uma placa a sinalizar que têm o passeio ocupado e os peões a terem de ir para a estrada para poderem atravessar no único local possível, e dentro da lei- nos semáforos.

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    • Velho do Restelo permalink
      9 Fevereiro, 2019 15:58

      Então porque não lhe chamaste TOSCO ?

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      • 9 Fevereiro, 2019 16:14

        Achas que merecia a pena?
        Um tosco que cumpre ordens nem percebe a incongruência de o mandarem vigiar um passeio e uma estrada, para proteger as obras contra os peões que por aí têm de passar.

        Está lá a sinalética das obras para os carros e para quem saiba ler e ele vigia o trânsito.
        As pessoas são obrigadas a ir pela estrada porque foi isso que foi feito- um taipal sem corredor de passagem.

        Ele nem pode sequer dizer a quem transita a pé que está lá a placa a dizer para não ir por aí.
        Porque não está nem foi intenção de cortar a passagem aos peões.
        Apenas a de alertar os carros.

        É assim- peão cada vez conta menos e a toda esta imbecilidade da sinalética e das biclas e trotinetas ecológicas é anormalidade a acrescentar às cavalgaduras do asfalto.

        Já nem se pode andar a pé sem se arriscar ser atropelado por toda essa cambada em cima de rodas.

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