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Um homem de saia no Parlamento

7 Novembro, 2019

Não foi acaso nenhum. Nem sequer foi uma escolha inocente. A indumentária do assessor de Joacine Katar foi pensada do mesmo jeito que Rui Tavares pensou na Joacine para cabeça de lista do Livre: estratégia.

O Livre, que não ganhava nada com seu líder apostou na diferença – digamos que muito original – para chamar eleitorado, criando a ideia de ser extremamente inclusivo com os “desfavorecidos”. Já havia negras na política mas negras gagas, muito gagas, feministas radicais era revolucionário. Quem se lembraria de tal?

Ora, se com a primeira fase da estratégia funcionou às mil maravilhas e com isso elegeu um deputado, a segunda foi ainda melhor: colocar as pessoas todas a criticar o “pobre” transgénero” mostrando que somos um povo “mesquinho” e “conservador” adverso à diferença e assim  claramente dizer  ao país ao que vinha e porque era necessário uma pessoa como ela, Joacine, no Parlamento: acabar “radicalmente” com o preconceito e a discriminação das minorias. Como? Apresentando-se no primeiro dia ao Parlamento com um assessor de… saia. Foi perfeito!

Quase todas as pessoas caíram na “armadilha” e foram apanhadas a falar do óbvio, sem discriminação, mas foi o bastante para que toda a ala esquerda conseguisse passar a mensagem do Livre: “estão a ver como eles são “intolerantes” às minorias? Percebem agora porque o Livre faz tanta falta na Assembleia da República?”.

O ridículo das justificações para a saia do assessor não teve limites. Desde alegar que Afonso Henriques também as usou,  a comparar com o traje tradicional dos escoceses, tudo serviu. Só faltou falar sobre os romanos e egípcios mas deve ter sido só por mero esquecimento.

Ao contrário da maioria, desde o primeiro minuto desconfiei daquela indumentária e por isso não reagi de imediato. Preferi aguardar para ver se o tempo me mostrava a verdade por detrás daquela imagem que me intrigava e eis que me enviam esta foto: Alexandria Ocasio-Cortez com um apresentador activista LGBTQ no Congresso americano.

Dirão que são meras coincidências. Eu digo, são construções. É recorrer ao choque social para mostrar que são “diferentes” no tratamento das minorias.

Mas isso é falso. Se há grupo que menos importância dá às minorias são precisamente os radicais de esquerda. Eles não se preocupam com eles. Usam-nos. Mas não todos: as minorias pobres, brancas ou heterossexuais, não interessam para nada; os idosos e crianças abandonadas (ou traficadas) não lhes interessam para nada; os deficientes também são ignorados; os cristãos perseguidos e assassinados menos ainda. Na agenda só gente de outras raças (menos brancos) e LGBTQ. Precisamente os grupos que eles sabem que criam fissuras na sociedade porque esse é o objectivo.

Se as esquerdas radicais quisessem mesmo lutar pelas minorias não fariam nada para criar atritos com as maiorias, como é óbvio. Sendo  o objectivo a inclusão, não faz sentido nenhum provocar o desentendimento entre grupos, instigar ódios, impor agendas que privilegiam descaradamente e de forma completamente injusta uns em detrimento de outros.

Incluir pressupõe que haja aceitação e para haver aceitação de um grupo em relação a outro não pode haver luta entre eles. Tem de se baixar as barreiras que os separam de forma natural e sem recurso à violência nem por imposição da lei. O problema é que no dia em que as esquerdas radicais pararem de instigar a luta das minorias contra as maiorias, perdem voz, perdem poder, perdem as causas pelas quais dizem “lutar” e “morrem” politicamente.

Por essa razão, isto não passa de show-off. O assessor de Joacine sabia que ir de saia no dia da apresentação dos deputados no Parlamento iria pôr o país a falar dele. Sabia que não era a vestimenta apropriada para aquele evento. Que tal como numa discoteca, num casino, numa gala, numa igreja e tantos outros locais e eventos, onde não se entra como queremos e bem nos apetece, esse não é o “dress code” apropriado na casa da Nação. Mas o objectivo foi mesmo esse: quebrar o protocolo e criar histeria. A prova veio nos dias seguintes: foi à tomada de posse do Governo de fato (muito bem)  mas foi  ao programa da Cristina de calças quando, naquele contexto descontraído, podia ter ido de saias. E não, não foi por medo das críticas.

Portugal é um país muito tolerante e amigo dos estrangeiros. Por isso temos uma sociedade colorida por quase toda a parte até ao próprio Parlamento. Evocar racismo e descriminação é útil para os partidos políticos continuarem a  capitalizar votos à conta dele.

Metam uma coisa na cabeça: esta esquerda radical, onde se inclui o LIVRE, nunca dá ponto sem nó.  Com saias ou sem elas.

19 comentários leave one →
  1. Prova Indirecta permalink
    8 Novembro, 2019 10:17

    Parabéns Cristina , excelente raciocínio e trabalho de casa bem feito . Uma verdadeira lição de deontologia aos merdia nacionais.

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  2. José Reis permalink
    8 Novembro, 2019 10:24

    Já após o 25 de Abril de 1974, o nosso parlamento era a Casa da Democracia que mantinha o decoro e o equilíbrio do bom senso, onde os senhores deputados usavam fato e gravata, com excepção da ala comunista, que para vincarem bem o seu rótulo de proletaristas revolucionários, dispensavam este acessório à volta do pescoço, mas não se passava daí…
    Só que, chegados aos dias de hoje, a rebaldaria e a libertinagem é tanta, que tudo agora é permitido e tolerado, em nome de uma inclusão e igualdade de género demagogicamente rebuscada e enviesada da realidade, indo-se ao exagero do livre arbítrio de se anuir o uso de sapatilhas e t-shirts ou de camisas à bandalheira, já para não falar de mulheres tatuadas e de turbantes na cabeça, ou de cavalheiros com brincos e piercings, ou de toda a qualidade e feitio de gays e lésbicas, mais contidos ou mais histéricas, como até assessores exóticos e coloridos que usam saias só para se diferenciarem e chamarem a atenção de uma comunicação social, cada vez mais em sintonia por uma onda “démodé”, mal comparada ao “bacalhau ou bacanal com todos”.
    Não se admirem que um dia, uma qualquer Cicciolina à portuguesa, ganhe assento na Assembleia, e desate a mostrar os seios como forma de protesto contra o uso reaccionário do soutien, ou acontecer uma réplica no continente, do madeirense José Manuel Coelho, que se dispa até só ficar de cuecas e peúgas, com um cartaz à frente a cobrir-lhe as supostas partes pudibundas, para delírio e risadas das bancadas e das galerias do Portugal modernaço e globalista.
    Uma Europa sem fronteiras, de portas abertas à indecência e à pouca-vergonha de ideias vanguardistas e comportamentos absurdos, vai assistindo, impávida e serena, à sua deterioração e destruição, onde os valores, as culturas e as tradições ancestrais, estão a ser substituídas por mesquitas do ódio, da violência e do fanatismo, ou por bairros habitacionais de gangues de raça negra e cigana que institucionalizaram a destruição e o desacato para reivindicarem a sua condição de desocupados subsidiados, ou de outros, que em nome da tolerância e da defesa do meio ambiente contra o plástico, recorrem na mesma aos silicones e às cirurgias plásticas para retocarem a beleza eterna e a falta de mioleira congénita, como se não contasse, porque a Europa dos brancos, essa raça tão odiada e intolerada, tem de pedir desculpa pela cor pálida da sua pele e por ter mantido um continente europeu, ao longo dos séculos, desenvolvido e em paz, que outros agora se tentam apoderar, depois de em guerras e conflitos permanentes terem destruído e espatifado as terras donde vieram e que deixaram ao abandono.

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  3. Luís Lavoura permalink
    8 Novembro, 2019 10:24

    não era a vestimenta apropriada para aquele evento

    Que disparate, pelo contrário, estava bem elegante, com uma saia comprida.

    Inapropriado seria se fosse de calções ou com uma camisola de alças ou com os pelos do peito à mostra. Ou se a Joacine fosse de minissaia.

    Indo, como foi, com as pernas bem tapadas, nada há a criticar.

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  4. Luís Lavoura permalink
    8 Novembro, 2019 10:26

    isto não passa de show-off

    Exatamente, não passa de uma estratégia de marketing para pôr toda a gente a falar do Livre.

    E a Cristina colabora com essa estratégia ao escrever este post.

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    • Cristina Miranda permalink
      8 Novembro, 2019 10:53

      Negativo. Eu aqui faço o q me compete: DENUNCIAR as manobras do Livre o q é manifestamente muito diferente

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      • 8 Novembro, 2019 11:57

        O Lavoura já está com o nervozinho

        É bom que cheios de tremeliques- E que a preta gaga chame fascistas ao parceiros de extrema-esquerda, como já o fez com o palerma do Daniel Oliveira.

        Embrulhem. Eu vivi isto antes do 25 de Abril.

        A extrema-esquerda à cacetada e em guerras internas em que se preocupavam mais na destruição recíproca no que tal “combate à repressão do regime”.

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  5. Libertário permalink
    8 Novembro, 2019 11:29

    Acrescente que ao erguer-se assim,em bicos de pés,esse Livre, sem outro sinal que o
    distinga do paterno Bloco,adiantou-se-lhe na propaganda mediática.
    No resto dou-lhe razão.

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  6. 8 Novembro, 2019 11:54

    Muito bem, Cristina.

    Parabéns.
    Conseguiu dizer o essencial que se pode resumir a duas ideias.

    O Tavares é o inventor deste circo.

    1- Não há aqui nada que o tenha ultrapassado. Ele é que usou a estratégia dos monstrinhos amestrados para ultrapassar o BE de onde vem.

    2- A Esquerda não dá ponta sem nó. Literalmente.

    Só que eu penso que desta vez, o esperto vai acabar a dar um tiro no pé.

    Porque a preta gaga é estúpida e gaga mental. E o tipo de saias é uma caricatura de tal modo grotesca que não vende votos. E a inveja do BE vai ser grande.

    Sobrando o bom-senso para quem diz- Chega!

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  7. 8 Novembro, 2019 12:01

    Os comunas hão-de estar a rir-se.
    Não é por nada. Mas devem mesmo ser os que mais gozo tiram desta extrema-esquerda que sempre os encanitou por lhes estragar a seriedade da utopia.

    O circo está montado.
    Dancem palhaços, é que o se pode agora dizer a quem apoiar a palhaçada.

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  8. 8 Novembro, 2019 12:03

    Até o PAN foi ultrapassado na caricatura.

    Vão ter de passar a levar assessor – um macaquinho vestido à “preto-da-cada-africana.”

    “:P

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  9. Zé da Póvoa permalink
    8 Novembro, 2019 18:48

    Não entendo estes defensores da igualdade. As mulheres podem andar de calças, mas os homens não podem andar de saias!

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    • 8 Novembro, 2019 19:29

      Andas de saias, ó da Póvoa?

      vá, conta lá. Costumas almoçar com a família usando os vestidos da tua mãezinha?

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    • 8 Novembro, 2019 19:30

      V.s fazem-se de parvos como se isto fosse uma questão de moda fora do tempo.
      Quando é uma causa de rabetice bem na hora.

      Já os outros retardados mentais do BE se tinham mascarado de mulheres até com lenço atado à cabeça para invadirem e vandalizarem aquela barbearia da Baixa onde só faziam barba a homens.

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    • 10 Novembro, 2019 12:29

      Só um esquerdalho ou uma bicha rabeta diriam ums coisa dessas … Zé dadonde? LOL vá às Cachinas de saia vá …. LOL

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