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Linda homilia de Páscoa no Porto

21 Abril, 2019

O bispo do Porto reservou a sua homilia de hoje para dizer tontices acerca do trabalho por turnos e a abertura dos supermercados e centros comerciais aos Domingos.

É uma lengalenga com muitos anos, mas o facto de ser antiga e lembrada num dia como o de hoje em que se celebra a transcendência e alegria da ressureição de Cristo torna a coisa mais disparatada e contraproducente para a re-afirmação da Igreja e cultura católicas na sociedade.

Diz o bispo Linda:

“De tal forma que fé em Jesus Cristo, crença na ressurreição, guarda do Domingo como dia absolutamente diferente e celebração festiva aglutinaram-se numa mesma unidade, qual marca identitária da cultura ocidental humanista.

Esta marca está a perder-se. E a perder-se em detrimento da dignidade pessoal e dos direitos humanos. Pensemos no novo esclavagismo da laboração contínua, «legalmente» imposta pelos novos senhores do mundo que dominam a economia e, por esta, os governos. Pensemos como os critérios dos «turnos», em sectores onde, para além da ganância, nada os justifica, a par dos graves transtornos psicológicos do trabalhador e do fracionamento dos encontros familiares, está a gerar a «morte do Domingo», o fim dos ritmos semanais, a abolição dos verdadeiros momentos celebrativos e o fracionamento da família e das relações de amizade. O mesmo se diga da abertura dos supermercados e dos centros comerciais ao Domingo, expressão de um certo subdesenvolvimento humano e mesmo económico. Enfim, está-se a gerar uma civilização fria, sem alma, individualista, sem profundidade de relações e até mesmo sem outros contactos que não sejam os da «realidade virtual».”

É justo referir que o actual bispo do Porto não pediu nesta homilia a intervenção do estado nem da legislação para proibir ou limitar o horário de funcionamento do comércio ou “regular” a organização da produção. Mas, atendendo ao que no passado já muitos outros membros do clero defenderam e à referência que faz a “países mais ricos” supostamente não abrirem supermercados ao domingo, indica que o bispo veria com muito bons olhos que tal acontecesse.

Gostava de lembrar a Manuel Linda que se os estabelecimentos comerciais estão abertos ao Domingo, é porque há clientes que os frequentam e daí terem funcionários a assegurar a operação de retalho. O bispo quer impôr através da força da lei dos homens aquilo que considera serem as boas prácticas dos fiéis? E quem não é cristão ou nem sequer tem fé, ver-se-ia confrontado também a tal restrição?

Já agora, que palavra de conforto teria o bispo para aqueles trabalhadores que deixariam de ter oportunidade de ganhar mais algum dinheiro para o seu orçamento familiar trabalhando ao Domingo? E às famílias dos trabalhadores que fiquem sem emprego pelas empresas perderem encomendas deixando de laborar em contínuo, o bispo vai-lhes levar pão para a mesa? E que tipo de celebração familiar entende Manuel Linda ser aquela dos desempregados que deixem de poder finalmente encontrar um turno de trabalho remunerado?

Com franqueza custa-me criticar a hierarquia da Igreja em tempos de narrativas politicamente-correctas que querem apagar qualquer referência à fé dos homens e finalmente “matar” Deus. Ainda por cima no dia em que se celebra a Páscoa…

Mas ver dirigentes católicos entrar em discursos deste tipo, com adjectivações deste calibre, sobre temas que pouco têm que ver com a Fé, faz-me urticária.

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51 comentários leave one →
  1. Luis permalink
    21 Abril, 2019 23:44

    Telmo
    O Bispo não defendeu qualquer lei proibitiva de atividades ao Domingo e acho essa sua interpretação completamente abusiva (como, aliás, o seu texto chega a reconhecer, pois hesita em colocar essas palavras na boca do Sr Bispo, embora depois raciocine como se ele as tivesse proferido).
    Provavelmente tenho a mesma opinião que o Telmo sobre o trabalho ao Domingo, mas é perfeitamente legítimo que o Sr Bispo chame a atenção para os seus impactos, nomeadamente a quebra de rotinas coletivas que, sendo possivelmente inevitáveis, podem ser atenuadas para salvaguarda de aspetos importantes da vida familiar e social.
    Esquecer que esses impactos existem é um erro

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    • fgcosta permalink
      22 Abril, 2019 11:31

      Diga lá uma coisa (uma qualquer) que não tenha impactos. Há 41 anos que faço urgências aos fins de semana e feriados e não preciso de zeladores para lidar com os impactos e compensá-los. É o que faz qualquer pessoa racional.

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      • Luis permalink
        23 Abril, 2019 00:05

        Amigo fgcosta, eu também não tenho horários e nem me pagam mais por isso nem pelo trabalho fora de horas.
        O que eu comentei – e é verdade – é que o Sr Bispo deu apenas uma opinião, sem sequer sugerir uma proibição legal. Quem concorda, concorda. Quem não concorda, não concorda. No entanto, o que o Telmo AF fez foi pôr na boca dele algo que ele não disse. E eu faço notar isso com a independência de quem está, com toda a probabilidade, mais próximo da visão económica do TAF do que da do Sr Bispo. Foi só isto.

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  2. JCA permalink
    22 Abril, 2019 00:25

    .
    Uma sugestao,
    .
    se 3 uns 4 ou 5 multimilionários de repente e sem arrepio saquem do bolso uns quase mil milhoes de euros para reconstruir a igreja Notre Dame é um gesto pessoal generoso e sem critica, dao do que é deles, macron gosta, ponto final,
    .
    mas a igreja das catacumbas e dos pobres talvez ficasse bem afirnar-se que ‘esse dinheiro seja dado a quem o salario ou a pensão nem chega a meio do mês’,
    .
    que grande exemplo e autoridade a Igreja assumiria entre os crentes, os nao crentes e inter-religioes.
    .
    Macron ou outro politico qualquer tem uito onde ir buscar o dinheiro para reconstruir a bela Note Dame, as tais pedras que falavam a França que aredram …
    .
    uma sugestão socialmen e humanamente telurica,.Nem seria de direita, nem de esquerda, nem conservadora nem populista nem algures nem nenhures. Apenas Humanista, socialmente central,
    .

    mas será ou seria tê-los no sitio, se os houver ou houvesse …. Se não gostarem aguentem-se com a ressaca.

    .

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    • 22 Abril, 2019 01:10

      Acontece que o proprietário da Notre Dame é o Estado Francês que se diz laico e republicano… O Macron, aliás, vendo que já pôs a ‘patita’ na poça, já vem dizer que deve ser a Europa a pagar este tipo de acidentes com o património europeu. Isto depois de se ter afastado o cristianismo como um dos pilares da civilização e da cultura europeia…
      Este liberalismo sem regras, cego e vesgo, brutalmente darwinista que tem atacado os espíritos mais ávidos e fraquitos da nossa Europa traz consigo milhentas contradições. Muitas delas são vísiveis nos disparates que se podem ler neste post e nos comentários de alguns dos leitores deste blogue.
      Quanto ao dinheiro ser dos rapazes do capital, é bom que os proprietários de lojas de luxo dos Champs Elisées tenham cuidado com a fúria dos coletes amarelos.

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    • Oscar Maximo permalink
      22 Abril, 2019 07:08

      Mudar o destino do dinheiro doado é uma prerrogativa de Portugal.

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  3. Jornaleco permalink
    22 Abril, 2019 00:30

    @ Luis
    Independentemente do artigo e do tema escolhido pelo autor Telmo, que eu agora não posso criticar, este bispo do Porto já disse coisas, que não são dignas de um bispo, e que foram um grande insulto contra a fé cristã.

    Ele uns mêses atrás cometeu blasfémias, de tal modo, que percorreu a Europa, e deu nas vistas. As palavras por ele proferidas eram dignas de um burro e de um ateu, mas nunca de um bispo correcto e fiel à obrigação dele.

    Ele tem que escolher. Ou é ateu, então fora da igreja com um pontapé na parte trazeira, ou é (e quer ser) cristão (com todos os custos). Mas o que ele disse, foi uma verdadeira vergonha.

    O que é que ele, o bispo, afinal disse?
    Pesquise um pouco, e depois encontrará.

    Para mim esse tipo deixou de ser católico.

    Isto não é nenhuma critica ao seu comentário, nem ao artigo do Telmo.

    Mas se for verdade, e tudo indica que sim, este bispo não tem o cérebro onde o devia ter e o coração também deve estar mal colocado. Alguém o devia obrigar a procurar outro emprego, e abandonar a Igreja Católica.

    Este bispo quer agradar ao inimigo. E isso não pode ser, não funciona, nunca funcionou.

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  4. 22 Abril, 2019 01:02

    O bispo do Porto disse o que um membro da hierarquia católica deve dizer nesta data: falar da mensagem de Cristo.
    Em tempos como este confunde-se o que não deve ser confundido: o desenvolvimento económico,não significa nada se não for colocado ao serviço do Homem.
    Ainda ontem ouvi o bispo de Setúbal falar nestes termos: A Igreja deve colocar-se ao lado daqueles a quem está vedada qualquer possibilidade de ascensão social. Infelizmente, cada vez é mais essa a realidade para muitos de entre nós…

    Para que se saiba: https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina_Social_da_Igreja

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    • Mario Figueiredo permalink
      22 Abril, 2019 01:31

      A Doutrina Social da Igreja não isenta um bispo de fazer passar a mensagem de Jesus. Em particular num dia tão especial como este. Tal como TZA pretende defender, o problema actual da Igreja não é a sua doutrina social, mas sim a sangria de fiéis e o enfraquecimento a olhos vistos da sua estrutura. Não é com discursos laborais que a igreja conquista novos fiéis, ou transmite uma palavra de amor e consolo aos existentes. É com o discurso da fé.

      Pior, o Bispo faz descer a Igreja ao nível da política, ao aproximar o seu discurso desta. E exactamente por isso, acaba por cometer todos os erros que se esperam deste tipos de narrativas; o discurso do Bispo é demagógico, populista, e sem observar as consequências do que defende. O que este “tipo de Igreja” acaba por fazer é remover a fé da doutrina e transportá-la para o domínio do debate politico-social. É a auto-destruição da igreja.

      Não existem muitos ateus como eu que defendem a presença da Igreja na nossa sociedade e estão dispostos a lutar por ela. Mas existem, isso sim, muitos fiéis empenhados em a destruir.

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      • 22 Abril, 2019 01:38

        Não concordo com o que diz. Repare que o discurso do bispo do Porto é muito semelhante aos diversos discursos feitos nesta data por outros bispos.
        Numa época como a actual, a Igreja deve falar de fé e deve falar do que a sustenta. Se para muitos isso é fazer política, paciência…

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    • Miguel Dias permalink
      22 Abril, 2019 21:56

      “daqueles a quem está vedada qualquer possibilidade de ascensão social. Infelizmente, cada vez é mais essa a realidade para muitos de entre nós…”

      Responsabilidade das políticas de esquerda implementadas nos últimos anos em Portugal, que estão a destruir a ascensão social.

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  5. sam permalink
    22 Abril, 2019 05:47

    Sim, há “países mais ricos” onde a generalidade dos comércios não funciona aos domingos. Países onde, na visão de TAF, os coitadinhos dos trabalhadores não têm oportunidade de ganhar mais algum dinheiro, as famílias dos trabalhadores que perdem o emprego pela falta de laboração em contínuo não têm pão na mesa e os forçados ao desemprego não têm direito a celebrações festivas. Como é evidente para quem visite, por exemplo, a Suíça.

    Aguardamos agora com ansiedade o próximo post de TAF, onde, de forma consequente, ele defenderá com unhas e dentes a abertura aos domingos da generalidade da função pública, dos bancos e da construção civil. E partilhará connosco o seu próprio exemplo, de pessoa que faz questão de trabalhar ao domingo, ganhando como em qualquer outro dia da semana, para servir a sociedade na diversidade de crenças e necessidades, e pôr pãozinho fresco na mesa familiar.

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  6. licas permalink
    22 Abril, 2019 07:05

    ano 2000, ou por aí, e o Partido da DC estoirou.
    Do facto pode sentir-se a quebra fatal da importância da igreja católica mesmo na Itália.

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  7. Maria permalink
    22 Abril, 2019 09:10

    A melhor mensagem de Páscoa.

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  8. Maria permalink
    22 Abril, 2019 09:25

    Concordo totalmente com as palavras do Sr. Bispo!
    Os seres humanos precisam de socializar em família para se manterem tranquilos. As crianças precisam dos pais em casa ao fim de semana… O casal precisa de tempo em família para relaxar e preparar-se para a semana seguinte.

    Sr. Telmo, não deve ter crianças em casa ou então não tem paciência para estar com elas… Peço desculpa pela indelicadeza, mas considero as suas afirmações patéticas e de um grande egoísmo. Muitas pessoas que trabalham ao domingo têm família que precisa mais delas do que o Sr. que não deve conseguir organizar-me sem ir ao supermercado ou ao Shopping ao Domingo.

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    • Pedro Dias permalink
      22 Abril, 2019 16:25

      E futebol aos domingos, pode ser? E os hospitais, podem estar fechados? E os transportes (aviões, comboios, táxis, etc? E o clero também não pode exercer? E os hotéis, também estarão fechados? E a polícia? E os seguros? E os mil e uns etcetras desta vida?
      Que grande xarope!!!!!!!!!!!

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  9. 22 Abril, 2019 09:41

    o senhor Bispo não deixa de ter razão quando finaliza assim “Enfim, está-se a gerar uma civilização fria, sem alma, individualista, sem profundidade de relações e até mesmo sem outros contactos que não sejam os da «realidade virtual» , ainda que esta situação não tenha a ver com trabalho ao domingo e por turnos…aliás, duvido muito que quem trabalha ao domingo fosse à missa caso estivesse de folga.

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  10. 22 Abril, 2019 09:55

    e não havendo estabelecimentos abertos ao domingo , desde cinemas a cafés ou parques de diversões, dir-me-ão onde irão as famílias socializar, sobretudo no Inverno e Outono ? ficam em casa cada um no seu ecrã ? e os velhotes, fechamos o lar ao domingo e passam fome para o pessoal poder passar o week end em casa? eu compreendo o sentimento, mas a família actual não é a do século XIX nem sequer do XX.

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  11. Velho do Restelo permalink
    22 Abril, 2019 10:09

    Não é só o Sr. bispo que erra por misturar política com religião.
    A nossa direita também erra quando centra o seu discurso na religião (católica).
    O bispo está preocupado com a laboração contínua?
    Que eu saiba, a lei obriga a períodos de descanso obrigatório, não necessáriamente no sábado/domingo!
    Está preocupado com os funcionários dos supermercados?
    Então e os médicos, enfermeiros, polícias, taxistas, … ? Esses não são gente ?
    Não têm família ?
    Pois é, mandar bocas é fácil; ter um discurso coerente é que distingue um ser racional dum rafeiro que ladra a tudo o que lhe cheira a “diferente”.

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  12. Luís Lavoura permalink
    22 Abril, 2019 10:11

    Portanto, o Telmo acha que deve ser permitido trabalhar ao domingo. Ainda bem.
    Também acha que o suicídio assistido deve ser permitido? Ou, nesse caso, já é a fovor da proibição?
    É que, se se é liberal numas coisas, não convem ser proibicionista noutras…

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    • 22 Abril, 2019 10:20

      Se és comunista e socialista numas coisas, também não devias ser liberal noutras

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    • fgcosta permalink
      22 Abril, 2019 11:28

      Estando eu particularmente à vontade para opinar (sou médico com 41 anos de carreira e continuo a fazer urgências de 12 horas fim de semana 3 x por mês), detestaria que tivesse deixar de as fazer por ordem do sr. bispo ou de outros zeladores sociais. Mas já agora, o que têm essas pessoas, sempre tão preocupadas com o bem dos outros e opinião própria, a dizer dos trabalhadores dos restaurantes, e cafés, e cinemas, e transportes, e bombas de gasolina, e eventos desportivos, e feiras, e festivais, e seguranças, e discotecas, e jornais, e televisões e rádios?

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      • 22 Abril, 2019 11:56

        Doutor F. G. Costa, evite-me a mesquinhez de entrar em pormenores, mas não queira comparar a sua situação -que desconfio que já foi bem melhor- com a situação laboral da maior parte dos trabalhadores das grandes superfícies.
        Por outro lado, senhor doutor, é óbvio que os serviços de emergência têm que funcionar aos fins de semana, mas não vejo a utilidade de as grandes superfícies se encherem de cidadãos em fatos de treino nesses dias.
        O liberalismo advogado por aqui já fez contas aos negócios que estes monopólios comerciais espatifaram?

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      • Velho do Restelo permalink
        22 Abril, 2019 11:59

        Dr. fgcosta, bem que podia ter usado um nick menos “provocador”!
        Com esse nome (…costa), ainda se arrisca a ser “mordido” :).
        Pensando bem, acho que o Sr. bispo não está assim tão preocupado com as profissões que trabalham ao domingo, mas sim com os sítios por onde as “suas ovelhas” se distraem, ou dizem andar quando vão à confissão, para justificar a ausência na missa! Se o Sr. bispo as quer encontrar, vá até à praia, av. 24 de julho, e outros locais que tal … encontra lá muitas!
        E tenha calma, a tecnologia está a resolver esses problemas; ele já pode gravar uma missa no youtube e depois ver quantos seguidores tem .
        Quando a Zézinha se desculpar com as compras, diga-lhe que já as pode fazer pela net com entrega ao domicílio!

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      • sam permalink
        22 Abril, 2019 12:02

        Bem, pelo menos sabemos o que a tua pessoa tem a dizer deles: é evidente que todos adoram trabalhar ao domingo.
        E continuarão certamente a adorar quando se acabar com esse ridículo privilégio de se ganhar mais por trabalho ao fim de semana…

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      • FGCosta permalink
        22 Abril, 2019 16:14

        Ó raposotavaresdosmercados e sam: deixem-se lá de moralismos e digam-nos uma coisa: vocês vão ou não a restaurantes e cafés aos domingos? E vêm ou não TV?
        Depois conversamos

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      • caampus permalink
        22 Abril, 2019 16:27

        E padres.

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  13. Fernando permalink
    22 Abril, 2019 10:27

    Assuntos que nada têm a ver com a fé? Tem tudo a ver com a fé, meu caro. Pelo menos a cristã. A sua (que a tem, mesmo que não o reconheça) não sei.

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  14. fgcosta permalink
    22 Abril, 2019 11:39

    Com tanta gente a achar mal a abertura do comercio (e restaurantes? e cafés? e cinemas? e tv? e jornais? e festivais? e transportes? e etc?), não percebo como é que esses locais de exploração capitalista se aguentam…A não ser que essa gente seja hipócrita ao ponto de os frequentar aos domingos e feriados, coisa que, obviamente, não acontece.

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    • sam permalink
      22 Abril, 2019 12:09

      Eu também não sei como é que alguém se aguenta a trabalhar no SNS. Vamos falar do adicional?

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      • fgcosta permalink
        22 Abril, 2019 17:00

        Mas isso (do SNS )sei eu. Você é que foge á questão. E vai continuar a fugir.

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    • 22 Abril, 2019 16:56

      Gostaria de dizer que não os frequento, mas estaria a mentir. Daí a deixar de me parecer que são cruéis os horários a que os Azevedos, os Santos e quejandos sujeitam os seus trabalhadores ainda vai uma diferença…
      Seja como for, passei a minha meninice a conviver com o comércio fechado aos domingos e aos sábados à tarde e isso não impediu o meu normal desenvolvimento. Vai daí que posso dizer que essa não é uma questão de vida ou de morte para a economia nacional.
      Já os pequenos comerciantes poderão dizer que os liberais deste mundo lhe arrebentaram com a sua vida a troco de pouco mais de nada.
      Curiosamente, certamente agradecidos pelos bons ofícios das ‘autoridades’ portuguesas, os caramelos acima não são de moda e sedearam na Holanda as suas tabancazitas.
      Viva pois, Portugal. Viva a livre iniciativa! E que Deus guarde a livre iniciativa (desde que seja só a nossa…).

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  15. Velho do Restelo permalink
    22 Abril, 2019 12:18

    O verdadeiro problema, é que a tal “direita” (que quer ser “diferente” de tudo o resto, mas ainda não sabe bem como), precisa da missa de domingo e dos padrecos para passar a sua mensagem vazia ! Por outro lado, os padrecos sem “ovelhas”, vêm o seu futuro em risco, e por isso precisam da tal “direita” que lhes promete o lugar de SS (estava a pensar no tacho do Vieira da Silva, embora o papel da gestapo não seja de descurar; confissões, sis, …hummm …) !
    Sim a tal “direita” deixa que seja a igreja com a sua caridade a “garantir” a segurança social dos tugas católicos sem um tusto de impostos! Se necessário institui-se a dízima, mas não é um imposto do estado, é da igreja!
    Os não católicos são perigosos; não se confessam, não contam a ninguém o que andam a fazer … são para eliminar do sistema!

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    • 22 Abril, 2019 12:27

      Velho, não sou rato de sacristia, mas estou mais próximo dessa direita que antagonizas do que da direita que gosta muito da Igreja por causa da solenidade das cerimónias e dos convívios entre ‘gente bem’…

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      • Velho do Restelo permalink
        22 Abril, 2019 14:00

        Caro Tavares, não antagonizo a direita, nem mesmo a que se cola à igreja. Preferia sim que ela clarificasse os seus valores pela positiva e não pela negação da esquerda. Há coisas positivas na esquerda, que a direita poderia tentar melhorar em vez de denegrir só porque foi ideia da esquerda!
        Aproveito para esclarecer que quando falo de “rafeiros” e “morder” refiro-me a outras espécies caninas mais urbanas que têm feito muito lixo cá p’lo blog, mas felizmente hoje estão mais sossegados, e o debate até foi bastante civilizado … coisa que já não se via há muito tempo 🙂

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  16. Leunam permalink
    22 Abril, 2019 13:09

    Ora, ora Sr. Bispo, e no Hiperrmercado, ali para os lados de Vila nova de Ourém, ninguém trabalha ao Domingo?

    Deixe-se de hipocrisias.

    Se for necessário e indispensável trabalhar ao Domingo, por que não fazê-lo?

    A única coisa que a Entidade Patronal tem obrigação de fazer é remunerar sempre o Empregado condignamente, conquanto este desempenhe o seu ofício com profissionalismo e diligência e permitir-lhe a folga a que tem direito por lei ou algo mais, se assim o entender.

    A Igreja católica dispõe de imensos bens por todo o Mundo e se dá ajuda os mais desfavorecidos, não faz mais do que é a sua obrigação e filosofia.

    A minha consideração, estima e respeito vai é para padres como foram o Padre Cruz, o Padre Américo e muitos outros que passaram e passam pelo Mundo a praticar o Bem, a Solidariedade e a darem o Bom Exemplo à Humanidade e não para estas belas figuras gordas e anafadas como atesta foto acima que, se calhar, nunca na vida viram um calo nas mãos nem esperam vir a ver.

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  17. pitó permalink
    22 Abril, 2019 13:45

    Que grande bosta de comentários (segundo a douta classificação de mamadu ba).
    É o espelho dos tugas reles.
    Ficaria melhor uns bitaites sobre bola VAR e gamanços

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  18. Dudu permalink
    22 Abril, 2019 15:36

    Para quem trabalha durante a semana e regressa tarde a casa, é um bem poder fazer compras ao sábado e até ao domingo.
    Ao final do dia de sábado costuma haver missa com igual valor a domingo, para os crentes, claro.

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  19. caampus permalink
    22 Abril, 2019 16:26

    Está gordinho e luzidio… enquanto em Moçambique estão a passar fome .!

    assina: o populista que está na moda.

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  20. 22 Abril, 2019 16:52

    Parece-me que a política não necessita viver no refúgio de qualquer homilia, mas o desejável seria aceitar qualquer crença religiosa, num plano místico ou abstracto, para não evidenciar vitoriosos…

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  21. 22 Abril, 2019 19:11

    O Bispo tem que cuidar da familia dele, dos filhos e netos.

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  22. A.lopes permalink
    22 Abril, 2019 19:26

    Não é por ser bispo que eu deixo de o classificar:é um tolo e irresponsável ! Aliás como já tinha feito há tempos quando se referiu à Virgem como sendo uma espécie de “prostituta”! Das duas, uma : ou o Linda é doido ou então não devia ser padre/bispo!

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  23. 28 Abril, 2019 12:11

    Esta polémica chegou a Espanha. Lá, como cá, esquerdóides, liberais darwinistas e bacocos republicanos laicos e até socialistas atiraram-se com ganas às goelas do desgraçado do bispo. Lá, como cá, esta realidade ficou ausente:

    El País: https://elpais.com/internacional/2019/04/26/mundo_global/1556274443_224615.html#comentarios

    Realidade googlada:
    https://www.google.com/search?ei=aofFXKSgGu3jgweSmYzYCA&q=trabalhadores+dos+supermercados+em+greve&oq=trabalhadores+dos+supermercados+em+greve&gs_l=psy-ab.3..33i160.45745.59125..59890…0.0..0.176.4559.2j36……0….1..gws-wiz.SmG_JBXBZxE

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  24. Angélica Dias permalink
    6 Maio, 2019 16:35

    Caro Telmo,

    Entendo perfeitamente o seu raciocínio, mas interpreto as palavras do Bispo do Porto de maneira diferente.

    A meu ver, D. Manuel está a propor uma reflexão:

    sobre a forma como a sociedade está organizada (até que ponto é imprescindível a abertura dos centros comerciais e supermercados ao Domingo);
    esta medida está implementada desde 2010 e convinha refletirmos sobre aquilo que ganhamos e perdemos desde então;
    -se por um lado, o trabalhador vê o seu rendimento aumentado, por outro lado diminui o tempo que passa com a família e os amigos. Que repercussões isso tem na conciliação da vida pessoal e profissional?

    Estamos a auferir mais rendimento a que custo? Mais: o rendimento auferido no trabalho aos Domingos e Feriados proporciona mais qualidade de vida ou será que o vamos gastar todo na recuperação da saúde que perdemos enquanto trabalhávamos para garantir esse rendimento extra? É que se assim for, o rendimento extra não existe, porque na prática ele vai ser aplicado na farmácia, nos médicos e nos tratamentos para a recuperação da nossa saúde.

    Já basta todos os profissionais que têm de trabalhar aos Domingos e Feriados para zelar pelo nosso bem-estar e segurança, porquê implementar essa medida a outros sectores como a grande distribuição?

    É evidente que a resposta é óbvia.

    No caso dos super e hipermercados e centros comerciais, o Domingo é, de uma forma geral, o dia mais rentável. Daí D. Manuel falar da ganância.

    Mas a ganância a que ele se refere é uma ganância de empresas e consumidores. Quantas vezes compramos algo que nem sequer chegamos a usufruir?

    E se estamos sempre a queixarmo-nos da falta de tempo e do trânsito e das filas porque é que temos a necessidade de frequentarmos os supermercados e os shoppings nesse dia? Vamos ao shoppping com a nossa família e os nossos amigos porque gostamos de conviver uns com os outros nesses ambientes ou porque assim matamos o tempo, porque na verdade estamos a perder a capacidade de falarmos uns com os outros?

    Como cristã, interpreto estas palavras do D. Manuel como um convite para pararmos e pensarmos na forma como gastamos o nosso tempo, o que é que nos faz realmente felizes, como podemos construir uma sociedade mais humana e equitativa, numa perspectiva social e não religiosa.

    Cpts,

    Angélica Dias

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