Saltar para o conteúdo

Eu também quero partilhar o WC com a ministra Vieira da Silva, a bem da nação

20 Agosto, 2019

O despacho nº 7247/2019 é mais uma tentativa do governo em demonstrar que a sua função é a de construir uma sociedade conivente com os seus preceitos ideológicos ao invés da simples gestão da causa comum. Como tal, é mais um exemplo de imbecilidade do triste fado nacional, o de as pessoas serem instrumentos para o governo em directa oposição à ideia primordial da democracia: o de os governos serem instrumentos das pessoas.

O Polígrafo, nome menos subtil e deliberadamente beligerante que o Ministério da Verdade de Orwell, opinou – não, perdão: decretou – que “o governo não obriga as escolas a deixarem que ‘um rapaz, de qualquer idade, que se identifique como rapariga, pode utilizar os balneários femininos mesmo tendo os órgãos sexuais masculinos’ e vice-versa”. O autor do texto, um tal de senhor Polígrafo (sem apelido, como a Madonna), conseguiu escrever tal coisa sem tropeçar na rugosidade do verbo “obrigar”, facto notável para quem se identifica com o género “um amigo dos leitores e um defensor das virtualidades da democracia liberal”. Não que consiga explicar-vos o que são as “virtualidades da democracia liberal”; consigo, sim, explicar-vos o que é uma democracia liberal: é um sistema onde dois paspalhos não determinam por mero despacho as competências logísticas para a higiene nas escolas.

Contudo, diga o que disser o Polígrafo, o despacho nº 7247/2019 visa unicamente a concessão da chave do manicómio aos malucos. Bem sei que a sexualização de crianças está no ADN deste Partido Socialista; tal coisa é, digamos, o seu género. Contudo, a entrega da chave do manicómio a malucos não implica que os malucos deixem de o ser: só significa que os piores malucos obtiveram a chave para o governo por malucos ainda maiores numa poética recursividade demonstrável já a 6 de Outubro.

Que permitiria o despacho, entrando em vigor? Nada. Quer dizer: haveria sempre uma ou outra ocorrência com pais chatos, daqueles chupistas que tentam sacar tudo aos outros; estes vestiriam o Zézinho com o vestidinho de elastano – que o pai desejaria usar na Trumps não fosse um cobarde -, para que o petiz pudesse banhar-se sem ser gozado pelos rapazes, só gozado pelas raparigas; mas, além disso, aconteceria, em pleno rigor, o absoluto nada. É que, por muito que dois chanfrados, que pelo mecanismo de entrega de chaves já descrito, decretem ou despachem aos miúdos para literalmente se irem foder, quem trataria de os foder com a total indiferença da vasta normalidade que subsiste no país (a começar pela maioria silenciosa de abstencionistas) seriam os miúdos deste país que, de género, só conhecem o que lhes entra pelos tablets dentro, nas redes wi-fi das próprias escolas, os géneros mais vistos do YouPorn.

É inconstitucional? É muito provável, o que não é dizer muito: bem vistas as coisas, até a constituição me parece inconstitucional.

10 comentários leave one →
  1. Paulo Valente permalink
    20 Agosto, 2019 12:12

    Ainda não consegui perceber quem é mais parvo. Se os idiotas que nos tentam convencer que há mais do que dois sexos, se os idiotas como o Vítor Cunha que inventaram a ideologia de género. E diga-me lá ó Vítor, os ideólogos de género querem fazê-lo sair do armário onde está tão confortável?
    Santa paciência…

    Gostar

    • Agnelo Figueiredo permalink
      20 Agosto, 2019 14:26

      Ó Paulo Valente, olhe que não foi o Vitor Cunha que assinou o despacho…

      Liked by 2 people

    • 20 Agosto, 2019 14:27

      Ó Paulo Valente, parece que não foi o Vítor Cunha o autor do despacho…

      Liked by 1 person

      • MJRB permalink
        20 Agosto, 2019 15:24

        Paulo Valente se não usa, gostará de usar casas de banho, mictórios, urinóis, wc’s, fossas, e tudo mais que seja público para machos e fêmeas, conforme a excitação. Um despachado e no mínimo voyeur.

        Liked by 1 person

  2. MJRB permalink
    20 Agosto, 2019 15:16

    Óptimo, VCunha !

    Há dias, em Paredes de Coura, quais despachos, qual quê, houve foi despachadas e despachados (os polígrafos dos costumes que desapareçam), e o AC-DC mais os seus despachos que se lixe, foi lá conspurcar uma excelente noite !…
    Foi um fim de semana em cheio no atraente Norte que o javardo, tolo-cabeça aérea e oportunista AC-DC nunca terá capacidades para apreciar: As Festas da Senhora da Agonia com um desfile lindissimo, monumental, mais a Patti Smith e, claro a extraordinaria gastronomia.

    Liked by 1 person

  3. EMS permalink
    21 Agosto, 2019 01:06

    O que é que o Trump tem a ver com isto?

    Gostar

    • Nulo permalink
      21 Agosto, 2019 10:30

      “… desejaria usar na Trumps …” como não sabe também não precisa de saber, ía-lhe fazer mal à cabeça e corria o risco de acabar “genericamente” diferente … lolll

      Liked by 2 people

  4. FGCosta permalink
    21 Agosto, 2019 08:57

    Para os devidos efeitos, torno público que a partir da presente data, sou género fluido (fluid gender), em função do WC que estiver livre

    Liked by 1 person

  5. Beirao permalink
    21 Agosto, 2019 09:36

    O documentário que há dias passou na RTP2 sobre a experiência hippie na Dinamarca, nos anos 60, 70 e 80, em que os filhos desses drogados, alcoólicos, irresponsáveis, anárquicos, de dedo em riste acusam sem piedade seus progenitores de os terem negligenciado e abandonado enquanto se drogavam e fornicavam em incrível promiscuidade, é arrasador para as culturas experimentalistas de esquerda.
    Fantástico documento, factual, das javardices canalhas testes fdp esquerdalhos!
    A manada idiota e mansa não aprende, recusa-se a aprender o que quer que seja com a realidade …

    Liked by 1 person

Indigne-se aqui.