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Dedo do meio é o regulador natural

16 Janeiro, 2020

O conceito de “alojamento local” é estúpido. Ninguém precisa de alojamento remoto a não ser que seja um tractor. Alojamento remoto seria um armazém, pelo que todo o alojamento de pessoas ocorre a nível local, seja qual for esse local.

Hotéis devem ser regulados. Por exemplo, deve existir legislação que obrigue a que um estabelecimento que se identifique como hotel tenha a responsabilidade de limpeza do quarto ao abrigo de um contrato de prestação de serviço ou equiparado. O dito “alojamento local” não deve ser regulado de qualquer forma ou feitio. Qualquer pessoa que transaccione a cedência de um quarto ou de um prédio inteiro mediante a entrega de três chouriços por dia, prestações sexuais duas vezes ao dia ou simplesmente umas notas de euros deve poder fazê-lo sem que o sacrossanto estado meta o bedelho.

Assim sendo, qualquer tentativa de limitar o “alojamento local” deve ter como resposta dos proprietários uma apresentação do dedo do meio e dos clientes a de preferirem o erradamente designado “mercado negro”. Mercado sujo é o intervencionado. O dito “mercado negro” chama-se, na realidade, “a vida das pessoas”.

24 comentários leave one →
  1. Luís Lavoura permalink
    16 Janeiro, 2020 11:30

    Não percebo a lógica: então uma atividade económica deve ser regulada e a outra não? Por quê? Em minha opinião, ou bem que todas são reguladas, ou bem que nenhuma é.

    Por que motivo há de um hotel ter que limpar o quarto dos clientes? Se calhar os clientes até preferem que ninguém lhes limpe o quarto… Recentemente estive uma semana num hotel no qual se dava aos clientes a opção de pedirem para não se lhes limpar o quarto, desta forma poupando o ambiente (menos desinfetantes), poupando dinheiro ao hotel, e aumentando a privacidade dos clientes.

    Por que motivo há de um hotel ser obrigado a recolher o lixo dos cleintes de forma separada, e o alojamento local é autorizado a mandar os seus clientes depositar o lixo na rua ao deus-dará?

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    • 16 Janeiro, 2020 11:32

      Eu não percebo que não perceba.

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      • Luís Lavoura permalink
        16 Janeiro, 2020 11:49

        Se o Vítor Cunha não percebe, então eu tento explicar melhor.

        O (impropriamente designado) “alojamento local” e a hotelaria são atividades análogas, que concorrem pelos mesmos clientes.
        Portanto, devem ter regulações similares ou comparáveis, por forma a evitar situações de concorrência desleal e por forma a evitar danos para a sociedade provenientes de atividades desreguladas.

        Ou bem que não se regula nem uma nem a outra, ou bem que se regula ambas da mesma forma (ou de formas comparáveis).

        Num hotel, por exemplo, é obrigatório haver nos quartos recipientes para a recolha separada de resíduos – vidros, papéis, embalagens, e outros. No alojamento local, pelo contrário, não há qualquer regulação – os clientes são incentivados a pegar em todo o seu lixo de forma indiferenciada e ir depositá-lo na papeleira de rua mais próxima.

        O Vítor Cunha acha isto bem? Eu não acho. Acho que isto é concorrência desleal e é deitar para cima da sociedade prejuízos que deveriam ser suportados pelos proprietários dos alojamentos locais.

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      • 16 Janeiro, 2020 11:57

        Não concorrem de todo pelos mesmos clientes.

        Também não sei o que concorrência desleal. Toda a concorrência implica um certo grau de agressividade, de superação do competidor.

        Mas, mesmo que fossem concorrentes, o hotel pode facilmente aceder ao mesmo mercado: tira a placa que diz “hotel” e pode passar a usar apenas um contentor para deitar o lixo num contentor global único em vez de três ou quatro para deitar num contentor global único.

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      • José Ribeiro permalink
        16 Janeiro, 2020 12:05

        Caro Vitor Cunha,

        Gabo-lhe a paciência para aturar e responder ao esquerdalho doente e burro.
        O seu texto está muito bem escrito e perceptível para que tem 2 dedos de testa e que sabe pensar. Já o outro… Valha-nos o Santíssimo!

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      • Zé Manel Tonto permalink
        16 Janeiro, 2020 17:08

        “concorrem pelos mesmos clientes”

        Um hotel não concorre pelos mesmos clientes de um alojamento local. São clientes completamente diferentes.

        Um hostel talvez.

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      • pitosga permalink
        16 Janeiro, 2020 17:41

        Há comentários que devem ir para o “trash bin”, “aka” o caixote do lixo.
        Este tipo/gajo em questão arma-se sempre em parvo. Até há um ‘blog’ que tem uma rubrica «a lavourada da semana» que penso que é reles também…
        Não lhe dê troco. Os gajos normais entendem-no a si e muito bem.

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  2. Procópio permalink
    16 Janeiro, 2020 13:00

    “Qualquer pessoa que transaccione a cedência de um quarto ou de um prédio inteiro mediante a entrega de três chouriços por dia, prestações sexuais duas vezes ao dia ou simplesmente umas notas de euros deve poder fazê-lo sem que o sacrossanto estado meta o bedelho”.
    Ficaram-me a apetecer os chouriços, contento-me com uma prestação por dia.
    O que eu não dispenso é o sem tino lá meter o bedelho. Quero pagar mais um imposto para que os seus companheiros possam viver à larga e o país seguir rumo ao socialismo.

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  3. 16 Janeiro, 2020 13:50

    O Estado é o maior prestador de serviços do país, saúde, educação, segurança, proteção civil, etc. Não recebe nada por essas prestações, no ato.
    As únicas receitas que tem são os impostos (grosso modo).
    Convencionou-se que, sempre que há transferência de dinheiro ou bens de um proprietário para outro, há lugar ao pagamento de um imposto.
    O “alojamento local”, abreviatura de “alojamento por um proprietário local” não pode fugir à regra; Transferiu dinheiro para o proprietário local, logo, parte desse dinheiro é para o Estado. Chama-se a isto Impostos sobre o rendimento. Dividem-se em dois grandes grupos; o IRS, pessoas singulares, e IRC, pessoas coletivas, IMT na transmissão de imóveis.
    A sanha assassina que se vê por essa blogosfera contra os impostos, só me faz lembrar a fábula do cavalo do cigano que, quando já estava totalmente desabituado de comer, … morreu!

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    • Zé Manel Tonto permalink
      16 Janeiro, 2020 17:17

      “Convencionou-se que, sempre que há transferência de dinheiro ou bens de um proprietário para outro, há lugar ao pagamento de um imposto.”

      Houve tempos em que também estava convencionada a escravatura.

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    • lucklucky permalink
      16 Janeiro, 2020 19:34

      “O Estado é o maior prestador de serviços do país, saúde, educação, segurança, proteção civil, etc.”

      Esqueceu-se de escrever: Só por causa da violência do Estado.

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  4. Expatriado permalink
    16 Janeiro, 2020 14:02

    O “sócio” Estado leva logo 28% dos arrendamentos locais sem contribuir para as despesas. Como se não houvessem…
    Mas a chusma pensa que 28% é pouco. Cambada de fdps!!

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  5. Filipe Bastos permalink
    16 Janeiro, 2020 15:33

    Lamento, Vítor Cunha, mas nisto o Luís Lavoura tem razão. O seu post parece do século passado.

    O chamado alojamento local concorre com os hotéis. Quando estes não têm disponibilidade ou preço atractivo, as pessoas vão para o AL. Outras, como eu, até o preferem.

    Prefiro ter uma casa inteira, bem localizada, com quartos e cozinha e o resto, do que pagar +- o mesmo por um quartito. Há mais gente como eu. E alugando só um quarto em AL paga-se bem menos.

    Impostos: uma coisa é emprestar a casa ou alugá-la esporadicamente a conhecidos, outra é fazer disso um negócio. O AL é um negócio. Muita gente vive disso, muitas empresas só fazem isso. Há cidades e vilas cheias disso.

    Além de ser taxado e regulado, como qualquer actividade económica, o AL requeria outro tipo de legislação. Temos a óbvia chulice de viver de rendas, sem trabalhar, sem criar nada.

    Depois temos a ganância dos senhorios e especuladores. A habitação é uma necessidade básica, não devia ser uma teta garantida para chulos e gananciosos. Veja o preço das casas e das rendas em Lisboa ou no Porto. E por fim temos a mama em roda livre do Airbnb e outros artistas dos offshores.

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    • 16 Janeiro, 2020 15:36

      Já sei: por que é que o estado não paga directamente o quarto de hotel das pessoas que não conseguem pagar a renda na cidade? Isso resolveria todas as questões lógicas.

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      • Helder Ramos permalink
        16 Janeiro, 2020 16:11

        Parece-me bem, venha um quarto no Ritz aqui para o je

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      • Filipe Bastos permalink
        16 Janeiro, 2020 16:33

        Não há solução evidente para o problema da habitação: uma necessidade básica, mas cara e de disponibilidade limitada. Qualquer propriedade é apropriação de um bem comum: o espaço, o local onde está.

        Outros bens essenciais não têm essa limitação: podemos comer e vestir parecido, ter o mesmo carro, mas só um de nós pode viver no 3º esquerdo do nº 15 da Rua Tal, perto do trabalho, do comércio, de hospitais, de onde as coisas estão.

        Uma coisa é certa: esta ganância obscena de senhorios chulos e especuladores mamões precisa de travão. Urgente.

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      • Expatriado permalink
        16 Janeiro, 2020 19:42

        Pelos vistos bom bom era o sistema soviético e chinês. Toda a gente tinha acomodação do Estado naqueles edifícios, que os chinas denominam “Stalin architecture”, muito salubres com cozinhas e lavabos comunais (corriam para chegar primeiro). Aquilo é que era!! Não haviam “mamões a chular o people”, como diz acima o propagandista de serviço. Vendo bem as coisas, ainda vai acabar por exigir que lhe lavem o mataco com água de colónia…

        Até afirma “Qualquer propriedade é apropriação de um bem comum: o espaço, o local onde está.” A sério? Não há promessas de compra e venda nem escrituras notariais?

        Falta de vergonha é mato!!

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    • The Mole permalink
      16 Janeiro, 2020 17:02

      “Temos a óbvia chulice de viver de rendas, sem trabalhar, sem criar nada.”: refere-se aos nossos governantes, certo?

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      • lucklucky permalink
        16 Janeiro, 2020 19:42

        Refere-se a ele.
        A óbvia chulice dele viver das rendas dos que pagam mais impostos.

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    • potosga permalink
      16 Janeiro, 2020 17:45

      Pensava que Vexa era inteligente. Em todo o pano cai a nódoa.

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    • lucklucky permalink
      16 Janeiro, 2020 19:39

      Com sempre o ódio do socialista a quem faz e cria. E o ódio a quem tenha coisas.

      No entanto o Filipe Bastos não nos disse como o segundo vestido da tia dele não é roubar a roupa a outra pessoa.

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    • André Miguel permalink
      17 Janeiro, 2020 14:03

      “E alugando só um quarto em AL paga-se bem menos”

      Curioso. Esta semana vim em trabalho a Bilbao e fiquei num hotel porque o AL está um balurdio. A realidade às vezes tem destas coisas: contrariar a ideologia.

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  6. Procópio permalink
    16 Janeiro, 2020 15:46

    “A sanha assassina que se vê por essa blogosfera contra os impostos, só me faz lembrar a fábula do cavalo do cigano que, quando já estava totalmente desabituado de comer, … morreu!”
    No nosso caso o cavalo até anda bem alimentado, só que para além do esterco, vê-se pouca obra, isto é, nem sequer puxa à carrossa. Só a famiglia está autorizada a montar o bicho e a levar os sacos ao banco, os restantes ficam à beira da estrada. Há quem decida ir para fora da estrumeira, lá se safam, os que ficam a lamuriar-se e a tomar comprimidos, os mais desesperados fazem-se sócios do glorioso que ao ganhar sempre os conforta. Os mais ladinos jogam aquele jogo sujo da direita esquerda, acusam-se ferozmente. No meio da confusão há que tenha a lata de se passar por democrata. É de rir a perder.
    The show must go on.

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  7. A. R permalink
    17 Janeiro, 2020 19:55

    Estes socialistas são uns chulos: roubam a todos para dar aos seus.

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