a notícia da morte do psd é manifestamente exagerada
Quarenta e cinco anos e quinze eleições legislativas democráticas depois, apenas em três delas houve maioria parlamentar absoluta de um só partido (1987, 1991 e 2005) e com dois líderes (Cavaco Silva em 1987 e 1991 e José Sócrates em 2005).
Fora desses períodos, a governabilidade foi sempre muito difícil de assegurar. O PS, para governar, contou com o beneplácito da direita (António Guterres, em 1995-9, e Mário Soares, em 1977), ou não conseguiu aguentar o governo (Mário Soares, em 1978, ou José Sócrates, em 2011), enquanto que o PSD, fora do período de Cavaco Silva, governou sempre com o CDS e, excepcionalmente, com o PS, no Bloco Central.
Desde que António Costa levou o PCP e o Bloco para o poder, a direita viu a sua vida aparentemente mais dificultada, porque, desde então, só mesmo com 116 deputados é que conseguirá formar governo. Todavia, nem ela alguma vez lá esteve doutra maneira, nem António Costa, muito menos a geringonça, são politicamente eternos.
Saindo o PS do poder, a solução que se seguirá será, inevitavelmente, da responsabilidade maioritária do PSD. É certo que, com a entrada de dois novos partidos, à direita, no parlamento, a formação de coligações pós-eleitorais se torna mais complexa, mas deixem que o conjunto dos deputados eleitos por essa área política ultrapasse a bitola dos 115, que ela logo se constituirá…
Por conseguinte, quem antevê a morte política do PSD, por causa do partido estar temporariamente entregue a Rui Rio, ou porque André Ventura é uma estrela em ascensão, que tire o cavalinho da chuva: desde que temos parlamento em Portugal, os sucessivos regimes são de bipartidarismo maioritário, com outros partidos de pequeno porte para complemento. Além do mais, isto é como o futebol, e não é por não ganhar nada há muitos anos que desaparecem os sportinguistas, os portistas ou os benfiquistas, como os últimos 28% de Rio bem o comprovam. André Ventura que, se não fizer disparates, irá obviamente crescer, poderá ir buscar mais votos ao CDS (este sim, arrisca-se a desaparecer), alguns mais ao PSD e ao PS e PCP, mas dificilmente se transformará no partido que lidere a direita em Portugal, até porque, se alguma vez isso sucedesse, seria a própria 3ª República que desapareceria, e isso a União Europeia (por vários modos e formas) não deixa.
Por fim, diga-se que o PSD já atravessou momentos mais melindrosos do que o presente. Basta recordar a morte de Sá Carneiro, os governos-Balsemão, o Bloco Central com Mota Pinto, a fuga de Barroso para Bruxelas, ou as lideranças anémicas de Marques Mendes, Manuela Ferreira Leite, Menezes ou Santana. De resto, o PSD, tal como o PS, só está bem e unido quando está no poder e, para isso, são precisos os tais 115 + 1. Donde, se Rui Rio não conseguir construir uma alternativa para o pós-costismo, certamente que os laranjinhas arranjarão quem seja capaz de o fazer. A tempo das próximas legislativas, entenda-se.
Morte, não direi. Mas paralisia cerebral do seu líder, disso não restam dúvidas.
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Morte, não direi. Mas paralisia cerebral do seu líder, disso não restam dúvidas.
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É facto que o PSD não morreu, nem morre tão cedo; fica num limbo. E isso pode bem facilitar uma mexicanização do regime.
Quantos anos esteve o PRI no poder, no México? Setenta?
Mas tal não pode acontecer aqui, pois não?!
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A avaliar pelo aperto, que já se faz sentir, dos tentáculos do polvo que manieta este país, parece-me que o Césares e quejandos vieram para ficar. Viva o coiso, opêésse, ou lá o que é…
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Uns ou outros, esquerdas ou direitas ou esquerdas + esquerdas ou esquerdas+extra-esquerdas ou centro-esquerdas ou centro-direitas ou o raio que os leve a todos, o que todos querem é o poleirinho para eles e seus amiguinhos.
Prestígio, comer à barba longa, dar mangedoira aos da cor, viajar à farta e melhorar a sua conta pessoal no banco ou nas “off shores” para o resto da vida, é o que quase todos querem.
Mas, Patriotismo, preocupação com o futuro da Nação a médio e a longo prazo, procurando a melhoria progressiva das condições de vida das classes média e mais baixa, fomentar uma Educação REAL, OBJECTIVA e DIRIGIDA PARA A EMPREGABILIDADE, fomentar o crescimento económico e a melhoria dos salários, combater realmente a corrupção, fomentar a Cultura-Cultura e não a Cultura-Caricatura, e garantir sobretudo, por todos os meios, a Soberania da Nação, isso agora…
Mestre Rafael Bordalo Pinheiro bem desenhou a “Porca da Política” com os bacorinhos todos agarrados às tetas!
E,
O Zé Povinho, feito asno, com a Albarda às costas, a aguentar os figurões em cima.
A Terceira República não difere muito da Primeira, parece-me.
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Leunuam, otsiv meb.
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Isto, para se discutir política já nem é preciso apresentar propostas, programas, nada! Intriga-se e pronto. Neste sentido o PSD não morreu.
Quanto ao resto… vamos ver.
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Leunam disse quase tudo. A dificuldade neste xiribitátá está em saber quem manda nas marionetes. Interesses que mexem no interior de certos países é difícil de descortinar.
A campanha em curso contra uma empresária conhecida merece reparo.
Com os ddt e seus cúmplices não se metem.
“A empresa especializada em avaliação de risco EXX Africa publicou um relatório que analisa a estratégia governamental de combate à corrupção em Angola. Julgamentos e investigações em curso no país não estariam a ser feitos com base em procedimentos imparciais”. No caso particular de congelamento dos ativos de Isabel dos Santos, o sistema judicial angolano “estaria a ser usado como instrumento para tentar convencer a família Dos Santos e membros dos antigos governos a alienarem-se do interesse económico em companhias-chave e empreendimentos do Estado”. Há quem chame a isto Lawfare..
Alienados esses interesses quem os vai ocupar?
Quem os vai ocupar? Estarão os midia interessados em esclarecer?
Quem ganha e quem perde com as iniciativas em curso?
Querem concorrer?
Open Society Initiative for Southern Africa (OSISA)
INVITATION TO BID: ASSET MANAGEMENT CONSULTANCY
Bids are hereby invited for Provision of Asset Management Consultancy Services. The minimum specification is in the bid document.
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Turistas regateiam por causa do Alojamento Local. Da falta dele…
https://observador.pt/2020/01/18/rixa-na-mouraria-lisboa-faz-varios-feridos-incluindo-pessoas-esfaqueadas/
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…e é por isso que não sairemos da cepa torta.
Cada vez que alguém classifica o PSD como de “direita” reajo com o mesmo esgar de repulsa que se me desenha nas fuças quando leio um daqueles valentes pontapés na gramática como conjugar o verbo haver no plural. “Dói” porque a gente sabe que não foi uma gralha, foi de propósito.
O PSD não corre sérios riscos de desaparecer do mapa porque é um partido de centro-esquerda e a esmagadora maioria do país, para mal dos nossos pecados, ou é de centro ou de esquerda. Também por isso a direita não poderá razoavelmente almejar a mais do que igualar a extrema esquerda no médio prazo (uma ou duas dúzias de deputados) e mesmo isto só sairá do reino dos delírios se (e esta é uma condição necessária mas não suficiente) o pessoal que andou a votar no PSD pensando que estava a votar num partido de direita abrir os olhinhos e agir em conformidade nas urnas.
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Homem, o PSD está, de facto e em termos do que foram os seus já 45 anos de história, à direita do PCP, do PS e, mais recentemente, do Bloco. Isso é inquestionável com o PSD de Sá Carneiro, Cavaco Silva, Durão Barroso e Passos Coelho. Agora, se o regime é de esquerda e mesmo os seus partidos de direita não deixam de o ser, lamento imenso, mas é a realidade dos facto. De resto, a frase “em Portugal a direita é de esquerda” tem direitos de autor e estou disposto a reclamá-los… Independentemente de quaisquer outras considerações, acho que, apesar de tudo, o país foi mais higiénico com Sá Carneiro, Cavaco, Passos e até Barroso, do que o foi e tem sido com Guterres, Sócrates e Costa.
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Eu refiro-me a “direita” tendo por base todo o espectro político, o Rui responde tendo por base o espectro político visível através das lentes impostas pela esquerda ao longo de décadas.
É óbvio que o PSD está à direita do PC, BE e PS. E é óbvio que isso não o transforma num partido de direita.
Não é um detalhe irrelevante. Se eu parto de premissas erradas, comprometo a análise que fizer a partir delas. Se eu for à procura de talheres na garagem, corro sérios riscos de não os encontrar. E entretanto a comida arrefeceu, a cerveja ficou quente e eu continuo de barriga vazia.
Enquanto andarmos à procura ou na expectativa ou com esperança de uma solução/visão/alternativa de direita no PSD, andamos a perder tempo precioso que devia ser utilizado para olharmos para a gaveta dos talheres, vermos o que está lá, o que pode ser melhorado ou não, o que falta…
Não quero crer que o Rui seja o tipo que diz:
“Epá, mas eu até já olhei para a gaveta dos talheres e o panorama é desolador… a faca é de plástico e o garfo só tem dois dentes e o cabo está torto… Deixa-me continuar a procurar aqui na garagem.”
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A propósito de cuidar dos talheres que temos… Acabei de ler o post do Vítor Cunha sobre a IL e a eutanásia.
Sei que o Rui e outros já muito fazem “no terreno” para mudar o estado de coisas na direita do retângulo. O 5.7 e a Oficina da Liberdade são exemplos disso e acho que é por aí que é preciso avançar muito, porque está quase tudo por fazer. É preciso desenvolver massa crítica. Debater e amadurecer ideias e conceitos, deslocar a janela de Overton. Sem isso, ficamos limitados à faca de plástico do meu comentário acima, no caso, a IL que temos hoje. Ótima no combate à esquerda na economia, uma desgraça noutros temas. Bem, ainda não saiu a proposta deles sobre a eutanásia, cá estaremos para a analisar.
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André Ventura que, se não fizer disparates
Como é isso possível, se o próprio André Ventura é um disparate?
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O badocha não é menos, e chegou lá.
O marquês da Covilhã é muito mais e chegou lá !
O Toni que se fazia de morto, chegou lá …
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Bem…,o que não é referido, é que o actual PSD e seu dirigente são a favor da matança da denominada “peste grisalha”, da eutanazi a. Ou seja são a favor, porque também defendem o aborto (=matança de Inocentes), de morticínios como forma de “resolver” problemas sociais Qual a diferença, efectiva, entre estes e aqueles que condenamos porque tiveram campos de extermínio em Dachau e na Sibéria?
Obviamente quem for genuinamente de Direita e se reveja na defesa dos Direitos Humanos a começar pelo PRIMEIRO:direito á vida, NÃO pode apoiar este PSD!
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